Ausências
Minha esperança!; grande fonte da minha tristeza,
transborda nos rios que me cortam
e afogam meu conhecimento da vida.
Fui cruel comigo mesmo
e me privei de todas as sensações prazerosas que me foram oferecidas:
um corpo feminino que me amasse sem necessidade,
taças de vinho branco, tinto e seco,
uma paz infantil que eu almejava à distância da minha maturidade.
Na hora do desespero,
eu inventava um novo mundo;
criava o meu próprio paraíso
cheio de criaturas celestes com seus rostos pálidos e tristemente envelhecidos.
Esses anjos guardam segredos mais antigos do que o tempo
e choram lágrimas mais pesadas do que o universo;
criam o ambiente propício para desfigurar minhas velhas crenças,
sufocar minhas esperança, elevar minha tristeza.
Eu bem sei o quão esses sonhos são perversos.
Há dentro de mim um lugar vazio para eu ficar sozinho,
uma câmara,
ausente de influências externas
e minhas próprias demências
onde, às vezes, eu rio como um imbecil,
fanático colecionador de ausências.
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