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The Past Of Emily

- Escuta isso? Escuta esse som? - Uma voz gelada, sem vida, se dirige aos meus ouvidos.

- Não, não escuto. - Meus olhos fechados, não quero ver o rosto dele.

- Mentirosa. Escuta com mais atenção.

- O que devo escutar? - Minha voz, trêmula, sem coragem.

- Você quer, não quer? Escuta o seu coração?

- O que você está falando?

- Da sua sede garota. - Diz ele com convicção. Abro os meus olhos, bem devagar, e vejo no escuro do quarto um homem sentado numa cadeira, pernas cruzadas e os braços apoiados na cadeira.

- Quem é você?

- Não queira saber - O sorriso malicioso ganha o destaque na escuridão do quarto. Meu corpo treme.

- Quem é você?  - Repito

- Saia agora nesse quarto, e vai até a sala. - Disse ele, com um olhar estranho e ameaçador. Tinha uma boa aparência, usava terno preto. Cabelo liso bem penteado.
   
    Imediatamente meu corpo, minha cabeça, obedeceu a ordem dele assim que ele falou. Me levanto da cama e sigo andando sem ter controle de mim mesma. Caminho devagar, passo a passo, até a sala, e ele foi me seguindo. Quando cheguei, me desequilibro toda, a ponto de me apoiar no balcão que esta à frente. Meus pais, mor#os, ensanguen#ados ali. Minha barriga revira, uma sensação de enjôo e angústia se mistura aqui dentro. E jogo tudo pra fora. O que foi isso? O que está acontecendo? Aquele moço desapareceu. Ganho o controle de todo o meu corpo. Não tenho reação. Meu Deus…. Meu… Deus

20 Anos Depois

        Não, eu não sou louca, eu não sou louca… Esse quarto sujo, fedorento, esses enfermeiros que todos os dias entram e sai daqui. Não aguento mais viver assim. Estou literalmente no hospício. Desde aquele dia… Aquele dia…. Minha vida não foi mais a mesma. Fiquei três dias parada vendo o corpo dos meus pais, ali, estraçalhados. Eu só tinha quartoze anos, não sabia o que fazer. Meus tios acharam estranho os meus pais estarem em completo silêncio nesses dias, pois toda a família era muito unida. A minha vergonha e medo de falarem o que aconteceu com eles, me paralisou, emagreci, fiquei fraca e doente. Eles chegaram em minha casa e ficaram completamente assustados e aterrorizados. Minha tia me abraçou, e o meu tio ligou imediatamente para a ambulância e a polícia, apesar de nada daquilo fazer sentido ou da em alguma coisa. Eles tentaram me criar. Mas entendo por não terem conseguido, fui uma criança quieta e na minha, na escola não cheguei a sofrer bull#ing, porque o isolamento já era o grande castigo que recebi. Aos quinze entrei nos mundos das dro#as, me tornei adolescente rebelde, no grande feito na minha vida de merda. Meus tios tentaram, tentaram e tentaram… Mas as dro#as, as bri#as, os rou#os, me fizeram parar aqui, numa clínica de reabilitação onde estou faz quase dez anos. Eles acham que sou louca, psicopata, as vezes acho que sou, sei lá, tô nem aí pra essa mer#a toda… Aquelas imagens dos meus pais estão na minha cabeça a todo momento, não consigo esquecer deles. Nem que eu tente, as dro#as meio que fizeram isso por mim. E aquele homem que estava em meu quarto nunca mais o vi na minha vida. Nunca disse nada dele para os meus tios, e a polícia até hoje não procurou o as#assino. Eu não sei mais de nada. É muita coisa. Muita coisa, muita coisa, muita coisa, muita coisa. Aqui, na minha cabeça. Na porra da minha cabeça.

      A porta do meu quarto se abre. Um homem bem vestido, negro, careca, aparentava ter uns cinquenta anos de idade. Usava óculos. Tinha uma expressão séria, mas ao mesmo tempo amigável.

- Olá Emily.

- Quem é você? — Nunca tinha o visto aqui, acho que era um daqueles caras.

- Sou o novo psicólogo — Sabia, ele é um daqueles caras.

- Cadê o Martin?

- Não pôde vir.

- Porque não pôde?

- Porque não pôde.

   Fico olhando pra ele, e ele pra mim. O cara anda e senta numa cadeira no canto do quarto ao lado da janela, que dá a vista para o lado de fora.

- O dia está lindo hoje. Você tinha que ver. — Comentou ele

- É, deve está mesmo.

- Não tem curiosidade em ir ver?

- Porque eu teria?

- Porque soube que você vive nesse quarto.

- Não tem nada de interessante lá fora, só pessoas malucas e que vivem comendo bosta.

- Isso foi bem nojento, e específico.

     Reviro os olhos, minha cabeça grita demais, me vejo impaciente com esse cara.

- Sabe Emily, às vezes temos que olhar para uma janela, pois lá fora sempre existe algo interessante para se olhar. — Ele comenta ainda olhando para janela, sem nenhum momento olhar para o meu rosto.

- Você tem pinta de poeta.

- Oh, obrigado.

- Poeta de merda do cacete — Continuei

- Oh, essa doeu Emily.

- Por favor, caia fora daqui. Não está me ajudando em nada. - Me deito na cabeça, de costas pra ele, só quero ficar na minha, esse cara já encheu o saco já.

- Olha, não vou sair daqui não. Tenho hora marcada e, temos muito tempo aqui ainda. Eu conheci a sua história Emily, é realmente muito triste para uma garotinha, e ainda perder toda a juventude nesse lugar...

- Você nem imagina — Droga, as lágrimas rolaram sobre o meu rosto. Não quero chorar, não na frente desse cara.

- Não quer contar o que está sentindo? — Pela voz, ele já sabia que estava quase chorando. Quando noto, vejo uma pessoa em pé no banheiro. Me levanto da cama imediatamente.

- Tem mais alguém aqui?

- Não.

- Vi... Vi alguém no banheiro…

- Não tem ninguém no banheiro Emily.

- Tem sim, eu vi.

- Ok, vou entrar e te mostrar que não tem nada.

- Não, não… — Mesmo insistindo, ele caminha, entra no banheiro. Minha respiração se torna pesada. Corpo frio como um gelo. Mal sinto minhas mãos. Ele sai do banheiro.

- Viu, ninguém. — Disse ele, com tom leve para de fato me acalmar. Que merda aconteceu.

- Ele, ele estava aqui.

- Quem é ele Emily?

- Ele... Ai meu Deus.

- Emily calma, eu estou aqui.

- Ele está aqui, ele está aqui... - Meu Deus, minha cabeça está girando, ruídos e barulhos da minha alma assolam todo o meu ser.

- Vou chamar a enfermeira, tá bom?

- Não, não, por favor não saia. - Seguro as mãos dele, meu Deus, estou realmente desesperada.

- Preciso chamá-la, será rápido- Diz ele com certa expressão de tristeza, uma expressão que me pareceu verdadeira.

- Não por favor, sério, eu estou com medo... Muito medo.

- Emily, está tudo bem... Não tem ninguém aqui - Ouvindo essas palavras, olho para janela com os olhos caindo em lágrimas. Meu peito faltava explodir, eu não aguento mais.

- Preciso ir... - Ele largou minha mão, e mal olho para ele, não por birra, mas, é algo que mexe comigo. Sempre quando senti medo, nunca ninguém ficou comigo. A porta se fecha. E o silêncio rodeava aquele quarto escuro com apenas uma fraca iluminação natural do dia lá fora. Esse silêncio ouvia todos os dias sentada naquela cama. Olho para o banheiro de novo, receosa. Minha respiração fica pesada, meus braços ficam fracos, a vontade de correr daquele lugar era enorme. Mas ao mesmo tempo quero ficar ali...

- Emily … — Essa voz, aquela voz

- Emily.

- Você.

- Ainda.

- Tem.

- Sede.

          
         Cac#te que merda é essa.… Que vozes são essas? Saio da cama toda desequilibrada, cheguei a cair e corro até a porta e a abro. Olho para direita e à esquerda. Estava tudo vazio. No corredor há várias portas uma no lado da outra, quando percebo, todas abrem ao mesmo tempo. Eram oito portas no total, lá no fundo uma janela. Nessas portas saem pessoas ao mesmo tempo, elas ficam paradas e se viram para mim. Elas não tinham olhos, nem boca e nem nariz, mas tinham cabelos. Todas são mulheres. Elas colocam o dedo na mesma sincronia na cabeça. Barulho de ti#o.… A cabeça delas explode, fazendo todo corredor se sujar de sang#e… Meu coração falta explodir. Me sinto paralisada, e atrás de mim escuto alguém cantarolando alguma coisa e andando em minha direção.

                "Emily, você está com medo?
   Não precisa garotinha, estarei contigo o dia inteiro.
Quero te matar, não precisa de mais segredos
  Garota tola, venha brincar, pois sua morte chegará"

       Ele cantou esse verso em meus ouvidos, seguido de seu sorriso. Meu corpo estava gelado, arrepiado. Não consigo parar de tremer.

- Quanto tempo Emily

- Você... É…

- Ah que chato, porque quer saber? É tão divertido quando as coisas são as escuras.

- Po-po-por...favor...

- Está com medo? - A voz dele era áspera, sagaz. Ele anda lentamente e fica ao meu lado.

- Olha só que beleza Emily, todas elas mortas. Esse sangue, corredor escuro. Isso te lembra algo? — Ele olha pra mim, mas não consigo olhar pra ela. Fico com a visão na janela na frente. E eu ando sem vontade própria até a janela.

- Isso, continue andando até a janela. E abre ela.

      Chego na janela. E abro, quando olho para o lado de fora, vejo o parque de diversões. Apesar de não ter nenhum parque nesse hospício, vejo várias crianças brincando. Uns estavam na cabeça atirando em objetos para ganhar um urso. Outros em barracas brincando de outras coisas. Era várias e várias coisas ao mesmo tempo, não estou com paciência de ficar vendo tudo. Esse dia é familiar... O que? Meus... Meus pais, e eu... Mas o que? Estou com vestido vermelho comendo um doce, e os meus pais estão discutindo. Minha mãe está chorando um pouco enquanto meu pai fica falando no ouvido dela.

- Lembra desse dia, garota?

- Me tira daqui.

- Ah não quero, foi o dia que você.… Mat#u seus pais, ou melhor, seu pai - Ele riu nessa parte final da conversa. Risada contínua, risada que machuca sua alma.

- Cala a boca… – Meu coração ganha certa raiva por ele

- Uma garotinha tão fofa mat#ndo o próprio pai?… Você não tem jeito, sua vida foi destinada ao fracasso e ao fogo eterno, nem Deus perdoaria você Emily…

     Quando ele disse a palavra "Deus" esse nome… Me veio uma certa lembrança da minha infância. Desço as escadas aos sons do piano, e vejo uma linda mulher de vestido azul tocando, era minha mãe, ela me olhava com belo sorriso, me colocava em seu colo, e cantava uma canção sobre Deus, sobre o Amor dEle, só o quão poderoso Ele é… Como eu me esqueci de tudo isso?... Volto em si, e ele me encarava com aqueles olhos vazios e maus.

- Um homem invadiu a casa, e esse homem foi você. – Disse olhando pra ele

- Eu? Eu sou parte de você garotinha.

- Parte de mim?

- Não se lembra? Seu pai estava traindo a sua mãe, você como uma criança pura e besta pegou o celular e disse "Mamãe, papai tem outra namorada" Idiota você né… Ai…Qual era mesmo o nome dela?... Ah sim, era Bárbara — Quando ele disse esse nome, lembrei-me daquele dia, mas, estranho, tudo está embaraçado aqui na minha cabeça — Seus pais naquela noite brig#ram, e você, viu toda a briga… Viu seu pai dando um soco na sua mãe, que morr£u na hora quando caiu e bateu a cabeça no chão com tudo, foi uma delícia, você então, pegou uma faca e deu uma nas costas, na barriga... Ele te olhou confuso, e caiu mor#o no chão... Você corre pro seu quarto... E fica debaixo das cobertas…  Você me escuta?.... Sua mente reprimiu tudo isso, agora eu quero a sua alma, vim buscá-la..

- Para.

   A risada dele era o som que ganhava força naquele hospício do inferno, o corredor escuro com luzes roxas dava uma atmosfera sinistra.

- CHEGA….PARA.… PARA.…. – Minhas lágrimas era única coisa que fazia nesse tempo, a impotência me controlava.

      O cenário mudou, estou numa rua escura e tinha várias lembranças minhas nela. Vi meus pais me segurando recém nascida no hospital, me levanto, ainda em lágrimas, ando mais um pouco, e vejo meu primeiro dia de escola, e meus pais lá, me acompanhando... Várias lembranças.

- EMILY - Minhas lembranças desaparecem, virando uma certa poeira, olho para ele. Me chamou com tom de fúria e muito ódio, ele andava atrás de mim e eu não consigo me mover, caio no asfalto, que se transformou naquele corredor do hospício novamente. Estou cansada e confusa. Ele fica parado em minha frente com aquele sorriso sarcástico.

- Agora é a hora Emily, você não vai conseguir viver com essa culpa. Se jogue nessa janela. Agora.

- Não.

- Não?

- Você está mentindo.

- ME OBEDEÇA ! SE JOG#E NESSA JANELA... AGORA POR#A!

- DEIXA ELA! - Uma terceira voz intervém. Ele ficou confuso. Todo o cenário foi tomado pela luz.

- Não, você aqui não.

- Sai - A voz tinha autoridade, e ele tentou resistir

- Miguel, você não tem nada pra fazer aqui.

- Vai resistir a Ordem Divina? SAIA - A luz ficou muito forte, muito, de repente, não conseguia olhar quem era, cobria com os meus braços, é uma luz forte. O cara mau se enfurece e desaparece na escuridão, e esse tal de Miguel anda em minha direção. O que está acontecendo… Me sinto fraca, sem forças, não consigo me levantar. Ele me coloca em seus braços. Suas asas eram enormes, e ele anda até um elevador, e vejo de relance ele apertando o botão do último andar. A porta do elevador era de vidro, conseguia ver aquele corredor, de repente, aquele cara aparece todo desfigurado, gritando com toda fúria e ódio. Minhas lágrimas rolaram de novo, o pavor flerta com a minha alma, o Miguel permaneceu firme.

- Calma, não precisa ter medo, estamos aqui com você — Disse esse tal de Miguel. E o outro batia e batia na porta de vidro, até que o corredor  do hospício foi tomado e consumido pelo fogo. Menos o elevador. Ele ainda me segura em seus braços, com sua armadura vermelha e Asas enormes, cabelos pretos, mas não conseguia ver o seu rosto… O elevador sobe e sobe, e os meus olhos… Ele se apagam, e escuto um som de piano... Uma lembrança de desperta com a minha mãe tocando e cantando uma música melancólica em seu piano, me aproximo dela, sento em seu colo, rindo, leve, juntamente com ela de novo.

    FIM

  

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