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Capítulo 6.5 - Aulas de Ducado (Lady)

Lucas e eu entramos juntos para o almoço, no dia seguinte ao dia do acidente. Eu não gostava de pensar no acontecido como uma tentativa de sequestro – como a mídia e meu pai estavam alarmando por aí. Meu pai já estava sentado na mesa, mas se levantou quando nós passamos pela porta da sala. Ele que era o Duque, mas suas maneiras eram assim mesmo. Sempre muito gentil, às vezes esquecia que não precisava ser tão cortês. Eram os outros que precisavam agir assim com ele.

― Bem-vindos ― ele disse, fazendo uma mesura.

Eu fiz uma mesura em retorno e observei Lucas corar pelo canto de olho. Ele se abaixou meio troncho e sem jeito, mas meu pai não pareceu reparar. Gesticulou para que nós dois nos sentássemos com um daqueles sorrisos típicos dele: metade simpático, metade assustador. Típico papai.

― Como está se sentindo, Lucas? ― Ele perguntou, quando o menino nem tinha acabado de sentar.

― Er, bem. Obrigado. Senhor. Obrigado, senhor. Quer dizer, obrigada Duque. Quer dizer, obrigada senhor Duque...

Eu baixei a cabeça, escondendo minha careta entre meus cabelos. A situação era realmente muito ruim. Não só a gente não sabia nada sobre o Lucas e estava hospedando ele na nossa casa como também ele não sabia nada sobre a gente, sobre pronomes de tratamento de famílias da realeza e provavelmente se sentia preso nessa mansão. Será que ele achava que a gente estava mesmo o prendendo? Eu nunca seria capaz de fazer o que ele estava fazendo. Sentar para almoçar com desconhecidos? Estaria apavorada só de estar nessa casa!

― Obrigado por terem me levado para o hospital e tudo ― o menino disse, encolhendo os ombros.

― Não, Lucas ― meu pai disse, quando nossos serviçais trouxeram a sopa de entrada e depositaram em seu prato. ― Nós que agradecemos. Se não fosse por você, não saberíamos o que seria de Jennifer...

Lucas baixou a cabeça e corou, tão constrangido que eu fiquei com pena. Os serviçais deram a volta, servindo a sopa no meu prato e depois no dele. Meu pai estendeu uma taça, que outro serviçal já tinha enchido de vinho e levantou.

― Ao Lucas ― ele disse.

Eu levantei minha própria taça, cheia de água. Não tinha idade para beber e meu pai não gostava de burlar regras. Nenhuma delas. O rapaz com as bebidas parou ao lado de Lucas e disse:

― Senhor, peço desculpas pelo meu desconhecimento, mas o senhor gostaria de água ou vinho?

― Er ― Lucas grunhiu, engolindo em seco.

― Vinho, é claro ― meu pai gesticulou e, antes que o garoto pudesse refutar, o rapaz virou a garrafa na taça dele.

Como se não fosse uma situação ruim o suficiente, Lucas foi obrigado a levantar a taça e a brindar em sua própria homenagem. Sua expressão dedurava que desconfortável era pouco para descrever como ele se sentia. Não sei porque meu pai achava uma boa ideia trancafiar o pobre garoto. Ele já não tinha feito demais por nossa família? Estávamos retribuindo sua bondade e seu altruísmo de uma maneira terrível.

― Então, Lucas ― meu pai começou, me dando calafrios. ― Não sei se você teve tempo de conversar com Jennifer para entender melhor o que aconteceu depois do hospital...

― Um pouco ― Lucas respondeu, olhando na minha direção pelo canto de olho.

Eu aproveitei para murmurar "desculpa", de forma bem articulada para que ele pudesse fazer leitura labial. Eu sabia para onde meu pai estava direcionando aquela conversa. Ele queria convidá-lo para ficar conosco pelo tempo que quisesse conosco. O problema era que não era exatamente só um convite. Ele já tinha deixado claro para mim que era um desejo forte. Ou seja, ele faria de tudo para convencer o pobre garoto.

― Eu estava pensando se você não gostaria de ficar conosco ― meu pai disse, de uma vez só. Lucas piscou, desviando os olhos de mim de volta para ele. ― Como você pode ver, pedi para os criados buscarem algumas de suas coisas no apartamento que você divide com aquele menino... Como é mesmo o nome dele?

― Sebastian ― eu interferi.

― Exatamente ― meu pai disse, pousando a colher no prato e cruzando os dedos. ― Gostaríamos que você ficasse hospedado na nossa casa.

Lucas também encostou a colher dele no prato. O contato fez um barulho surpreendentemente alto, pois ele estava tremendo. Ele esticou a mão e deu um gole da taça de vinho (antes intocada, mesmo após o brinde).

― Hospedado aqui? ― Perguntou, quando pousou a taça de volta na mesa. ― Agradeço, senhor Duque, mas não há necessidade...

― É claro que há ― meu pai deu mais um de seus sorrisos. ― Temos tudo para acreditar que quem quer que tenha atacado Jenny ainda está solto por aí...

Eu observei o rosto de Lucas se contorcer em uma careta de confusão e gemi baixinho, tão envergonhada que não sabia nem o que falar.

― O senhor Duque quer dizer que acha que não foi uma fatalidade? ― Ele perguntou.

― É claro que não foi ― meu pai respondeu, soando meio rude. ― Essas coisas não existem quando se trata de uma família com títulos ― ele continuou. ― Alguém planejou o ataque...

Lucas engoliu em seco, piscando sem parar. Meu Deus do céu, tínhamos jogado o pobre garoto no meio da maior confusão. Quem mandou se meter com os Darby? Nossa vida era assim. Ou, pelo menos, meu pai achava que era. E acabava fazendo ser, mesmo. Muito do que ele dizia eu achava que era simplesmente teoria da conspiração. Ele nunca tinha sido o mesmo desde a morte de mamãe. Eu também não, mas não andava por aí achando que tinha alguém atrás de mim o tempo todo.

Pelo jeito, eu deveria andar. Se tivesse acreditado nas maluquices do meu pai, nada disso teria acontecido e eu não precisaria estar passando por essa situação absurdamente vergonhosa e nem fazer um desconhecido passar por isso também.

― Sinto muito ― Lucas disse. ― E agradeço pelo convite, mas não posso ficar...

Meu pai fechou a cara, enrugando o cenho e juntando os lábios em uma espécie de careta. Lucas deve ter percebido pois pigarreou e baixou os olhos, desviando-os para me olhar de soslaio novamente.

― É claro que Lucas tem uma vida, pai ― eu entrei em socorro dele, incapaz de me controlar. ― Ele precisa voltar para sua rotina.

― Nenhuma rotina vai importar se ele for a próxima vítima de quem te atacou, não é Jennifer? ― Ele silabou, em especial a última parte, que saiu arrastada entre seus dentes.

― O que? ― Lucas murmurou, tão baixo que meu pai não ouviu.

― Meu pai acha que você pode ser perseguido pelas pessoas que me atacaram, já que me salvou ― eu respondi, sem ter coragem de olhar para ele. ― Desculpa.

― Mas eu não posso ficar ― Lucas retrucou, começando a soar desesperado. Eu sabia que em algum momento ele iria perceber o cárcere no qual estava sendo preso. ― Eu nem sou daqui. Só vim passar um semestre. Tenho um curso para fazer, meu apartamento e um trabalho!

― No café? ― Meu pai questionou.

― Sim, no café! ― Lucas ganiu, engolindo em seco de novo.

Sua sopa estava intocada na sua frente e, para ser sincera, eu também não tinha mexido muito na minha. Meu estômago estava revirado e eu só queria que aquele almoço acabasse. Infelizmente, ainda não tínhamos nem passado para o prato principal. E ainda precisávamos sobreviver a sobremesa. Estava duvidando da minha capacidade.

― Ficarei mais do que satisfeito em prover tudo que for necessário para sua existência e estadia em nosso país, mas creio que você ficará mais confortável e seguro se ficar conosco ― meu pai insistiu.

― Eu não posso, eu... ― Lucas tentou de novo, puxando a camisa com o dedo indicador e sacudindo o pescoço, como se estivesse difícil demais respirar lá dentro.

― Façamos o seguinte ― meu pai estendeu a colher na direção dele, bastante descortês. ― Você fica pelo final de semana. Pelo menos até o final de Domingo, pode ser? ― Ele girou a colher no ar. ― Se não quiser ficar conosco depois disso, entenderei. E faremos o possível para manter sua segurança mesmo à distância ― baixou a colher novamente, para enchê-la de sopa. ― Acha que é uma proposta razoável?

― Er, sim. Quer dizer, sim, senhor. Quer dizer, sim Duque. Quer dizer, sim senhor Duque...

― Pode me chamar de Ed ― meu pai respondeu, dando mais um sorriso.

― Tá bem, senhor Duque ― Lucas concordou da forma errada.

Passamos alguns minutos em silêncio, onde eu me dediquei a comer minha sopa quase gelada o mais rápido que eu podia. Não dava para acreditar que aquilo estava acontecendo! Que almoço terrível, que situação terrível! Pelo menos o cárcere tinha data para terminar, mas isso significava que eu tinha que passar o final de semana inteira olhando para o garoto que salvou minha vida e me sentindo uma completa ingrata por premiá-lo por seu heroísmo com uma nova tentativa sequestro.

― Depois do almoço eu vou visitar o Rei ― meu pai sentenciou, enquanto os nossos serviçais trocavam os pratos. ― Conversarei com ele sobre o acontecido.

― Você... Quer dizer, o senhor Duque acha que ele pode saber quem tentou machucar Jen... Lady Jennifer? ― Lucas perguntou, ainda incapaz de tocar na sua sopa.

― Não sei ― meu pai sacudiu a cabeça negativamente. ― Mas acho que ele pode ser capaz de premiá-lo por sua bravura, rapaz ― e então sacudiu positivamente, me dando taquicardia. ― Vou pedir um título para você.

― Um tí-título? ― gaguejou Lucas.

― Pai! ― Eu interferi, horrorizada. Ai, meu Deus! Já não bastava tudo de ruim que já tínhamos feito com o menino, será que meu pai ainda queria condená-lo a uma vida de regras e protocolos caretas com um título? ― Ele não é nem britânico...

― Eu sei, Jenny ― ele estalou a língua, pensativo. ― Mas nem todos os títulos são exclusivos para cidadãos britânicos, creio que você saiba.

É claro que eu sabia. Esse era o tipo de coisa que eu tinha que saber, só por ser filha de um Duque e herdeira do Ducado (ainda que eu não fosse exatamente herdar o título. Leis machistas!).

― Não é necessário, senhor Duque... ― Lucas tentou.

Ele provavelmente nem entendia direito o que era um título. Será que no país dele existiam Duques? Eu sabia muito pouco sobre o Brasil. Não fazia parte das minhas-aulas-de-ducado.

― Depois do almoço você pode levá-lo para um tour na casa, hum Jenny? ― Meu pai sugeriu, sacudindo o garfo com o qual comia o prato principal na minha direção. Depois virou na direção de Lucas. ― O que acha, Lucas?

O menino esbugalhou os olhos para meu pai e depois virou na minha direção, completamente apavorado. Eu tentei dar um sorriso simpático e pisquei repetidamente, sem saber o que fazer. Nada daquilo tinha sido ensinado nas aulas.

― É claro ― Lucas respondeu, olhando de volta para meu pai. ― Quer dizer, se Lady Jenny tiver disponibilidade.

― É claro que ela tem ― meu pai estreitou os olhos para mim, me proibindo só com um olhar de dizer diferente. ― Você é nosso convidado de honra.

― É claro ― eu concordei, esticando a mão para minha água e desejando mais do que nunca que um novo milagre se realizasse e ela se transmutasse em vinho. ― Será uma honra.

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