Capítulo 8
Quando a noite chegou, o treinador resolveu parar em um hotel antes de chegar na cidade para o grande jogo.
—Vai ficar comigo? —Stiles perguntou puxando sua mochila de trás dos bancos do ônibus.
—Não, sua noite hoje será com o Scott. —Seu irmão riu. —Vou dividir o quarto com Allison e a Lydia.
—Fiquei triste agora. —Sam riu e puxou Stiles para fora do ônibus.
—Já vi piores. —Scott comentou parando ao lado dos gêmeos. O hotel não era algo cinco estrelas, mas dava pro gosto.
—Já? —Stiles questionou incrédulo.
—Então, o jogo ficará pra amanhã, esse foi o único hotel com vagas e sem-noção por aceitar um bando de degenerados como vocês. Será em duplas. —O treinador avisou com as chaves.
—Posso dormir no mesmo quarto que a Lydia e Allison, treinador? Não quero ficar sozinho. —O treinador olhou para Sam relutante, mas logo concordou - não antes de dizer que não queria nenhuma putaria -, voltando a ditar as regras para os alunos.
Todos pegaram suas chaves e foram para seus quartos.
—Te vejo depois. —Stiles se despediu, dando um beijo na bochecha do irmão e indo até Scott, que o esperava.
Sam se abraçou, sentindo uma brisa fria. Ele viu Lydia parada, olhando pro hotel como se sentisse algo ruim ali.
—Tudo bem, Lydia?
—Eu não gosto desse lugar, Sami. —Disse apreensiva.
—Acredite, eu também não, mas a Allison está nos esperando. E é só por uma noite.
—Muita coisa pode acontecer em uma noite.
—Eu sei, mas você não vai ficar aí parada a noite toda, vai? —Lydia negou com a cabeça, indo até o amigo e dando a mão para ele.
Aquele lugar transmitia pavor na garota. Ambos foram para o quarto com Allison.
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Lydia se olhava no espelho e Allison estava sentada em sua cama. Sam dividiria a cama com a ruiva para deixá-la mais calma.
—Ela ficou com o Aiden, está na cara dela. —Sam comentou jogado na cama do hotel.
—Eu não fiquei não. —Lydia tentou negar.
—Ah é, você disse "talvez, só talvez. "—Sam riu, levando uma almofadada na cara.
—Chega vocês dois. —Allison pediu rindo. —Vou tomar um banho.
—E eu vou ir até a recepcionista reclamar destas toalhas, estão com cheiro de nicotina. —Lydia resmungou, pegando as toalhas para buscar novas para Allison.
—Vou caminhar um pouco. —Sam avisou saindo do quarto com Lydia, mas se separando no caminho.
Sam caminhava pelo estacionamento, olhando os quartos de longe, aquele lugar era realmente sombrio de certa forma. Ele estava andando de costas para olhar a lua, mas tropeçou em algo que o fez cair.
—Droga... —Grunhiu de dor por torcer o tornozelo. Olhando o quê o fez cair, ele quase gritou.
Ele se afastou assustado, e seus olhos continha lágrimas. Era um corpo, o corpo do seu pai.
Ao balançar a cabeça com rapidez, o corpo sumiu. Confuso e ainda trêmulo, ele correu para o seu quarto.
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Nem Allison, nem Lydia estavam no quarto. A toalha molhada na parede do banheiro mostrava que Allison já tinha tomado banho, e as toalhas com cheiro de nicotina estavam em cima da cama, mostrando que Lydia trouxera de volta.
Sam tirou seu casaco fino e se jogou na cama. Ele fechou os olhos, tentando dormir. E quando achava que estava prestes a dormir, vozes começavam a surgir.
—𝑉𝑜𝑐𝑒̂ 𝑒́ 𝑢𝑚 𝑚𝑜𝑛𝑠𝑡𝑟𝑜, 𝑆𝑎𝑚. 𝐸𝑢 𝑛𝑢𝑛𝑐𝑎 𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑎 𝑡𝑒𝑟 𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑛ℎ𝑒𝑐𝑖𝑑𝑜. —Era a voz de Lydia.
—𝑉𝑜𝑐𝑒̂ 𝑎𝑐ℎ𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑚𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑡𝑒𝑔𝑒? 𝑉𝑜𝑐𝑒̂ 𝑒́ 𝑠𝑜́ 𝑢𝑚𝑎 𝑏𝑒𝑠𝑡𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑎𝑐ℎ𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑒́ 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐𝑖𝑎𝑙. 𝑆𝑎𝑚, 𝑒𝑢 𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑚𝑜𝑟𝑟𝑒𝑠𝑠𝑒. —Voz de Stiles.
—𝐸́ 𝑐𝑢𝑙𝑝𝑎 𝑠𝑢𝑎, 𝑒́ 𝑐𝑢𝑙𝑝𝑎 𝑠𝑢𝑎 𝑒𝑢 𝑡𝑒𝑟 𝑡𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜. 𝑆𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑡𝑖𝑣𝑒𝑠𝑠𝑒 𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑛𝑎 𝑠𝑢𝑎 𝑛𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙𝑎 𝑛𝑜𝑖𝑡𝑒, 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑎𝑖𝑛𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑟𝑖𝑎 ℎ𝑢𝑚𝑎𝑛𝑜. 𝑉𝑜𝑐𝑒̂ 𝑠𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑜𝑢 𝑛𝑜 𝑚𝑜𝑛𝑠𝑡𝑟𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑓𝑜𝑖! 𝑆𝑢𝑎 𝑎𝑏𝑒𝑟𝑟𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜. —Dylan.
—𝑁𝑜́𝑠? 𝐴𝑚𝑖𝑔𝑜𝑠? 𝑀𝑒 𝑝𝑜𝑢𝑝𝑒, 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑠𝑜́ 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑒𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑒𝑓𝑒𝑠𝑎. 𝐽𝑎́ 𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑡𝑒 𝑞𝑢𝑒𝑟𝑒𝑚, 𝑝𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑛𝑎̃𝑜 𝑠𝑒 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑒 𝑎̀ 𝑒𝑙𝑒𝑠? 𝑂𝑢 𝑠𝑒 𝑙𝑖𝑣𝑟𝑎 𝑑𝑒𝑙𝑒𝑠 𝑠𝑒 𝑚𝑎𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜? —Allison.
—𝐸𝑈 𝑁𝑈𝑁𝐶𝐴 𝐷𝐸𝑉𝐸𝑅𝐼𝐴 𝑇𝐸𝑅 𝑇𝐸 𝑇𝐼𝐷𝑂! 𝑉𝑂𝐶𝐸̂ 𝑁𝐴̃𝑂 𝑆𝐼𝐺𝑁𝐼𝐹𝐼𝐶𝐴 𝑁𝐴𝐷𝐴. —Noah Stilinski.
Sam já chorava descontroladamente.
—Eu não sou um monstro, eu não sou um monstro. —Sam sussurrava com as mãos na cabeça, mas as vozes continuavam lá, falando cada vez mais.
Porém, Sam suspirou fundo. Ele não iria deixar que aquilo o abalasse, iria lutar como sempre lutou.
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Lydia estava certa, havia alguma coisa naquele lugar. Ela estava no quarto de Stiles com ele e Allison. Ela tinha explicado tudo para o Stilinski.
—Temos que ir embora daqui, ou achar alguém que faça um exorcismo. Não queremos lobisomens loucos matando por aí. —Lydia falou, pegando uma Bíblia de uma gaveta.
—Espera, vocês disseram que o número do hotel subiu para três, né? —Stiles indagou.
—Como três sacrifícios? —Allison perguntou pensativa.
—E se for três lobisomens desta vez? —Stiles sugeriu.
—Scott, Sam e Isaac. E Boyd e Ethan podem ir no processo. —Allison concluiu.
—Sam? —Stiles lembrou, ficando preocupado rapidamente. —Mas o Sam não é um lobisomem.
—Mas ele também é um sobrenatural, Stiles. E é por isso que eu tô dizendo, vamos embora daqui. —Lydia disse desesperada.
—Deixa eu ver isso. —Stiles pediu, pegando a Bíblia que Lydia tinha pegado.
De lá, ele tirou um monte de reportagens sobre os suicídios que teve no lugar.
—Nesses dois mostra o número 217. Deve ser os suicídios que teve lá. —Lydia comentou, colocando as reportagens na cama.
—Se tem uma Bíblia em todos os quartos... —Allison começou e Lydia completou.
—Pode ter reportagens em todos eles.
—Ai que fofo, alguns deixam balinhas, esses deixam registros das mortes horrendas que aconteceram. —Stiles comentou sarcástico.
—Stiles... O Sami disse que ia caminhar um pouco, mas até agora ele não apareceu. —Lydia lembrou em pânico.
—Merda. —Esbravejou antes de correr desesperado atrás do irmão.
Porém, o primeiro lobisomem em surto que eles acharam foi Ethan, que tentava se cortar com uma cerra em um dos quartos.
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Depois de ter achado Ethan. Allison foi atrás de Scott e Stiles contou para Lydia que já tinha acontecido a mesma coisa no aniversário dela, a deixando um pouco surpresa e culpada, mas logo eles acharam Boyd e o salvaram junto com Isaac. Só faltava Sam e Scott.
—Eu não acho ele! —Stiles chorava.
—Nem eu. —Lydia falou, mas logo parou de andar quando viu Scott exarcado de gasolina e pronto para botar fogo em si mesmo.
Stiles, Lydia e Allison tentavam convencer ele do contrário. Ele estava sem algo que ele sempre tinha: esperança.
—Scott, você é meu amigo, você é meu irmão, assim como o Sami. —Stiles disse, se aproximando de Scott e tirando o sinalizador aceso da mão do amigo.
Eles se abraçaram, mas logo saíram do abraço quando viram Lydia se aproximando da escadaria. Sam descia de lá.
—Sami... Você... —Ele ignorou Stiles, passou por Lydia e se virou pros amigos.
Ele parecia tão mal. Estava pálido, com olheiras e sem expressão. Ele pegou suas adagas e Stiles já entendeu o que ele faria.
Na cabeça de Sam, ele tentava lutar com todas as suas forças para não fazer aquilo, mas estava fraquejando.
—SAM, NÃO! —Stiles gritou quando viu que o irmão ergueu as adagas, mas parou em um súbito. Sam ergueu o olhar do chão e encarou Stiles com lágrimas nos olhos, mostrando que não queria fazer aquilo. —Sam, volta. Sou eu, seu irmãozinho.
Sam lutava para abaixar os braços ou para abrir as mãos para soltar as adagas, mas não estava conseguindo.
—Sami. —Stiles chamou, se aproximando do rosto do irmão. —Volta, por favor.
—Gente! —Allison berrou apontando pro sinalizador que o vento havia levado até a gasolina.
Nessa hora, Sam voltou a si e se jogou sobre os amigos, os empurrando para o chão. Houve uma pequena explosão, mas para quem estava perto, foi grande.
Quando o fogo se abaixou - com ajuda de extintores -, Stiles não largava de Sam.
—Desculpa, desculpa... —Sam pediu, chorando e abraçando o irmão.
—Shiiu, você não fez nada. —Stiles falou, beijando a bochecha do irmão e dando um sorriso. —Você lutou contra os impulsos de se matar e conseguiu. Estou muito orgulhoso de você. E eu te amo.
—Eu também. —Sam murmurou, chorando ainda mais, e Stiles voltou a abraçá-lo.
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No outro dia, Sam se sentou com Stiles no mesmo lugar no ônibus. O treinador avisou que o jogo havia sido cancelado e eles descobriram que no apito do treinador continha acônito, e era por isso que tinha acontecido tudo aquilo. Scott também descobrir por Ethan que Derek estava vivo, o que foi um alívio.
—Darach estava o tempo todo nós controlando. —Sam resmungou irritado. —Como eu não percebi?
—Ninguém percebeu, Sami.
—Eu quase fiz merda.
—Não é sua culpa, não é de ninguém. —Stiles disse abraçando o irmão pelo pescoço. —Sam, eu te amo, e você SEMPRE será o meu irmãozinho.
Sam viu que no rosto do irmão havia uma expressão de preocupação e um pouco de desespero por quase perdê-lo.
—Eu também te amo. —Stiles o abraçou forte e apertado para aproveitar o máximo de tempo que teria com ele.
•Não esqueçam de deixar uma estrelinha ou um comentário, que isso me motiva muito.
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