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━━━━━━ 𝐎𝐍𝐄

Nos filmes, há um certo drama quando a adolescente protagonista está deixando seu país natal e mudando-se para um novo, onde não têm nenhum conforto, já que você não conhece ninguém e vice versa. Observando a forma que aquela mesma protagonista desajeitadamente tenta encontrar seu lugar naquele novo ambiente na qual foi inserida contra sua vontade, é possível que já teve sentido tédio ou uma enorme vontade de dar um tapa naquela garota para que acordasse para vida e percebesse logo que uma mera mudança não era fim do mundo, mas sim o começo de algo muito maior.

Na realidade, é tudo muito pior, tipo, tudo está um nível catastrófico. Durante os dias que passei apenas vasculhando meu guarda-roupa e dobrando cada peça antes de organizá-la dentro da grande mala azul-cobalto, meu choro poderia ser ouvido do outro cômodo e ninguém parecia ligar realmente, isso acabou comigo de tantas formas que é impossível não chorar. Aguentei aquela indiferença da minha família por longos anos após meus pais morrerem em uma batalha contra um vilão que se encontra foragido desde o duplo assassinato e a mídia toda voltar sua atenção para a mais nova órfã de Recife.

A morte dos meus pais foi o início de todo o inferno que minha vida se tornou. Para todos os cantos, havia jornalistas sedentos por alguma palavra que pudesse render um momento de fama nos jornais sensacionalistas e cruéis, logo meus parentes acharam melhor que eu tivesse uma vida dentro de uma fazenda isolada no interior de Pernambuco até que achassem uma solução para mim, como se eu fosse um problema que eles não suportavam nem olhar direito.

Felizmente para eles, não demoraram muito para encontrar uma solução e ela possuía nome e sobrenome, além de uma carreira de heroína em outro continente. Nemuri Kayama, ou melhor, Midnight se tornou minha guardiã legal em apenas alguns dias e parecia super animada por isso. Pelo pouco que sei, ela e minha mãe eram muito amigas em um nível que tem até um artigo na internet sobre o quanto as duas eram sex appeal perfeito, isso me deu um puta nojo mas tive que fingir costume, afinal aquelas merdas eram comuns quando você é uma mulher em um mundo dominado por garotos.

─ O que você tá escutando?─ Pisco os olhos, me dando conta que ela tinha tirado um dos meus fones de ouvido e agora tinha o cenho franzido, tentando decifrar o que eu estava escutando desde que saímos do aeroporto, apenas uma hora atrás. Abro a boca, só que não saí nada.

Tipo, meu Deus, espero que ela realmente não tenha alguma noção de português, porquê seria meio estranho explicar o motivo pelo qual fiquei uma hora fingindo costume com cara de séria enquanto tinha alguém cantando "Dentro do carro, hoje vai ter putaria".

─ Ah! Eu conheço essa!─ Ela gritou, bem alto. Meus ouvidos agora estão doendo e tem uma rua inteira nos olhando como se fôssemos duas malucas, sendo que ela foi a única que gritou.─ Seu pai vivia escutando essa!

E quero morrer, eu sinto isso, essa vontade de me enfiar em um buraco e tapar o topo para não encarar ninguém pelo resto da minha vida. Sinto isso mais do que nunca, principalmente quando ela agora tá falando bem alto em como meu pai seduziu minha mãe e tentando mandar o passinho bem na minha frente de um jeito todo torto.

Fecho os olhos e me viro, tentando fugir daquela cena constrangedora. Tá todo mundo olhando pra gente e penso algo que nunca pensei que se passaria pela minha cabeça: eu quero voltar pro Brasil.
Se todos os japoneses forem que essa mulher, prefiro mil vezes ficar no Brasil, muito bem confortável no meu Recife, mesmo com o calor fodido.

─ Ei, Elsa, você tá com vergonha de mim?─ Ela perguntou, piscando os olhos e finalmente parando com aquele negócio torto. O sorriso nos seus lábios me avisou que a próxima coisa que ela falaria faria com que desejasse ainda mais meu retorno para meu país de origem.─ Que fofinha! Você é igual a sua mãe na sua idade!─ A heroína riu e chiei quando ela apertou minhas bochechas com força.─ A diferença é que sua mãe era um grande safada na nossa idade!

Tá bom, já deu.

─ A gente já tá chegando?─ Pergunto, olhando diretamente para a mala que estou arrastando pra todos os cantos, uma vez que aquela lunática teve a ideia brilhante de irmos andando para sua casa com a desculpa que eu ia vendo o que tinha ou não na cidade. Ela riu, balançando uma das mãos e se virando para o enorme prédio que há no outro lado da rua.

Observo as janelas com o vidro tingido de preto que se estendia por todo o prédio como um manto, é tão escuro que se torna impossível enxergar algo dos apartamentos ou onde começa um andar e termina outro. Com certeza, é aqueles prédios feitos especialmente para heróis discretos que queriam sua privacidade, algo bem a cara daquele herói todo suspeito, Eraser Head.

Pisco os olhos, notando que Nemuri está no outro lado da rua, entrando no prédio com casualidade. Tudo bem, quando ela age que nem uma maluca, é fácil esquecer que sua conta bancária deve facilmente ser capaz de comprar toda Boa Viagem.

Ajustando minha postura, quando fito o prédio, a única que se passa na minha mente é que preciso de algum plano enquanto não tiver idade suficiente para dar o fora daquele país. Preciso de algo que me mantenha bem longe dos repórteres e que faça com que nada seja como antes. Felizmente, há uma opção, só que não é a coisa que desejo para meu futuro. É uma merda, mas é uma questão de sobrevivência e de manter minha sanidade no lugar.

Essa merda tem tantos contras mas... Vai ter que fazer valer a pena, se eu mostrar o quanto perigosa posso ser, talvez me deixassem em paz ou só ignorassem e continuassem com todo aquele surto sem sentido.

Mas, passei dias revisando todas as regras e posso falar elas sem hesitação. O Colégio U.A não permite que usem a imagem de seus estudantes ou falem algo sobre eles nos jornais, isso causa um processo bem gostoso e muitos temem a equipe de advogados de escola. Tem vinte mil desvantagens mas há aquela única vantagem que faz toda a diferença.

É, parece que meu destino é fazer a mesma merda que meus pais, mesmo que eu não esteja fazendo isso pelo desejo de salvar pessoas. Para ter minha paz, virar uma heroína não me parecia um preço muito alto...

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