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20

Henry se encontrava lotado de trabalho, a floricultura estava cheia por conta de uma promoção para o dia dos namorados alternativo, sua gerente havia resolvido pedir demissão justo naquela manhã para seguir seu sonho de palhaça de circo e além de todos os telefonemas que recebia a cada três minutos, ainda tinha que atender os clientes na parte da frente.

- Oi.

Observou a ponta de um salto preto, não levantou a cabeça para saber quem era pois organizava algumas magnólias em uma caixa para o envio.

- Estou ocupado no momento, mas tenho certeza de que a Lara pode lhe ajudar.

- Acho que não, Henry.

Se levantou de repente dando de cara com Charlotte, a encarou confuso, até porque não era para ela estar ali aquela hora da manhã e de mãos dadas com Harriet. Sua filha por sinal não desviava o olhar do chão, seus ombrinhos caídos denunciavam uma tristeza.

- O que aconteceu? - perguntou preocupado.

Charlotte soltou um alto suspiro e indicou com a cabeça para Harriet.

- Teve um pequeno problema na escola e eu tive que ir buscá-la.

- Por que não ligaram para mim? Estou bem mais perto que você. - afirmou, se abaixando para ficar na altura de Harriet, percebeu como Charlotte se mexeu desconfortável, mas ignorou.

- Você não atendia, então a diretora ligou para mim. - respondeu, a voz baixa e cansada.

- Ei, estrelinha. - chamou, segurando a mão livre dela. Harriet somente a apertou, relaxando um pouco. - Vamos conversar sobre o que aconteceu em casa, mas primeiro preciso saber se você está bem.

A pequena Hart negou com a cabeça, levantou o olhar para o pai e se jogou em cima dele em um acesso de choro. Charlotte sentiu seu peito apertar, Harriet não havia chorado em nenhum momento desde que ela a buscou na diretoria, ouviu o castigo que receberia junto com Naty e saiu de lá com ela enquanto Charlotte a dava um pequeno sermão. Mas bastou somente que ela encarasse Henry para toda a pose de durona ir por água a baixo.

- Vamos lá para dentro. - ele pediu, se levantando com Harriet nos braços e seguindo em direção ao escritório.

Charlotte olhou ao redor, nunca havia visto tantas pessoas na floricultura quanto naquele momento.

- Converse com ela, eu vou ajudar a Lara. - avisou, desviando o olhar do dele.

Henry estranhou, raramente Charlotte ajudava diretamente com as vendas, antes ela sempre o ajudou com a parte mais burocrática, quando tinha tempo. Percebeu a forma como ela apertava a alça da bolsa e mordia o lábio inferior, ela estava nervosa e aparentemente triste, pelo visto estava tentando esconder alguma outra sensação e Henry poderia muito bem interroga-la naquele instante, mas o soluço de Harriet chamou sua atenção para outro assunto que deveria resolver primeiro.

- Como você quiser. - falou para Charlotte, que saiu apressada para longe dele.

○ ○ ○ ○ ○

Eram quase meia noite, Charlotte estava sentada na cama do quarto enquanto Henry terminava alguns contratos na sala. Em suas mãos um leão de pelúcia a trazia certo conforto, a juba desalinhada, o pêlo um pouco gasto e o branco da barriga que já não estava mais tão branco assim a fizeram derramar algumas lágrimas. O urso havia sido de Harriet, lembra de tê-lo ganhado de Fran quando visitou o zoológico com Henry antes de ter sua filha, a pequena havia dado para Oliver quando eles chegaram do hospital com ele enrolado nos braços. Harriet sempre dizia que o leãozinho seria o protetor de seu irmão quando ela estivesse longe e a julgar pela manhã que elas haviam tido, Charlotte não duvidava nem um pouco.

Harriet e Naty entraram em uma discussão após a agora Dunlop começar a fazer piadas sobre Oliver, a pequena Hart não quis conversar com sua mãe a respeito do motivo que a havia feito acertar um soco em Naty, mas Charlotte concluiu que deve ter sido algo que magoou sua filha profundamente, Harriet possuía um controle imenso de sua raiva, chegava a ser bastante impressionante que uma criança de quase oito anos soubesse se controlar tão bem.

Assim que terminou de ajudar Lara na loja, saiu para buscar Oliver na Academia e levá-lo depois para o seu curso de francês, Harriet foi com ela para ficar na Academia. Seus filhos estudavam em uma escola normal em diferentes turnos, a pior ideia que Jasper já havia tido, nada os estressava do que correr de uma escola a outra para deixá-los em lugares diferentes, e na outra parte do dia frequentavam a Academia Slurn, um local que ensinava crianças e jovens a controlarem seus poderes. As atividades extra curriculares foram escolhas dos dois, ela e Henry sempre se policiavam para não deixarem que eles se sobrecarregassem de mais.

Ao fim do dia, com todos em casa, ela pôde perceber o quanto o clima na casa estava desconfortável. Os três haviam criado uma rotina que a fez se sentir deslocada, parecia que tudo realmente funcionava muito bem sem ela, as conversas trocadas muitas vezes eram sobre acontecimentos que ela nem fazia ideia de que haviam acontecido, sua conversa com Henry em relação à Harriet foi esquecida, mas Charlotte sabia que não deveria ser e falaria com ele depois que as crianças estivessem dormindo.

Estava cansada, tão cansada, só queria saber o que fazer com sua vida para não se sentir tão perdida. Detestava não ter controle do que ocorria, não poder saber o que viria a acontecer, não se entender.

- Hei, o que houve?

Nem percebeu quando Henry entrou no quarto. Ele se aproximou e sentou ao seu lado, mas a distância que colocou entre os dois não deixou de doer nela, sabia que o afastamento entre eles também o machucava, via em seus olhos, sempre teria a capacidade de lê-lo como um livro aberto.

- Eu só. - inspirou fundo para conseguir empurra o bolo de desconforto que se formou em sua garganta, levantou a cabeça para encara-lo e assim que seu olhar encontrou o dele, soube que não precisava encontrar qualquer desculpa. - Eu não estou feliz, Henry.

- Char. - ele não soube o que dizer, o tom quebrado na voz dela o fez se aproximar e puxa-la para os seus braços.

- Eu sei que parece muito egoísta da minha parte, eu tenho uma casa, uma família linda, um emprego que paga muito bem, mas eu não consigo. - confessou com a voz embargada, lágrimas quentes escorriam por seu rosto e o abraço de Henry somente as fizeram aumentar. - Eu não estou feliz naquele emprego, não quero mais ter que viajar pro outro lado do mundo e perder meus filhos. Eu não estava aqui quando Oliver aprendeu o novo controle de voz, participou do primeiro jogo de futebol ou estreou a primeira peça.

- Ele fez dois gols contra e derrubou parte do cenário sem querer, você não perdeu muito além de uma crise de raiva no meio de uma peça infantil. - Henry a interrompeu, arrancando uma risada dela em meio ao choro.

- Eu queria ter visto. - afirmou, recomeçando a chorar.

- Você sabe que não tem como acompanharmos de perto todos os passos deles.

- Eu sei, mas estou perdendo tanta coisa. - disse, limpando inutilmente as lágrimas e se afastando para ficar sentada de frente para ele. - O Oliver ainda me abraça forte cada vez que me vê, pede para eu contar histórias em momentos aleatórios do dia e chora quando eu viajo, mas a Harrie.

Parou, olhando para cima e soltando um suspiro triste. Henry pegou as mãos delas nas suas e depositou um beijo na direita.

- Ela está crescendo, Char. É normal se afastar.

- Então você também percebeu. - disse, sua risada foi vazia. - Quando ela desabou nos seus braços mais cedo eu percebi que há tempos que não vejo essa parte dela, ela sempre se sentiu a vontade para ser vulnerável na minha frente, mas não mais. Eu estou perdendo minha filha, Hen.

- Não, você não está. - garantiu firme, levando uma mão ao rosto dela. - Você é uma mãe incrível, faz tudo o que pode por eles e não deve se sentir culpada por estar ajudando outras pessoas também. Sério, Char, me escuta. - pediu quando ela quis desviar o olhar. - Não vou mentir e dizer que sua falta aqui em casa não pesa, mas eu converso com eles todos os dias e eles entendem o seu trabalho, entendem o quanto é importante.

- Eles são crianças, Henry, são só crianças. - falou, se afastando dele e se levantando da cama. - Eles querem a mãe por perto e eu os quero também. - afirmou, seus braços desabando ao seu lado em uma clara exaustão. - E eu também te quero, eu sinto a sua falta.

- Eu estou bem aqui. - garantiu, levantando-se para ficar de frente para ela.

- Você sabe o que eu quero dizer. - Não precisou que Henry verbalizasse a resposta, através dos seus olhos pôde ter a certeza de que ele concordava.

Charlotte inclinou a cabeça para frente e a apoiou no ombro dele, Henry a envolveu com seus braços e Charlotte o abraçou pela cintura.

- O que você quer fazer? - perguntou, o queixo apoiado no topo da cabeça dela.

- Vai ser uma mudança drástica no nosso orçamento. - informou, sentindo seu corpo balançar no ritmo das risadas de Henry.

- Te garanto que essa é a minha menor preocupação agora.

- Bom saber. - o abraçou mais forte. - Ela chorou muito ainda?

- Depois que eu cantei Sign of the times ela dormiu. - falou, rindo junto com ela.

- Funciona toda vez. - se permitiu relaxar ainda mais nos braços dele. - Obrigada por estar aqui.

- Sempre, meu amor.

Era uma promessa que Charlotte nunca iria duvidar.

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