Acordei com o sol batendo no meu rosto, os raios atravessando as cortinas e me forçando a abrir os olhos. O sono ainda pesava nas minhas pálpebras, e eu lutei para afastar aquela sensação de torpor. Me virei para o outro lado na esperança de fugir da luz, e foi então que meus olhos se depararam com uma cena que me fez esquecer completamente do cansaço.

Jobe estava ali, deitado ao meu lado, virado de frente para mim. Seu rosto sereno, emoldurado pelo travesseiro, trazia uma expressão de paz tão profunda que quase parecia um sonho. Seus lábios estavam levemente entreabertos, e sua respiração era calma e regular. Havia algo de adorável na maneira como ele dormia, como se o peso do mundo simplesmente não existisse para ele naquele momento.

Por alguns instantes, eu me permiti ficar ali, apenas observando-o. A tranquilidade dele parecia contagiante, e senti um sorriso suave se formando nos meus lábios. Aquele momento era tão simples, mas ao mesmo tempo, tão perfeito.

— Vai ficar aí parada me admirando? — Com os olhos ainda fechados, ele perguntou, fingindo um tom sonolento, o que eu achava. Era óbvio que ele estava apenas fingindo dormir!

Como eu me enganei com isso? Ele não poderia dormir tão belo dessa forma, estava fingindo. Garoto convencido

— Bom dia, Jobe. — Coloquei minha mão embaixo do meu rosto, deitando sobre ela.

— Sua cara inchada fica melhor ainda me admirando concentrada... Bom dia também Memel. — Olhei para o garoto e forcei um sorriso, claramente falso. A maneira como ele disse aquela palavra me incomodou profundamente. "Rosto inchado?" Eu pensei, sentindo um leve desconforto se espalhar. Eu odiava isso! A expressão em meu rosto, por mais que tentasse disfarçar, certamente deixava transparecer minha insatisfação.

Ele deu um sorriso preguiçoso, e eu não pude deixar de notar como seu rosto estava levemente inchado por causa do sono. Seus lábios, parecendo um pouco maiores do que o normal, realçavam ainda mais a expressão de tranquilidade que ele exalava. Seus olhos, meio fechados, lutavam contra o peso do sono, e tudo isso lhe dava uma aparência ainda mais adorável e despreocupada. Era uma visão que me fazia querer ficar ali para sempre, apenas admirando aquele momento de pura serenidade.

— Como se o seu rosto não tivesse inchado também, sua boca tá parecendo uma calabresa. — Soltei uma risada suave diante aquele comentário, o moreno gargalhou juntamente.

— Não vem falar, tá? A sua também tá, parece duas linguiças crua

— Mas isso é bom, não falei na maldade, eu gosto da sua boca assim...

— É a primeira vez que tá vendo, como pode ter certeza?

Eu podia ter certeza de que gostava dos seus lábios mais carnudos do que o normal, porque naquele momento, tudo o que eu queria era beijá-lo. Ele estava tão belo, e sua boca parecia me chamar, como se pedisse silenciosamente por um beijo.

— Da pra parar de me olhar assim Jobe? Eu nem lembro o que falei mais... — Eu disse mentindo de maneira sem jeito, o garoto fitava o meu rosto, um olhar penetrante. Eu estava totalmente sem palavras diante da sua pergunta. O garoto moreno percebeu minha falta de reação e achou tudo aquilo hilário.

Jobe me olhava com um sorriso de canto que revelava seus dentes perfeitos e alinhados. Aquele sorriso também trazia à tona um furinho na sua bochecha, e isso me deixava completamente maluca. Eu amava vê-lo sorrir.

— Pode ver o horário pra mim? — Ele perguntou, eu assenti com a cabeça e virei o rosto para o outro lado, vendo o relógio sobre o criado-mudo, que indicava certamente o horário 08:34.

— São exatamente 8:29! — Virei meu olhar pro garoto, não sabia ao certo o porque eu menti pro moreno sobre o horário, mas menti.

Bellingham me olhou com os olhos semi-cerrados, como se desconfiasse da minha resposta. Eu tentava conter um sorriso fraco.

— Obrigado Mel, quando der 08:40 vou me levantar pra ir embora...

— Embora? Porque?

— Ah, eu tenho treino, eu não te contei né, finalmente meu último treino, eu não aguento mais tanto exercício.

O Jobe se virou de frente, encarando o teto, o lençol baixou mais no seu corpo, mostrando seu abdômen marcado...

— Por quê a senhorita tá secando o meu lindo tanquinho? O meu rosto é aqui. — Ele apontou pro seu rosto, e deu um sorriso malicioso de canto.

— Eu tava pensando numa resposta pra te dar, não olhando o teu tanquinho, não sou tarada... Sobre o seu treino que bom que está prestes a encerrar. — Rapidamente desviei o olhar pro seu rosto, ele ainda mantinha o mesmo sorriso.

— Pra me dar? Humm — Ele se ajeitou na cama, colocando seu cotovelo no travesseiro e apoiando a sua cabeça na sua mão.

Eu ri, revirando os olhos pela sua brincadeira maldosa e sem graça, mas que me fez rir.

— Para de ser safado, coisa feia! — Dou um leve tapa no seu peitoral, ele colocou sua mão no lugar fingindo estar doendo.

— Não paro não, pois eu sei que você gosta. — Piscou um olho pra mim, e se levantou da cama puxando a sua camisa que tava embaixo do travesseiro, ele colocou em volta do seu pescoço.

— Talvez... — Sussurrei. — Você já vai? — Perguntei me levantando e sentando na cama com o lençol cobrindo minhas coxas.

— Puta merda Melissa já são 08:45!! — Jobe teve seu olhar pro relógio no criado mudo, ele arregalou os olhos e foi vestindo sua camisa rapidamente.

— Quem disse? Acho que eu me confundi... — Tentei mentir, mas Jobe já estava desconfiado, ele me olhou como se desconfiasse.

— Sei... — O Bellingham, desconfiado diz, e pegou o celular no criado-mudo e o desbloqueou com uma pressa evidente. Pelo jeito apressado, eu chutei que ele estava pedindo um Uber para voltar para casa ou talvez para ir direto ao treino.

Eu não tive reação. Parte de mim não queria que ele fosse embora, pois a ideia de ficar sozinha me angustiava. Ultimamente, tenho me sentido bem só, mesmo com minha mãe em casa. Ela vive saindo para trabalhar ou para curtir com suas amigas, quase nunca está por perto. Mia, minha amiga, está oficialmente namorando Jude e não tem mais tempo para nada entre amigas. E Marie, está sempre ocupada resolvendo os problemas da sua empresa.

Mas não é só por isso que eu não queria que Jobe fosse embora. Ele me faz feliz, de uma maneira que nem eu consigo explicar direito. Quando ele está aqui, a casa parece menos vazia, menos fria. Sinto que meus sentimentos por ele estão crescendo a cada momento que passamos juntos, e isso só torna mais difícil deixá-lo ir embora, mesmo sabendo que mais cedo ou mais tarde ele voltaria. Eu queria que ele ficasse, que continuasse aqui, comigo.

Jobe tem o poder de fazer com que eu me sinta menos distante da sua idade, e eu amo isso, parece que ele faz mesmo questão. Quando estou com ele, sinto como se eu tivesse a mesma idade que ele, como se as diferenças entre nós se apagassem. A sua masculinidade me atrai de uma forma inexplicável; o modo como ele demonstra ser um verdadeiro homem, seguro e confiante, é algo que eu gosto profundamente. Ele me faz sentir viva, como se eu estivesse verdadeiramente conectada ao momento, sem a preocupação com a diferença de idade.

— O Jude está perto, eu preciso descer, você vem? — Ele perguntou. Eu estava em frente ao espelho, borrifando água no meu cabelo que dessa vez estava solto.

— Vou sim, te deixo até a porta. — Sorri fechado.

Ele sorriu de volta em forma de agradecimento, abriu a porta do quarto e saiu primeiro, deixei o borrifador em cima do camarim e fui atrás do rapaz. Descemos as escadas devagar.

— Sua mãe chega que horas? — Ele perguntou curioso.

— Só mais tarde, ela vai arrumar suas coisas pra viajar, vai levar o Mike.

— Por isso a animação dele é perceptível, ele tá mais alegre que o normal.

— Até você percebeu? Já conhece esse pequeno mesmo em! — Eu ri curto, o garoto sorriu bobo.

Abri a porta pro garoto quando ouvi a buzina do carro, supostamente de Jude. Quando ele nos viu deu pra ver seu sorriso branco de longe, um sorriso orelha a orelha.

— HOJE TEVE EM! — Gritou o garoto mais velho dentro do carro.

— Puta merda esse moleque... — Jobe envergonhado reclama do seu irmão.

— Não teve nada porque ele é um frouxo! — Digo pra Jude de volta, olhei pro Jobe nos olhos, percebo que ele se surpreendeu.

— Não tomo mais nenhuma atitude gata, vou deixar você fazer isso... — Ele sorriu.

— Até outro dia Jobe.

O olhei tentando conter um sorriso, já que ele disse aquilo, o garoto estava prestes a virar pra ir embora, segurei ele pelo braço tendo sua atenção pra mim. Selei nossos lábios em um selar demorado, com minhas mãos no seu rosto.

— Um beijinho antes de ir, não sei quando você vai vir aqui de novo... — Um sorriso enorme surgiu nos lábios do Jobe, ele estava feliz com aquele meu ato. Se aproximou me dando um outro selar.

— Tô disposto a qualquer hora, viu? Se precisar da minha companhia me chama. Até mais, Mel. — Jobe se afastou, acenando antes de virar de costas, ele entrou no carro do Jude e ambos acenaram de longe.

Fechei a porta me encostando ali, com meu indicador na boca.

— Mamãe, o que tá fazendo aí parada? Cadê o Jobbie?

Olhei pra escada vendo Mike, ajeitei a postura caminhando até o garoto.

Finjo uma tosse. — O Jobe já foi pra casa, ele tem que treinar meu amor.

— Entendi...

O garotinho foi para a cozinha, e eu o segui em passos lentos, a mente ainda presa nos pensamentos sobre os lábios de Jobe encontrando os meus em um selinho extraordinário. Cada passo que dava parecia arrastar um fio de memória daquele momento íntimo, e não conseguia afastar a sensação de saudade crescente.

Enquanto caminhava atrás do garotinho, meu coração estava mais atento ao vazio que Jobe deixou ao ir embora, e eu me peguei desejando, quase desesperadamente, que ele estivesse ali. A cozinha, com seus sons e cheiros comuns, parecia menos acolhedora sem ele. Eu não queria admitir isso, mas eu tô apaixonada pelo Jobe.

Não revisado ‼️

Oii amores, passando aqui pra deixar esse capítulo maravilhoso pra vocês, e avisando que a fanfic do Jobe e do Jude foi lançado o 1 capítulo, vão lá dar estrelinha e comentar também, eu agradeço.

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Quando lá tiver 10 comentários eu lanço o capítulo 23 dessa fic 🫡