Breve
Quando eu me livro da minha mente por um breve momento,
vou o mais distante possível dela que eu puder
e me alojo nas pedras
das montanhas onde repouso inconsciente
até sentir o fim da tarde tomar-me de assalto,
quando o vento sopra as angústias
que habitam dentro dos seus segredos
e eu me assusto
e me sinto ainda mais longe.
Então eu me deixo
ou me permito viver alguns delírios
que sempre trago no bolso da minha camisa antiga,
e que às vezes toco com as mãos para não perdê-los de vista
ou esquecê-los.
É por isso que às vezes choro lágrimas tão salgadas,
a me ver assim tão distante de mim
a sentir pela dor que dilacera minha alma
a inutilidade da poesia e da palavra;
ao sentir que,
ao recolher-me nas pedras das montanhas onde repouso,
estou sempre de volta para casa.
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