5.
Dia 3
13 de Setembro de 1995
Quarta-feira
Era de se esperar que o mal humor de Draco fosse exalar Hogwarts a fora. Quem diria que o herdeiro Malfoy precisaria ser babá do Santo Potter até que sua maluquice fosse resolvida. O rapaz citado estava com os braços cruzados, sentado na sala vazia que não ocorria aula, para respirar sozinho por breves instantes.
Ah sim, quem quer que estivesse pensando que ele estava ali para fugir de Potter, estava completamente, definitivamente, certo.
Na noite anterior, fizeram um trato para um melhor convívio. Draco seria elogiado aos adultos e poderia ter momentos sozinhos, se Harry pudesse fazer perguntas sobre o mundo do loiro E dormirem abraçados, diga-se de passagem. Mas claro, Malfoy permitiu por algumas vezes. Embora não se recorda de terem definido dias... mas era um problema que não queria pensar naquele momento sozinho e em silêncio. Repleto de paz, plenitude, calmaria-
— Oh, Dray!
Malfoy revirou os olhos ao ouvir Potter assim que a porta foi aberta. O loiro deixou um suspiro cansado escapar e ergueu o rosto de mal humor para o moreno que caminhava em sua direção, com o uniforme completo da Sonserina impecável em seu corpo.
— Finalmente te encontrei.
— Esplêndido. - disso irônico, mas Potter apenas sorriu mais largo.
— Então. Eu quero perguntar umas coisas.
— Diga.
Pediu de mal gosto, encostando as costas na cadeira e mantendo os braços ainda juntos, com firmeza. O mais jovem tomou liberdade de se sentar sobre a mesa de lado, virando o rosto para olhar ele de cima. Draco iria resmungar para ele se afastar, mas se manteve distante com a expressão rabugenta.
— No meu mundo, nós planejamos uma armada para nos defendermos do mal lá fora. - Draco o encarou com o semblante menos bravo, o ouvindo atentamente. — Não sei como estão as coisas aqui. Mas, aparentemente também existe um Voldemort nesse mundo e ocasionalmente sou o eleito aqui também. - Draco estremeceu com o nome, em nenhuma realidade Harry tinha medo desse homem, impressionante. — E, com isso em mente, eu gostaria de fazer o mesmo aqui. Nós chamamos de a Armada de Dumbledore. Nela, alguns alunos de todas as casas estão aprendendo comigo, você, Pansy, Astoria, Granger e os gêmeos Weasleys, estamos ensinando DCAT, Poções de curas e Feitiços. Você acha que podemos reunir eles aqui também?
Draco ouvia atentamente e seu olhar caiu para o chão. Então era isso que eles faziam as escondidas? Para a própria surpresa, ficou interessado sobre isso, mas sabia que seus amigos iriam recusar algo que envolva a Granger e o Potter maluco.
— Impossível. Aqui, eles não suportam a Granger.
— Lá também não, mas eles se importam uns com os outros, e não são todos que concordam com os pais. Inclusive você, Draco. Você não quer um mundo governado por Voldemort lá... - uma expressão de vulnerabilidade se fez presente em Harry. — Você quer aqui...?
O silêncio de Draco fez Harry o olhar ressentido, como se tivesse sido apunhalado. O loiro definitivamente não queria um mundo governado por um genocida maluco, principalmente por saber como ele trata seus próprios fiéis.
— Na verdade, não. - Draco suspira e desvia o olhar. — Mas aqui as coisas são complicadas, meu pai-...
— É um comensal? Sim, eu sei. Lá também. - Harry fala, um leve tom aliviado por saber que Draco poderia estar ao seu lado. — Dray, lá você também não concorda, mantém escondido do seu pai, você me ajudou a convencer Pansy, Blaise, Theodore e Astoria. Não vai ser difícil convencer eles aqui também, que os ideais de seus pais não condiz de forma alguma com o mundo que nós queremos viver.
Novamente o silêncio ganhou poder entre eles. Harry suspirou e desceu da mesa. Deu as costas e caminhou para a porta, mas antes parou na soleira segurando a maçaneta.
— Você pode convencê-los a ir na Sala Precisa, no terceiro andar após o pôr do sol? Tentarei falar com eles, serei sutil e verdadeiro. Se fizer esse favor para mim, eu pararei de te perseguir, prometo. - Harry disse, em tom um tanto amargo. — E promessas de Sonserinos são nossa única palavra fiel. Você sabe.
Assim, abandonou a sala deixando um Malfoy pensativo. Era burrice pensar que Harry Potter iria vencer Voldemort, mas ao lembrar que quando era apenas um bebê, Harry conseguiu. Talvez... exista esperança.
Draco soltou um bufar ao considerar tal idéia. Mesmo que seu pai fosse o braço direito do Lorde, o loiro tinha medo do futuro que estava por vir nessa onda de escuridão.
***
Sabia que não conseguiria levá-los dizendo a verdade, os quatro iriam chamá-lo de estúpido por confiar nas palavras de Potter. E não confia. Mas um fiapo de esperança surgiu em seu interior, se os seus amigos pudessem voltar atrás, ele também poderia. Certo...?
— O que raios é Sala Precisa? - Nott perguntou num resmungo irritado.
— Shhhh. - Pansy fez para ele, irritada com as perguntas do amigo.
— Façam silêncio para ninguém nos ver, vão sentir nossa falta no Salão Principal. - Blaise disse logo atrás, olhando em volta em preocupação.
— Fiquem quietos logo!
Draco disse a frente do grupo, andando a passos rápidos. A desculpa tinha sido a coisa mas esfarrapada que encontrou. Logo, o loiro estava diante de uma das paredes do terceiro andar, buscando pelo olhar uma cabeleireira bagunçada com um raio sobre a testa. Ele parou e olhou a sua volta, os seus amigos lhe encaravam sem entender a parada repentina.
— O que está procurando? - Astoria questionou, que até o momento não havia falado nada.
— Está fugindo do Potter? - Nott questiona.
Draco bufou alto pelas perguntas incansáveis deles. O garoto tinha dito que precisava da ajuda deles para uma coisa que somente poderia contar se vissem com os próprios olhos, ao saber da curiosidade deles, nenhum dos quatro iria recusar seguir a si.
— É Tonk, Theo. Mas você sabe que pode me chamar de apenas Harry. - uma sexta voz foi ouvida atrás do grupo, eles viraram em direção a voz, todos erguendo as varinhas automaticamente pelo susto.
O moreno deu um sorriso ladino com a cena, parecia se deliciar em vê-los com expressões de medo seguidas de raiva. Ele estava encostado sobre uma enorme porta que eles poderiam jurar que não estava ali a dez segundos atrás.
— Como eu os adoro. - Harry diz ainda com o sorriso, vendo os amigos o encarando com seriedade ainda de varinhas erguidas. - Obrigado, Dray.
— "Dray?" - Blaise repete e olha para Draco aose dar conta que o loiro estava ciente da aparição do outro. Malfoy abaixou a varinha e deu um passo a frente. — O que está acontecendo, Draco?
— Escutem. Potte- Tonks. Harry. - Draco se corrigiu um atrás do outro, balançando a cabeça com raiva pela própria confusão. — Ele tem um proposta para nós. Então, se pudermos entrar na sala antes que algum professor nos veja aqui, eu vou ser grato e não precisarei socar a fuça de nenhum de vocês.
Os quatro se entreolharam suspeitos, de relance encararam Harry que mantinha a mesma pose superior com aquele maldito sorriso ladino brincando em seus lábios. Sua aparência parecia dez vezes mais atrativa após a ganha de confiança que ele estava tendo nos últimos três dias, não havia como negar.
— Não é uma emboscada. - disse como se estivesse lendo a mente deles. Harry abriu a porta e entrou. — Venham, o ambiente está confortável e acolhedor.
Quando Draco foi o primeiro a entrar, Pansy o seguiu, seguida de Astoria, Theodore e Blaise. Eles estavam curiosos sobre o que se tratava, na verdade todos naquele castelo queriam entender o que aconteceu com Potter, e eles tinham a chance de estarem próximos do menino de ouro e satisfazer os devaneios.
Ao entrarem, a sala não era muito grande, com uma lareira quentinha, um cabide para suas capaz e um tapete confortável com várias almofadas ao seu redor, em frente o fogo confortável. Harry retirou os sapatos e a capa, e caminhou para uma das almofadas, se sentou sobre o local e olhou para eles, aguardando pacientemente.
Dessa vez, quem foi o primeiro a se aproximar foi Theodore, que repetiu o processo de tirar os sapatos e pendurar a capa no cabideiro. Se sentando de frente para Potter. O garoto tinha cabelos loiros puxados para o castanho claro, seus olhos eram de uma cor castanha igualmente claras, as vezes pareciam um azul límpido.
Seguido dele, as garotas também o fizeram, Draco e Blaise aguardaram elas colocar as capas para irem logo atrás. Pansy e Astoria sentaram uma de cada lado de Potter. Quando finalmente os últimos se acomodarem, o silêncio estranho e desconfiado permaneceu com olhares sérios. E então eles notaram uma bandeja com xícaras no centro das almofadas quando o odor de achocolatado ganhou seus narizes e amaciou o paladar.
— Eu amo a Sala Precisa, se sirvam! - quando todos eles se olharam desconfiados, Harry sorriu novamente e olhou para Pansy. — Pans, por favor, vou deixar que escolha um para mim para não acharem que estou os envenenando.
A garota o olhou de soleiro com o apelido, torceu o nariz, se esticou e apontou para uma das xícaras da borda, Harry a pegou e tomou um gole, eles esperaram cerca de 1 minuto antes de também se servirem.
Após os sons de sucção da bebida e respirações fracas, com olhares de atenção, Harry tomou a vez.
— Vou confiar em vocês o fato que sei que não pertenço a esse mundo. Após bater a cabeça nessa tal discussão que o outro Harry teve com Draco, eu vim parar aqui. Infelizmente não me recordo o que aconteceu no meu mundo para que isso acontecesse. Mas quero que saibam que lá, de onde eu venho, vocês são meus amigos. - Harry dizia em um tom simples, casual. Sem deboche em seu tom. — Eu tenho uma breve noção que ter ido para a Grifinoria aqui, significa que nós não somos amigos, o que é uma droga porque eu sinto falta de vocês... deles... enfim, dos meus amigos. - ele abaixou o olhar para o tapete e segurou um fio solto que saia da almofada abaixo. — Mas enfim, vamos ao que interessa.
Ele respirou fundo e sorriu novamente daquela forma encantadoramente chantagista. Harry olhou um por um antes de prosseguir seus pensamentos.
— Não quero convencê-los do contrário. Mas como comentei com Draco, lá eu também sou o eleito igual aqui. E, honestamente, não sei quanto tempo ficarei e devo fazer jus as coisas que talvez o outro Harry estivesse fazendo. Porque, caso eu fique aqui para sempre, eu não estou a fim de morrer para o Voldemort.
O nome causou expressões de aflição e entreolhadas receosas. Harry notou e deu um risinho baixo.
— No meu mundo. Vocês aceitaram o meu lado, porque sabiam que seus pais não estão fazendo a escolha certa. Vocês realmente querem viver num mundo de sombras e morte apenas para que não tenham que conviver com mestiços e nascidos trouxas? - o moreno finalmente questiona, em tom sério e passando o olhar entre eles. Deixando a xícara vazia de volta na bandeja.
O silêncio se fez presente, cada um imerso em sua própria bolha de dúvidas.
— Eu nunca fui a favor. - Astoria foi a primeira se pronunciar depois de um longo tempo de quietude. — Para ser honesta, meus pais também não, mas eles concordam em algumas questões políticas dessa tensão pré-guerra em favor dele, mas estão silenciosamente contra Voldemort, não se sobressaíram por medo de perderem status caso ele vença.
Theodore Nott abaixou a cabeça em um suspiro audível ao ouvir a garota.
— Eu falei com vocês que concordava mas eu não concordo. Não gosto de mortes, tento me colocar no lugar dos mestiços e nascidos trouxas e sinto pavor de imaginar a tortura que eles podem sofrer se o Lord das Trevas ganhar poder novamente.
— Tenho receio do que pode acontecer conosco se meus pais ficarem ao lado do Lord. - Blaise também admitiu. - Ele mata sem se importar com sangue, meu pai disse que é tanta crueldade que nem nós estaríamos seguros.
— Minha mãe acha o mesmo. - Pansy diz olhando para Blaise, com o olhar triste. - Mas meu pai o idolatra, não quero ser seguidora daquele homem, quero trabalhar no editorial de alguma revista bruxa no mundo, não quero que a diversão de sermos livres acabe se aquele homem ganhar.
O único a manter silêncio foi Draco, que ainda não havia bebido sua xícara. Ele ouvia tudo atentamente, surpreso das confissões. Ao receber os olhares de todos, respirou fundo, bebericou o chocolate agora morno.
— E você, Draco. Quer que Voldemort vença? - Harry perguntou.
Draco sentiu a língua formigar e quase sem perceber, as palavras pularam de sua boca.
— Não.
Um sorriso singelo apareceu no rosto de todos eles, aliviados de poderem falar aquilo uns para os outros sem julgamentos, perca de status, ou qualquer que fosse o problema fútil. Se tratava de vidas. Do futuro não só dos outros, mas deles também.
— O que um veritasserum não faz. - Harry diz com um riso.
— Puta merda, Potter! - Theodore diz dando uma gargalhada, não acreditando que eles foram pegos.
— A qual é, é sério? - Pansy perguntou tentando ser séria mas não conseguido devido a risada do amigo, rindo também.
— Me desculpem, eu precisava saber se poderia confiar em vocês daqui! - Harry diz com o sorriso enorme, vendo eles relaxados finalmente. Ele sabia que eles não eram tão diferentes assim, a fagulha de empatia ainda existia em seus interiores. — E escuta, eu quero que me chamem de Harry. Mas se ainda é estranho pra vocês, me chamem de Tonks. Tudo bem?
Eles assentiram com o clima mais ameno, olhando para Potter como se esperassem por auxílio. Exceto Draco, que mantinha os olhos fixos no tapete, mas atento de forma audível com as coisas a sua volta.
— Bom... eu vou explicar o que é a Armada de Dumbledore do meu mundo. Vou explicar o que estávamos fazendo lá e o que podemos fazer aqui. Mas, a princípio, vocês precisam aceitar trabalhar com Grifinorios. - Pansy e Blaise torceram o nariz em desgosto. — Por mais irritante que eles sejam. - riram juntos com a fala seguinte de Potter.
Assim, Harry explicou qual era o propósito da Armada e o que buscavam fazer. Sabendo que eles não queriam aquele futuro sombrio que Voldemort trazia consigo, era mais fácil se confiar neles nesse lugar também.
Após uma conversa longa. E com muita insistência, todos aceitaram trabalhar com Granger e os Gêmeos Weasleys. O que, de certa forma, Harry precisaria falar com eles também. Quando o garoto finalmente pode respirar aliviado com seus amigos, a conversa precisava ser concluída por conta do horário.
— Draco, posso falar com você antes de ir? - Harry pediu, conforme os outros saiam da sala um por um.
— Hum? - moveu a cabeça pedindo para ele falar assim que Astoria foi a última a sair.
Harry ergueu a mão para um aperto, com a expressão fechada.
— Trato é trato. Agradeço sua ajuda, espero que possamos trabalhar bem na Armada. - Harry diz, o tom bem menos dócil que usou com os outros.
Draco levou alguns segundos até apertar a mão do moreno, igualmente sério. Assim que soltaram as mãos, Harry andou para fora da porta devidamente arrumado para o jantar daquele dia. Deixando um Malfoy pensativo sobre as próprias escolhas.
As coisas estavam prestes a mudar.
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Eu sei, demorei horrores pra aparecer. Mas eu realmente estava (estou) com a vida complicada. Exposed aqui haha: eu saí de duas relações nos últimos dois anos, estava cheia de trabalhos da faculdade, troquei de emprego duas vezes e relacionamento novo atualmente junto com uma mudança de casa. Então eu realmente não tive TEMPO e DISPOSIÇÃO pra focar no Wattpad. Quem me conhece aqui de anos, sabem que eu detesto entregar as coisas corridas, minha única escolha foi entrar em hiatus silencioso até que aquele meu vívido de escritora retornasse, então pude respirar aliviada esse 2024. Ainda estou com TCC batendo na porta esse semestre e trabalho me sobrecarregando agora, mas tudo sub controle!
Agradeço a todos os antigos leitores que me mandaram mensagem antes e agora, que perguntaram nas histórias e no mural se eu estava bem e pretendia voltar. Aqui estou eu, pronta pra continuar Murphy, Kiss Me e Slytherin! Quem sabe me aprofundar nos meus antigos rascunhos pra trazer algumas Drarry que andei pensando hihihi.
Bem vindos novos leitores! Bem vindos antigos leitores! Amo vocês. 💕
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