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08 -

Estou presa no começo e eu estou sofrendo

Quando acordou, a princípio Morrigan teve medo de se mexer. Todo o teto brilhava com uma luz amarela suave, permitindo-lhe ver que está em uma sala onde só existe sua cama. Nenhuma porta, nenhuma janela visível. O ar cheira a antisséptico. Seu braço direito está com vários tubos atados à parede atrás dele. Está nua, coberta apenas por um fino roupão.

Morrigan tenta, em vão, erguer sua mão direita acima da coberta. Ela fez um esforço e então viu que suas mãos estavam limpas e suas unhas perfeitamente cortadas. Lentamente, Morrigan tocou seu rosto e seus cabelos, sentindo eles sedosos e macios. De forma abrupta, ela tocou sua nuca e sentiu o machucado ainda sensível, seu corpo se contraiu um pouco com o toque e ela abaixou a mão. Ela tenta se levantar, mas não consegue por conta de uma tala restritiva em volta de sua cintura, a impedindo de se levantar.

O confinamento físico, mesmo que mínimo, fez Morrigan entrar em pânico. Ela começou a tentar se soltar, mas sentiu suas pernas presas também. Morrigan parou de se espernear quando viu a parede se abrir e um garoto Avox de cabelos extremamente pretos e cacheados entrar com uma bandeja. Ele coloca a bandeja nas coxas de Morrigan e ela monitora cada movimento que o garoto faz, ela o observa enquanto ele apertava um botão que a deixava sentada e enquanto ele ajustava os travesseiros dela.

— Cadê meu irmão? Eu quero vê-lo. — Morrigan disse com a voz o mais calma que conseguiu.

O garoto apenas negou com a cabeça enquanto colocava a colher na mão de Morrigan. O olhar dele era pesado, Morrigan percebeu não ser por sua situação, mas sim pela pergunta dela.

Quando o Avox saiu, a porta se fechou sem ruído algum e Morrigan olhou para a bandeja em seu colo com nem um pingo de entusiasmo, mas se obrigou a comer alguma coisa. Ela olhou para o copo de água e o molho de maçã com um pingo de indignação.

Um jantar de “Parabéns! Você venceu!” deveria ser mais farto, Morrigan pensou.

Ela mexeu no molho de maçã e torceu o nariz, pegando apenas o copo de água e bebeu em pequenos goles, ao terminar, afastou a bandeja e se encostou. Lembrando que, normalmente, há um intervalo de alguns dias entre o fim da competição e a apresentação do vitorioso, tudo isso para que ele recuperasse o aspecto saudável de antes dos Jogos.

Morrigan não queria pensar, mas era inevitável. Ela não parava de imaginar o momento em que chegasse em casa viva e Logan morto. Seus pais chorando, não apenas pelo fato de ter sua filha em casa novamente, mas também pelo fato de terem perdido um filho. Morrigan não conseguia se sentir feliz por estar viva, por estar ali naquele momento, respirando, recebendo cuidados e, em breve, sendo paparicada.

Por isso, antes mesmo de perceber, Morrigan já estava chorando. Ela chorava baixo e apertava os lençóis, se controlando para não gritar, se acalmando e apagando quando um líquido gelado entrou por sua veia, algo que aconteceu por mais algumas vezes, até que, finalmente, chegou a hora em que Morrigan acordou e não havia mais nada plugado em seu braço. A restrição em volta de sua cintura e pernas havia sido removida e ela estava livre para se mover.

Morrigan observou os locais onde havia sido ferida e todas as cicatrizes haviam sumido. Até mesmo aquelas feitas durante sua infância e as brincadeiras na praia e barcos. Ela não gostou nem um pouco daquilo, afinal, toda cicatriz carrega uma história e ela queria se lembrar daquilo. Talvez soasse meio mórbido, mas as cicatrizes eram importantes para Morrigan, faziam parte de quem era agora, de sua história.

Ela deslizou as pernas para fora da cama, ansiosa para sentir o chão novamente. Ela andou um pouco e notou que havia um traje no pé da cama, e aquilo a deixou totalmente desconfortável. Era o mesmo usado pelos tributos na arena, mas o vestiu mesmo assim. Esperou alguns segundos e logo estava fora daquele quarto, olhou em volta e viu Seth, Elowyn e Jasper a esperando.

Um vitorioso deveria demonstrar mais comedimento, superioridade, mas Morrigan não sentia nada daquilo. Por isso, não se conteve quando andou a passos rápidos até os três e se atirou nos braços de Seth, voltando a chorar enquanto o abraçava com força.

— Eu sinto muito…tentamos de tudo aqui fora. — Seth disse baixinho antes de soltar Morrigan.

— Ah, querida… — Elowyn disse abraçando Morrigan e afagando seus cabelos. — Eu…Seth e eu, nós...

— Eu sei. — Morrigan murmurou tão baixo que foi quase inaudível.

— Você foi muito forte, pequena Morrigan. — Jasper disse beijando a testa da garota.

— Eu quero ir pra casa. — Morrigan resmungou chorosa.

— Você precisa participar da cerimônia ao vivo, querida. — Elowyn disse passando a mão no cabelo de Morrigan.

— Eu não consigo. — Morrigan disse com a voz falhando. — Eu quero ir pra casa.

— Vem comigo, a gente pode conversar um pouco. — Jasper disse e Morrigan apenas se deixou ser guiada por ele.

Morrigan se sentiu aliviada por ser levada para longe das câmeras. Durante todo o caminho até o saguão do Centro de Treinamento a garota ficou agarrada a seu estilista como se ele fosse seu irmão. Chegando ao saguão, ninguém estava lá para vê-los entrar no elevador dos tributos, os passos de ambos ecoavam pelo local vazio e enquanto o elevador realizava a rápida subida até o quarto andar, Morrigan revivia as imagens de sua última hora na arena em qualquer tentativa de fechar os olhos e sua cabeça doía com a falta de uma boa alimentação, mas ela simplesmente não conseguia comer nada que lhe deram nos últimos dias.

Assim que a porta do elevador se abriu, Morrigan viu as expressões de pena de Ivory, Octavia e Rufus, o pessoal da equipe de transformação que havia cuidado nela assim que chegou na Capital para os jogos. Nenhum deles a parabenizou pela vitória, eles apenas a abraçaram e disseram que era bom tê-la ali, Morrigan apenas assentiu, sem encontrar forças para falar. Morrigan foi levada para dentro da sala de jantar e foi servida com rosbife, ervilhas, pãezinhos macios e um copo de suco, refeição que ela se forçou a comer apenas para evitar perguntas e mais olhares de pena sobre ela.

— Venha, querida. Vamos arrumá-la. — Octavia disse guiando Morrigan, que notou a ausência de Jasper e se sentiu sozinha com isso.

— Eles fizeram um polimento realmente fantástico em seu corpo. Não restou nenhuma falha na sua pele. — Ivory comentou e Morrigan se olhou no espelho.

— Deveria ter. — Morrigan falou, com a voz mais firme do que esperava.

— Porque? As marcas são…feias. — Octavia disse.

— Marcas e cicatrizes carregam histórias, e sendo sincera, eu gostaria de tê-las comigo para me lembrar do que passei. — Morrigan disse olhando para Octavia.

Uma forma de nunca me esquecer de vingar Logan, pensou Morrigan.

— Bem, agora já foi. — Rufus falou antes de trocar de assunto.

Morrigan reparou mais em seu corpo e se sentiu horrível. A garota nunca fora extremamente magra, mas sempre tivera um corpo razoável, nunca havia se importado se suas coxas estariam finas demais, ou se estaria quase em estado esquelético antes de vestir seus trajes de banho e ir passar o dia na praia. Mas agora, bem, estava tão magra que podia facilmente contar suas costelas e, tanto suas pernas quanto seus braços, pareciam pedaços de graveto.

Por fim, Morrigan foi tirada de seus pensamentos ao ser levada para o banheiro, onde se ofereceram para ajudá-la a se banhar, mas ela negou alegando querer ficar sozinha. Depois de se lavar, Morrigan abraçou os joelhos e chorou de forma copiosa durante algum tempo, mas quanto mais as lágrimas caíam, mais o seu sentimento de tristeza virava raiva e sem conseguir se segurar como antes, Morrigan soltou um grito alto, um grito que ela vinha guardando desde que viu seu irmão morrer em seus braços, um grito que expressava a tristeza de perder um irmão, a culpa por não tê-lo salvado e a raiva que sentia pela tramóia feita para levar ela e seu irmão como alvos de um mesmo massacre por entretenimento.

Ivory, Octavia e Rufus cuidaram de Morrigan em silêncio após ela sair do banho. Em diversos momentos enquanto arrumavam seu cabelo, Morrigan sentiu vontade de chorar, mas devido a exaustão mental que sentia ela não conseguiu expressar externamente o sentimento.

Jasper entrou no quarto segurando duas capas pretas e longas. Ele abriu a primeira e revelou um vestido em tons de azul, indo do mais profundo azul escuro, até o mais claro. Seu caimento é leve e ele tinha alças bem fininhas.

— Não acho que me sinto bem vestindo esse…gosto de me vestir de acordo com meus sentimentos. — Morrigan disse baixinho.

— Eu imaginei isso. — Jasper falou abrindo a outra capa. — Por isso trouxe esse aqui.

O outro vestido era de um azul bem escuro. Ele também possuía caimento leve, suas alças eram grossas e cobriam seu ombro, ele é completamente coberto por uma renda que era mais longa na parte de trás do vestido. Morrigan tocou o tecido do vestido e se surpreendeu com o quanto era macio, mesmo com a renda.

Morrigan não pode deixar de notar o quanto o vestido lhe deixou linda. Ela não sabia como, mas de alguma forma aquele vestido a deixou com uma aparência mais saudável do que realmente estava. A única coisa que deixava evidente sua condição era seu rosto, nem mesmo o belo trabalho da equipe de preparação foi suficiente para esconder o rosto choroso. Mas tirando isso, ela parecia uma simples garota que havia acabado de chegar na elegante Capital, parecia doce e inocente com aquele vestido, o que ela achou levemente contraditório se considerando que ela havia acabado de deixar a arena brutal dos Jogos.

— É lindo, obrigada. — Morrigan disse enquanto Jasper ajeitava o tecido. — Como conseguiu fazer isso em tão pouco tempo?

— Sou um mágico. — Jasper brincou e Morrigan sorriu de leve. — Quero que fique com o outro vestido, como um presente meu por ser a garota menos arrogante e mais doce que já conheci.

— Eu…

— É um presente, apenas…aceite ele. — Jasper disse e Morrigan assentiu.

Morrigan observou seu reflexo no espelho. A maquiagem era simples, seu cabelo estava com apenas duas mechas presas para trás com um pequeno laço preto. As mechas azuis ainda estavam no cabelo da garota e ela decidiu que aquela seria sua cicatriz.

— Imaginei que passar uma imagem tranquila de você nesse momento seria bom, não para sua imagem no momento de agora, afinal todos sabem que está passando pelo luto. — Jasper disse e Morrigan o olhou pensativa.

— O que quer dizer? — Morrigan perguntou e Jasper segurou seu rosto, fazendo a garota olhá-lo diretamente nos olhos.

— Te moldar como uma garota inocente, meiga e triste pode te trazer benefícios futuros, pequena Morrigan. — Jasper disse e Morrigan piscou confusa. — Chances e oportunidades de estar perto de quem armou para que você e seu irmão estivessem juntos naquela arena.

— Armação?

— Eles fazem isso com parentes dos Vitoriosos. — Jasper disse e Morrigan o olhou descrente. — Não quero que faça nada por agora, apenas cultive a confiança de todos e quando a hora certa chegar você irá saber.

Morrigan assentiu sem entender muito bem o que ele queria dizer, mas depois daquela fala milhões de perguntas rondavam a mente de Morrigan.

Eles foram até o elevador e subiram até o nível em que realizam o treinamento. É tradição que o vitorioso e sua equipe surjam da parte de baixo do palco em uma ordem certa. Primeiro a equipe de preparação, depois o acompanhante, o estilista, o mentor e então o vitorioso. Morrigan começou a tremer, um tremor que tomou conta de suas mãos e quando reparou melhor, estava tremendo por inteiro.

Morrigan conseguia ouvir a multidão com nitidez e aquilo estava a deixando completamente ansiosa, a ponto de desmaiar ou vomitar aquilo que havia comido. Essa ansiedade explica o susto que levou ao sentir uma mão em seu ombro.

— Sou eu, calma. — Seth disse e Morrigan assentiu aliviada. — Desculpa o susto.

— Tudo bem, eu estava distraída. — Morrigan disse tentando controlar o nervosismo de sua voz.

— Está linda. — Seth disse e Morrigan forçou um sorriso. — Aceita um abraço?

Morrigan apenas abraçou o homem parado a sua frente como resposta. Seth apertou a garota com carinho e a soltou antes que ela pudesse começar a chorar. Mas Morrigan não queria que o abraço tivesse acabado, ela queria ficar abraçada a seu mentor porque o perfume dele era o mesmo de Finnick e o mesmo de Logan.

O cheiro úmido e rançoso do espaço abaixo do palco ameaça um enjôo intenso em Morrigan. Um suor pegajoso surge em sua pele e ela começa a se sentir presa. Morrigan fecha os olhos e começa a respirar fundo em uma tentativa de se acalmar.

E então, instantes depois, o hino retumba nos ouvidos de Morrigan e ela escuta Caesar Flickerman saudando o público. A multidão irrompe em aplausos quando a equipe de preparação foi apresentada. Após eles, Elowyn foi apresentada, e ela sabia que embora um sorriso radiante tomasse conta do rosto dela, o mesmo não podia ser demonstrado em seus olhos. Jasper foi recebido por extremo entusiasmo, afinal as roupas que Logan e Morrigan usaram haviam sido as melhores daquela edição. A entrada de Seth proporciona fervor entre a plateia e os gritos e saudações femininos são escutados com clareza, Morrigan se permitiu rir baixo com o provável ódio de Elowyn com aquela reação da plateia feminina.

— Certo, Morrigan…você consegue. — Morrigan disse a si mesma quando sentiu a plataforma de metal onde estava começar a se erguer.

Luzes ofuscantes surgem e Morrigan olha com nervosismo para Seth e Elowyn, que sorriem para ela como forma de encorajamento. Morrigan olhou para Caesar e caminhou até ele com um sorriso totalmente forçado. Ela se sentou na cadeira do vitorioso e olhou para o apresentador novamente. Caesar fez algumas piadas e Morrigan fingiu rir de todas elas.

Quando as luzes começaram a diminuir, uma tela apareceu e a respiração de Morrigan pesou. Ela não conseguiu esconder seu pânico em estar assistindo aquilo que viu ao vivo e a cores. Morrigan se concentrou em não vomitar durante os primeiros minutos, ela tinha certeza que o local da cadeira que apertava provavelmente ficaria marcado. Quando o filme chega na parte da arena, a primeira cena mostrada é da Cornucópia e da maneira como Morrigan pegou as lanças para ela e o irmão, salvando o mesmo em seguida.

Mostraram tudo, a morte de Bryan, fazendo Morrigan fechar os olhos e chorar em silêncio, em seguida mostraram a morte de Lily e no instante em que Morrigan viu o terceiro golpe ser investido contra Lily ela se levantou correndo e foi para trás do palco, no mesmo lugar onde os tributos ficavam antes das entrevistas e vomitou.

— Eu não consigo respirar. — Morrigan disse olhando para Seth quando o mesmo apareceu ao seu lado. — É culpa minha…ela morreu por culpa minha. O meu irmão…eu não salvei ele, eu deveria ter morrido no lugar dele, eu…

— Querida… — Elowyn disse tirando o cabelo do rosto de Morrigan. — Com licença, traga um copo de água, por favor. — ela pediu para a primeira pessoa que passou.

Morrigan chorava cada vez mais e tremia a ponto de seu corpo doer. Todos os gritos e luzes e a situação em si levaram Morrigan para dentro da arena novamente e ela se via revivendo cada uma das mortes que ocorreram em sua frente. Ela via seu corpo e vestido sujos de sangue e implorava baixinho que aquilo parasse.

Caesar voltou a falar, Seth agora falava palavras de conforto no ouvido de Morrigan enquanto a abraçava e Elowyn segurava a mão da garota com força. Aos poucos, Morrigan foi voltando à realidade e parando de chorar, ela demorou um pouco para parar de tremer e Seth não a soltou até ter parado de sentir os tremores.

— Eu não consigo voltar pra lá. — Morrigan disse antes de beber água.

— Você consegue e precisa. — Elowyn disse com a voz calma. — Estaremos lá com você, eu prometo.

Morrigan suspirou pesadamente e assentiu. Elowyn limpou o rosto da garota e apenas retomou algumas coisas da maquiagem dela antes da mesma voltar para o palco. Antes de voltarem para seus lugares, Seth e Elowyn apertaram as mãos de Morrigan e lhe deram um sorriso encorajador.

— Desculpa, Caesar, ainda é muito recente e eu…eu não consigo falar ou ver sobre. — Morrigan disse após se sentar, com a voz trêmula.

— Está tudo bem, acabou de sofrer uma perda terrível. — Caesar disse e Morrigan deu um pequeno e falso sorriso.

O hino tocou novamente e ela se levantou quando o Presidente Snow subiu ao palco seguido de uma garotinha carregando uma almofada com uma coroa em cima. Um sorriso estampa o rosto do presidente, mas Morrigan o olhava com um olhar raivoso, como se pudesse matar o presidente naquele mesmo segundo.

— Meus parabéns, Morrigan Flanagan. — Snow fala apenas para que a garota ouça. — Seu Distrito certamente fará uma festa com a vitória consecutiva.

— Acha que terei uma festa depois de perder o meu irmão? — Morrigan disse também baixinho. — É muita crueldade falar sobre algo que arquitetou com um sorriso no rosto.

— Deveria estar sorrindo também. — Snow disse e Morrigan o olhou nos olhos.

— Eu gosto de mentir sobre como me sinto. — Morrigan disse e Snow a virou para a plateia.

— Ao menos acene. — Snow disse e a garota obedeceu.

Oi gente, como vcs estão?

Próximo capítulo vai ser mais dinâmico, vão ter mais diálogos e vai ser menos parado. Esse foi mais pra mostrar como a Morrigan estava com tudo TÃO recente.

Espero que tenham gostado, mesmo sendo bem paradinho, não se esqueçam de favoritar e comentar bastante!

Bjs, Ana!!

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