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Chapter 13

Uma vez que finalmente consegui coragem de ir para dentro, sentei-me à mesa da sala de jantar e bebi água. Minha boca ainda estava seca. Parecia que a sala estava girando.

- Você está bem? - Perguntou minha mãe.

Eu deveria estar perguntado isso a ela.

Balancei a cabeça, agarrando a água, tentando beber tudo. Eu precisava ser forte por ela, não podia me permitir perder a cabeça hoje. Elas não tinham descido ainda. Depois que a mulher misteriosa apareceu por trás de Jennie através do vidro, ela imediatamente se virou e desapareceu de vista. Levei alguns minutos para sair do meu lugar no jardim. Ela tinha uma namorada... Ou uma esposa. Mesmo que isso deveria ter passado pela minha cabeça como uma possibilidade provável depois de sete anos, não era algo que entrasse na equação quando eu imaginava vê-la novamente.

O som de dois conjuntos de passos descendo as escadas em uníssono me fez endurecer e me sentar ereta na minha cadeira.

Quando elas entraram na sala de jantar, meu corpo entrou em modo de luta ou fuga enquanto adrenalina bombeava através de mim. Talvez eu devesse levantar e dizer alguma coisa, mas eu só fiquei colada à minha cadeira.

Minha mãe foi até Jennie e a puxou para um abraço.

- Jennie, é tão bom vê-la. Sinto muito sobre seu pai. Eu sei que você e ele tiveram um tempo difícil, mas ele a amava. Ele com certeza a amava.

O corpo de Jennie estava rígido, mas ela não se afastou de mamãe. Ela simplesmente disse: Eu sinto muito por você.

Enquanto ela relutantemente deixou minha mãe abraçá-la, seus olhos correram para mim e ficaram lá. Eu não poderia dizer o que ela estava pensando, mas eu tinha certeza que estava na mesma linha do que estava passando pela minha própria cabeça.

Esta reunião não deveria acontecer.

Depois de mamãe deixá-la ir, a companheira de Jennie passou para abraçá-la.

- Sra. Kim, sou Joy, a namorada de Jennie. Eu sinto muito pela sua perda.

- Me chame de Taeyeon. Obrigada, querida. Prazer em conhecê-la. -Eu sinto muito que tenha que ser nestas
circunstâncias. - Disse ela enquanto
esfregava as costas de minha mãe.

Meus olhos pousaram em suas unhas bem cuidadas.

Joy possuía uma forma corporal atraente. Seus longos cabelos pretos caiam em cascata pelas suas costas, junto de sua franja bem cortada.

Ela era linda.

É claro que ela era.

Minhas entranhas pareciam que estavam torcendo.

Jennie caminhou lentamente em direção a mim.

- Jisoo...

O som do meu nome saindo da sua boca tinha momentaneamente me levado de volta para sete anos atrás em um instante.

- Jennie. - Eu me levantei da minha cadeira. Eu... Eu sinto muito... Sobre Heechul. - Eu gaguejei, e meus lábios começaram a tremer.

Parecia que toda a respiração deixou meu corpo quando ela estava na minha frente, e eu inalei o velho cheiro familiar de cigarros de cravo e perfume. Tanto tempo se passou, mas emocionalmente ainda parecia como fosse ontem.

Como se fosse ontem.

A única diferença era que a pessoa que deixou o meu quarto naquele dia ainda era essencialmente uma garota, e a pessoa diante de mim agora era claramente uma mulher.

Eu olhei para ela e fiquei maravilhada com a forma como ela cresceu e tornou-se mais bonita. Minhas características preferidas ainda estavam lá, mas com algumas mudanças. Seus olhos negros ainda brilhavam, mas agora era através de óculos de armação preta. Ela ainda usava seu anel de lábio, acompanhado de um batom claro. Uma camisa de risca de giz preta que estava enrolada nas mangas até os cotovelos, abraçava seus seios, que agora eram maiores.

Ela apenas ficou olhando para mim. Eu finalmente estendi o braço para abraçá-la e senti sua mão quente nas minhas costas. Meu coração estava batendo muito rápido, parecia que ele podia parar completamente. Uma coisa que aparentemente não mudou foi a maneira como meu corpo reagia imediatamente ao seu toque. Assim que eu fechei os olhos, ouvi uma voz atrás dela.

- Você deve ser a filha de Taeyeon. Vocês duas parecem gêmeas.

Eu me separei dela de repente e segurei a minha mão estendida.

- Sim... Oi, eu sou Jisoo.

Joy não aceitou. Em vez disso, ela sorriu com simpatia e me abraçou.

- Eu sou Joy. Prazer em conhecê-la. Sinto muito pelo seu padrasto. - O cabelo dela cheirava como eu esperava que seria; um delicado aroma para combinar com sua personalidade aparentemente doce.

- Nós duas trabalhamos no centro da juventude. Eu chefio o programa depois da escola, e Jennie é uma conselheira. Nós começamos como amigas. Eu realmente admirava como ela era bom com as crianças. Todos eles a amam. - Jennie colocou a mão sobre a dela. - Agora, eu também.

Eu podia ver pelo canto do meu olho que ela se inclinou e beijou-a. O vestido preto que eu estava usando de repente parecia que estava me sufocando.

- Isso é muito doce. - Disse Kate.

- Jennie, como está Hyuna? - Perguntou Yeonjun.

- Ela não está indo bem. - Disse ela abruptamente. Eu olhei para cima ao ouvi-la falar. Ela não tinha falado nada desde que disse o meu nome, Joy apertou a mão dela. - Tentamos fazer com que ela viesse, mas ela não achava que poderia lidar com isso.

Nós.

Ela estava perto da mãe dela.

Isso era definitivamente sério.

- Bem, é melhor então que ela não veio. — Disse Kate.

Provavelmente desconfortável com a menção de Hyuna, minha mãe tomou um longo gole de vinho. Ela sabia que ela era a razão número um para Hyuna não aparecer hoje.

Joy virou-se para mim.

- Onde você mora, Jisoo?

- Eu moro em Nova York, na verdade. Eu só vim para a cidade um par de dias atrás.

- Isso deve ser emocionante. Eu sempre quis visitar Nova York. - Ela virou-se para Jennie. - Talvez a gente possa visitá-la algum dia? Nós teríamos um lugar para ficar.

Jennie acenou com a cabeça uma vez, parecendo extremamente desconfortável enquanto brincava com sua comida. Em um ponto, eu podia sentir seus olhos em mim. Quando me virei para olhar para ela, para confirmar isso, nossos olhos se encontraram por um segundo antes dela desviar o olhar de volta para o prato.

- Jennie nunca me disse que tinha uma meia-irmã. - Disse Joy.

Ela nunca falou de mim.

Minha mãe falou pela primeira vez.

- Jennie só viveu conosco por um curto período de tempo quando elas eram adolescentes. Ela olhou para mim. - Vocês duas não se davam muito bem na época.

Mamãe não sabia nada sobre o que realmente aconteceu entre Jennie e eu. Assim, a partir de sua perspectiva, esta afirmação era uma exata verdade.

A voz solene de Jennie cortou através de mim.

- Isso é verdade, Soo?

Eu deixei cair meu garfo.

- O que é verdade?

- Que nós não nos dávamos bem?

Certamente, o significado oculto na sua pergunta foi feito somente para que eu entendesse. Eu não tinha certeza por que ela estava me provocando no meio do que já era uma situação desconfortável.

- Tivemos nossos momentos.

Seus olhos travaram nos meus e sua voz baixou.

- Sim, nós tivemos.

De repente, eu estava queimando. Sua boca se espalhou em um sorriso.

- Do que era que você costumava me
chamar?

- O que você quer dizer?

- "Meia-irmã mais querida", era isso? Por causa da minha personalidade brilhante? -Ela virou-se para Joy. - Eu era uma fodida miserável naquela época.

Uma miserável "fodida".

Ela não queria dizer dessa maneira, mas eu não pude evitar pensar nesse significado.

- Como é que você sabia sobre esse apelido?  -  Eu perguntei.

Ela sorriu.

Eu sorri.

- Ah, certo. Você me espionava.

- Parece que esses foram momentos divertidos. - Joy disse enquanto olhava inocentemente entre Jennie e eu.

- Eles eram. - Disse Jennie, olhando para mim com um olhar que não era nada inocente.

[...]

Joy e eu ajudamos Kate a trazer os pratos para a cozinha. Em 40 minutos deveríamos estar na casa funerária para o velório.

Sua voz me assustou.

- O que você faz, Jisoo?

Eu não me sentia confortável em entrar em detalhes do meu trabalho agora, então eu mantive minha resposta genérica.

- Eu trabalho em um cargo administrativo na cidade, apenas coisas estúpidas, realmente.

Ela sorriu, e eu me senti como uma idiota por gostar que ela tivesse algumas linhas de riso e começos de pés de galinha ao redor dos olhos.

Eu estava esticada aqui.

- Às vezes estúpido pode ser bom. Trabalhar com crianças é gratificante, mas cansativo. Nunca há um momento de tédio.

Nós duas olhamos para fora através da porta de vidro deslizante. Jennie estava em pé no jardim, sozinha, imersa em seus pensamentos, com as mãos nos bolsos.

- Estou muito preocupada com ela. - Disse Joy enquanto a olhava. - Posso te perguntar uma coisa?

Essa conversa estava me deixando desconfortável.

- Claro.

- Ela não vai falar sobre seu pai. Será que algo de ruim aconteceu entre eles?

Sua pergunta me pegou desprevenida. Não era direito meu falar com ela sobre o relacionamento de Heechul e Jennie. Eu não sabia quase nada.

- Eles costumavam discutir muito, e Heechul poderia ser muito desrespeitoso com Jennie, mas honestamente, eu ainda não sei o que causou tudo isso.

Isso era tudo o que ela iria tirar de mim.

- Eu só estou preocupada que ela guarde este sentimento. Seu pai acabou de morrer, e ela quase não demonstrou qualquer emoção. Quero dizer, se meu pai morresse, eu estaria uma bagunça.

Eu sei.

Ela continuou: - Eu tenho medo que isso bata nela tudo de uma só vez. Ela não está bem. Ela não está dormindo. Algo está incomodando-a, mas ela não vai falar sobre isso ou permitir-se a chorar.

Meu coração doía ao ouvi-la dizer isso, porque eu estava preocupada com Jennie também.

- Você já tentou falar com ela? - Eu perguntei.

- Sim. Ela simplesmente diz que não quer falar sobre isso. Ela quase não veio para o velório e enterro. Eu sabia que ela iria se arrepender, então eu empurrei e, por fim, ela cedeu.

Uau. Ela realmente não ia vir.

- Estou feliz que você fez isso.

- Eu realmente amo ela, Jisoo.

Eu não tinha dúvida de que Joy a amava, e ouvi-la dizer isso aumentava a minha dor de estômago, o lado mais lógico de mim estava feliz que Jennie tinha encontrado alguém que se importava com ela assim. Eu não sabia o que dizer. Eu não podia dizer a ela exatamente que eu me sentia da mesma forma. Eu me preocupava com ela também. Talvez isso não fizesse sentido depois de tanto tempo, mas meus sentimentos por ela eram tão fortes quanto eram há sete anos. E, assim como antes, eu teria que esconder.

Ela colocou a mão no meu braço.

- Você poderia me fazer um favor?

- Ok...

- Vá lá... Veja se você pode levá-la a falar sobre isso?

- Hmm...

- Por favor? Eu não sei a quem mais pedir. Eu não acho que ela vai estar preparada para tudo hoje à noite.

Olhei para trás, para Jennie, encarando sua silhueta enquanto ela estava no jardim. Esta poderia ser a minha única oportunidade de falar com ela sozinha, então eu concordei.

- Ok.

Ela me abraçou.

- Obrigada. Eu te devo uma. Nesse caso, eu vou tomar Jennie.

Eu não podia parar meus pensamentos, eles estavam fora de controle. Esse abraço me fez perceber que era absolutamente possível realmente gostar de alguém de quem você sentia um ciúme louco.

Eu respirei fundo e fiz meu caminho através das portas de vidro deslizantes. O céu estava ficando cinza, como se estivesse prestes a abrir-se em uma tempestade. Não era o momento apropriado para perceber o quão incrível estavam as suas pernas naquela calça preta que ela estava usando, mas mesmo assim, eu fiz. Uma brisa soprou em torno das ondas negras sensuais de seu cabelo.

Limpei a garganta para me anunciar.

Ela não se virou, mas sabia que era eu.

- O que você está fazendo aqui, Jisoo?

- Joy me pediu para vir falar com você.

Ela encolheu os ombros, seu riso cheio de sarcasmo.

- Oh, sério?

- Sim.

- Vocês duas estavam comparando notas?

- Isso não é engraçado.

Ela finalmente se virou para olhar para mim, apagando seu cigarro antes de jogá-lo imediatamente no chão e esmagá-lo com o pé.

- Você acha que ela teria te enviado para conversar comigo se ela soubesse que a última vez que nós estivemos juntas estávamos transando como coelhos.

Embora tenha me chocado ouvir isso, enviou um arrepio pelo meu corpo.

- Você tem que dizer assim?

- É a verdade, não é? Ela ia pirar se ela soubesse.

- Bem, não vou ser eu quem vai dizer a ela, não precisa se preocupar. Eu nunca faria isso.

Meu olho começou a tremer.

Ela ergueu a sobrancelha.

- Por que você está piscando para mim?

- Eu não estou... Meu olho está se contraindo porque...

- Porque você está nervosa. Eu sei. Você costumava fazer isso quando eu te conheci. Fico feliz em ver que temos boas lembranças.

- Eu acho que algumas coisas nunca mudam, não é? Faz sete anos, mas parece apenas como...

- Como ontem. - Ela repetiu. — Parece que foi ontem, e isso é fodido. Toda esta situação.

- Isso nunca deveria ter acontecido.

Seu olhar caiu para o meu pescoço e, em seguida, de volta para os meus olhos.

- Onde ele está?

- Quem?

- Seu noivo.

- Eu não estou noiva. Eu estava... Mas não mais. Como você sabia que eu estava comprometida?

Ela parecia perplexa, então olhou para o chão por um bom tempo antes de se esquivar da minha pergunta.

- O que aconteceu?

- É uma longa história, mas fui eu quem terminou. Ele se mudou para a Europa para um trabalho. Só não era para ser.

- Você está com alguém agora?

- Não. - Eu tirei o assunto de cima de mim. Joy é muito boa.

- Ela é maravilhosa; uma das melhores coisas que já aconteceu para mim, na verdade.

Ouvi isso foi como um soco no estômago.

- Ela está muito preocupada com você, porque você não demonstra qualquer emoção. Ela me perguntou se eu sabia qual é a história entre você e Heechul. Eu não sabia o que dizer, porque há tanta coisa que eu ainda nem sei.

- Você sabe mais do que ela, e isso não foi escolha minha. O negócio é, ele era um pai de merda e agora ele está morto. Sério, isso é tudo que minha mente pode processar no momento. Isto nem mesmo me bateu ainda.

- Foi um choque.

- Minha mãe não está levando isso bem. - Disse ela.

- Como ela estava levando antes disso?

- Melhor do que ela estava naquela época, mas não cem por cento. Mas o diagnostico ainda está aberto sobre o que a morte de Heechul vai fazer para o seu estado mental.

O vento de repente se intensificou, e os pingos de chuva começaram a cair. Eu olhei para o céu, em seguida para o meu relógio.

- Temos que sair em poucos minutos.

- Volte para dentro. Diga a ela que eu estarei lá em um minuto. - Disse ela.

Eu a ignorei e fiquei ali de pé. Eu me senti como um fracasso. Eu não tinha chegado a lugar nenhum com ela. Foda-se. Meus olhos estavam começando a lacrimejar.

- O que você está fazendo? - Ela retrucou.

- Joy não é a única que está
preocupada com você.

— Ela é a única que tem o direito de estar. Você não precisa se preocupar comigo. Eu não sou da sua conta.

Isso bateu mais duro do que qualquer coisa que ela já havia me dito. Nesse momento, ela pisou violentamente no pedaço do meu coração que eu tinha dado a ela todos esses anos. Eu fiquei decepcionada porque a tinha idealizado todo esse tempo, comparando todos os meus relacionamentos com ela, colocando-a num pedestal, enquanto ela claramente não se importava com os meus sentimentos.

- Você sabe o quê? Se eu não me sentisse tão triste com o que você está passando agora, eu diria a você para beijar a minha bunda. - Eu disse.

- E se eu quisesse ser uma idiota, eu diria que você estava me pedindo para beijar sua bunda, porque você se lembrou do quanto você fodidamente adorou quando eu fiz. Ela passou por mim. - Cuide de sua mãe hoje à noite.

O último par de horas tinha sido uma montanha-russa emocional de choque, tristeza, ciúme e agora... Raiva. Pura raiva. As lágrimas começaram a derramar pelo meu rosto em um córrego que combinava com a intensidade dos pingos de chuva, agora firmes e constantes depois que ela deixou-me sem palavras no jardim.

- Eu não sabia que Heechul tinha uma filha.

Eu não poderia contar o número de vezes que alguém na recepção tinha dito isso. Isso me fez sentir muito mal por Jennie apesar de suas palavras duras mais cedo.

O cheiro de flores misturado com o perfume das mulheres aleatórias estava me sufocando. A maioria das pessoas que compareceram ao velório ou eram amigos de trabalho de Heechul da concessionária de carros ou vizinhos. A fila estava em torno do canto, e foi um pouco perturbador ver as pessoas tendo conversas simples, às vezes rindo, enquanto esperavam para visitar o caixão. Era como uma festa sem o álcool, e isso estava me irritando.

Eu estava ao lado da minha mãe, que tinha quebrado completamente depois de ver o corpo sem vida de seu marido pela primeira vez desde o ataque cardíaco. Esfreguei suas costas e representei seu papel e fiz de tudo o que podia para ajudá-la a mantê-la serena até o fim.

Joy tinha convencido Jennie a ficar junto da família, apesar de sua resistência inicial. Eu acho que ela só estava muito cansada para contrariá-la.

A maquiagem no rosto de Heechul o faz parecer rígido e quase irreconhecível. Foi devastador vê-lo ali e trouxe de volta flashbacks de quando meu pai morreu. Jennie não foi até o caixão ou mesmo olhou para ele. Ela apenas ficou lá, estoica e apertando as mãos roboticamente, enquanto Joy respondia em seu nome quando as pessoas repetiam a mesma frase.

- Eu sinto muito pela sua perda.

- Eu sinto muito pela sua perda.

- Eu sinto muito pela sua perda.

Jennie parecia que estava prestes a quebrar, e eu senti como se eu fosse a única pessoa que sabia disso. Eu tive que ir ao banheiro por um momento, então deixei minha mãe, ela sabia que eu voltaria. Eu não consegui encontrá-lo e, eventualmente, caminhei para baixo, em direção a uma área de estar vazia. Cheirava um pouco a mofo, mas foi um alívio escapar do barulho da multidão. Ao entrar no sossego do nível mais baixo eu finalmente vi o sinal para o banheiro no outro extremo da sala. Quando eu saí do banheiro, os pelos no meu corpo se arrepiaram ao ver Jennie sozinha em um dos sofás. Ela se inclinou sobre as coxas, com ambas as mãos em cada lado da cabeça.

Mesmo quando ela abaixou suas mãos, ela continuou olhando para baixo. Suas orelhas estavam vermelhas e suas costas estavam subindo e descendo com o peso de sua respiração. Este era um momento privado, e eu estava inadvertidamente me intrometendo nisso. Talvez tenha sido o colapso que eu tinha visto chegando antes no seu olhar. No entanto, eu não queria que ela me visse. O problema era que eu tinha que passar por ela, a fim de chegar às escadas.

Apesar de suas palavras duras de anteriormente, a necessidade de confortá-la era esmagadora, mas eu sabia depois do que ela me disse que aqui não era o meu lugar. Então, eu passei lentamente por ela. Quando cheguei ao corredor onde as escadas estavam, o som de sua voz me assustou.

- Espere.

Eu parei no meu caminho e me virei.

- Eu preciso voltar para ficar com a minha mãe.

- Dê-me alguns minutos.

Eu escovei o fiapo branco fora meu vestido preto e caminhei em direção a ela, tomando um assento ao seu lado no sofá. O calor de seu corpo com a sua perna pressionado contra a minha não foi perdido por mim.

- Você está bem? - Perguntei.

Ela olhou para mim e balançou a cabeça negativamente. Esmagando o impulso de abraçá-la, eu coloquei minhas mãos firmemente no meu colo.

- Não é o seu lugar.

Em seguida, cada parte de mim sentiu quando ela colocou a mão no meu joelho. Aquele toque desfez qualquer progresso que eu tinha feito horas atrás, desde a nossa briga no jardim.

- O que eu disse a você mais cedo... Eu sinto muito. - Disse ela.

- Qual parte?

- Tudo. Eu não sei como lidar com isso... Heechul... Você... Nada disso. Tudo parece surreal. No avião até aqui, eu rezei por um milagre, para que você não aparecesse.

- Por quê?

- Porque esta situação é bastante difícil.

- Eu não achei que eu nunca mais fosse vê-la. Eu certamente não esperava que fosse tão difícil, me sentir assim depois de sete anos, Jennie.

- Assim como?

- Como se o tempo não tivesse passado. Para mim, é porque eu segurei tudo. Na minha mente eu nunca deixei você ir, e isso afetou os meus relacionamentos e a minha vida. Mas foi gerenciável antes... Antes disso. Enfim, eu realmente não deveria estar me metendo. Não importa mais. Você ama Joy.

- Eu amo sim. - Disse ela abruptamente.

Ouvi-la confirmar isso tão veementemente me fez levantar os olhos inesperadamente em direção a ela.

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