Tempestade
Passada a tempestade de águas suicidas,
seus relâmpagos mágicos e trovões ensurdecedores,
o sol covarde reapareceu,
tímido atrás das nuvens claras
que não se dissiparam
e formavam desenhos incompreensíveis
no céu tristemente empalidecido
de Setembro.
Descobri um mundo novo nas poças d'água
ao redor das folhas das árvores
e dos seus troncos,
mas ignorei toda sua forma
e suas luzes,
e assim sendo,
num estalar de dedos,
eu me refugiei numa solidão
que eu trouxera
dentro da minha alma,
em seu território permanentemente hostil e cinzento.
Ouviu-se o vento espancando as portas
trancadas por dentro,
os sussurros metálicos e apavorados,
e então,
temeu-se a fúria incógnita da noite eterna.
Que visão!
As sombras deslizando
sobre um arco-íris apagado,
a de um coral de sereias cegas
e fadas
que nada sabiam sobre mágica.
O caos reinava absoluto nesse cenário
e era devastadora
a ideia de sofrimento
que o impregnava.
Então surgiu um anjo de asas quebradas,
de voz grave e olhos vermelhos,
descrevendo virtudes em nós mesmos que desconhecemos,
e operando milagres
que não compreendemos.
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