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Capítulo 4: Ruína ou salvação (Sir)

Eu só percebi que caí quando senti o impacto do meu corpo no chão e da bicicleta caindo por cima de mim, chacoalhando todos os meus órgãos por dentro e me deixando desnorteado. Ou, talvez, isso tenha sido só consequência do soco. Sacudi a cabeça, levando minha mão ao lado atingido do queixo e tentando voltar minha visão para o foco.

Demorei só um segundo para enxergar um homem enorme aparecer no meu raio de visão, debruçando-se por cima de mim. Do chão, ele parecia ainda maior. Sua expressão de fúria me levava a crer que ele tinha sido responsável pelo soco e me fazia querer sair correndo para longe, antes que eu levasse outro.

Ao invés de fazer isso, olhei para o lado. A menina que estava sendo atacada também continuava jogada no chão, aparentemente desacordada. O homem gigantesco seguiu meu olhar e correu na direção dela, jogando-se no chão ao seu lado.

― Jenny! ― Ele choramingou, puxando-a pelos ombros e abraçando-a. ― Chamem uma ambulância!

Eu aproveitei o momento para sair debaixo da bicicleta, ainda querendo chorar de dor. A humilhação já era o bastante sem as lágrimas. Alguns curiosos em volta de nós já sacaram celulares e conversavam entre si sobre os acontecimentos. Eu não conseguia entender nada do que diziam. Eu nem conseguia me concentrar. Minha bochecha estava inchando e sangrava por dentro. Fiz muito esforço, mas só consegui levantar na terceira tentativa, cambaleando por conta do impacto.

O homem gigantesco girou na minha direção, ainda sentado no chão, com a menina inerte nos braços.

― Você! ― ele gritou, em inglês, apontando na minha direção. ― Não ouse se mover.

Eu encarei, sem entender nada. O cara tinha pulado do meio da mata, dado um soco na minha cara e agora estava querendo que eu não me movesse? Eu queria me mover o mais rápido possível para longe dele, de preferência levando a garota comigo. Um maluco daquele! O problema era que eu não conseguia nem me levar, como é que eu ainda carregaria uma garota desmaiada? Sem condições.

― Chamem a polícia! ― O garoto que me socou gritou de novo.

Eu dei mais um passo para frente, mas um de nossos expectadores me bloqueou. Eu dei um passo para o lado e ele me acompanhou. Tentei para o outro e ele agarrou meu braço. Contive um grito, começando a ficar realmente preocupado. O que estava acontecendo?

― Você não ouviu o senhor Burlington? ― o homem corpulento disse também em inglês, apertando meu braço. ― Não vai se mover.

Como é que esse cara sabia o nome do outro? Tinha alguma coisa estranha acontecendo... Muito esquisita mesmo.

― Por que? ― Eu choraminguei, na mesma língua. ― Foi ele que socou meu rosto!

― Você atacou Lady Jenny! ― O rapaz que me socou disse, ainda agarrado à menina.

É o que? Lady quem?

― Eu não ataquei a garota, eu salvei ela ― eu disse, sem conseguir acreditar no que eu ouvia.

Era isso que o universo devolvia quando a gente tentava ser uma boa pessoa. Uma acusação de atacar uma menina sozinha no Hyde Park. Só podia ser sacanagem. Por que aquele garoto estava falando isso? Ele tinha dado um soco no meu olho, pelo amor de Deus! Será que nenhuma daquelas pessoas que assistiam aquela cena ridícula iam se dignar a vir em minha defesa?

― Mentiroso! ― Ele gritou, fazendo algumas pessoas que nos assistiam gritarem o mesmo. ― Explique-se para a polícia!

Polícia? Eu olhei em volta, começando a me sentir um pouco tonto. Por que eu tinha que me explicar para a polícia? Por que todas aquelas pessoas não falavam nada? Será que ninguém tinha visto que aconteceu de verdade? Por que todo mundo estava acreditando nas palavras desse lunático?

As conversas de todos os presentes começaram a bagunçar minha cabeça, me deixando perdido. Os gritos do garoto que me socou sobressaiam por cima da confusão, todos eles me acusando de ter atacado aquela menina desconhecida, que tentei salvar. Eles eram terríveis e seu discurso se justificava no fato de que eu era estrangeiro.

― Precisamos de normas mais rígidas de imigração! ― Ele berrava, com apoio da sua audiência.

― Eu só estou aqui estudando... ― eu tentei explicar, ainda que não precisasse de explicação nenhuma para minha presença na Inglaterra.

― Não importa! Você atacou Lady Jenny! ― Ele repetia constantemente. ― Você vai ser deportado!

Deportado. Droga. Como tudo tinha desandado tão rápido? Era um dia normal. Eu estava fazendo macchiato errado, Seb estava gritando comigo e tudo estava na sua perfeita normalidade. Até o momento que eu resolvi cortar caminho pelo Hyde Park e dar uma de Clark Kent. Lucas, seu idiota. Você está mais perto de ser o Homem-Formiga, só que sem a capacidade de ficar gigantesco. Só a de ficar minúsculo.

Algumas pessoas começaram a chutar minha bicicleta alugada e lá no fundo da minha cabeça confusa, eu pensei que eu não teria dinheiro para comprar meu dicionário se tivesse que pagar pelo dano que eles estavam causando. Mas pelo jeito eu não precisaria me preocupar com isso, porque aquele cara maluco estava disposto a me deportar.

Debati-me contra o brutamontes que me segurava, mas ele só deu um sorriso de escarnio. Eu era fraco. Ridículo. Tão ridículo que queria chorar. Na minha cabeça, no meio de toda aquela turbulência, a voz do meu pai berrou que garotos não choram. Lembranças de uma infância inteira onde eu implorava para não jogar futebol e ele me fazia ficar no gol, onde sempre acabava me machucando. E, depois, machucado, com o choro preso na garganta. E a voz dele ressoando. Garotos não choram, Lucas. Engole esse choro, Lucas. Para de ser boiola, Lucas.

A polícia chegou, fazendo um estardalhaço muito maior que o necessário. O homem que me segurava me soltou, mas só fiquei um segundo livre. No momento seguinte um dos policias chutou minhas pernas, me fazendo cair de joelhos. Outro deles prendeu minhas mãos atrás do corpo, como se eu fosse um maldito criminoso.

― Eu não fiz nada! ― Eu tentei argumentar.

― Ele atacou Lady Jenny ― o cara repetiu de novo, trazendo lágrimas para meus olhos.

― Investigaremos o caso, senhor Burlington ― o policial que me chutou respondeu, me puxando para cima e me fazendo levantar.

― Como vocês fizeram com o caso da mãe dela? ― O garoto retrucou, cheio de ódio. ― Quero ver esse garoto deportado até amanhã, vocês me entenderam?

― Creio que o senhor está errando o tom ― o policial que me algemou disse. ― O senhor pode até ser nobre, mas esse tipo de comportamento continua podendo ser configurado como desacato.

― Faremos nosso trabalho, senhor Burlington ― o outro policial garantiu, me dando um empurrão.

O maldito garoto ficou para trás, enquanto eu era empurrado para fora do parque, na direção do carro da polícia. Olhei para trás, desesperado. A menina continuava desmaiada, mas agora era carregada por policias e colocada em cima de uma maca portátil, acompanhada de enfermeiros. Eu tinha estragado minha viagem e, pelo jeito, minha vida por causa daquela completa desconhecida. Ela era minha única esperança. Se acordasse e se lembrasse do que aconteceu, talvez pudesse me salvar. Ou salvar minha deportação.

Mas o trauma... E seja lá o que ela foi obrigada a cheirar... Depois a queda até o chão... E se ela tivesse batido a cabeça? A quem eu estava tentando enganar? Ela nunca lembraria. Eu tinha me arriscado para salvá-la daqueles dois homens e tudo que eu ganhei foi uma deportação.

Minha vida. Sempre uma bela bosta.

Os policiais me empurraram para dentro do carro, onde eu continuei querendo chorar copiosamente, mas mantive firme minha ausência de lágrimas. Vai que eles também consideravam chorar coisa de boiola ou um tipo de desacato? Eu já estava ferrado o suficiente sem as lágrimas.

Nenhum policial falou nada durante o trajeto para a delegacia e eu fiquei olhando pela janela, vendo a cidade passar. Talvez fosse uma das últimas vezes que eu veria Londres daquela forma, se fosse mesmo deportado até o dia seguinte. Um sonho destruído em dois segundos, quando pulei com aquela bicicleta para aquela cena de ataque. Droga de decisão! Mas, por outro lado, como poderia não fazer nada? Ela estava sendo atacada. Pelo amor de Deus, alguém precisava ajudar. E o alguém fui eu. Mas no momento gostaria de não ter sido.

Quando chegamos na delegacia os policiais me jogaram dentro de uma cela solitária e vazia, dizendo que eu deveria aguardar alguns instantes que eles já me chamariam para um interrogatório. Outro policial apareceu para recolher meus documentos, meus dados, tirar fotos e impressões digitais. Depois pediu mais alguns instantes. Os minutos pareceram uma eternidade enquanto eu andava de um lado para o outro na cela, completamente aturdido. Como eu tinha ido parar numa cela, cacete?

Será que eu não tinha direito a um advogado? A um telefonema? Para que eu ligaria? Seb? Não sei se ele viria em meu socorro. Mas só tinha ele. Quais eram os direitos dos acusados de crimes na Inglaterra? Será que existia fiança? Como eu ia dar conta de pagar a fiança, se existisse? Ia apodrecer nessa cela. Será que o trâmite de deportação era rápido? Era minha única chance de não apodrecer. O que eu ia falar para minha mãe quando ela fosse me receber no aeroporto e me acompanhar na delegacia do Brasil?

Sentei no banco de pedra da cela, exausto. Não tinha escapatória, não tinha jeito. Eu nunca mais poderia pisar na Inglaterra porque fui tentar ser uma boa pessoa. Meus sonhos indo pro ralo em um simples ato. Abaixei a cabeça, me permitindo chorar em silêncio. Rezei para que nenhum policial resolvesse aparecer bem naquela hora, mas eu devia saber que Deus não estava me ouvindo. Pelo menos, não naquele dia. Eu ouvi o barulho da grade se abrindo no momento seguinte e xinguei em português, limpando o rosto com o dorso da mão.

Quando levantei os olhos, dei de cara com a menina que salvei.

Ela estava parada no meio da cela, com policias parados do lado de fora, com a porta aberta e de olho na cena. Tinha um esparadrapo na sua testa e seu braço estava ralado. Ela tinha um sorriso pequeno no rosto e olhou bem na minha direção, antes de dizer:

― É ele mesmo.

Três palavras. Só três. Três palavras que podiam ser minha ruína ou minha salvação.

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Desculpa. Estou atrasada de novo. Queria poder começar algum recadinho desse livro sem pedir desculpas, mas no atual momento da minha vida está difícil. Passei por uma semana péssima e não consegui escrever nada. Tive que tirar motivação até da China para conseguir sentar hoje e escrever os capítulos pendentes. 

Queria agradecer vocês. Pelas leituras, pelos comentários, por serem lindos mas, especialmente, pela paciência. Quem me acompanha há muito tempo sabe como o mercado literário é difícil e como às vezes eu passo por umas bad profundas que acabam afetando minha capacidade de escrever semanalmente. Além das bads pessoais, é claro. Tô numa época de ambas, rs. Mas lembrar de vocês aqui me dá vontade de buscar motivação até da China para escrever. Por isso e por todo resto, obrigada. Vocês sempre são minha luz no fim do túnel e meu motivo para escrever :)

Espero que vocês tenham gostado do capítulo!!! Eu ainda não escrevi o de Lady (que era pra ter saído ontem), mas espero conseguir fazer isso ainda hoje. Por isso, espero que o capítulo esteja até amanhã no Burn Book. Lembrem-se: os links para o Burn Book sempre ficam aqui nos comentários e no meu perfil aqui no Wattpad (aproveitem para me seguir!!!).

Além disso: quem acompanha Reações Químicas lá no Sweek - saiu capítulo novo hoje também. Estamos com quase 200 seguidores por lá e assim que chegarmos nesse número vai ter capítulo bônus narrado pelo Vicente, nosso menino problema favorito. Link aqui nos comentários e no meu perfil.

Por último: tem uma história minha completa no aplicativo TAP, que é vinculado do Wattpad. A diferença é que, por lá, só dá pra escrever em forma de mensagem de texto. Louco, né? Fica o convite para ler. O link, adivinha? Tá aqui nos comentários e no meu perfil.

É isso.

Me sigam no twitter (claraguta) e façam parte do meu grupo de leitores no facebook (/leitoresdaclarasavelli) para saber das minhas bads com antecedência. Sempre aviso por lá quando tô muito mal e quando vou acabar atrasando capítulo. 

E obrigada, gente. De verdade. Desculpa. Eu estou tentando fazer o meu melhor. É que às vezes não dá.

Beijos,

Clara

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