•Quando Eles se Reencontraram•
"Às vezes a conexão surge tão rápido, a intimidade brota, parecendo que as pessoas se conhecem desde sempre."
Um conto inspirado no livro da minha grande amiga LauraMaia90 : "O Menino que Desaparecia" e dedicado à ela.
O vento soprava sereno naquela manhã ensolarada. Dando um último laço no cadarço do tênis, Manu se preparava para mais um dia de conversas e passeios, afinal, ela estava de férias.
A garota desce as escadas correndo em direção a um pequeno baú no canto da sala, se ajoelha e começa a retirar objeto por objeto.
- Onde está? - Ela diz enquanto joga carregadores, papéis e controles velhos para fora do compartimento.
Após esvaziar a caixa, a menina corre em direção a cozinha.
- Mãe, você viu minha bolsa de esmaltes?
- Não querida, eu não vi. Mas você já olhou dentro da estante? - Dona Beatriz diz enquanto bate alguma massa pastosa na bacia branca sobre a mesa.
Manu mal espera a mãe terminar de falar, se vira e volta para sala, abrindo depressa a portinha da estante marrom.
- ACHEI... TCHAU MAMÃE! - A menina grita já quase saindo.
- Filha, espere... Deixaram mais um girassol na varanda e mais um bilhete.
- E o que está escrito dessa vez? O mesmo de sempre?
- Sim... "Para Manu, 20 de agosto de 2008. Eu sempre te acho bonequinha..."
- Que estranho... Mas enfim, guarde na caixinha pra mim. Tchau mãe!
- Tchau querida e não se atrase para o almoço.
A jovem bate a porta e corre pelo gramado em direção a casa ao lado. Todos os dias Manu e Laura fazem alguma coisa pela vizinhança; Elas se conheceram no maternal e desde então não se desgrudaram mais.
Onde uma ia a outra estava; Se uma chorava a outra consolava; Se riam juntas, era gargalhada pra mais de horas e se brigavam... Logo faziam as pazes.
Manu para de frente a porta da casa de Laura e dá leves batidas. Ela aguarda alguns segundos e pela falta de resposta, insiste mais uma vez.
A jovem então resolve ir até os fundos. Onde antes tinha uma enorme mesa, churrasqueira e uma mangueira alaranjada jogada, agora é só um jardim vazio. A garota volta pela lateral do muro pisoteado as folhas secas no chão e se apoia na janela. Na ponta dos pés ela consegue espiar o interior do imóvel: Vazio.
Não havia mais o velho sofá marsala no meio da sala e nem mesmo as velhas cortinas na cor creme. Nas paredes agora só a tintura desgastada se destacava e onde antes ficavam os quadros do senhor Maia, agora só restaram as marcas.
Os olhos da garota foram sendo tomados por lágrimas, e a angústia que crescia no peito da jovem não impediu que a primeira gota caísse.
Quando Manu ia voltando para casa cabisbaixa, já quase na esquina ela avistou o carro do pai de Laura parado em frente a lanchonete do seu Pedro. Ela correu tão rápido que tudo o que via eram borrões passando por ela. Seus cabelos loiros se alvoroçaram com o vento e quando finalmente chegou até o veículo, se curvou apoiando as duas mãos nos joelhos, buscando o fôlego que havia perdido.
Saindo do pequeno estabelecimento, Laura vinha acompanhada de seus pais e quando a menina viu a amiga, soltou a pequena sacola que trazia no chão e correu ao seu encontro.
- Manu! - A jovem gritou, e ambas se abraçaram.
- Laura o que aconteceu com a sua casa? Eu fui lá, estava vazia, não tinha mais nada... E eu fiquei com tanto medo. - Manu falava sem pausas encarando a jovem de cachinhos ruivos a sua frente.
- Nós estamos nos mudando Manu. Eu ia me despedir, mas a mamãe falou que ainda era muito cedo e que depois eu poderia ligar pra falar com você.
- Você vai embora para sempre?
- Eu acho que pra sempre é muito tempo. Um dia eu ainda posso voltar Manuzinha... - Laura disse de cabeça baixa.
- E como eu vou ficar sem você? - Manu não conseguia mais segurar as lágrimas que agora caiam insistentemente.
- Ei, Manu, não chora... Eu vou sempre estar com você. E mesmo que eu esteja longe eu sempre irei achar o caminho de volta.
As duas se abraçam numa despedida de partir corações. Laura entra no carro com os pais e eles partem, deixando para Manu uma última vista da amiga acenando pelo vidro traseiro antes do carro sumir virando a esquina.
Com a visão embaçada pelas lágrimas a garota volta para casa. Enquanto caminha olhando para os próprios pés e abraçando o próprio corpo, a jovem dá uma topada com alguém na calçada e ambos caem sentados no chão.
- Nossa me desculpa. - Ela se levanta rapidamente batendo as mãos na própria calça para tirar a sujeira.
- Eu que peço desculpas por atravessar na sua frente. Você se machucou?
- Não tá tudo bem... Mas a sua flor... Meu Deus, eu amassei.
- Não tem problema, era só um girassol para uma amiga. Mas a carta ainda está inteira. - Ele diz tirando o pequeno papel dobrado do bolso e balançando no ar.
- Então, até qualquer dia...?
- Pipo.
- Até qualquer dia Pipo.
- Até qualquer dia bonequinha.
Fim...
Se interessou em saber a real história entre Pipo e Manu? Acesse o link abaixo ou o perfil da autora para ler o livro completo:
"O Menino que Desaparecia"
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Autora: LauraMaia90
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