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Capítulo 2: As flechas de Eros (Sir)


Uma semana depois

Eu daria meu reinado por um café, mas meu apartamento alugado e minúsculo não tinha uma cafeteira. Eu também não tinha um reinado para barganhar café dessa forma, mas se tivesse, o ofereceria.

Empurrei a cadeira para trás, exausto. As tarefas do curso de inglês estavam abertas sobre a bancada bagunçada e eu estava cansado de tanto estudar vocabulário novo. Saturado, eu diria. A gente pode estudar inglês a vida inteira, mas viver em outra língua continua sendo um desafio especialmente difícil. No primeiro dia em Londres, achei que não sabia nada da língua e que todos os anos de estudo tinham sido um desperdício de tempo e dinheiro. Com o passar dos dias meu ouvido foi se acostumando, meus receios passando e minha língua se soltando um pouco mais.

Ainda assim, absorver o curto conteúdo da minha primeira semana do curso estava muito complicado, especialmente sem cafeína correndo pela minha corrente sanguínea.

Levantei da cadeira, certo de que eu nunca seria capaz de entender a diferença entre auctions e redlining sem resolver primeiro meu problema do café. Como comprar uma cafeteira não cabia nas minhas limitadas libras, o problema seria resolvido investindo poucas escassas libras em um café do Starbucks. No longo prazo, talvez investir em uma cafeteira fosse uma ideia que fazia mais sentido, especialmente economicamente. No curto prazo, era o Starbucks que vinha salvando minhas tardes.

Ele e meus longos passeios.

O tempo ainda estava bom, em pleno verão. O outono vinha se aproximando, mas o tempo continuava firme – com chuvas esporádicas no fim da tarde, porque se não não seria a Inglaterra. Os turistas continuavam por toda cidade e eu vinha aproveitando minha primeira semana para fazer qualquer programa de turismo gratuito. Andar sem rumo também era um excelente programa turístico. Tudo era incrível.

Tão incrível que ao invés de eu caminhar para a filial do Starbucks mais próxima do meu apartamento, continuei andando, perdido nas ruelas típicas de cartão postal e nos meus próprios pensamentos. Era esquisito estar ali. Tantos anos sonhando estar ali fizeram estar ali, de fato, parecer impossível. Como se fosse um sonho do qual eu despertaria em breve ou uma pegadinha de mal gosto...

Mas era tudo verdade. O trânsito animado, os transeuntes apressados e as cabines de telefone vermelhas não me deixavam pensar diferente.

Era só uma semana, mas parecia um tempo muito maior. Eu já tinha andado tanto pelas ruas, me perdido em tantos becos e vivido tanto o dia-a-dia da cidade que já me sentia íntimo da terra do Rei.

Parecia tanto tempo mas, ao mesmo tempo, tão pouco. Cada novo dia reacendia a vontade que eu tinha de não voltar nunca mais para o Brasil. Era uma sensação tão forte de pertencimento. De lugar correto. De casa, mesmo com a minha verdadeira estando há milhares de quilômetros de distância.

É claro que eu não dizia nada disso para minha mãe, que continuava chorando toda vez que nos falávamos pelo skype, dizendo que sentia muito minha falta. Meu pai vinha segurando as pontas e acalmando Dona Ana, mas ela não precisava saber do meu desejo profundo de ficar. Talvez ela também se apaixonasse, se viesse me visitar. Mas da mesma forma que não havia libras suficientes para uma cafeteira, também não havia reais suficientes para passagens aéreas.

Distraído pelos meus pensamentos e pelo movimento da rua, só percebi que já estava quase em Picadilly Circus quando vi seus painéis luminosos, à lá Times Square. Esquecendo o café por alguns instantes, continuei andando. Do pouco que eu conhecia da cidade, a praça já era meu lugar favorito.

Eu sabia que Picadilly era um ponto turístico, então vim conhecer a praça logo nos meus primeiros dias na cidade. Voltei em quase todos os dias seguintes, ainda que ela não fosse especialmente perto do meu apartamento. O Deus Eros – também conhecido como Cupido – era o enfeite da fonte central da praça e a única explicação que eu tenho foi que ele flechou meu coração. A região tinha tudo e era para todos os gostos: lojas, cinemas, teatros, restaurantes, baladas... E ficava ainda mais especial no cair da noite, quando os painéis brilhavam com mais força e tudo ganhava um novo tom.

Já que estava por ali mais uma vez, por que não aproveitar para dar um pulo na melhor atração da região? A livraria de quatro andares que ficava em uma rua bem perto. Se Picadilly era meu lugar favorito de Londres, era bastante culpa daquela loja em específico.

É claro que isso eu não podia contar para meu pai. Já conseguia imaginar sua decepção por meu lugar favorito não ser um dos estádios dos times locais, que eu nem sabia nomear. Ele já estava chateado o bastante por eu não ter visitado os estádios, mas eu disse que ainda não tinha tido tempo. A verdade era que me faltava vontade.

Eu cruzei a porta da loja, sorrindo para a vendedora simpática que me cumprimentou com um animado "welcome". Eu sempre me sentia muito bem-vindo, não importava quantas vezes eu visitava aquela loja. As paredes repletas de estantes lotadas, as escadas para os diversos andares e os selos de promoção sempre ganhavam um lugar no meu coração flechado por Eros e me fazia gostar mais e mais de lá a cada visita.

Passei direito pela área de ficção no primeiro andar, tentando evitar tentações para minhas escassas libras. Subi as escadas para a área de economia, com um destino já pré-definido. Eu tinha visitado a livraria três vezes e em todas elas eu fiquei flertando com um dicionário específico para termos econômicos, para onde eu me direcionava para mais uma sessão de olhares cumpridos e sonhos de tê-lo na minha vida.

Eros vinha gastando suas flechas comigo, mas aquele relacionamento em específico só me fazia sofrer. Ele fracassava já na origem, por causa das libras que haviam entre nós dois. Romeu e Julieta dos tempos atuais: nerds economistas que só queriam aprender novos termos de uma fonte verdadeiramente confiável e não de uma página mal escrita no Wikipédia, mas tinham seu amor proibido pela falta de dinheiro. Era pedir demais?

Andei na direção da estante onde meu amor impossível morava, com muito medo dele ter sido vendido e não encontrado nunca mais. Meu coração sossegou quando eu enxerguei sua lombada e eu me estiquei para pegá-lo.

Sentei em uma poltrona local, folheando-o. Parti em busca dos termos que eu não tinha atendido nos meus estudos em casa e anotei os significados discretamente no meu celular. Eu precisava daquele dicionário na minha vida, mas ele era tão caro que era mais fácil eu comprar uma cafeteira. Não dava para ter tudo na vida mas, naquele momento eu não tinha nem o livro e nem o café.

Como se alguém estivesse ouvindo meus pensamentos, um cheiro de café tomou o ambiente. Eu olhei em volta, sem entender. As janelas estavam fechadas e eu nem me lembrava de nenhum café nas proximidades da loja. Um barulho de louça me chamou atenção e eu olhei para cima, só para me apaixonar ainda mais pela livraria. Ela tinha um café no último andar e lá debaixo eu conseguia ver os clientes andando com pequenas xícaras de chá londrino e copos de café quentes. Coloquei o livro embaixo do braço e saí velozmente, pulando os degraus de dois em dois.

Foram as três libras mais bem investidas da minha existência.

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Algumas horas mais tarde, consegui me convencer que deveria voltar para casa. Eu e meu dicionário querido tivemos uma ótima tarde juntos, bebericando café e aprendendo novos termos, mas era hora de nos separarmos novamente. Coloquei-o de volta em sua estante e virei de costas, já cogitando quando viria visitá-lo novamente. Desci as escadas lentamente, um pouco aborrecido pela minha incapacidade financeira. Tudo bem que aquele era um livro muito caro, mas ele era excelente e, com certeza, um grande investimento para minha carreira... Mas eu não tinha o que investir. E nem tinha muito bem uma carreira ainda...

O sol já tinha dado lugar ao céu estrelado e eu me encolhi no casaco, sentindo o vento gelado da noite londrina, mesmo em pleno verão. A caminhada era longa para casa e eu cogitei pegar um ônibus, mas me contive. Toda libra deveria ser economizada se eu tinha o sonho de ter aquele dicionário na minha estante. Com esse pensamento em mente decidi que a caminhada não era tão longa assim. O que eram muitos minutos de caminhada em uma linda noite como aquela?

Despedi-me de Picadilly, com a promessa de retornar em breve. Resolvi tomar o caminho do Hyde Park, para cortar caminho por dentro do parque. Eu amava aquele lugar e ele era particularmente lindo no verão. "O quintal do rei", como chamavam, tinha todo charme de um parque no meio da cidade grande e, lá no meio dele, você era capaz até mesmo de se esquecer que estava em Londres.

Demorava uns vinte minutos de Picadilly até a entrada do parque, mas eu fui andando sem muita pressa. Já tinha declarado encerrado os estudos do dia depois de tanta leitura do dicionário e no dia seguinte eu copiaria todas as anotações do meu celular para minhas apostilas de estudo. Minhas intenções eram que aquele curso abrisse novas portas para uma futura moradia definitiva na Inglaterra. Meu plano era aprender o máximo que eu podia, voltar para casa, terminar a faculdade e voltar para o país, seja para trabalhar ou para fazer mestrado. Como os termos econômicos eram muito específicos e também variavam de país para país, aprender tudo que eu podia me ajudaria a ser mais bem sucedido nessa empreitada.

Estava vendo o Hyde Park do outro lado da rua e pronto para atravessar, distraído, quando quase fui atropelado por dois turistas mais distraídos ainda, que quase derrubaram o café que seguravam na minha camisa e disseram uma quantidade absurda de lo siento, lo siento em poucos segundos. Eu sacudi a mão, querendo dizer que estava tudo bem e os dois atravessaram, bebericando o café. Eu olhei para a direção de onde eles tinham vindo e encontrei mais uma filial do Starbucks, que ainda não conhecia. Adiei meus planos de atravessar só um pouco para dar uma olhadinha. Eu gostava tanto de café que tinha que procurar uma forma de virar sócio desse empreendimento ou, no mínimo, me cadastrar no programa de fidelidade. Qualquer coisa que pudesse me garantir café grátis, pelo menos às vezes.

Virei de volta para continuar a jornada para casa quando um papelzinho colado no vidro e que eu vi pelo canto de olho me fez encarar a loja de novo.

Help wanted – No experience needed!

Ponderei no meio da calçada, dividido entre entrar e ir embora. Meus pés alternavam o apoio no chão entre calcanhar e ponta. Eles precisavam de um funcionário e não estavam cobrando experiência. Para trabalhar com café. Provavelmente com um belo desconto de funcionário... E com salário? Em libras! Será que eles aceitavam estrangeiros? Dúvidas, dúvidas, dúvidas...

Uma pessoa saiu da loja e eu virei o rosto, não querendo parecer um completo idiota encarando aquele vidro. Comi o cantinho do dedo, indeciso. Lembrei do meu dicionário preso nas estantes da livraria, tomei coragem e entrei na loja. Culpe quem quiser, eu culparia as flechas de Eros.

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Conheça mais sobre a história de Lady Jenny toda quarta-feira no Burn Book. As postagens começam em 12/07.

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Um poquito atrasada, mas aqui estou!! Quero dizer que esses dois estão bem pertinho de se encontrar, viu! Vai rolar já já, fiquem de olho... <3 Não esqueçam de dar muitas estrelinhas e comentar!!!

Quero pedir desculpas porque o corretor do meu word parou de funcionar (????) e eu provavelmente acabei deixando passar algum erro de gramática ou digitação! Por favor me avisem se vocês virem algum, tá bem? Se alguém souber como resolver isso, por favor me avisa também, hahahaha!

Agora MEUS avisos:

1) LADY mudou de dia e será postado toda quarta-feira no Burn Book. O primeiro post sai AMANHÃ (na verdade hoje né) 12/07 e eu vou deixar o link do meu perfil para vocês lerem e também no meu grupo de leitores do facebook (/leitoresdaclarasavelli). Lembrando que você não precisa ler a história dela para acompanhar Sir. Ela vai funcionar mais como um easter egg :)

2) Sexta-feira agora (14) tenho sessão de autógrafos de Mundos Paralelos marcada na FNAC do Barra Shopping, 19h. Vou adorar ver vocês por lá  e prometo dar spoilers para quem quiser saber, hahaha!

3) Reações Químicas começou a ser postado na plataforma Sweek!!! Não sabe o que é Sweek? Procura na sua app store ou pelo site no google! O livro será atualizado toda quinta-feira, mas hoje (12/07) vai sair capítulo mais cedo porque conseguimos alcançar 100 seguidores em menos de uma semana. Será que conseguimos dobrar a meta em menos de duas? Corre lá!

4) Leiam e recomendem Chinelo e Salto Alto! Ele tá inscrito no Wattys desse ano e eu estou mega ansiosa desde já!! Será que vai ter bolo?

Acho que é isso, gente!

Obrigada pelo carinho comigo e com o Lucas, que é a representação de todos nós quando visitamos uma livraria e não podemos levar nossos bebês para casa.

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