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005 | TEMPESTADE


Em uma manhã de sexta-feira, acompanhada por mãos firmes em sua cintura em um abraço não previsto, Taylor adentrava o espaço alugado especialmente para a estadia que o tight end dos Chiefs havia reservado para o final de semana dos dois.

Sozinhos e com um par de malas dentro do carro, Travis guiava a loira para dentro do chalé que havia pesquisado e pagado exclusivamente para o total conforto dela, admirando-a debaixo de um vestido tubinho cor-de-rosa vibrante, óculos de sol e sandálias prateadas.

— Olha, eu não vou cair no chão se você parar de me segurar. — banalizando a superproteção dele, Taylor tenta se afastar.

— Pare de ser tão chata. — abraçando-a com um pouco mais de força, Travis a manteve presa nele.

— É tão bonito. — ignorando o arrepio que sentiu quando as costas bateram no peitoral do atleta, ela prendeu a atenção nos detalhes dos cômodos logo à frente. — Eu não fazia ideia da existência desse lugar. Olha pra isso!

Apontando, Taylor o fez observar junto com ela a copa da cozinha, pequena e aconchegante, a sala de estar, mesa de refeições e os móveis de madeira pura, trazendo ao local um precioso ar rústico e cheio de vida, rodeados pela existência suprema da natureza naquela montanha distante da cidade.

— Foi intencional? — com um sorriso tímido, ela ergueu uma sobrancelha em direção à ele. — Dois quartos.

— Não deixaria você desconfortável ou sentindo-se obrigada a ter que dormir comigo de novo. — ele explicou, sanando as dúvidas dela. — Aliás, você provavelmente me chutaria para o sofá lá de baixo. Então era melhor prevenir.

— Eu não faria isso. — sem acreditar na própria palavra, Taylor cruza os braços, mas logo desarma a postura brava. — Obrigada. Foi muito gentil da sua parte.

— Acho que você faria sim. Estou te sentindo um pouco distante… Hesitante, talvez. — recuando alguns centímetros, Travis se afastou. — Talvez você ainda esteja se recolhendo. Eu entendo que seja estranho, esse reencontro depois de tudo o que aconteceu. Mas, se não estiver se sentindo à vontade, pode me dizer isso. Eu não vou ficar chateado.

— Eu não estou hesitante, Travis. — mirando-o com uma sobrancelha erguida, Taylor respondeu com intriga. — Por quê acha isso?

— Não sei… — ele deu de ombros, pensando alto em alguma coisa que, certamente, ainda mexia com a cabeça dele. — Acho que eu devo estar hesitante. Sabe, só trocamos um beijo na bochecha e apertos de mãos desde que saímos para a viagem. Em outro momento, isso não seria assim.

Sorrindo de lado ao finalmente compreender a dúvida e preocupação do tight end, Taylor respira fundo e balança a cabeça, desacreditada. Aquele homem, de praticamente dois metros de altura, com músculos nos braços maiores do que o corpo dela, estava preocupado e ressentido porque ela não havia o beijado?

Aquilo era incrível. Inacreditável. Tão bobo, inocente e genuíno que acabava, por si só e aquela conexão, tornando-se altamente perigoso e excitante.

— Vem aqui, Travis. — chamando-o com o indicador, Taylor o fez se reaproximar. — Abaixe-se.

Passando com as mãos pelos ombros até subir para abraçar o pescoço do jogador, Taylor o trouxe diretamente para a sua face, trocando olhares próximos que fizeram o corpo de Travis vibrar de expectativa, ela sorriu mais uma vez e ele, tomado pela força do hábito e seus desejos mais carnais, agarrou a cintura dela com propriedade.

— Você sentiu a minha falta? — perguntou, querendo fazê-lo confessar o que ela já sabia. — Está magoado porque sentiu falta de me beijar?

— Sim. — entendendo o jogo dela, Travis decide deixar-se envolver pela provocação da loira. — Eu senti sua falta. E eu sinto falta do gosto da sua boca.

— É tão bom assim? — erguendo-se mais um pouco, ela resvela os lábios contra os dele, afastando-se no momento em que ele abriu a boca para beijá-la. — Fala pra mim.

— É bom pra cacete, Taylor. — quase atordoado, ele tenta buscar a boca dela novamente. — É incrível.

Com as pernas quase trêmulas e o sorriso cada vez mais largo, Taylor suspira antes de puxá-lo pela nuca e, sem mais rodeios, grudar seus lábios em um só.

Mesmo que estivesse nervosa pela discrepância dos dias que passaram distantes um do outro, depois de toda a briga, choro e mais uma leva de mensagens, Taylor também estava ansiosa para matar a saudade em sentir aquela adrenalina no corpo que somente Travis era capaz de proporcioná-la.

Ela não queria prolongar aquele assunto doloroso e, afortunadamente, Travis havia concordado que também não o faria. Sendo assim, depois de tudo, o que havia lhes restado era aproveitar o máximo daquele fim de semana onde teriam, de sobra, a companhia e os lábios um do outro.

— Também senti sua falta, canalha. — sussurrando entre o beijo, Taylor fez Travis se arrepiar quando ela cumpriu o desejo dele, assim como havia decretado naquela maldita mensagem. — Tanto…

Com os olhos completamente fechados, ela se agarra aos músculos saltados e deixa as suas palavras morrerem em cada ação da língua dele dançando sobre a sua, intensificando o elo de intimidade que crescia a cada segundo daquele beijo envolvente e cheio de carinho.

Contente por ela estar agindo da forma que ela naturalmente era, espontânea e atrevida, Travis se orgulhou do quão mais forte e decidida ela parecia estar, com a atitude arredia de sempre e as mãos sedentas pelo corpo dele.

— Eu adoro você. — ele fala, quase como um decreto.

— Eu sei. — reduzindo o beijo à um selinho, ela finalmente respondeu, ofegante e sorridente. — Quem sabe, podemos ficar por aqui?

— Juntos? No mesmo quarto? — esperançoso, ele observa cada expressão no rosto dela. — Tipo, agora?

— Não. Agora não. — soltando uma gargalhada marota, ela se afasta para regular o próprio corpo e controlar o ritmo de sua respiração. — Se você se comportar até mais tarde, talvez eu deixe você dormir na minha cama de novo.

— Pode apostar que sim. — sem esconder o sorriso de satisfação, ele faz o rosto dela corar e, em um instante depois, volta a tomar o espaço em que ela se afastou. — Vem, vamos voltar lá pra baixo. Ainda tenho mais uma coisa pra te mostrar.

Aceitando a mão que ele estendeu, Taylor entrelaçou os seus dedos e desceu as escadas ao lado dele, voltando para o primeiro andar, mas não permanecendo ali.

Eles passaram pela porta dos fundos até chegar à área da piscina privativa, onde a loira pôde contemplar um café da manhã servido à mesa posta e o designer moderno e especialmente caracterizado por madeira no grande poço d'água.

— Disseram que há opção de hidromassagem. — ele comentou por alto, apenas para deixá-la ciente. — A piscina não é tão extensa e aqui é praticamente murado em volta, então talvez a água quente se mantenha na temperatura desejada.

— Na verdade, acho que está muito calor para uma hidromassagem. — descartando a ideia do tight end, ao menos naquele instante, Taylor verbaliza. — Mas devo dizer, estou impressionada. Eu ficaria mais feliz se você tivesse me avisado antes. Não trouxe roupas de banho.

— Mas você precisa mesmo de um biquíni? — desconfiado e dotado de curiosidade, ele pergunta com simplicidade. — Eu não vejo problemas se entrarmos com roupa comum. Estamos sozinhos aqui.

— Você não quer que eu entre com esse vestido numa piscina lotada de hipoclorito, você quer? — sorrindo cinicamente, Taylor suspendeu os óculos de sol e ergueu o queixo. — Não vai rolar.

— Vai mesmo ficar sentindo calor, podendo se refrescar aqui? — provocando, Travis respondeu o sorriso dela com um levantar no canto dos lábios. — Quer a minha blusa?

— Não quero a sua blusa, Travis. — a cantora se manteve indiferente, decidida a permanecer onde estava. — Eu já disse, não vou entrar aí. Obrigada pela tentativa. Prefiro abrir um vinho e ficar aqui vendo você manchar a sua roupa, se esse for o caso.

Quase desistindo de lutar contra ela, Travis concorda, vendo-a se sentar em uma das cadeiras e cruzar as pernas, deixando as coxas à mostra debaixo do vestido cor-de-rosa justo e apertado. Então, ele deu alguns passos para trás e tirou a blusa, fazendo-a automaticamente olhar para o lado, como se a visão do abdômen dele fosse insignificante.

Ela ficou naquele mesmo estado, mesmo ouvindo uma risada nada discreta vindo dele, até que escutasse o barulho do “splash” que Travis causou ao se jogar na água.

Algumas gotas respingaram na perna dela e Taylor bufou, irritada. Ela olhou para os rastros de roupa no chão e percebeu que ele também havia tirado os shorts.

Taylor não soube o porquê, mas quando ele levantou a cabeça de seu mergulho, olhando diretamente nos olhos dela, seu estômago deu uma volta intensa. Ele apoiou os braços na borda da piscina e o sol, de alguma forma, brilhou contra a pele dos músculos dele de um jeito teatral.

— Só pode ser brincadeira… — ela murmura apenas para si.

Erguendo totalmente o corpo, com a altura favorecida, metade do peitoral de Travis também se mantinha à vista dela, deixando-a imaginativa sobre os pelos úmidos e a água que escorria sobre cada ondulação daquela pele e membros tomados de vigor, fazendo-a apertar as coxas disfarçadamente enquanto lutava para manter a expressão mais neutra que podia conseguir.

— Se eu fosse você, colocaria os óculos de novo. — orgulhoso pelo olhar dela em cima dele, Travis lança uma piscadela em direção à ela e Taylor revira os olhos, sentindo as bochechas esquentarem gradativamente. — Se quer fingir que não gosta do que está vendo, precisa se esforçar mais. Ou precisa parar de ser covarde e vir logo aqui.

Era o ponto onde ele queria chegar. Desafiá-la.

Sabia que Taylor não suportava resistir aos desafios, não com a sua natureza competitiva e o senso de não admitir que duvidassem de sua coragem ou capacidade. Naquele mesmo segundo, ela o olhou novamente, de cima a baixo, e sorriu com astúcia.

— Eu sei o que você está tentando fazer. — disposta a não ceder, ela captou a investida chula do tight end. — Pare de agir como se você fosse o último homem na face da terra, Travis. Eu não vou entrar aí.

— Não sou o último, mas sou o único com quem você quer ficar. — resistindo, ele provoca novamente, fazendo-a corar de irritação. — Mas sabe, algum dia eu acreditei que você fosse mais firme do que isso. O que você está pensando? Que vai entrar aqui e eu vou agarrar você? É só uma piscina, Taylor. O que eu pretendo fazer com você, não vai ser aqui.

— Não estou preocupada com você. — ela rapidamente se opôs.

Por dentro, estava sentindo algo corroer seu autocontrole, disparando uma possibilidade em sua mente nada racional, após aquela fala sutil e nada decente do homem a poucos metros de distância, olhando para ela como se o destino dos dois já estivesse traçado para aquele dia.

Ela obviamente pensava na possibilidade, apesar de não acreditar que eles dariam aquele passo tão grande assim, no de repente. Porém, ela seria ridiculamente ingênua se não pensasse nas chances de uma transa, no calor do momento, com o homem que sentia uma descarada atração por ela e que, com completo ardor, essa atração era correspondida por ele.

Eles estavam sozinhos, em uma casa alugada, longe de tudo e de todos os pensamentos inseguros dela. Ela estava certa em dizer que não estava preocupada com ele. Mas, agora, talvez devesse começar a se preocupar com o que faria.

— Não está? — ele pergunta, tirando-a do transe.

— Não mesmo. — a loira ergueu o queixo.

— Então me prove. — foi a sua última palavra, e aquilo restou.

Desacreditada do próprio calor que envolvia seu corpo, Taylor suspirou e, em seguida, respirou fundo. Não sabia se estava sendo movida pela irritação, afinal, ele finalmente havia conseguido tirá-la do eixo, ou então se realmente só estava cedendo à vontade de estar perto e poder visualizar o corpo molhado de Travis em meio à água.

Ela tirou os óculos do topo da cabeça, depois os brincos, o colar e a pulseira, deixando-os em cima da mesa. Em seguida, tirou as sandálias e deixou no canto e, então, ela finalmente se levantou.

Vendo-a daquele ponto de vista, no ângulo onde ele era inferior, Taylor parecia ainda mais atraente e intimidadora. Mesmo sem os saltos, sua postura alta era esbelta, emoldurada pelo tecido justo e curto, um tom quase extravagante de rosa, como se ela fosse uma maldita Barbie dos sonhos.

Ela mexeu no cabelo loiro e afastou as mechas para trás. Debaixo do sol, seus fios refletiam um dourado intenso, exceto pelo brilho ofuscante dos seus olhos azuis, quase transparentes, como se fossem esferas de vidro ao se encontrar com o olhar dele.

— Quer que eu vire, madame? — sua gentileza gritou acima da sua expectativa, vendo-a descer levemente as alças do vestido. Porém, ele estava mesmo era com medo de qual reação teria com aquela ação dela. — Não quero invadir sua privacidade.

— Eu não sou a mocinha ingênua que você pensa que eu sou, Travis. — ela desceu mais um pouco, passando dos braços e começando a expor o topo dos seios. — Você ainda vai descobrir isso.

O sutiã que ela estava usando era, praticamente, uma renda branca. Não havia bojo ali, apesar de ser bem coberto pelo tecido fino, apenas modelando o contorno dos seios bem desenhados e fartos, algo que fez o coração de Travis parar, por alguns segundos, de bater contra o próprio peito.

Conforme o vestido caía lentamente ao chão, Taylor sentia seu sangue borbulhar nas próprias veias. Embora estivesse confiante e confortável o bastante para expor seu corpo semi-nu, ser contemplada por aquele olhar de desejo puro e carnal de Travis estava sendo desafiador. Ele não desviou os olhos nem por um segundo, com a boca aberta e, por vezes, sorrisos de lascívia.

A calcinha fazia parte do conjunto do sutiã, cobrindo com maestria a anatomia secreta da intimidade dela, dando ênfase nas curvas de seus glúteos e a cintura delgada, os quadris bem alojados e as adoráveis pintinhas e sardas na pele branca e viçosa.

Cada mínima parte do corpo dela soava como um sonho para ele. O sonho mais impudico, lascivo e libertino possível. Porém, da mesma forma, o mais digno de admiração e respeito por parte dele. Tanto que, assim que ela finalmente afastou o vestido de si, deixando-o caído na cadeira onde estava sentada, Travis afundou o corpo na água e permaneceu lá até sentir a presença dela perto de si.

— Você é um dos filhos do Percy Jackson? — a cantora tocou os ombros dele, assim que ele emergiu à superfície novamente. — Ou você só estava tentando evitar contato visual comigo?

— Me lembre de não tentar te desafiar outra vez. — tentando se esquivar da proximidade do corpo dela ao seu, Travis apoiou as costas na borda da piscina, ficando contra a parede. — Você é louca.

— Eu sou louca porque tirei a roupa na sua frente? Ah, vamos lá. Você teria a mesma reação se eu estivesse com um biquíni. É só uma renda. — usando a instabilidade do jogador contra ele mesmo, Taylor achou um gancho para devolvê-lo toda a provocação. — Ou você me acha louca porque eu te deixei com vontade de descobrir o que tem debaixo dela?

— Taylor. — rindo nervosamente, ele soltou uma gargalhada quando ela avançou contra ele, fazendo-o abrir a boca, apenas para desviar o beijo. — Louca.

Lançando um beijo no ar, ela se afastou para molhar o corpo, dando-se ao mergulho até dar uma volta na extensão da piscina e se encontrar novamente com ele.

O cabelo longo agora estava escorrendo sobre seu rosto, mas ela facilmente deu um jeito de colocá-lo para trás, apenas sorrindo quando o corpo tremeu com o frio da água gelada.

— Por quê não me avisou que estava tão gelada? — tremendo levemente os lábios, ela riu do próprio arrepio. — Não parecia tão fria até eu mergulhar totalmente.

— Acho que essa é a importância de irmos fundo para termos opinião sobre algo. — quando ela se aproximou, estendendo os braços para ele, Travis a puxou pela cintura. — Não dá pra ter a certeza de nada no raso.

— Hum… Isso me soou pessoal. — abraçando-o pelo pescoço, ainda com os corpos minimamente distantes, Taylor sorriu e jogou a cabeça para o lado. — Algo que queira me contar?

— Sim. — ficando sério de repente, Travis cativou a atenção da loira. Com uma mão livre na cintura dela, ele tocou os fios de cabelo e ficou contente por ver os cachos se formando pouco a pouco. — Você é linda. Em cada mínimo centímetro do seu corpo. Seu rosto, seu cabelo, sua pele. Seus olhos. Você é incrível, Taylor.

Naquele espaço amplo, preenchido apenas pelo som das respirações em uníssono e o som calmo do balanço da água em volta de seus corpos, Taylor e Travis compartilhavam um silêncio único, uma companhia solitária e íntima, profunda e desafiadora.

— Por quê eu tenho a impressão de que as coisas estão diferentes entre nós? — antes de se dar ao prazer de poder desfrutar o elogio dele para si, Taylor questiona. — Digo, não diferente da maneira que você pensa. É uma coisa boa. Quero dizer… Está leve agora.

— É diferente porque estamos dispostos a fazer dar certo. — ele a respondeu com a voz calma, observando seu próprio reflexo no brilho dos olhos dela. — E não remoer o que quase nos fez desistir.

— No meu ponto de vista, as coisas aconteceram rápido. Você sabe. Nós brigamos, voltamos atrás, você me trouxe pra uma viagem e agora eu estou nos seus braços. — quase como se estivesse pensando em voz alta, ela discorre para ele tudo o que sua mente estava armazenando daquele pouco tempo de proximidade. — Mas, ao mesmo tempo, eu não me preocupo com isso. É natural. Ter dado as mãos pra você hoje de manhã foi natural. As risadas no carro, o abraço, o beijo no quarto. Te olhar agora, de perto, enquanto você olha pra minha boca é natural. Não é precipitado, forçado. Nós dois estamos bem aqui.

— Não sei se você tirar a roupa na minha frente foi tão natural assim, mas pode apostar, eu estou melhor do que nunca. — despertando uma risada nela, Travis a puxou contra o seu corpo e o sorriso da loira se perdeu no mesmo instante. — Eu não quero pensar em mais nada além de você. Podemos fazer isso? Esqueça o resto. Não quero pensar no que poderia acontecer antes disso, no que pode acontecer depois. Vamos continuar assim, tranquilos. A única coisa que eu preciso agora, com urgência, é que você me deixe saber o quão natural a sua voz soa se eu te beijar até você pedir pra eu parar.

A renda do sutiã branco fez contato com os pelos do peitoral largo do tight end, deixando a loira envolvida pela atmosfera excitante de ânsia e dominância, passando seus braços com ainda mais firmeza pelo pescoço de Travis até poder sentir o abdômen dele contra o seu e um de seus joelhos contra o meio de suas pernas.

As mãos dele desceram com delicadeza pela cintura, segurando nas laterais dos quadris e a puxando para o seu colo, fazendo-a enroscar as pernas envolta do corpo dele, cada vez mais próximos e entregues ao momento.

— Gostei da lingerie. — erguendo o corpo dela acima do seu, Travis deitou os lábios na clavícula molhada e lambeu as gotas até chegar ao pescoço dela. — Obrigada por me fazer perceber que não preciso te ver nua pra imaginar as piores coisas que poderíamos fazer juntos em uma cama. Sua existência é o suficiente pra me fazer te desejar.

— Ei… — murmurando com fraqueza, Taylor fechou os olhos e mordeu os lábios quando ele mordeu o lóbulo de sua orelha. — Trav.

— Eu gosto quando você me chama assim. — ele seguiu a linha do maxilar marcado até chegar ao queixo dela, puxando-a pelo lábio inferior com os dentes. — Mas eu gosto ainda mais quando você diz ele enquanto eu acabo com você.

Parando de provocá-la com os dentes, Travis finalmente cobriu a boca dela com um beijo completo. A boca dela estava fria, mas rapidamente se tornou quente quando suas línguas se juntaram, fazendo-a emitir um suspiro penoso quando o corpo se arrepiou de tal maneira que ele pode sentir o tremor dos braços dela, descendo do pescoço para agarrar os ombros dele.

Lentamente, as mãos que estavam nos quadris dela se locomoverem para as coxas, segurando com possessividade a carne macia, apalpando com firmeza e um deleite vagaroso, sem pressa ou desespero. Com o corpo dele apoiado na parede da piscina, o movimento sutil que ela fazia entre as pausas do beijo gerava um atrito perigoso entre suas intimidades, cobertas apenas por aqueles tecidos finos e nada precavidos.

— Só mais um pouco. — ela quase implorou, pedindo um pouco mais de proximidade, até realmente colarem seus corpos e todos os seus órgãos começarem a dançar sensualmente juntos. — Porra.

Ela sequer teve forças para dizer, apenas firmou mais o toque das mãos nos braços à sua mostra e deixou que ele continuasse a brincar com a sua pele, por vezes massageando a parte inferior de suas coxas e, ora ou outra, apertando-a entre os próprios dedos, enquanto o movimento de subida e descida gerava a fricção alucinante de uma preliminar da qual eles não conseguiram prever, mas já estavam praticamente entregues.

— Taylor… — assim que a cintura dela deu uma volta por cima dele, Travis conteve o movimento de rebolar lento dela e se afastou do beijo. — Caralho.

— O combinado era eu pedir pra parar, Kelce. — observando a boca dele manchada de vermelho, Taylor contornou a barba do tight end com o indicador e enfiou a ponta de seu dedo entre os lábios dele. — Eu disse pra você parar?

— Que inferno de mulher. — assim que Taylor pôs as mãos em seu peito e o acariciou com as unhas, ele não hesitou em apertar as coxas dela com mais força. — Se você não parar, eu vou te foder agora.

— O quão preocupado você está com isso? — embevecida pela sensação das mãos dele sobre si mesma, Taylor fez uma pergunta insensata. — Está com medo de não conseguir me impressionar, Travis?

— Não, isso não me causa nenhum tipo de medo, princesa. Eu sei que posso te dar um prazer incrível. — ele soltou as coxas apenas para subir com o toque da cintura até acima nas costas, segurando o fecho do sutiã e ameaçando abri-lo, fazendo-a sobressaltar nos braços dele. — Mas se for pra te fazer gozar, quero que seja com decência. Quando for o momento certo, você vai entender que eu nunca quis comer você, Taylor. Eu quero que você seja minha.

Ela não conseguiu dizer mais nada, nenhuma resposta, apesar de querer gritar e fazer com que ele arrancasse de uma só vez aquela peça de seu corpo, não permitindo que ela ficasse ainda mais ansiosa para que ele cumprisse com a sua palavra. Ela não iria admitir, mas nunca esteve tão perto de finalmente se entregar, nunca esteve com tanta vontade de que ele finalmente a fizesse ser sua.

Mas então, quando ele voltou a beijá-la, a língua não buscou mais a dela, as mãos soltaram a barra do sutiã e ela foi obrigada, por sua própria consciência e senso de perigo, a deixar de rodear o corpo dele com as suas pernas, perdendo o contato com a excitação de ambos.

— Nós ainda temos tempo. — ele sussurrou, deixando um beijo na bochecha rosada da loira. — Vamos aproveitar isso.

— Tem razão, temos tempo. — levando as mãos para emoldurar o rosto do tight end, Taylor retribuiu o beijo na bochecha e juntou seus rostos, conectando o olhar de suas íris coloridas. — Pensando bem, aquela maldita matéria não tem a mínima importância. Se me chamarem de vadia por estarmos aproveitando esse momento, ao menos nós dois sabemos que valeu a pena.

— Seja vadia ou mais um jogador safado, somos promíscuos demais aos olhos da sociedade. — com os olhos atentos aos dela, Travis admirou a camada fina da lacrimação que se espelhou nos orbes azuis, seguido por um sorriso largo e brilhante que ela direcionou apenas para ele. — Mas você irá continuar sendo a princesa dos meus sonhos e eu vou ser o cafajeste que vai te fazer perder essa postura de mulher orgulhosa que você tem.

— Continue tentando, seu canalha. — ela o desafiou, grudando seus lábios nos dele.

Ali, Taylor não somente se afogou em seu beijo, mas também no movimento denso e veloz da água assim que ele dobrou os seus corpos para trás, afundando-os em um mergulho inesperado, mas sem deixar de manter o contato com a pele dela.

— Cretino! — assim que voltou à superfície, ela o xingou.

— Linda. — fugindo do olhar feroz dela, o atleta jogou um respingo de água no rosto da cantora.

— Não me faça perder a paciência com você. — ela devolveu a brincadeira, atingindo diretamente os olhos dele. — Meu Deus, isso ardeu?

— Vem aqui, por favor, assopra! — sem conseguir abrir os olhos, Travis chamou por ela. — É sério, Taylor. Vem aqui!

— Me desculpe, eu não queria jogar nos seus olhos. — preocupada, ela tocou o rosto dele e se preparou para soprar em direção aos seus olhos. — EI!

— Peguei você. — rindo alto, após conseguir roubar um beijo dela, Travis se esquivou para longe outra vez. — Bobinha.

— Eu odeio você. — encenando um bico, ela virou o rosto.

— Nós dois sabemos que isso não é verdade. — ele jogou mais um pouco de água nela e Taylor sufocou um grito. — Se me odiasse tanto, não estaria rebolando no meu colo há cinco minutos atrás.

— Tem razão, se eu conseguisse te odiar, eu já teria matado você. — revirando os olhos, ela nadou logo em seguida até a escada da piscina e se pôs de pé na borda. — Pronto. Você já conseguiu o que queria, agora vamos comer.

— Eu sei que a intenção era se refrescar do calor, mas… — olhando-a de cima a baixo, com a lingerie branca molhada, quase transparente em contato com a pele dela, Travis precisou manter o corpo estático debaixo da água. — Acho que ficou mais quente aqui.

Contendo a vontade de gargalhar com a falta de decoro e vergonha da parte de Travis, a loira apenas balançou a cabeça e virou de costas, sabendo exatamente o que queria causá-lo, abaixando o corpo em direção ao chão para pegar a blusa dele, mantendo as pernas esticadas em sua direção.

A filha da puta sabe que é bonita.

Foi o que a mente de Travis balbuciou, sentindo algo diferente causar uma reação quente em seu baixo ventre, incapacitando-o de sair dali até que pudesse acalmar a própria excitação, buscando virar o rosto apenas para não continuar prestando atenção nos detalhes e curvas dos glúteos dela, exibidos apenas para levá-lo ao inferno.

— A culpa é sua por ter planejado uma viagem de três dias, Travis. — terminando de vestir a blusa, Taylor torceu o próprio cabelo molhado e os jogou para o lado, observando como ele estava fingindo não se importar com a visão dela em sua frente. —  Se não consegue olhar pra mim vestindo a sua camisa, acho que não deveria me fazer promessas dizendo que vai me fazer ser sua.

— Isso é uma vingança? — finalmente se atrevendo a olhá-la nos olhos, o jogador sorriu de lado e ela o imitou. — Eu sou mais resistente do que você, princesa.

— Vamos ver até quando. — ela lhe deu as costas novamente e caminhou, rebolando os quadris, até a mesa que estava posta. — Venha comer, Travis Kelce. A comida.

Assim que ela deu ênfase à última palavra, os dois caíram ao riso e Travis deu mais uma sequência de mergulhos até poder ir até ela tranquilamente, sem deixar de notar também que ela estava um pouco sem jeito de olhá-lo apenas de cueca, mas lidando bem com a situação.

Devido ao café da manhã reforçado, eles não sentiram fome o suficiente para outra refeição durante o dia, então, por conveniência, continuaram na mesma área da piscina até que, de repente, o sol fosse embora e algumas nuvens espessas se formassem no céu, deixando o clarão dourado se tornar cinza e nublado.

Então, assim que puderam entrar em seus aposentos, Travis escolheu um dos quartos para tomar o seu banho e se vestir, o mesmo que a cantora fez após retirar a mesa com cuidado e arrumar a bagunça que haviam feito, deixando a água quente do chuveiro acariciar sua pele e o cheiro do perfume doce grudar em cada partícula do seu corpo assim que se trocou e usufruiu da fragrância, antes de voltar ao piso de baixo e se encontrar com ele.

Sem demora, o barulho de um trovão a assustou antes que ela pudesse vê-lo na cozinha, preparando algo no fogão que parecia cheirar à um doce quente, como cheiro de cacau e alguma outra coisa que ela não conseguiu prestar atenção antes de correr para fechar as janelas e as cortinas e observar, através do material de vidro, que uma chuva fina começava a cair do céu, molhando as plantas do lado de fora e criando um cenário totalmente diferente daquela manhã de sol.

Porém, enquanto o observava, quieto e calmo em seu próprio espaço, Taylor não se preocupou com nada do que acontecia ao lado de fora. Ele estava usando um conjunto de moletom cinza, pés descalços e o cabelo úmido. De longe, ela conseguia sentir o cheiro cítrico de seu perfume e o frio na sua barriga se intensificou.

Olhando para si mesma, com uma blusa qualquer dos Beatles, shorts curtos de seda e o cabelo recém-escovado, ela parecia indiferente à toda a graciosidade dele. Ou então só estivesse enxergando muita beleza em um atleta vestido em trajes simples apenas porque, aquele atleta, não era apenas mais um atleta.

Aquele era o homem que estava disposto a fazê-la esquecer tudo o que sabia sobre si mesma. E isso, nunca e nem de longe, poderia ser subestimado. E, talvez por isso, ela precisou acalmar a própria mente e as batidas aceleradas do coração antes de se juntar a ele e, com um sorriso, se oferecer para ajudá-lo a mexer o líquido que ele preparava na panela.

Então, com sintonia, eles passaram um tempo significativo juntos naquela cozinha pequena e aconchegante, ao tempo em que ela o auxiliava com a temperatura e altura da chama do fogo e ele, de bom grado, a deixava interferir em sua receita nada promissora, apenas para ter o prazer da companhia dela junto de si.

Entre beijos, risos, murmúrios e olhares cruzados, o fim de tarde era apenas o começo de um ciclo épico, a introdução de um fenômeno que mudaria, de uma vez por todas, o destino e a narrativa daquela história.

Porém, antes que isso acontecesse, assim como a busca de uma grande recompensa exigia o esforço de pequenos sacrifícios, uma última provação ainda era necessária.

E, da mesma forma que as nuvens carregadas começavam a despejar o seu peso sobre a terra, a água que caía lentamente era potentemente destinada a dois propósitos: limpar ou destruir.

Mas, curiosamente, mesmo diante de toda a esfera de entusiasmo, atração e fascínio, o propósito escolhido a ser traçado ali não foi o mais fácil. Entretanto, muitos fenômenos da natureza chegam sem aviso prévio, apenas respondendo a terra habitante com a força de seu poder menosprezado.

Sendo assim, quando Taylor e Travis menos esperavam, tudo aconteceu.

***

— Por quê diabos sempre acabamos aqui? — com curiosidade e humor, Taylor pergunta para Travis assim que ele se senta ao seu lado. — Em um sofá. Olhando no rosto um do outro e, inevitavelmente, caindo aos beijos alguns minutos depois.

— Eu não faço ideia. — estendendo a caneca com chocolate quente para ela, Travis certificou-se de que ela havia gostado da bebida o suficiente para conseguir ingerir. — Me perdoe, eu não sou tão talentoso na cozinha quanto você.

— Está ótimo. Um pouquinho mais doce do que eu gostaria, mas não tem problema. — Sendo gentil em sua completa sinceridade, Taylor aproximou o rosto para deixar um selinho na boca dele. — Obrigada.

Enquanto se aconchegava ao lado dele, a cantora memorizava o som estrondoso dos trovões ao lado de fora, por vezes fazendo seu corpo estremecer e um arrepio de temor percorrer sua pele, sem querer Admitir que tinha medo de tempestades fortes e violentas, mas mantendo seus olhos em um ponto específico enquanto segurava a caneca com força nas mãos.

— Eu também não gosto muito de chuva. — percebendo a tensão dela a cada relâmpago, Travis passou uma mão sobre a cintura dela e a trouxe para mais perto. — Fica tranquila, estamos seguros aqui.

— Eu sei, eu… — respirando fundo, ela tomou outro gole da bebida doce e o olhou nos olhos. — Só não gosto do barulho. Meus gatos ficam agitados, eu me agito e, não sei, isso me causa ansiedade. Desculpa, é uma bobeira.

— Não é bobeira, Taylor. — dando ouvidos ao desabafo dela, o atleta abraçou-a com empatia. — Eu tenho cachorros em casa, eles também não lidam bem com barulho. É um caos toda vez que estouram fogos de artifício. E, particularmente, não conheço alguém que ache o som de trovões confortáveis de ouvir. Não, deixe-me voltar atrás. Meu pai gosta de dormir ouvindo o barulho da chuva. Mas ele já está velho e seus tímpanos não funcionam como deveriam, então podemos desclassificá-lo.

— Não fale assim do seu pai, Travis! — segurando a risada, Taylor desferiu um tapa sem força na coxa do atleta. — Você é muito idiota, sabia?

— Eu sei, e eu também sei que é exatamente isso o que você gosta em mim. — quando ela deitou a cabeça em seu ombro esquerdo, Travis deixou um beijo carinhoso no topo de sua cabeça. — Mas é sério, não precisa ficar com medo, não vai acontecer nada, é só uma chuva de verão.

— Essas são as piores… — refletindo sobre, ela não conseguiu achar conforto nas palavras dele.

— Tudo bem, quer saber como esquecer disso? — fazendo uma sugestão implícita, Travis despertou a atenção dela com uma curiosidade evidente nos olhos azuis. — Vamos falar sobre outra coisa, distrair a sua mente. Eu não pensei em trazer jogos de tabuleiros pra cá, mas podemos tentar algum outro tipo de brincadeira. Afinal, não temos mais do que a companhia um do outro aqui. Eu deveria pensar em uma TV antes de alugar um chalé no meio do nada.

Olhando-o atentamente nos olhos, Taylor levantou a cabeça e se afastou dos braços dele apenas para fazer uma análise minuciosa da face do atleta. Ela sorriu com travessura e ele não entendeu o porquê, até ela abrir a boca para dizê-lo.

— Ah sim, você quer tentar algo do tipo “verdade ou desafio?”. — com uma sobrancelha erguida, ela aproximou o rosto para sussurrar contra a boca dele. — Ou quer tentar algo como “Casa, beija ou mata?”, Kelce?

— Você viu isso, não é? — relembrando exatamente o motivo daquela pergunta, Travis precisou rir nervosamente contra a boca dela. — Estou fodido.

— Ah, claro que eu vi. E talvez você esteja ferrado mesmo. — sem finalizar o tão ansiado beijo, ela permaneceu com os lábios úmidos tocando os dele, compartilhando o aroma de açúcar queimado que escapava dali. — É uma baita ironia do destino, não acha?

— Eu acho, e acho ainda mais irônico o fato de que eu sempre fui secretamente atraído por você. — finalmente capturando os lábios carnudos para si, Travis provou o gosto doce de chocolate e arrancou um suspiro leve da garganta dela. — Ou não tão secretamente assim. Verdade ou desafio, princesa?

Acompanhando o olhar de interesse que ele demonstrou quando mirou os lábios entreabertos dela, Taylor passou a ponta da língua por cima da pele úmida e levou uma mão para segurá-lo pelo queixo, trazendo seus olhos para focar diretamente nos dela.

— Verdade. — respondeu, sem nenhuma intimidação.

— É verdade que você tem fetiches estranhos? — sendo ousado logo na primeira pergunta, ele a fez sorrir de incredulidade.

— Não diria estranhos. Inesperados, Talvez. — Taylor concorda, deixando um mistério pairando no ar com a sua confissão. — Verdade ou desafio, Kelce?

— Verdade.

— É verdade que você desaparece depois de conseguir transar com uma mulher? — ela o alfinetou, mantendo ainda mais preso em suas mãos.

— Eu desapareço quando elas não me dão uma razão pra ficar. — ele caiu com os olhos sobre a boca dela novamente e Taylor adorou poder assistir a tensão se formar no corpo dele a cada vez que ela movimentava os lábios. — Eu não me contento apenas com uma boa foda, meu bem. Verdade ou desafio?

— Desafio. — soltando o maxilar dele de suas mãos, Taylor terminou de beber seu chocolate quente e deixou a caneca ao lado. — Vamos fazer isso valer a pena.

Instigado, Travis pôs a sua caneca também ao lado e, logo em seguida, desceu do sofá para o tapete, batendo a palma no chão ao seu lado para que ela o fizesse companhia no tecido felpudo.

— Eu te desafio a me contar um segredo sexual seu. — assim que ele finalmente abriu sua linha de pensamento para ela, Taylor corou mais cinco tons de vermelho e ele sorriu com o espanto dela. — O que foi? Foi você quem disse que deveríamos fazer valer a pena. E precisa ser sincera.

— Tudo bem. — respirando fundo, ela tomou coragem e disse de uma só vez. — Nunca fiz um 69.

— E você tem vontade? — curioso e intrigado, ele invade a sua revelação.

— Isso não cabe às regras do jogo. — escondendo o sorriso desinibido, Taylor pôs as mechas do cabelo para trás da orelha e empinou o nariz. — Verdade ou desafio?

— Desafio. — ele a imitou, optando pela segunda alternativa.

— Eu te desafio a me dizer sua posição sexual favorita. — sem acreditar no que ela mesmo havia dito, Taylor cruzou as pernas e esperou pela resposta.

— Há uma série delas, inúmeras. — fitando as pernas cruzadas, Travis passeou com os olhos dali até encontrar o rosto dela novamente, deixando-a com a certeza de que ele realmente estava checando o corpo dela a todo momento. — Mas a minha favorita é aquela em que a dama sorteada goza pra mim. Assim, eu posso renovar minha preferência a cada noite seguida.

Taylor não deveria se sentir afetada por aquela resposta, afinal, ela sabia que tipo de informações receberia assim que fez aquela pergunta não pensada, mas, ainda assim, não conseguiu ignorar o calor que subiu pelo próprio corpo no instante que escutou aquelas palavras saindo da boca dele.

Céus, era muito difícil conciliar tudo aquilo. O jeito como ele a olhava, como se a qualquer segundo pudesse atacá-la e comê-la viva, em todos os sentidos possíveis, a maneira como a tensão sexual ia se construindo a cada pergunta e resposta ou então a forma como eles, inexplicavelmente, conseguiam transformar qualquer simples cenário em um ambiente impudico e tomado de excitação, usando apenas o desejo e seus corações abalados como álibi para aquela dispersão de foco.

— Trata as mulheres com quem você fica como um sorteio? — apoiando as mãos no tapete, ela inclinou o corpo para trás, sem perder o contato visual com o tight end. — Daí então você coleciona os orgasmos para se sentir um homem de verdade?

— Talvez eu tenha sido infeliz na minha colocação de palavras. Não trato como um sorteio, mas não posso classificar apenas uma, dado ao tempo em que estive com várias. Até você chegar. — tocando o calcanhar dela, Travis descruzou as pernas da loira e trouxe uma de suas panturrilhas para ele. — Fazer alguém chegar ao orgasmo não aumenta minha autoestima como homem, mas aproveitar algo que é bom não é pecado. Verdade ou desafio, princesa?

Arrastando o polegar da panturrilha até a parte de trás do joelho, Travis fez fluir um arrepio profundo do corpo dela, vibrando-a por completo antes que a boca fosse aberta apenas para emitir uma lufada de ar silenciosa.

Enquanto tocava e sentia a maciez da pele dela, Travis não conseguia deixar de pensar em realizar cada um dos pecados citados pelos dois, ali com ela, naquele mesmo minuto. Porém, antes que pudesse tentar outra investida, ela, mediante aquele silêncio perturbador e o corpo tomado de eletricidade herege, por fim consegue emitir um som na garganta seca.

— Verdade. — ela apelou, quebrando o silêncio com uma súplica no olhar.

— É verdade que você ainda está tentando descobrir sua posição favorita? — o polegar correu junto com os outros dedos até a base da coxa à mostra, cravando ali e segurando com firmeza. — É por isso que está tão interessada em descobrir como eu gosto de transar?

— Eu sei exatamente do que eu gosto, Kelce. E eu tenho maneiras muito mais fáceis de descobrir coisas sobre você. — recolhendo a própria perna, ela se pôs de joelhos e inclinou o corpo até a ele. — Verdade ou desafio.

— Desafio. — como se pudesse prever a própria ruína, ele declarou.

O mesmo calor que crescia desde a planta dos pés até a cabeça da loira agora também atingia a ele. Ela, com sutileza e demora, passou a se mover na direção dele, dando passos lentos com o joelho flexionado, até conseguir passar as pernas em cada lado do corpo do atleta e se apoiar nos ombros dele, automaticamente convidando-o a apoiar as mãos em sua cintura e, consequentemente, caindo sentada em seu colo.

— Esse é o meu desafio. — possuída pela mesma onda de lascívia de outrora, com a mente turva e os pensamentos embaralhados, ela apenas deu voz à todas as sensações que queimavam o seu interior, respondendo a chama que a atraía para os lábios dele. — Crie uma nova posição, comigo.

Empurrando-o pelos ombros, Travis caiu por completo com o tronco no chão, recebendo a presença dela por cima do seu colo com um peso confortável e quase nulo diante da opulência do corpo dele ao dela.

— Casa, beija ou mata? — antes que ela o beijasse, Travis a puxou pela nuca e a fez recuar.

— Estamos mudando o jogo? — sentindo-se adoravelmente acolhida pelo braço grande envolta do corpo dela, Taylor respondeu com graça. — Eu escolheria os três para nós dois.

Puxando-a para si mesmo, Travis calou toda e qualquer interação mais que pudessem ter verbalmente, deixando o ambiente ser preenchido apenas pelo som de seus lábios e o beijo urgente que sucedeu às carícias não correspondidas de seus olhares.

Enquanto a mão dele massageava a cintura sobre a seda do shorts dela, Taylor certificava-se de agarrá-lo a cada segundo que podia, deixando o corpo descansar totalmente sobre ele, infiltrando-se no meio das pernas do atleta até que eles pudessem, se não fosse pelo tecido de suas roupas, se fundir em um só.

Com suavidade, a boca dele rejeitou a dela apenas para ir até o seu pescoço, desejando marcá-la com a evidência de todo o desejo que emanava de seus corpos, espíritos e almas, borbulhando a excitação que corria na pulsação de seus corações e a paixão fervorosa que tocava os seus lábios.

Porém, antes que ele pudesse finalmente executar seu plano na pele esbranquiçada, o som de algo mais estridente despertou a atenção dos dois.

— Deixa pra lá… — ele a chamou de volta, percebendo que o toque do seu celular havia tirado a atenção dela do beijo. — Depois eu vejo isso.

— Pode ser importante, Travis. — considerando o fato de que o atleta havia sido o responsável pelo bem-estar dos dois naquela viagem, resultando no contato de todos os seus seguranças de equipe, ela precisou olhar a situação com outros olhos. — Se algo estiver acontecendo, eu preciso saber em primeira mão. Fique tranquilo, você não vai escapar de mim tão fácil.

Ele concordou, a contragosto, assim que ela o recompensou com um beijo rápido e se levantou de seu colo, deixando-o com o vazio da ausência do corpo dela junto ao seu. Taylor caminhou até a mesa onde estava o aparelho do tight end, mas assim que pegou o eletrônico nas mãos, a ligação foi cessada.

Então, ela apenas desbloqueou a tela e se deparou com uma mensagem, ou uma sequência delas. Mas, diferente de tudo o que esperava, das mais indesejadas, aquela era a pior.

— Isso é sério, Travis? — com uma risada áspera, sem emoção e uma respiração automaticamente tensa, Taylor faz a pergunta com os olhos vidrados na tela do celular do jogador. — Porra, Travis, isso é sério mesmo?

Levantando-se rapidamente assim que notou o tom de indignação e incredulidade na voz da mesma, Travis rapidamente chegou até a ela e Taylor apenas estendeu o celular em direção à ele, sem consegui-lo olhá-la nos olhos.

Agora eu sei de quem você estava
falando naquela noite. Justo uma
patricinha que canta pop, Travis? 
Ela não parece que faz o seu tipo.

De qualquer forma, espero que ela
saiba que não pode confiar nisso.
Nem em você e na sua palavra.
Espero te ver novamente por aí,
foi bom termos matado a saudade.

Você realmente sabe transformar uma festa.

Tomado pelo desespero assim que conseguiu visualizar o nome escrito acima das mensagens, Travis sequer conseguiu ler o resto do texto, pois estava preocupado demais pela forma com que aquela informação havia chegado na mente da cantora.

— Taylor, me deixa explicar…

— Era com ela quem você estava, não era? — com os olhos marejados e vermelhos, ela por fim direcionou o olhar para ele. — Enquanto eu me cansava de ligar pra você, implorando pra que você me desse uma resposta, quando eu precisei de você, era com ela quem você estava? Meu Deus, eu sou tão estúpida.

— Não, não, Taylor, me deixa explicar! — suplicando, ele tenta tocar a cintura dela, mas Taylor reseta e se afasta. — Kayla tem uma puta mania de perseguição e ela sempre busca procurar as mulheres que ela descobre que estão ficando comigo. Mas ela não sabia de você, até porque eu nunca contaria a ninguém sobre isso, muito menos para ela; Então Kayla decidiu vir até a mim justamente porque ela sabia que eu estaria naquela festa. Ela quis tirar informações de mim e nós discutimos, antes de que eu pegasse o celular pra te mandar mensagens e me deparasse com tudo aquilo. Não aconteceu nada entre nós. Eu estava acompanhado e rodeado por uma multidão de pessoas, você pode contestar quem quiser se não acreditar em mim, mas não aconteceu nada entre nós. Seja lá o que eu e Kayla já tivemos um dia, acabou.

— E por quê simplesmente não me disse isso antes? Por quê não contou que ela estava indo atrás de você, justo na noite em que tudo deu errado? — elevando o tom de voz, Taylor se esquivou do corpo dele e atravessou em sua frente. — E agora você quer que eu me depare com essas mensagens e acredite que você é um mocinho inocente, quando na verdade decidiu ocultar o fato de que estava junto com a sua ex naquela maldita festa? Você mentiu pra mim! Você disse que nunca faria isso, Travis!

— Taylor, eu não menti pra você! — Não sobrepondo o tom de voz dela, ele procurou ir em sua direção, mas quanto mais se aproximava, mais ela recuava. — Me desculpe se não achei que fosse tão relevante assim contar que Kayla estava tentando me manipular como fez todas as outras vezes. Eu não menti pra você, Taylor. Confia em mim, não aconteceu nada naquela noite. E não aconteceria nem mesmo se não estivéssemos juntos, porque eu não quero mais nenhum tipo de envolvimento com Kayla. Você não sabe das coisas que ela fez.

Com um desabafo e outra tentativa de fazê-la ceder, Travis desiste de tentar se aproximar antes que ela causasse um acidente contra si mesma ao esbarrar em algo, mas mantém seu olhar sobre os olhos repletos de lágrimas dela.

— Eu não acredito em você. — uma lágrima dela caiu e, junto dela, uma adaga feriu o coração dele. — Por quê ainda mantém o número dela? Por quê ela ainda tem acesso à sua vida, Travis? Se estivesse tão decidido de que Kayla não tem mais relevância na sua vida, no mínimo, o número dela estaria suspenso. Ou você acha que seria normal eu aceitar estar aqui, no meio do nada, beijando e me jogando em cima de você, enquanto troco mensagens com Joe ou qualquer outra pessoa que já tenha passado por minha vida? Quando um ciclo se encerra, você não permite que buracos se abrem no meio do caminho. Ao menos que você queira voltar atrás.

Enquanto olhava para ele, uma dor no seu peito começava a crescer de forma espontânea. Suas mãos estavam formigando e, de repente, os vasos sanguíneos de seu rosto começavam a latejar, trazendo a sensação de tremor nas bochechas e um ardor em toda a sua pele.

Se sentia tão confusa e tão decepcionada que não conseguia ouvir nada do que as palavras dele diziam. Saber que Travis ainda mantinha contato com a sua ex, seja lá de qual forma direta ou indiretamente fosse, foi como instaurar uma dose de insegurança sobre todas as queixas e preocupações dela com aquela relação de ambos que sequer era sólida o bastante para que começassem a se chamar assim.

— Se eu estivesse escondendo isso, eu sequer confiaria em você para ter acesso à minha senha ou seja lá o que for. Eu não tenho nada para esconder. Eu não quero voltar atrás, eu não quero que ela continue tendo acesso à minha vida. Eu sinto muito que Kayla não tenha entendido isso durante todos esses anos que estivemos separados, mas não é com ela que eu me preocupo, Taylor. — não desistindo de fazê-la entendê-lo, ele buscou outra alternativa, embora soubesse que, provavelmente, nada mudaria a opinião dela sobre si. — Você é especial pra mim, eu quero ficar com você. Se não fosse assim, eu não insistiria tanto em nós dois. Não deixe essa mensagem tosca fazer você acreditar que eu ainda penso em voltar atrás com o meu passado, quando na verdade tudo o que eu estou fazendo, desde que conheci você, foi planejar um futuro pra nós dois. Não é a primeira vez que Kayla faz isso e provavelmente não será a última, até que ela saiba que nunca mais terá acesso à minha vida. Mas pra isso, eu preciso assumir um compromisso sério o bastante para que ela perceba que eu não estou mais disponível. É isso o que estou tentando fazer aqui. Eu estou com você. E eu sequer penso em trazer qualquer benefício pra minha vida quando penso em cultivar algo maior entre nós dois, não penso em impressionar ninguém ou afetar a minha ex, eu só penso no fato de que eu adoro estar com você. E eu quero isso daqui pra frente. E, se for possível, pelo resto da minha vida.

A última gota de esperança que havia nele brotou como suor em suas têmporas, deixando-o ansioso por dentro a medida que o rosto dela se apagava e, diferente do mesmo brilho alegre e sadio de antes, agora seu olhar transbordava fúria, tristeza e incredulidade.

— Taylor, o que você está fazendo? — quando ela lhe deu as costas e caminhou em direção oposta a ele, Travis acendeu um alerta na própria mente. — Aonde você está indo?

— Eu quero ir embora. — com desapontamento, a voz dela soou trêmula.

— Taylor, por favor, acredite em mim! — o atleta implorou novamente, dando passos largos para alcançar ela. — Você sabe que eu nunca faria nada para magoar você.

— Eu odeio isso! Eu odeio você! — quando ele tocou em sua mão, um grito escapou da alma dela quase que instantaneamente. — E eu odeio saber que isso não é verdade. Porque eu não consigo te odiar.

Por um segundo, o coração dele parou. O seu pior pesadelo voltou à sua mente assim que ela havia declarado ódio sobre ele, lembrando-se das exatas palavras de Kayla quando ela profetizou que ninguém mais conseguiria enxergá-lo como bom, não quando a natureza dele era precariamente odiosa e ruim. Então, por um momento, ele realmente se abalou.

— Eu odeio que você me decepcione e que consiga me fazer voltar atrás, porque eu odeio que tudo o que aconteça seja sempre sobre as minhas inseguranças.  — cansada daquele repertório, ela exasperou em meio aos soluços, decidida a acabar com aquilo de uma vez por todas. — Eu odeio ser tão frágil ao ponto de sempre criar uma catástrofe e você continuar insistindo em nós para que, no futuro, algo me magoe e eu seja obrigada a te perdoar só porque gosto de você. Isso dói pra caralho, Travis. Você não entende que eu não aguento mais ser ferida dessa forma? Você não entende que a sua palavra é a única coisa em que eu confio? Você me prometeu. E eu acreditei em você.

— Me perdoa, por favor. Eu não quero que se sinta assim, não quero que essa seja a visão que você tenha de mim. — com o coração em mãos, a cabeça do tight end começou a girar e ele se sentia prestes a cair de um precipício. — Eu juro que foi a coisa mais burra que eu fiz, eu não pensei na possibilidade de que isso, futuramente, poderia gerar alguma confusão. Você não está errada em se sentir furiosa e, como eu te disse, se algum dia achar um motivo pra não querer me perdoar, não me perdoe. Eu prefiro conviver com o fato de que perdi você do que saber que você está poupando a sua paz por mim. Mas eu só quero que saiba que eu não estou mentindo, apesar de ter ocultado isso de você, sem pensar nos riscos, eu nunca menti.

E ela sabia. E também odiava aquilo. Odiava olhar nos olhos dele e ter a certeza de que cada mísera palavra que saía da boca daquele homem era puramente sincera. Ele era tão bom que, mesmo que errasse, era impossível não querer voltar atrás.

Ela estava chateada, sim, muito mais depois de perceber que o motivo de toda aquela raiva e indignação não era apenas sobre o fato de que Travis não havia lhe contado sobre o breve contato que teve com sua paixão antiga, mas sim pelo fato de que ela não conseguia pensar em outra mulher rondando o homem que ela estava cativando. Não gostava de pensar daquela forma, mas sentia seu território ser invadido e aquilo lhe causou medo.

Então, decidida a fugir daquele sentimento, ela também fugiu dele. Voltou a correr para longe e, sem pensar em nada, abriu a porta, saltando para o lado de fora da casa. Porém, assim que tocou a grama molhada e seu cabelo recebeu a umidade das gotas grossas de chuva, ela se lembrou da tempestade.

Estava tão imersa nos braços dele, envolvida por suas palavras e seus beijos, que havia esquecido completamente do motivo de sua ansiedade anterior. Mas agora, balançada pelo vento gélido e o ressentimento que crescia no seu coração, a constatação daquele vendaval voltava em uma cascata de pesar.

— Taylor, volta pra casa, por favor! — assustado e preocupado, ele se juntou a ela na chuva.

— Eu quero ir! — ela gritou, ignorando o frio que fazia seu corpo tremer debaixo da chuva.

— Por favor, se acalme primeiro, olhe o seu estado… — em poucos segundos, o moletom dele também estava encharcado, mas ele não se importava. Só conseguia olhar para ela. — Você vai ficar doente e vai ser mais uma coisa pra eu me culpar pelo resto da vida. Se quiser mesmo ir, eu te levo amanhã. Se não quiser que eu vá junto, eu peço pra te buscarem. Mas só volta, por favor.

Um relâmpago cortou o céu e, assim que o barulho acompanhou o clarão, ela gritou até que dobrasse o corpo para frente, martirizando-se com a dor ao colocar as mãos sobre o abdômen, chorando amargamente por perceber que, ficar, seria a pior decisão a tomar pelo bem de sua própria integridade mental, porém, ir embora seria como assinar a própria sentença de morte, arrancando de vez a última chance de felicidade guardada dentro do seu coração.

— Princesa, por favor. — ouvindo o grito dela, Travis ignorou tudo ao redor e avançou contra ela, prendendo-a em seus braços. — Volta.

Ela não respondeu. Não conseguia. Os soluços estavam tão intensos que a garganta doía, assim como a ardência nos olhos se intensificava. No entanto, quando ele a abraçou, debaixo daquela chuva incessante, ela se escondeu no peito dele, deixando o som em sua volta se tornar apenas um ruído.

O coração dele estava acelerado, ela notou quando pôde sentir as batidas fortes pulsando contra o rosto dela, e soube que Travis estava compartilhando o mesmo sentimento de medo e angústia. Porém, quando ele a levantou em seus braços e a trouxe no colo para dentro de casa novamente, sua mente desligou todo e qualquer pensamento.

Se sentia tão inepta, melindrosa e instável que seu coração, repentinamente, foi sufocado ao ponto de inibir qualquer tipo de emoção. Era como se, de repente, ela não sentisse mais nada.

Ele a deixou em seu quarto, certificou-se de que ela fosse se trocar e deu-lhe seu espaço pessoal para que ela fosse esvaziar-se daquela dor sozinha, assim como ela havia pedido. Travis, no entanto, trocou suas roupas e voltou para o mesmo lugar onde estavam, abrindo um vinho e decidindo afogar suas lástimas no álcool.

Justo quando tudo parecia estar se alinhando, outro divisor de águas os separava com imenso furor e impiedade.

O atleta não conseguia acreditar em si mesmo, depois de ter tomado aquela decisão não pensada em nunca ter mencionado a presença de sua ex naquela festa, justo por não achar significante o bastante. Mas, para ela, era. E, se fosse parar para pensar, se a situação fosse contrária, ele também iria se importar.

Mas agora estava feito. Ele havia perdido outra vez. E, ao contemplar as lágrimas de sofrimento que corriam pelos olhos dela, transformando o azul celeste em uma vermelhidão pavorosa, ele não acreditava que teria chances de reatar. O único que podia fazer era esperar.

Esperar a chegada do outro dia para que pudesse levá-la para longe de si e nunca mais poder tocar em seu rosto, seus lábios ou contemplar o seu sorriso. Era unicamente o que podia fazer, tendo a repulsa dela em não permitir que ele se aproximasse, e ele entendia perfeitamente.

Por isso, o resto de sua noite foi composto pela companhia da garrafa de vinho solitária, seus pensamentos torturantes e a vontade de voltar atrás para consertar tudo, mas não podia. Não conseguiria.

Ele bebeu mais uma taça e deixou que sua respiração fosse o único barulho presente na sala, já que a perturbação dentro de sua mente era tamanha ao ponto de não conseguir calar as vozes da própria consciência afetada.

Contudo, mesmo com as mais improváveis e repentinas mudanças de cenário possíveis, algo ainda menos esperado aconteceu. Depois de uma sequência incessante de raios, um último clarão no céu foi destrutivo o bastante para gerar um apagão em toda a casa, fazendo as luzes de emergência se acionarem apenas para causar uma ínfima luminosidade, fraca demais clarear o ambiente como deveria.

E assim, com um riso incrédulo assim que ambos notaram a péssima noite que se aproximava para acompanhá-los, Taylor e Travis afundaram-se na amargura dos fatos, ironizando outra vez o destino que só existia para lhes pregar peças.

Os minutos se passaram, tornando-se horas de solidão em meio à escuridão da noite de tempestade. Enquanto a chuva caía e a dor da incerteza crescia em seus peitos, um dilúvio aconteceu ao lado de fora da casa, inundando e arrastando com força toda a base de crenças e confiança que havia estabelecido entre os dois.

Quando o vendaval se apossou do espaço que os rodeava, tudo começou a desabar e as flores do jardim foram engolidas pela força da água, rompendo os ramos e seus galhos frágeis. Então, quando a última gota de vinho saiu da garrafa até a taça já cheia e o choro dela voltou a molhar as fronhas do seu travesseiro, foi quando tudo, por fim, transbordou.

E, agora, nada seria capaz de enxugar o pranto daquele temporal.

//

Oi, amoressss! Mais uma atualização completa pra vocês.

Espero vocês aqui futuramente com outro capítulo e, eu juro, vocês não perdem por esperar! Um beijo, se cuidem e se preparem para o que está por vir!

Att; com amor e carinho, Luna. 🤍

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