Capítulo 3
Sam caminhava em direção de uma festa com Scott e Stiles. Stiles havia sido convidado por sua amiga de infância que Sam conhecia muito bem. Sam usava uma calça justa, uma blusa com mangas compridas e também justo e um coturno. Tudo na cor preta.
—Por que você tá com essa cara? —Stiles perguntou vendo a cara de desanimado de Scott.
—Que cara?
—Que não quer curtir uma festa. —Sam acusou.
—Não sei, acho que é porque são de outra escola.
—Cara, a garota que me chamou era uma amiga de infância minha e do Sam, ela disse que chamou todas as amigas, é só beber e você vai ficar bem. Nada de Allison, nada de Lydia, Dylan. —Stiles olhou discretamente para Sam. —Hoje, nós estamos em outra.
—Okay. —Scott respirou fundo. —Tem razão.
—Total razão! —Stiles ergueu as mãos vitorioso. —Ao infinito e além!
Eles andaram até chegar na frente da casa de Heather. A música podia ser ouvida de longe, havia balões e pessoas para todo lado, algumas até já pareciam bêbadas. Mal entraram e Stiles já ouviu Heather o chamando.
—Stiles! —Ela veio sorrindo em sua direção. —Sam! Você voltou!
—Hey, aí está a aniversarian... —Stiles se calou quando Heather se aproximou e beijou Sam.
Ela se afastou e Sam levantou as sobrancelhas, surpreso, e completamente paralisado.
—Que bom que vocês vieram. —A garota disse, como se nada tivesse acontecido.
—É, que bom. —Sam concordou ainda meio em choque.
—Vem na adega pegar uma garrafa comigo. —E, de repente, Sam estava sendo puxado, sem ter tempo de protestar.
Foi levado até a adega, no porão. Ele tinha muitas lembranças daquele lugar, os dois e Stiles costumavam brincar ali a tarde inteira, fingindo que o porão era uma caverna cheia de monstros.
—Ei, lembra de quando a gente vinha aqui e... —Sam começou a falar enquanto era empurrado escada abaixo, mas foi impedido de continuar pelos lábios da garota. —É, a gente nunca fez isso.
—Sam. —Ela foi andando para trás, puxando Sam e o olhando nos olhos. —Eu fiz dezoito anos hoje. Sabe o que eu quero de aniversário?
—Uma bicicleta? —Arriscou, sem saber onde a garota queria chegar.
—Não ser virgem aos dezoito anos. —Ela desceu dos saltos e se aproximou do garoto, beijando-o com força.
Sam estava paralisado. Ela queria não ser mais virgem... com ele? Ele era gay, mas isso era o que menos importava agora.
Aparentemente sim, pois ela não perdeu tempo. Suas mãos foram direto para seu cinto e começou a desabotoá-lo antes mesmo que Sam pudesse dizer alguma coisa. A garota deve ter sentido sua hesitação, pois parou e levantou o olhar.
—Você também nunca fez isso? —Ela questionou e Sam sentiu suas bochechas corarem.
—Fazer dezoito anos? Não, ainda não.
—Sam. —Ela insistiu e o garoto fez uma cara de confusão.
—A outra coisa eu já fiz.
—E você quer fazer isso comigo? —Ela indagou e Sam deu uma risada nervosa.
—Se eu quero? —Sua voz saiu mais fina que o normal. —É, eu acho que sim...
Ela não esperou ele dizer mais nada e voltou a beijá-lo, suas mãos voltaram com a missão de desabotoar sua calça.
—Espera, espera! —Sam afastou Heather, que o olhou confusa. —Eu... Eu... Eu não tenho nenhuma camisinha.
—Meu irmão tem. Ele guarda no banheiro lá em cima. —Heather disse.
—Ah, e... Você quer que eu... Vá pegar?
—Sim, vá logo. —Heather o empurrou impaciente.
Sam se virou e subiu as escadas desajeitadamente, correndo até o segundo andar e depois até o banheiro. Vasculhou as gravetas tentando não bagunçar tudo, o que era difícil, já que suas mãos não paravam de tremer.
Ele estava nervoso, fazia tempo que não transava com alguém, e além disso, nunca tinha feito isso com uma garota.
—Achei! —Exclamou quando finalmente avistou a embalagem quadricular da camisinha.
Encarou a embalagem, petrificado. "Camisinha extra grande".
Qual é. Qual a probabilidade do irmão dela usar extra grande? Menos de 1% da população masculina devia usar estra grande.
Ele balançou a cabeça e saiu do banheiro, logo descendo as escadas e esbarrando em todas as pessoas que estavam no caminho até chegar à porta da adega. Entrou pronto para fazer qualquer coisa que Heather quisesse, mas ela não estava mais lá.
—Heather? —Olhou para os lados. Estava completamente sozinho.
Suspirou decepcionado. Aquela havia sido uma experiência estranha.
Subiu as escadas e voltou para a festa. Queria ir embora, não estava mais no clima para aquela festa. E não queria acabar encontrando Heather de novo. Ele estava tão perto. Será que ela estava só brincando com ele ou realmente desistiu? Qualquer uma das opções o deixava triste.
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No outro dia, Sam estava na escola com Scott, Stiles e Derek. Eles analisavam as marcas no pulso de Allison e Lydia, que tinham ganhado de uma mulher morena que parecia assustadora.
—Isso não significa nada. —Derek negou.
—Olha de novo. —Scott pediu.
—Como que uma contusão vai dizer onde estão Boyd e Erica?
—Estranho. —Sam murmurou segurando os pulsos das duas para ver melhor. —Eles se completam mesmo.
—Isso não é nada. —Derek insistiu.
Allison e Derek ficavam se encarando mortalmente, ele tinha mordido a mãe dela e ela havia morrido por causa disso.
—Pareidolia. Ver padrão que não existem. —Lydia comentou fazendo todos estranharem, menos Sam, que sabia do que a amiga falava.
—É um subconjunto da apofenia. —Sam concordou ainda olhando o pulso das duas amigas.
—Como você sempre sabe de tudo? —Perguntou Stiles, que estava sentando em uma mesa.
—Elas querem ajudar. —Scott falou para Derek.
—Essas duas? —Derek levantou as sobrancelhas e apontou para Lydia. —Está aqui me usou para ressuscitar meu tio psicopata. Muito obrigado. —Então apontou para Allison com um olhar mortal. —E essa aqui atirou umas cem flechas em mim e na minha alcatéia.
—Espera aí, ninguém morreu. Tá pode ter tido algumas mutilações e lacerações, mas sem mortes. —Stiles informou. —Isso é importante.
—A minha mãe morreu. —Allison rosnou olhando para Derek.
—O código de honra de sua família matou sua mãe, eu não. —Derek se defendeu.
—A garota procurava o Scott e o Sam, e é por eles que estou aqui tentando ajudar, não por você. —Allison rebateu.
Sam ergueu o olhar para ela e todos - menos Lydia e Allison - olharam para ele confusos.
—Espera, eu? —Sam questionou confuso.
—Sim, ela perguntou cadê o Scott e o Sam, ele é importante também e depois nos marcou. —Lydia informou. —Em que você tá se metendo, hein?
—Nada, Lya. Nem eu sei o que está acontecendo. —Sam disse e Stiles colocou uma mão no seu ombro.
—Querem ajudar? Tragam algo real. —Derek mandou e foi embora.
Scott foi atrás, mas recebeu uma resposta que não o agradou muito.
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Sam estava atrasado para ir para aula, ele tinha ido ao banheiro e sem querer havia ficado de papo com alguns garotos. Ele caminhava em passos rápidos para a sala quando passou entre os dois gêmeos novatos.
Eles olharam para Sam e sorriram, mas logo voltaram a andar. Sam balançou a cabeça e entrou em sua sala.
—Foi mal, treinador. —Sam pediu se sentando atrás de Stiles.
—Ok, ok. Vamos começar isso. —O treinador falou.
Ele fez uma pergunta que milagrosamente, Scott conseguiu responder.
—Gosto mais de você agora. —O treinador comentou. —Alguém tem uma moeda?
Sam foi tirar uma moeda da calça, mas caiu um pacotinho de camisinha.
—Sam... —O treinador chamou pegando o pacotinho do chão. —Acho que isso é seu.
Sam pegou envergonhado e deu a moeda que o treinador estava pedindo.
—Obrigado e parabéns. —Disse deixando o garoto envergonhado e fazendo todos rindo.
—Por que você tinha isso? —Stiles indagou sussurrando para Sam.
—O que você acha? —Retrucou a pergunta ainda envergonhado. —Mas a noite foi pro água baixo quando eu voltei para a adega e Heather tinha sumido.
—Ué? Mas você não é gay? —Stiles perguntou confuso.
—Sou. —Sam concordou. —Mas ainda sou um adolescente na puberdade, então eu tenho vontades e não vou jogar fora uma oportunidade dessa só porque eu sou gay.
A atividade do treinador era um jogo chamado risco ou recompensa, mas Stiles e Sam foram chamados pelo seu pai.
—Ela sumiu? —Stiles questionou quando seu pai contou que sua amiga de infância estava desaparecida. —Pensei que ela tinha saído com as amigas.
—Sim, ela sumiu. E uma das amigas viu você, Sam, indo junto com a garota por porão.
—E eu fui, mas logo sai de lá. E quando eu voltei, só tinha garrafas de bebidas quebradas e um sapato. Também estranhei, mas pensei que ela tinha voltado a curtir a festa. —O garoto explicou.
—Bom, se lembrarem de mais alguma coisa, me liguem, entendido?
—Sim. —Os gêmeos concordaram em uníssono, vendo seu pai se afastar.
—Ótimo, o que mais vai acontecer? —Sam indagou, vendo Stiles fazer uma careta.
Nessa hora, ele pensou em falar para Sam retirar o que disse, porque do jeito que as coisas estavam andando, Stiles não duvidaria que podia acontecer mais coisas, e mais coisas ainda piores das que já estão acontecendo.
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