- Devolve, seu isponsável!

Hope gritou revoltada, pulando para pegar sua escavadeira de brinquedo que Flitch segurava no ar. Schwoz passou por trás do afilhado e deu um tapa na cabeça dele, o fazendo parar com a provocação. A criança era quatro meses mais velha que Hope, porém maior e tirava proveito de sua altura a todo momento.

- Aposto dez dólares que ela acerta ele com um raio até o almoço. - Jasper balançou a cédula a frente do rosto de Henry.

- Aposto vinte que ela acerta durante o almoço. - o Hart deu seu palpite alegremente.

- E pensar que nos casamos com eles. - Lizzy comentou em um falso tom descrente que fez Charlotte rir.

As duas estavam sentadas em espreguiçadeiras que rodeavam a enorme piscina de Ray. O Manchester os havia convidado para um almoço de Raysgiven, sua própria versão da ação de graças onde todos o agradeciam por existir. Era o ápice do ego, mas uma ótima desculpa para ter todos reunidos.

Lizzy se remexer desconfortável, a mão sobre a enorme barriga de quase oito meses. O pequeno Lil Henlottie crescia a cada dia e possuía chutes muito potentes. Charlotte mal acreditou quando escutou o nome sair da boca de seu melhor amigo, Lizzy tinha dito que havia prometido que Jasper escolheria o nome do meio e que se repetissem Henlottie várias vezes seguidas, até que não soava tão mal. Henry, claro, foi as nuvens e não parava de repetir o nome de seu futuro sobrinho/afilhado.

- Naty está de plantão?

- Ela queria vim, só que ocorreu um acidente em uma fábrica e como ela está fazendo residência na emergência, não podia se ausentar. - Lizzy informou, um pouco triste já que não via sua filha mais velha a algum tempo.

Naty morava em Chicago, vinha para a cidade somente em datas comemorativas assim como Harriet. A Hart estava focada em um novo projeto e prometeu que daria uma passada no fim de semana com Jason, seu novo namorado.

- E ela vai aceitar morar com o Alex? - Charlotte sentiu que estava impregnada pela curiosidade de Henry, seu marido conseguia produzir um interrogatório com somente três frases.

- Acho que sim, eles passaram por um período bem difícil depois que a Lia adoeceu e. - Lizzy não conseguiu continuar, seus olhos enchendo de lágrimas ao lembrar da pequena bebê.

Charlotte olhou para longe, o sol começava a dar indícios do fim do dia, pintando o céu de uma aquarela que sempre a confortava. Porém só conseguia pensar em sua sobrinha, a perda de Lia foi um baque para toda a família, mas nada se comparava ao que ela e Alex passaram sozinhos em um hospital distante.

- Ei. - Lizzy chamou, se aproximando um pouco para esticar o braço e apertar sua mão. Só bastou um olhar em reconhecimento para que as duas entendessem o que a outra sentia.

- Depois diz que não me trocou!

A exclamação indignada de Piper fez as duas rirem. A outra Hart deu tapinhas nas pernas de Charlotte para que ela a desse espaço para sentar. Lizzy voltou a comer uma salada que Jasper havia preparado enquanto escutava atentamente as histórias que Piper contava sobre a última viagem que fez com Bill para a América do Sul.

Daisy conversava via holograma com um garoto de sua sala, ela dizia que eram só amigos, mas seus pais não acreditavam já que a garota não era muito boa em esconder relacionamentos quanto pensava. Oliver ajudava Ella a construir algo que ninguém sabia o que era, parecia uma escultura expressionista de sua família que Gwen estava tentando não opinar. Nick havia sumido dentro da casa, provavelmente procurando um lugar tranquilo para ler em paz.

Henry parou na borda da piscina, seu queixo apoiado nos braços cruzados enquanto olhava satisfeito ao redor. O sentimento que o dominava a cada vez que precensiava uma interação entre sua família o deixava leve, Charlotte dizia sempre que ele era um romântico incurável, porém fora sua capacidade de sempre se prender as partes boas da vida um dos motivos que a fizeram se apaixonar anos atrás e se reapaixonar todos os dias.

O Hart sabia que tivera uma adolescência mais estressante do que a de muitos, vivia um risco constante de perder muito. Quase havia perdido em vários momentos. Ter conseguido continuar ao lado de quem amava, construindo uma família, vendo sua bolha-lar expandir era mais do que ousava sonhar. As perdas, machucados, medos, indecisões que forjaram sua vida não a tomaram por inteira; ele ainda tinha o amor, amizade, esperança, e tantos outros sentimentos que valiam a pena que só podia continuar em frente, sempre tendo a certeza de que não estaria só ao fim do dia.

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Quero agradecer a todos que leram, cada comentário, voto e leitura foram um incentivo sem descrições. Essa fic, conjunto de ones, recortes da vida desse shipp tão lindo vai sempre ter um lugar no meu coração.

Espero que tenham amado ler tanto quanto amei escrever cada capítulo. Fiquem bem e se cuidem sempre, desejo somente o melhor a todos que estão aqui.

P.s. o próximo é um pequeno álbum do futuro.