"Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência." (rsrsrs)

[Gênero: Comédia]

"Pouco mais de dez pessoas, esparramadas pelo Brasil e até pelo mundo, são procuradas neste momento pela Polícia Cívil. A denúncia partiu de um ex-membro exilado de um grupo de leitura que participava, onde o mesmo acusa à gangue por apologia ao consumo de álcool. A líder Rafa Cavalcante juntamente com sua comparsa maior Laura Maia estão tentando ultrapassar a fronteira do México. Aguarde mais informações."

Enquanto deslizava o dedo pela tela do celular, procurando dentre as inúmeras fotos com cerveja de uma das administradoras, Zacarias ouvia atento o noticiário na tv presa à parede, na delegacia onde aguardava ansioso o desdobrar do caso. O senhor que foi injustamente banido do grupo, ainda não conseguia digerir tamanha atrocidade. O telefone tocava insistentemente, e os agentes andavam de um lado para o outro, tentando juntar todas as informações.

- Senhora seja mais clara por gentileza - Uma policial tentava instruir a pessoa do outro lado da linha, enquanto reproduzia em voz alta, as informações para outro soldado. - Morena, mais ou menos 18 anos, correndo com um gato na mão? Certo, e a senhora consegue indicar o horário?

Mais um telefone tocava sem parar, e um agente corria derrubando tudo que estava sobre a mesa até alcançar o aparelho. Estalando os dedos, fazendo sinal para que o colega anotasse, ele foi repassando as informações também em voz alta:

- Mulher jovem, cabelos cacheados e volumosos, com cara amarrada junto com um casal de rapazes? Um deles era asiático? Certo...

Neste momento, a porta da delegacia é aberta e uma jovem de cabelos recém platinados entra, acompanhada de um policial. Ela gesticula a todo momento, enquanto fala em tom elevado.

- Cara eu tava viajando, e acabei de chegar. Você tá conseguindo me entender? Nem da briga eu tô sabendo ainda mano.

Neste momento a loira passa por Zacarias que está sentado, bebericando um café pacientemente. Agnes, com toda classe, para de frente ao homem e o encara.

- Tu sabe que só a Rafa pode te colocar novamente né? Eu te avisei quando o senhor veio me procurar, que essa denúncia não ia levar a nada.

- Eu fiz de cabeça quente, não tem como mais mudar, peço desculpas pelo transtorno.

- Desculpas? Cara, isso virou notícia nacional. Olha pra essa delegacia...

A todo instante novas informações chegavam. Quando finalmente a jovem se sentou para aguardar o delegado, um policial entra acompanhado de uma mulher loira e cabelos curtos, algemada.

- Agnes do céu, o que está acontecendo?

O policial interrompe a mulher, conduzindo-a para outra sala isolada.

- A senhora tem o direito de permanecer calada, qualquer coisa dita poderá ser usada contra a senhora.

O policial folheia alguns papéis até que finalmente encontra.

- Cintia, proprietária do Lufa-Lufa e membro ativo da guangue A.C, a senhora está presa por colaborar, mesmo que indiretamente com a líder Rafa Cavalcante, no crime de apologia à bebidas alcoólicas.

- Eu quero falar com a minha advogada.

- A senhorita Anne já está a caminho, ela representará todas vocês gratuitamente.

O policial sai da sala, deixando Cintia desolada e ainda sem entender nada.

Saindo de dentro do banheiro de uma loja de conveniências, após colocarem perucas ruivas e óculos escuros, Rafa e Laura caminham tranqüilamente para fora do estabelecimento.

- Rafinha liga pro Chris e confirma se ele já chegou de Las Vegas com o jatinho do Igor.

- Amiga liga você pra aquele garoto, porque eu tô untada no ódio e tentando falar com a Daniella. Pedi pra aquela vagabunda transferir os dólares e até agora ela não respondeu.

- Deve tá dormindo. - Laura sorri e disca o número do filho querido. Apesar de estar sendo procurada por consumo de álcool, ela ainda conseguia cumprir muito bem seu papel de mãe sempre que necessário.

Depois de alguns toques, finalmente Chris atende.

- Guri, tu quer matar eu e Rafa do coração? Tu e Igor já chegaram com o jatinho?

- Ai minha nossa, me desculpem, mas vcs sabem como é o Igor, ele sumiu, apareceu horas depois com a cara mais lerda, mas já estamos a caminho.

Laura desliga e pega na mão de Rafa, seguindo em direção ao local da fuga.

Do outro lado do oceano atlântico, andando de um lado para o outro, Dardengo arruma apressadamente a mala, enquanto explica resumidamente toda a confusão para a amiga, também administradora do grupo.

- Eu preciso ficar uns dias na sua casa Marisa ou eu serei deportada.

- Ora pois... estás a brincar Lari?

- Pior que não. Me juntei com aquelas más influências no Brasil, se é que me entende, e agora estou sendo procurada pela polícia federal.

A amiga portuguesa olha incrédula para Dardengo, enquanto a jovem fecha a mala apressadamente.

Ainda na delegacia, uma jovem de cabelos pretos e delineado marcante, chega também algemada, acompanhada por uma policial. Assim que avista a amiga, Agnes se levanta mas é interrompida pela soldado, que balança a cabeça negativamente para a loira. Ela conduz a meliante para a mesma sala onde Cintia está, enquanto puxa mais uma ficha que está entre a papelada.

- Shintya, proprietária do grupo Gringotts e membro ativo da guangue A.C, a senhora está presa por colaborar, mesmo que indiretamente com a líder Rafa Cavalcante, no crime de apologia à bebidas alcoólicas.

- Moça, eu nem online tava. Eu nem sei onde eu tô metida. - A morena tentava explicar para a policial.

- Eu estou até agora sem entender também Shin. Tava de boa na minha casa, tomando uma ice, quando dois policiais bateram no meu portão.

- E eu que tava revisando Conrad, fui pega de surpresa também... Onde a Rafa nos meteu??

- Eu não sei, só sei que ainda tinha duas ices na minha geladeira... - Disse Cintia inconformada.

- Ai olha, aquela vaca da Rafa me paga. Posso mais nem durmir em paz, que essa garota resolve aprontar alguma.

Resmungando enquanto tenta acessar o aplicativo do banco, Dani abre o grupo principal do projeto, que neste instante, já tinha se tornado um caos e digita uma mensagem:

Dani:
OU VCS CALEM A BOCA OU EU VOU SILENCIAR ESSE GRUPO... E BEBAM ÁGUA.

Depois de fechar o app de mensagens, a jovem finalmente consegue concluir a transferência do valor pedido pela amiga. Ela então disca o número provisório de Rafa, que atende no primeiro toque.

- Até que enfim né - Rafa praticamente grita.

- Olha aqui sua ridícula, eu vou dar nessa tua cara tá?! Eu falei pra banir aquele escroto várias vezes e ninguém me ouviu, agora vocês que lutem... Ah, e antes que eu me esqueça, vou ter que resetar meu Whatsapp, quando ligar seu celular, me manda de volta minhas figurinhas, tchau.

Fofa como sempre, Dani desliga sem nem dar tempo da amiga se despedir.

Sentada num bar praticamente deserto, com uma peruca loira e óculos escuros, Letícia dá mais um gole na sua cerveja enquanto presta atenção no noticiário da tv:

"Estamos neste momento, ao vivo, com um pequeno grupo de administradores do PMR. Camila, Carolina, Wellington, Mateus, Larissa, Renata, Samara, Mariah, Maiara, Anna e Duda. O que vocês tem a dizer sobre o caso?

- Moça eu não tô sabendo de nada, tava vendo os clipes do Yantrá e só vi a discussão por alto.

- Olha meu tempo tem estado curto, e eu quase não converso com o pessoal, mas sempre que posso dou oi.

A repórter vai apontando o microfone para um de cada vez.

- Tenho nada a ver com isso hein, só apareço lá quando tem safadeza.

- Eu? Eu tava chegando na casa da minha amiga, mas quando eu vi ela sair correndo da polícia com o gato dela, eu corri também né, sei lá o que aquela doida aprontou.

- Eu sou uma professora respeitada, não me misturo com isso não moça. Pela lua em marte, eu sou inocente.

- Moça eu apareço lá raramente, nem meu livro eu tô atualizando.

- Eu não tava conversando muito ultimamente no grupo. Não aguentava mais ouvir a música da Samara... Isso mesmo Brasil, eu sofro bullying ali. - Samara segurava o microfone revoltada.

- Eu tava vendo anime, tenho nada a ver com isso.

- Olha eu até bebo, mas quase não apareço... Minha vibe é mais dark e eu fico só observando as meninas. Mas tô torcendo por elas, Rafa é minha amiga.

- Olha pra mim... Você acha mesmo que eu ia perder um segundo do meu precioso tempo, que eu uso pra exaltar o Harry, pra dar biscoito pro macho escroto do Zacarias? Eu tava era esperando o resultado da enquete do 1D, eu hein...

- Você parece ser a mais jovem de todas, o que fazia no momento da confusão?

- Moça eu tô de férias, tava salvando papel de parede de unicórnio. Sou inocente e nem posso ser presa ainda..."

Rindo da situação, Letícia leva mais uma vez o copo à boca, dando um último gole.

- Vocês nunca vão me pegar, eu sou da Sonserina...

Correndo não, voando contra o tempo, Christian e Igor aterrissam na fronteira dos EUA com o México, em um campo aberto. Ainda dentro da aeronave, o boêmio pega o celular e liga para a Laura.

- Mãe, vocês já estão prontas? Chegamos... É agora ou nunca!

- Três minutos... Acho que já estamos vendo vocês.

- Vamos Laura, corre! - Rafa gritava, puxando a mão da amiga.

- Eu tô tentando, eu tô tentando. Tchau Chris, estamos próximo.

Laura e Rafa corriam pelos cascalhos fazendo a poeira subir. O vento forte ameaçava levar as perucas, mas elas se desdobravam entre segurar o acessório e correr. Finalmente elas chegam no jatinho dos meninos, enquanto Igor às ajuda. Tentando ainda recuperar o fôlego, Laura se joga num movimento exagerado na poltrona do jatinho.

- Me dá uma cerveja Chris, pelo amor de Deus. - O garoto se apressa em abrir uma latinha pra mãe. - Pra onde iremos agora?

- Pegar a Bianca, Ket, Jasper e o Rafa. O gato da Ketley tá com fome e ela já tá surtando. Jasper precisa postar Azul, o Rafa nem sabe onde se meteu e a Bianca... Bianca tá querendo matar um já.

- E a Cintia, a Shin e a Agnes??

- A Anne já está cuidando dos Habeas Corpus. Elas não ficarão presas... E Agnes só foi prestar depoimento, ela não estava envolvida. - Chris explica enquanto tenta mandar uma última mensagem pra Dani antes de perderem novamente o sinal.

Igor já se preparava para fechar a porta do jatinho, quando foi interrompido por Rafa que segurou o braço do rapaz. Tirando a peruca e balançando a cabeça para que seus longos cabelos pretos se soltassem com a ajuda do vento, ela para na porta da aeronave se apoiando nos batentes e grita com toda força e ódio que a consumia.

- SENTA LÁÁÁ ZACARIAS.

Fim...

Mais de uma semana se passou sem muitas novidades. A gangue continuava foragida e a polícia já não dava mais tanta importância para o caso. O barulho da porta da delegacia sendo aberta, quebra o silêncio que pairava ali.

- Boa tarde, eu gostaria de falar com o delegado. Recebi essa intimação, mas não sei do que se trata, pode resumir por favor? - A jovem entrega o papel para um agente.

- Senhorita, essa intimação é de dez dias atrás, me acompanhe. - Milena, ainda confusa, segue o policial.

Este conto foi sinônimo de um dos dias mais engraçados que já tive na vida. Então, quero dedicar ele à todas as minhas amigas e amigos do Magic... Vocês foram um lindo presente de 2019!!!

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Participações especiais:
Rafael, Igor e o gato da Ket.