Capítulo 9
Sam olhava pros lados, ansioso. Seu pé ficava batendo no chão, como em um tique nervoso.
Todo mundo já estava ali. Os alunos já preenchiam toda a arquibancada. Todos os jogadores já estavam com uniformes - vermelho era seu time, e verde era o adversário - e pareciam animados. E eles deviam estar. Era apenas uma partida amistosa, o que podia dar errado? Oh, apenas jogadores sendo brutalmente assassinados por outros jogadores. Nada demais.
A alguns metros de onde ele estava sentado, estava aquele garoto, Garrett, o suspeito. Liam disse que foi ele quem pagou pelo barril de cerveja de Demarco. Se um dos jogadores era o assassino, isso praticamente colocava ele nas duas cenas do crime.
—Sam? Você tá bem? —Stiles perguntou preocupado, vendo que seu irmão não parava de olhar para os lados e de bater o pé no chão.
—Não. —Sam negou, encarando o seu irmão. —Isso é uma estupidez, Stiles. Olha quantos alvos tem em campo.
—Ah, mas olha pro lado bom, a Malia não está aqui. É menos um alvo. —Stiles olhou ao redor e deu de ombros, Sam apontou para uma direção da arquibancada e Stiles viu Malia. —Ah... Espera aí, você nem olhou para aquele lado. Como sabia que ela estava lá?
—Deixa pra lá. —Sam suspirou e foi até Kira, que parecia nervosa. —Tá tudo bem?
—Não devíamos fazer alguma coisa agora? —Ela se virou para Sam, que se sentou ao seu lado.
—Não podemos. —O Stilinski suspirou. —Não temos certeza se é ele mesmo. Se estivemos errado, o verdadeiro assassino vai escapar. —Houve uma pausa. —Está nervosa?
Kira respirou fundo.
—Por alguém querer nos matar, ou por ser o meu primeiro jogo?
—Ambos? —Sam sorriu.
Nesse momento, alguns homens do outro time passaram por eles. Na visão de Kira, aqueles jogadores não eram adolescentes, eram adultos de oitenta anos, cheios de músculos e pelo no peito dentro de uniformes verdes.
—Ambos. —Ela concordou. —Definitivamente ambos.
—Não se preocupe, Kira. —Stiles - que estava ao lado de Sam - entrou na conversa. —Eles não são musculosos assim de verdade, são só os esteroides.
—E isso é para me fazer sentir melhor?
—Ah... —O garoto deu de ombros. —Eu me senti melhor.
Kira sorriu, mas isso durou pouco. O apito soou, e todos os jogadores se levantaram. O barulho aumentou, gritos de torcida invadiram o local.
—Vamos. —Sam se levantou. —O jogo vai começar.
—Oh, Deus. —Kira respirou fundo. —O jogo começou. Okay, sem problemas.
—Não se preocupe. —O Stilinski sorriu, oferecendo a mão para Kira também se levantar. —Se alguém tentar te matar, dê um choque nele, okay?
—Dar um choque?
—Você é uma Kitsune do trovão, não é? Só se concentrar e dar um choque em quem tentar te matar.
—Eu não sei ser uma Kitsune! —Kira exclamou, alarmada. —E sinceramente, você não sabe nem ser você mesmo, Sam.
Sam sentiu como se tivesse levado um soco, mas não podia julgar Kira. Ela tinha razão, ele não sabia nem se controlar direito, então não tinha direito de dizer para alguém como se controlar.
—Me desculpa, Sam. —Kira pediu ao ver como Sam reagiu. —Eu não queria te magoar, você só estava querendo me ajudar.
—Não, tá tudo bem. —Ele a tranquilizou. —Você tem razão, eu nem sei ser eu mesmo.
O garoto foi para o meio do campo e ficou cara a cara com Brett, ambos se abaixaram e ficaram com seus tacos posicionados, para esperar o apito que iniciava a partida. Quando ele soasse, os dois teriam que competir pela bola, que era a única coisa entre eles.
—Brett. —O Stilinski chamou. —Eu sei que vocês acham que têm que se vingar do Liam pelo que ele fez, mas vocês poderiam segurar isso só por esta noite? Confie em mim. Só essa noite.
—Sim, eu posso fazer isso. —Ele deu de ombros.
—Sério?
—Não. —Brett riu, debochado.
O apito soou. A partida começou. E Brett tinha a bola. Sam bufou de raiva e correu até Brett, o alcançando e o jogando no chão, caindo por cima dele.
—Vai por mim, eu quis fazer isso. —Sam comentou risonho, Brett retribuiu o sorriso e Sam saiu de cima dele.
—Você não vai matar ele não, né? —Stiles questionou, se aproximando do irmão assim que Brett se afastou.
—Ele quem? O Brett? Tô pensando ainda. —Sam respondeu e deu algumas batidinhas no ombro do irmão antes de correr atrás da bola. Stiles sorriu enquanto negava com a cabeça, logo indo atrás do irmão.
O time adversário fez um gol, mas não demorou muito para Kira fazer um também, o que deixou o jogo empatado. Porém, o treinador a mandou para o banco. Ela não tinha passada a bola numa jogada que era pra passar a bola, e como aquilo era uma partida amistosa, ela levou tipo uma falta.
Depois de um tempo, toda a plateia exclamou de dor ao mesmo tempo. Três jogadores haviam colidido uns com os outros, um deles era do time adversário. O apito do treinador soou, anunciando falta.
—Quem são? —Stiles indagou, alerta.
—Oh, Deus. —Sam arregalou os olhos. —É o Liam!
Sam correu até ficar ao lado de Liam. Estendeu uma mão para o loiro, ajudando-o a se levantar. Ao seu lado, alguns jogadores ajudaram Garrett a sair do chão, e alguns do outro time se juntaram em torno de Brett, apesar dos gritos do treinador dizendo para eles se afastarem.
Liam fez uma expressão de dor quando se levantou, mas Sam não sentiu cheiro de sangue, então assumiu que ele estava bem. Com o canto dos olhos, viu Scott correndo até eles.
—Bateu nele com muita força. —O Stilinski mais velho perguntou, preocupado.
—Eu não bati nele. —O loiro respirava com dificuldade. —Ele que bateu em mim.
—Ai. —Scott exclamou quando se aproximou. Liam mostrava seu braço para Sam, onde dava para ver claramente que um dos ossos tinha se deslocado para o lado. —Cara, isso deve estar doendo.
Sam olhou para os lados, se certificando de que ninguém estava olhando para eles. Tirou as luvas, colocando as mãos livres no braço de Liam. Respirou fundo.
—Feche os olhos. —Pediu, e Liam obedeceu.
Com um movimento rápido e bruto, Sam colocou o osso de volta no lugar. Liam soltou um grunhido estrangulado. O Stilinski sabia que ele estava sentindo muito mais dor do que deixava aparentar, então continuou segurando o braço do loiro, sugando o quanto podia de sua dor.
A expressão de Liam relaxou. Ele parecia estar prestes a agradecer, mas um grito de dor cortou o ar. Os três adolescentes se viraram para trás. Brett ainda estava no chão, seu corpo retesado de dor. Dois jogadores o levantaram e apoiaram seus braços em seus ombros, carregando-o para fora do campo.
Scott ouviu uma risada de longe. Quando seguiu o som, viu Garrett olhando em sua direção, brincando com o taco em suas mãos.
—Você está cortado? —O McCall se virou para Liam, assustado. Passou as mãos pelo tronco do outro, procurando um corte, mesmo que não sentisse o cheiro do sangue. —Ele te cortou?
—Não, não, não. —Liam negou com a cabeça. —Eu estou bem.
Scott suspirou, aliviado.
—Então ele errou.
—Não, Scott. —Sam exclamou olhando ao redor diversas vezes, escutando sussurros. —Ele não errou, o alvo dele não era o Liam.
Logo eles receberam de Lydia uma mensagem, onde mostrava outro terço da lista.
Scott correu atrás de Brett, pois o nome do mesmo estava na lista. Sam correu atrás do amigo quando sentiu que algum de ruim iria acontecer com ele.
Ele chegou no vestiário ao mesmo tempo que uma garota morena de cabelos encaracolados que parecia ter quinze anos chegava de mansinho por trás de Scott.
—Scott, cuidado! —Sam empurrou Scott para frente, mas sentiu algo apertando em volta de seu pescoço. Levou a mão até ele, agarrando a fina corda antes que ficasse tão apertada que ele não conseguiria segurá-la mais.
Ele grunhiu de dor. Assim que o fio tocou sua pele, pôde senti-la queimar. O cheiro da carne queimada invadiu suas narinas, e a dor se espalhou por todo seu corpo. Ele teve que se esforçar para não deixar seus joelhos cederem.
—Sam! —Scott chamou, preocupado. Porém, os olhos de Sam se transformaram e ele puxou o fio com toda a sua força. Sentiu a pressão em seu pescoço diminuir. A garota puxava e tentava estrangulá-lo com tudo o que tinha.
Sam arrancou o fio das mãos da garota, o arrebentando. O objeto caiu no chão com um estalo.
Percebendo que Sam iria atacar a garota, Scott se levantou e correu até ela, agarrando seu pescoço e levantando-a no ar. Bateu a garota contra a parede, forte o suficiente para deixá-la inconsciente.
—Sam? —Scott chamou, se virando para o garoto e erguendo uma mão na direção do mesmo, mas Sam tombou a cabeça para o lado e sorriu, avançando mais um pouco. —Sam!
—Sam! —Stiles gritou, aparecendo na porta do vestiário. Sam parou de avançar contra Scott e olhou para Stiles, seus olhos voltaram ao normal no mesmo instante.
Scott franziu o cenho, mas percebeu que Stiles eram tão importante para Sam que era a única coisa que o trazia de volta dos seus surtos.
•Não esqueçam de deixar uma estrelinha ou um comentário, que isso me motiva muito.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro