Chapter 14
- Ela é uma boa pessoa. Mas vê-la com outra pessoa depois do jeito que deixamos as coisas ainda é muito difícil para mim. Vê-la sofrendo é ainda mais difícil.- Eu estava completamente jogando minhas palavras e disse exatamente o que estava na minha mente, porque, mais uma vez, eu não tinha certeza se seria a última vez que estaríamos sozinhas. Era importante que ela soubesse como eu me sentia. Eu balancei minha cabeça repetidamente.. Sinto muito. Eu não deveria ter dito tudo isso.
As pessoas no andar superior pareciam como se estivessem a um milhão de milhas de distância. Você poderia ouvir um alfinete cair no lugar onde estávamos. Eu estava olhando para baixo novamente quando a mão dela me surpreendeu, tocando na minha bochecha. Ela deslizou lentamente para baixo e envolveu-a em volta do meu pescoço.
- Soo... - Ela suspirou com um nível de emoção que eu só tinha visto dela uma vez antes e foi a sete anos atrás.
Fechei os olhos e percebi que por um momento estávamos de volta naquele lugar. Eu estava com a velha Jennie - minha Jennie. Isso era algo que eu nunca pensei que eu ia sentir novamente. Ela manteve a mão no meu pescoço e apertou-a levemente. Isso era inocente, mas havia uma linha tênue sendo desenhada a cada segundo que passava. Seu polegar roçava de um lado a outro do meu pescoço lentamente. A sensação de seus dedos aqueceu todo o meu corpo. Eu não entendia o que estava acontecendo, e eu não tinha certeza se ela entendia, também. Rezei para que ninguém descesse as escadas, porque no segundo em que ela saísse de lá, a minha Jennie teria ido embora.
- Eu te machuquei. - Ela disse, seus dedos ainda presos ao redor da minha pele.
- Está tudo bem. - Eu sussurrei. Meus olhos ainda estavam fechados.
Jennie rapidamente moveu a mão de cima de mim quando ouviu passos.
- Aí está você. - Joy disse enquanto caminhava em direção a onde nós nos sentamos no sofá. - Eu não culpo você por querer um respiro. Esta noite tem sido desgastante.
Eu imediatamente levantei e ofereci, provavelmente, o sorriso mais falso que eu já tinha evocado na minha vida. Meu coração ainda estava acelerado do que eu tinha acabado de experimentar.
- O sacerdote está se preparando para liderar uma oração. Eu queria ter certeza de que você não vai perder isso. - Disse ela a Jennie. - Está se sentindo bem para voltar lá em cima?
- É... Uh... Eu estou bem. - Jennie afirmou para ela. - Vamos.
Jennie me deu um olhar rápido que era difícil de ler antes de se virar em direção às escadas com Joy. Segui-as e vi quando colocou a mão na parte inferior das costas de Joy, a mesma mão que tinha acabado. de ser enrolada no meu pescoço um minuto atrás.
[...]
Após o velório, Yeonjun e Kate convidaram algumas pessoas a voltarem para sua casa para tomar chá e biscoitos. Minha se mãe sentiu obrigada a ir, o que significava que eu precisava ir para ficar com ela e levá-la para casa.
Mamãe e eu fomos as últimas a deixar a casa funerária, por isso, quando chegamos a casa, a mesa da sala de jantar estava cheia de pessoas. A casa tinha cheiro de café recém-feito e os biscoitos de mirtilo que Kate tinha acabado de retirar do forno. Eu desejava ter ido para casa dormir, no entanto. Amanhã seria um longo dia com o funeral. Eu nem sabia quando Jennie voltaria para o Japão e assumi que ela não iria ficar muito mais tempo do que amanhã.
Jennie e Joy estavam longe de ser encontradas. Mesmo que isso não fosse da minha conta, eu não poderia deixar de me perguntar onde elas estavam e o que estavam fazendo.
Joy apareceu na sala, carregando um bolinho em um prato de papel. Ela havia trocado seu vestido preto por um short e uma camiseta. Seu cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo frouxo, e ela parecia mais jovem sem qualquer maquiagem.
- Hey, Jisoo. Eu posso me juntar a você? - Ela se sentou ao meu lado, mesmo antes de eu responder.
- Claro. - Eu deslizei sobre o sofá.
- Estou feliz que você veio para cá. - Disse ela. - A casa de Yeonjun e Kate é muito boa, não é? Estou tão feliz que vamos ficar aqui em vez de um hotel.
- É.
- Espero ter uma casa um dia, mas com os nossos salários no centro da juventude, vai levar um tempo antes que isso aconteça. Nosso apartamento é muito pequeno.
Nosso apartamento.
- Há quanto tempo vocês vivem juntas?
- Apenas alguns meses. Estamos juntas há quase um ano. Jennie estava hesitante em se mudar para longe de sua mãe, mas ela acabou cedendo. Hyuna não esteve bem por um longo tempo. Você sabe disso, né?
- Sim. Eu sabia que ela tinha problemas.
- Bem, o ano passado foi muito melhor. Ela na verdade tem um namorado agora... Mas quando ela descobriu que Heechul morreu, ficou muito difícil, por isso estamos preocupadas que ela vá ter uma recaída.
- Onde está Jennie agora?
- Ela está lá em cima.
- Como ela está?
- Na verdade... Ela está agindo muito. estranha esta noite.
- O que você quer dizer?
Ela olhou em volta para se certificar de que ninguém estava ouvindo a nossa conversa.
- Certo... Bem, nós saímos do velório um pouco mais cedo e voltamos para cá. Ela....
- Ela o quê?
Joy se inclinou e sussurrou.
- Ela queria ter relações sexuais.
Eu quase regurgito o meu chá.
Por que em nome de Deus ela estava me dizendo isso?
Tossi.
- Isso é incomum?
- Não, quero dizer... Ela tem um enorme apetite sexual, mas isso era diferente.
Enorme apetite sexual...
Eu fiz o meu melhor para parecer casual e fingir que eu não estava mal do estômago durante esta conversa, que eu tinha certeza que iria me traumatizar.
- Diferente?
- Nós voltamos aqui, e ela imediatamente me arrastou para cima e começou a arrancar minhas roupas. Era como se ela estivesse fazendo isso para enterrar seus sentimentos, para esquecer esta noite. E eu entendi isso. Mas depois, quando começamos, ela não conseguiu terminar. O olhar em seus olhos... Era como se sua mente estivesse em outro lugar. Então, ela apenas correu para o banheiro, fechou a porta, e eu ouvi o chuveiro ligado.
- Ela disse alguma coisa depois?
- Não. Nada.
- Deve ter a ver com tudo o que aconteceu esta noite. - Eu disse.
E com isso, não me refiro a ela envolvendo sua mão em volta do meu pescoço, Joy.
- Eu não posso deixá-la assim. - Disse ela.
- O que você quer dizer com deixá-la?
- Ela não te contou? Eu não posso ficar para o funeral.
- Por quê?
- Meu vôo sai às nove da manhã. Minha irmã vai se casar amanhã à noite. Eu sei... Um casamento sexta-feira à noite, certo? Eu acho que a escolha de um dia na semana foi para cortar o custo do local pela metade. Mas ainda é uma merda para o resto de nós que têm de trabalhar ou têm vidas. Eu sou sua madrinha.
O momento não poderia ser pior.
Ela estava indo embora.
- Quando é que Jennie volta?
- Seu vôo é sábado à noite.
- Oh.
Ela cruzou as pernas e deu uma mordida no bolinho.
- Ela sempre foi assim complexa? Quero dizer, quando era mais nova?
- Pelo breve tempo que eu a conheci, eu
diria que sim... Sim. A escrita de seus livros é um bom exemplo disso.
Ela inclinou a cabeça.
- Sua escrita... Livros?
Ela não sabia?
- Ah... Uh... Era apenas algo com o qual ela brincava por aí. Eu não devia ter falado nisso. É irrelevante.
- Oh, eu preciso perguntar a ela sobre isso. Eu não posso acreditar que eu não sabia que ela gostava de escrever. Livros sobre o quê?
Como ela poderia não ter dito isso a Joy?
Eu comecei a entrar em pânico.
- Ficção. Não diga que eu disse a você. - Eu balancei minha cabeça. Eu não deveria ter dito nada.
A voz dela era fria.
- Não. Você não deveria ter contado.
Nós duas viramos ao mesmo tempo para encontrar Mina em pé na nossa frente.
Merda.
O olhar gelado que ela me deu era tudo o que eu precisava para entender tinha cometido um grande erro. Mas já era que eu tarde demais. Agora, ela era a única que tinha que controlar os danos.
Joy bateu no assento ao lado dela.
- Venha aqui, baby. Por que você não me disse que você escrevia? Isso é tão legal.
- Não é realmente um grande negócio. Era apenas um hobby que eu tinha quando era adolescente.
Não era um hobby; era uma paixão.
Por que você não está escrevendo mais?
- Eu não posso acreditar que você nunca me contou. - Disse Joy.
Jennie desconsiderou isso.
- Bem, agora você sabe.
Eu estava esperando por ela olhar para mim para que eu pudesse pelo menos pedir desculpas em silêncio, mas Jennie nunca me deu a oportunidade.
Kate entrou na sala.
- Jennie, você quer alguma coisa? - Ela perguntou.
- Alguma coisa forte.
- Vou buscar.
Ela voltou com três copos com algum tipo de licor de cor âmbar. Jennie tomou os dois primeiros imediatamente.
Joy sussurrou para mim:- Está vendo? Promete que vai ficar de olho nela por mim, ok?
Jennie bateu o último copo para baixo depois de terminar o seu conteúdo.
- Ela não precisa ficar de olho em mim. - Ela disse em tom frio.
- Você sabe o quanto eu sinto por deixá-la sozinha.
- Você não deveria. Eu vou ficar bem. Estarei em casa antes de você acordar no domingo de manhã.
Ela vai ter ido embora de novo antes que eu perceba.
Joy encostou a cabeça no ombro dela. Jennie tinha trocado sua roupa para uma calça jeans, e seus pés estavam descalços. Isso provocou um flashback para a noite que ela inicialmente se abriu para mim no meu quarto, quando eu percebi pela primeira vez o quão bonito seus pés eram descalços.
Eu afastei o pensamento, porque quando Joy tinha me pedido para ficar de olho nela, não quis dizer ficar admirando ela.
Minha mãe entrou na sala de estar.
- Querida, eu acho que eu preciso voltar casa e descansar para amanhã.
- Ok, vamos embora. Eu não podia sair desse sofá rápido o suficiente?
Joy levantou-se.
- Jisoo, eu não vou vê-la novamente. Eu não posso te dizer como foi bom te conhecer. Espero que nos encontremos de novo.
- Da mesma forma. - Eu menti.
Enquanto eu a abraçava, olhei sobre seu ombro para Jennie e murmurei: - Eu sinto muito. Esperando que ela me perdoasse por ter falado sobre sua escrita.
Ela só olhou para mim com uma expressão ilegível. Eu não conseguia entender por que ela nunca mencionou isso para Joy se elas eram um casal. Mais uma vez ultrapassei os meus limites quando se tratava dela. Apesar de tudo o que houve entre nós lá embaixo na casa funerária, eu não tinha um lugar real na vida dela. Eu fiz uma promessa de manter a maior distância dela amanhã a menos que ela me procurasse.
Ela não precisa de mim.
Ela tem a sua namorada.
Esse seria o meu mantra.
Joy abraçou minha mãe.
- Taeyeon, por favor, aceite minhas mais sinceras condolências novamente. Eu sinto muito que eu tenho que estar no Japão para o casamento da minha irmã.
- Obrigada. Disse minha mãe. - Eu poderia dizer que ela estava exausta.
Joy sussurrou em meu ouvido:- Obrigada por me deixar desabafar sobre essas coisas antes, também.
- De nada.
Obrigada por me traumatizar.
Em outra vida, essa menina poderia ter sido a minha melhor amiga. Eu poderia simplesmente dizer que ela era o tipo de pessoa que você pode chamar a qualquer hora da noite para desabafar sobre todos os seus problemas. Ela era legal, e eu me senti mal pelo alívio que eu senti sabendo que ela estaria indo embora em um avião, amanhã de manhã. Agora, o único obstáculo seria conseguir passar pelas próximas 24 horas.
Então Jennie iria embora, e sairia da minha vida mais uma vez. Certo?
Isso não seria tão simples.
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