☪ . ☆ THIRTY THREE ☆ . ☪
Com o passar dos dias, a dor pelo meu corpo também passou e os cortes nas minhas costas cicatrizaram. De uma forma torta e horrível, mas, ainda assim, melhor. Claro que novas cicatrizes surgiram, apenas para fazer eu me sentir ainda pior, mas eu teria que aprender a lidar com isso. No fim das contas, Aya tinha razão, e eu não deixaria o otário do meu pai foder com minha vida dessa forma. Já chega. Chega, chega, chega. Eu vou viver a minha vida da forma que sempre quis e nada nem ninguém vai me impedir de fazer isso. Eu tive sonhos que foram arrancados de mim, e eu não deixaria meu pai vencer essa guerra. Eu ia conquistar o que eu quisesse, porque sabia que tinha potencial o suficiente para isso. Me escondi por tanto tempo que já nem sei mais quem eu sou ou costumava ser, e basta disso.
-Que porra você tá fazendo?- Ran perguntou me olhando e torcendo o nariz. Fitei os olhos roxos dele antes de torcer o nariz de volta.
-Você é cego ou só burro, Ran?- eu disse, arqueando a sobrancelha. E completei, lentamente, como se ele fosse um retardado, apenas para irrita-lo: -Eu estou sentada no sofá, estudando. Sabe, aquilo que as pessoas geralmente fazem quando querem obter conhecimento.
Ran me analisou antes de estalar a língua e me dar um sorriso cheio de maldade. Um puta de um otário, era isso que ele era. Sim, fazia apenas alguns dias que eu estava meio que morando ali, e já queria dar um chute em Ran por ser um babaca desgraçado. Às vezes era até mesmo difícil dizer quem era pior, ele ou Rindou.
-Não achei que você tivesse cérebro o suficiente para fazer isso.- Ran zombou, se jogando ao meu lado. Eu ergui o dedo do meio para ele, voltando a encarar o livro no meu colo, sem me importar o suficiente para bater com a almofada na cara dele.
-Cadê o Rindou?- perguntei depois de um tempo, largando o livro e encarando Ran com a sobrancelha arqueada. Ele franziu o cenho para mim e eu revirei os olhos. -Vocês parecem que nasceram grudados um no outro, então, onde ele tá?
-Resolvendo as merdas dele por aí. - ele respondeu, dando de ombros. Revirei os olhos de novo, me inclinando na direção dele e começando a fazer trancinhas no cabelo de Ran. Ele revirou os olhos para mim, mas não disse nada enquanto meus dedos percorriam seu cabelo.
-E você largou ele pra fazer merda sozinho?- eu disse e Ran deu uma risada maldosa antes de dar de ombros. Puxei o cabelo dele com um pouco de força demais e Ran me lançou um olhar que prometia morte, mas não é como se ele me assustasse, então, ele e sua imensa cara de cú que se fodam.
Fiquei em silêncio por um tempo e dei um sorriso maldoso para Ran depois que terminei de cagar o cabelo dele, porque claro que ele ficou ridículo com as várias tranças que fiz no cabelo dele. Ele torceu o nariz para mim quando viu o que eu tinha feito pela câmera do celular e eu dei risada.
-Preciso que você me ajude em uma coisa.- eu falei e ele parou de soltar o cabelo para me fitar com os olhos roxos agora cheios de curiosidade. Eu respirei fundo. -Quero que me ensine a bater nos outros.
Por um tempo, ele apenas ficou em silêncio e então suas sobrancelhas se franziram em confusão antes que um sorriso malicioso crescesse em seus lábios.
-Quer que eu te ajude? E porque não pede isso para o Rindou?- ele disse, cruzando os braços e arqueando a sobrancelha. Revirei os olhos.
-Porque prefiro te aguentar enchendo o meu saco sobre isso do que aguentar ele enchendo o meu saco sobre isso.- eu disse com irritação. -Você deveria conhecer bem seu irmão, Haitani, e saber que pedir isso para ele é a mesma coisa que pedir para passar nervoso.
Ran estalou a língua antes de sorrir.
-Justo. Mas porque não pede para a Aya então?- ele disse e eu bufei. Caralho, custava ele ceder logo, precisava me lotar de perguntas que não quero responder?
-Aya já lida com muita merda, não quero que ela perca o tempo dela comigo. - eu resmunguei e era verdade. Ran arqueou a sobrancelha.
-E eu posso perder meu precioso tempo com você?
-Exatamente, eu não ligo para o seu precioso tempo, Ran.- eu disse dando a ele um sorriso sarcástico. Por um tempo, Ran apenas me encarou e encarou. Por fim, ele deu um suspiro terrivelmente dramático, que me fez bufar com irritação. Ran deu um de seus sorrisos malditos para mim e eu quis enfiar a mão na cara dele.
-Tudo bem, eu te ensino. Mas já aviso que não vai gostar nem um pouco.- ele disse e eu fiz cara feia.
-Prefiro pagar pra ver.
-Porra, seu arrombado!- eu gritei, levando a mão até meu nariz e choramingando. Ran deu risada e eu queria dar um chute na cara dele. Ótimo, meu nariz estava sangrando agora. -Eu falei que queria que você me ensinasse a dar um soco, não que me socasse, cacete!
-Ah, vamos, Asuka, não seja tão mimada.- ele disse com um sorriso no rosto e eu ergui para ele o dedo do meio. -Para aprender a socar, tem que aprender a apanhar.
-Que porra de lógica é essa, seu desgraçado?- eu reclamei, avançando contra Ran, tentando usar o que ele me ensinou contra ele, mas é claro que Ran não me deixaria soca-lo tão facilmente. Grunhi com irritação quando ele agarrou meu pulso e me deu uma rasteira, me fazendo cair com tudo no chão.
-Você é muito emocionada, Asuka. Se quer bater em alguém maior e mais forte que você, não deixe tão óbvio o que pretende fazer.- ele disse e eu bufei, me sentindo derrotada. -Vamos, não vá desistir logo no começo. Claro que você não ia conseguir me bater.
-Arrogante do caralho, vai se fuder.- eu resmunguei e Ran riu da minha cara de novo. Um puta escroto, era isso o que ele era e eu devia era ter pedido a ajuda de Aya nessa porra e não a dele!
-Que porra vocês dois tão fazendo?- escutei a voz de Rindou e joguei a cabeça para trás, apenas para ver que ele tinha acabado de entrar na sala. Rindou estava com o cenho franzido, olhando de mim para Ran, como se tentasse entender o que tava rolando. Então, seus olhos se fixaram em Ran. -Você bateu nela?
-Ela que pediu. - Ran disse dando de ombros.
-Ei, seu bosta!- eu falei, dando um chute na perna de Ran, que chiou. -Eu não pedi pra você me socar, pedi pra me ajudar a dar um soco, seu babaca!
-E não é isso que estou fazendo tem quase duas horas? Sabe, você é uma aluna muito ingrata.- Ran disse estalando a língua e eu mostrei a ele o dedo do meio de novo, o que só o fez rir.
Rindou veio até mim, me puxando para cima sem nenhuma delicadeza, o que me fez fazer uma careta. E claro que Ran ia dar risada, porque é um puta otário do caralho.
-Agora, tenho coisas bem mais interessantes para fazer do que te ajudar a não ser uma inútil, Nakamura.- Ran disse, me dando um tapinha no ombro e eu o dei um chute na perna enquanto ele se dirigia a porta. Ele me lançou um último sorriso sarcástico antes de ir embora. Eu bufei com irritação e encarei Rindou.
-Seu irmão é um bosta do caralho. - eu disse e Rindou franziu o cenho para mim antes de dar de ombros.
-Você que pediu a ajuda dele.- Rindou disse com a sobrancelha arqueada, agarrando minha cintura e me puxando para perto dele. Eu resmunguei antes de deixar que meus dedos afundassem no cabelo de Rindou.
-É que às vezes acabo esquecendo do como ele é um sádico desgraçado. - eu resmunguei. Rindou deu uma risada maldosa antes de me puxar para seu colo e eu não pensei muito antes de envolver as pernas ao redor da cintura dele.
Rindou nos levou até seu quarto e me jogou na cama, o que me fez fazer uma careta irritada. Estava bem perto de mandar ele a merda, mas foi impossível fazer isso quando ele desceu a boca até meu pescoço, beijando e mordendo minha pele. Eu dei um suspiro, puxando o cabelo de Rindou de leve, a mão livre agarrando a camiseta dele e puxando para cima, o que fez dar uma risada maliciosa.
Ele se posicionou entre minhas pernas, se esfregando contra mim com força e me fazendo soltar um gemido baixo. O puxei para que a boca dele estivesse na minha e a língua de Rindou se entrelaçou na minha de forma urgente.
Rindou levou as mãos até minha cintura antes de começar a subir minha camiseta, deixando beijos provocativos e chupões pelo meu pescoço que certamente ficaria roxo mais tarde, mas não é como se eu me importasse, não quando aquilo era bom pra caralho.
Era inevitável não estremecer quando os dedos dele acariciavam minha pele, principalmente quando ele já sabia exatamente onde me tocar. E o como me fazer gemer.
Poderia dizer sem nem pensar duas vezes que ninguém tinha me beijado ou tocado da forma que Rindou fazia. Apesar das merdas que muitas vezes ele soltava, ninguém tinha se importado comigo da forma que Rindou tinha, e isso era o que mudava as coisas.
Minha mãe tinha dito que eu estava andando com gente ruim mas, para mim, Rindou não era nada disso. Claro, ele se metia em muita merda e já tinha sido preso duas vezes, mas quer saber de algo? Foda se. Porque ele era mil vezes melhor que imbecis como Kazume. E isso sim era o que fazia a porra da diferença.
Eu sabia que uma merda podia acontecer a qualquer momento, mas não pensaria a respeito. E apenas deixaria que Rindou me beijasse, me tocasse e fizesse o que quisesse comigo.
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