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☪ . ☆ FOUR ☆ . ☪

Tive uma das piores noites da minha vida. Simplesmente não conseguia dormir, pensando nas perguntas de Violeta, na sua aparentemente nova curiosidade sobre o próprio pai. Quer dizer, claro que ela já devia ter esse tipo de pensamentos há anos, mas não deve ter se sentido a vontade para perguntar. E, quando ela finalmente toma coragem para me dizer algo, eu simplesmente surto, como se fosse uma adolescente idiota. Eu não deveria ter feito isso; deveria ter ficado com Vi e respondido suas perguntas, porque era um direito dela saber a verdade, mesmo que ela ainda fosse muito nova para entender tudo.

Eu me revirei de um lado para o outro a noite inteira, o que fez Koji acordar e me agarrar com força para que eu parasse com aquela merda. Eu fiz uma careta irritada, mas Koji sempre tinha sido meu suporte em situações como aquela, a pessoa que conseguia me acalmar quando eu sentia que tudo estava prestes a ruir. Ele era meu parceiro, meu melhor amigo, até mesmo minha alma gêmea. Eu provavelmente não teria sobrevivido esses anos todos sem ele.

Nosso relacionamento até poderia ser estranho e bizarro para quem visse de fora, e era compreensível, inclusive. Nós éramos casados, agiamos como um casal, dividiamos a cama, nos beijamos e todas essas merdas, mas a verdade é que Koji e eu éramos apenas amigos. Por uns anos, para ele, isso foi uma merda, porque Koji era apaixonado por mim. Mas com o tempo, tudo isso mudou, e o que restou entre nós foi apenas um sentimento forte de amizade e companheirismo.

E agora, estávamos nos divorciando, depois de praticamente dez anos de casados. Não porque ele quisesse isso, mas porque eu queria. Quer dizer, não era justo com ele. Koji tinha finalmente se apaixonado por alguém, e não era justo que eu o impedisse de viver esse amor, de se casar com Daisy e ter uma família de verdade com ela. Mesmo que ambos achassem que eu estava sendo ridícula, eu não dava a mínima. Daisy era, provavelmente, a única pessoa na face da Terra capaz de entender a confusão maluca e bizarra que meu casamento e relacionamento com Koji era.

Era sábado e era cedo pra cacete quando Koji resmungou e se levantou da cama. Eu fiz uma careta infeliz, me sentindo subitamente sozinha sem o calor do corpo dele contra o meu, mas eu deveria me acostumar logo com isso.

-Você vai sair?- eu perguntei bocejando e ele bufou, seguindo para o banheiro.

-Ligaram do hospital, preciso ir. - ele disse e eu fiz uma careta.

Bem, ser médico era uma bela de uma merda, e eu sabia bem disso pela correria que era a vida de Koji e a de Aya. Se minha vida como cientista já era instável pra cacete, ter que sair no meio da noite para resolver coisas no laboratório, a de um médico conseguia ser pior. Porque se ele não chegasse a tempo, não seriam dias de pesquisa e experimentos perdidos, mas sim uma vida.

Koji terminou de se arrumar rapidamente, vindo até mim e me beijando de leve. Fiz carinho na bochecha dele e ele se afastou para ir embora.

-Te amo, toma cuidado.- eu falei o olhando seriamente e ele deu risada.

-Também te amo. Vê se não acorda muito tarde, não esquece que Violeta tá com mania de levantar cedo pra ficar aprontando pela casa.- ele disse e eu soltei um gemido de infelicidade, deixando que minha cabeça caísse contra o travesseiro novamente.

Não sei por quanto tempo dormi, mas estava simplesmente exausta. Meu cérebro parecia que tinha fritado depois de semanas apenas vendo fórmulas e mais fórmulas, átomos e átomos. Eu realmente precisava daquele descanso. Só fui perceber o quão destruída e cansada eu estava quando Violeta entrou no meu quarto, choramingando dizendo que estava com fome.

Foi um inferno sair da cama e eu praticamente me arrastei até a cozinha para fazer alguma coisa para que Violeta comesse. Foi quando notei que já eram duas horas da tarde, e Violeta tinha, de fato, feito a maior zona na sala, Barbies e bichos de pelúcia espalhados para todos os lados, como se tivesse rolado uma Guerra Mundial entre os brinquedos.

Eu poderia ter surtado com aquilo; em um dia normal, eu teria brigado com Vi pela falta de organização e feito ela recolher tudo, mas estava terrivelmente cansada, então apenas fingi que não vi nada enquanto preparava o almoço de Violeta.

Ela estava sentada no banco, os braços apoiados na bancada, brincando em silêncio com uma boneca em suas mãos. Ainda assim, eu era capaz de perceber os olhares que ela me lançava hora ou outra, e sabia muito bem o que ela queria.

-Pode perguntar o que quiser, filha, eu não mordo.- eu disse me virando para fitar os olhos roxos dela, arqueando a sobrancelha. -O que foi, Vi? Porque essa cara?

Ela largou a boneca na pedra e apoiou o rosto entre as mãos, me olhando e olhando. Daquele mesmo jeito que o pai dela costumava fazer e que me irritava pra cacete, porque parecia que estava vendo através da minha alma. Violeta era tão parecida com Rindou em praticamente tudo que às vezes me dava vontade de chorar.

Violeta pareceu ponderar se deveria falar algo ou não e, sabendo do como eu tinha surtado ontem com apenas uma menção, eu sabia que Violeta não ia mais tocar no assunto até que eu o puxasse. E eu não queria falar sobre isso, mas, ainda assim... Sabia que precisava.

Dei um longo suspiro, colocando o prato na frente dela e estendendo a colher que ela rapidamente pegou, começando a comer, desviando sua atenção de mim.

-Nunca falo sobre seu pai, Violeta, porque não sei como fazer isso.- eu admiti e ela levantou a cabeça para me fitar. Eu estiquei minha mão e acariciei a bochecha dela de leve, sorrindo para minha filha que eu amava com todo meu coração. -Mas você não deve ter medo de me perguntar sobre as coisas. Se você quiser perguntar sobre ele, Vi, você pode me perguntar o que quiser e eu... Tentarei te responder.

Ela apenas me olhou e olhou antes de assentir, voltando sua atenção a comida em sua frente.

Eu apenas a observei por um tempo. Às vezes olhar Violeta trazia lembranças demais para mim. Aqueles olhos roxos que quando ela estava irritada assumiam um deboche e sarcasmo que me faziam querer soca-la ou gritar de raiva; o cabelo loiro e sedoso; até mesmo aquelas expressões que ela usava quando estava irritada comigo e que certamente não vinham de mim. Deus, ela era tão, tão parecida com o pai dela que às vezes a culpa de nunca ter dito nada a ele me sufocava.

Meu celular começou a tocar, fazendo meus pensamentos se dissiparem. Eu franzi o cenho antes de atender e levar o aparelho até meu ouvido.

-Oi, mãe. - eu disse.

-Oi, meu amor. Está tudo bem com vocês? Como tá a Letinha?- ela disse e eu torci o nariz com o péssimo apelido de vó que ela certamente jamais pararia de usar.

-Está tudo bem.- eu falei, dando uma olhada em Violeta que tinha deixado o prato na pia e estava correndo de volta para a sala. -Tudo bem por aí?

-Ah, você sabe. A casa é muito vazia só comigo. - ela disse e eu contive a vontade de revirar os olhos diante da clara chantagem emocional.

Certo. Cinco anos depois que eu tive Violeta, meus pais vieram atrás de mim em busca de perdão. Quando eles descobriram sobre Violeta, pensei que todo aquele discurso de "sentimos muito pelo que fizemos com você" fosse ir por água abaixo, mas eu estava profundamente enganada. O amor que eles tiveram pela minha filha, mesmo sabendo bem quem era o pai dela, foi tão imenso que me quebrou. Meu pai, o pai que eu odiei com todo meu coração, amou minha filha com tudo o que tinha de si.

Ele passou anos tentando conquistar o meu perdão. E mesmo que ele tivesse mudado e isso fosse óbvio para mim, foi difícil perdoar alguém que me machucou tanto ao longo da minha vida.

Quando meu pai ficou doente, eu finalmente entendi a verdade... Nós não devemos, por pior que a pessoa tenha sido com a gente, guardar ressentimentos para sempre. O tempo é muito curto para viver sentindo amargura. E acho que ter meu perdão era o que meu pai precisava para enfim descansar em paz.

-Mãe, eu te disse mais de uma vez para vir morar comigo aqui em Londres. - eu disse esfregando os olhos. -Você não quis.

-Estou velha para isso, Asuka. Não quero deixar meu país, aprender a como morar em um novo. Meu inglês é péssimo. - ela reclamou e eu bufei.

-Tudo bem. Mas você sabe que eu e Violeta vamos ficar ai no Japão por apenas um ano, não sabe? É o tempo de eu acabar minha pesquisa, e voltaremos para Inglaterra, mãe. Não adianta ficar com essa chantagem, avisada?- eu disse e eu escutei ela resmungar.

Ah, é.

Eu iria voltar para o Japão. Recebi essa brilhante notícia há uma semana e ninguém além de Koji e minha mãe sabiam disso. Não era uma questão de querer, mas sim de necessidade. Eu precisava ir para lá, terminar a merda da minha pesquisa. Foi isso que foi exigido pelas pessoas que investiram em mim, então era isso que eu deveria fazer. E a previsão era de que eu ficasse lá por um ano.

Apesar de a ideia me assustar, ficava feliz por um lado: eu estaria perto da minha melhor amiga de novo. E por muito tempo, não apenas algumas vezes no ano quando ia visitar minha mãe e visitava Aya também.

Mas, ainda assim...

A ideia de ir para o Japão passar um ano assustava. E eu não sabia dizer exatamente o porquê.

-Já contou para sua amiga que você vai voltar?- ela perguntou e eu resmunguei qualquer coisa antes de me despedir e desligar.

Tudo bem...

Eu precisava contar a Aya as novidades. Isso se eu conseguisse parar de surtar com toda a merda que tinha sido jogada sobre mim.

Olhei para Violeta, alheia ao fato do como voltar a morar no meu país ia ser estranho, para não dizer uma merda. E sabia muito bem que Violeta não ia gostar nada, nada dessa novidade.


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