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Prólogo

- Merda! Merda! - levanto da cama aos pulos procurando minha calça, eu estava muito atrasado e não tinha nem tempo para tomar um banho.

Bebi demais noite passada e acabei tombando sobre a cama como um boneco de testes, Matt buzinava igual louco do lado de fora do prédio para me acordar. Vesti a calça que achei em baixo da cama e coloquei a primeira blusa sozial que encontrei e por sorte era branca. Cacei uma gravata e um terno cinza jogando tudo sobre a cama, minha pasta de arquivos estava em algum lugar da sala, passei o enxaguante bucal e catei tudo colocando em baixo do braço.

A sala estava uma zona, comidas, papeis, lixo, roupas e a Dolores estava em cima da minha pasta. Nunca mais digo a minha mãe que estou me sentindo sozinho. Ela chegou de repente com uma cachorrinha linda sem raça, eu amo animais principalmente a Dolores mas nesse momento gostaria que ela não estivesse deitada sobre minha pasta.

- Ah, Dolores! Tenho uma coisa para você! Venha aqui ver! - tento engana-la para que ela saia de cima da minha pasta. Dolores tinha o hábito de deitar sobre tudo que era dela o que no momento era uma vida inteira de trabalhos meus. Ela nem se quer levantou a cabeça. - Não faça isso Dolores, eu preciso da pasta. Por favor, me empresta ela por... cinco horas eu juro que trago de volta. - ela abriu um olho e fechou novamente me iguinorando. - Tudo bem, eu te dou dois biscoitos. Ta bom eu te dou quatro biscoitos... Não seja tão difícil!

- Lucca seu cu doce! Anda logo estamos atrasados pra burro! O Tom vai foder com a gente! - Matt gritou do lado de fora, respirei fundo iguinorando ele eu precisava manter a calma e dialogar com a Dolores.

- Eu deixo o pacote todo aberto no chão, o que acha? - ela levantou a cabeça parecendo interessada na troca. - Se a Lilian chegar eu digo que eu derrubei. Mas duvido que minha mãe va aparecer hoje. E ai, trato feito?

Rasguei o pacote e o coloquei no chão, Dolores veio correndo abanando o rabo, fiz carinho em sua cabeça e beijei seu focinho. Peguei minha pasta e calcei os sapatos apressadamente.

- Você é fofa Dolores! Te amo! Ate mais tarde. - quando se é um homem de trinta anos cujo os relacionamentos anteriores foram um fiasco completo você acaba se apegando a um animalzinho de estimação. - Cheguei!

Entrei na mini-van de Matt e quase despenco no banco, estava exausto, com fome, com ressaca e nem tomei banho. Ele deu a partida sem pensar muito e tentou manter o silêncio coisa que ele não conseguiu.

- Você está uma droga. De qual buero saiu? Do cemitério? - gargalhei sem graça jogando a mamadeira no banco de trás. - Ah cara não faz isso não, é a mamadeira da Mag.

- Eu esqueci que tinhamos reunião hoje e bebi além da conta. Não achei a porra do meu celular, não conseguir tomar um banho e ainda rive que negociar com a Dolores pela minha pasta. - suspirei pesado, Matt gargalhou enxugando as lágrimas.

- A Dolores ainda vai dominar aquela casa... Ela ainda namora com o seu tênis de corrida? - resmunguei alguns palavrões. - Sua mãe escolheu o animal certo para te presentear.

- A Dolores é um amor, quando não se apaixona pelas minhas coisas. Ao menos ela não mordeu minha pasta, me lembro perfeitamente o estado em que eu encontrei o meu tênis de corrida. - estacionamos na vaga do subsolo e sguimos para o elevador. - Me diga que ele só quer ver os projetos e vai nos mandar para casa.

- Eu queria muito dizer isso, mas eu acho que vai um pouco além. Parece que ele quer escolher o melhor arquiteto entre seus funcionários e adivinha? Eu não tenho nenhum projeto novo, a Mag rasgou ele todo. - gargalhei. Entramos na sala de conferências e entregamos nossos projetos a secretaria, claro que eu já tjnha enviado o meu com antecedência mas eles queriam cópias daa obras.

Me joguei na cadeira desconfortável de plástico olhandonpara os meus cinco colegas arquitetos que concorriam contra mim, eu não fazia a minima ideia do que iria ganhar mas eu esperava que fosse um aumento e finalmente eu iria me mudar de prédio e contratar uma empregada.

As horas pareceram dias se é que pode ser possível, eu me senti em uma eternidade sem fim, Matt estava deitado sobre a mesa como se rivesse passado a noite toda em claro e lembrando de como é a Mag longe da mãe eu já imaginava que sua noite foi tão longa quanto a minha.

- Já temos o resultado. A ONE entrou em contato conosco solicitando um arquiteto para novas construções, eu achei por bem revisar os projetos de vocês e ter certeza que estaria enviando a pessoa certa. Nós conversamos e chegamos a um acordo unânime, Lucca Neumman. Parabéns, prepare as malas amanhã você está sendo encaminhado para Homeland em nosso nome. - e lá se vai minha esperança de contratar uma empregada.

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