☪ . ☆ FIVE ☆ . ☪
Não tive tempo para raciocinar, pois sequer separei os lábios antes que Rindou avançasse, empurrando Lee de lado e me prensando contra a parede mais próxima. Grunhi, e tentei dar um soco em Rindou mas claro que fui bloqueada, fazia anos que eu não batia em ninguém, estava focada demais em estudar porra de medicina para ligar de continuar treinando quando essa porra de delinquente do caralho estava longe pra caralho de mim. Acho que acabei xingando ele em um grito no momento que aquele porra torceu meu pulso, o que me fez tentar chutá-lo, o que também não deu certo. Puto do caralho! Haitani maldito pra porra!
Gritei algo para Rindou, ele apenas soltou uma risada maliciosa e lançou um olhar para Lee que nos observava com os olhos arregalados, em choque. O babaca Haitani soltou uma risada e se afastou deixando-me livre, não hesitei em avançar, metendo um soco em seu rosto com tanta força que seu rosto virou para o lado. Apesar da porrada, o sorriso não desapareceu e aquilo me fez ficar ainda mais nervosa.
Eu sabia que se Mikey estivesse ali, logo todos seus cachorros viriam atrás de seu mestre e não demoraria muito para que o caos se instalasse no hospital. Mas, ainda assim, tinha esperanças que eles não viessem tão rápido.
Também não tive um momento para reagir quando senti mãos seguraram minha cintura e a puxar, por algum motivo comecei a correr pelos corredores ao lado de Lee que me puxava, parecendo realmente aterrorizado. Mas o que?
─ É por isso que disse para deixarmos aquele desgraçado morrer!─ Ele grunhiu, puxando meu pulso com força, incoscientemente soltei um gemido de dor por conta do aperto. Pisquei os olhos, confusa. Mas o que?
Sem pensar duas vezes, puxei meu pulso, tentando me livrar da mão de Lee, fazendo com que nossos passos parassem.
─ Que porra, onde você está indo?─ Soltei. Ele me fitou com confusão.
─ Estamos indo ligar para a polícia.─ Disse, claramente tentando não dar espaço para que eu retrucasse. Ah, sim, Lee costumava fazer aquela merda comigo, tentava me manter calada para não expor minha opinião. E eu... Eu aceitava, pois o amava e é normal querer aquele que você ama feliz, só que...
Me virei, olhando na direção de onde Rindou estava.... ou pelo menos, deveria estar. Pisquei meus olhos, recuando alguns passos para trás, acabando por esbarrar em Lee que segurou meus ombros, logo ele estava me arrastando para algum lugar, pronto para ligar pra polícia e deixar Manjiro Sano e Rindou morrerem na cadeia por tudo que já fizeram...
Porra...
─ Oi, Aya, está tudo bem?─ Perguntou ela, sua voz estava alegre, apesar que eu soubesse que havia algo de estranho. Deveria ser noite ou muito perto disso em Londres, afinal aqui parecia um pouco perto demais do amanhecer. Suspirei, esfregando uma palma de mão em minha testa.
─ Sim, claro!─ Menti descaradamente. E Asuka deveria saber disso pela forma que ficou em silêncio por um momento, talvez pensando no que me faria mentir. ─ O hospital tá um caos, sabe? Um criminoso pulou de um prédio.
─ Caralho! O que aconteceu? Ele ainda tá vivo, como isso é possível?─ Ela perguntou. Asuka sempre havia sido curiosa com meus casos no hospital, mas mal pergunta sobre eles. Algo estava de errado...
─ Nem eu sei. Ele tem a maioria dos ossos quebrados mas já estamos dando um jeito nisso, sabe?─ Soltei, olhando de forma nervosa para a porta, sabendo que eu correria para trancá-la, assim que visse fios roxeados. Aquele maldito do Rindou! Ele tinha que dar a porra de um ninja! Agora tinha quase uma dúzia de policiais procurando qualquer vestígio dele pelo hospital.
─ Falando em ossos quebrados, eu decidi uma coisa hoje.
─ E isso é ruim?
─ Depende, por quê?
─ Isso faz você lembrar de ossos quebrados.─ Sorri, sabendo que ela não veria. Asuka soprou uma risada, claramente nervosa.
─ Eu estava pensando e sinto muito falta de você, sabia? Você é a minha melhor amiga e...
─ Vai vir para o Japão?─ Perguntei, franzindo o cenho.─ No meio do ano? Tem certeza disso, Asuka? Não é meio complicado para a Vi ficar longe da escola por alguns dias? E ainda tem seu emprego, não é?
─ Não, não é. Eu...─ Ela suspirou.─ Eu estou voltando para o Japão, meio que definitivo mas só por um ano, entende? Estou me separando do Koji e...
─ Caralho, Asuka...─ Murmurei, cortando ela.─ Caralho...
─ Eu sei! Eu sei! Só que a Violeta está começando a perguntar demais do Rindou e também preciso ir para aí para complementar minha pesquisa.─ Ela falou, rápida. Pisquei meus olhos, lançando mais um olhar para a porta. Porra, que caralho!
─ Você não pode voltar! Caralho, a cara do Rindou tá em todos os jornais! Não só a cara do Rindou mas como do Ran! Meu Deus, como caralhos você vai explicar pra Violeta que o tio dela tá na televisão por ter matado dezesseis pessoas só nessa semana! Caralho! Caralho, Asuka!
─ Eu sei disso, só que...
─ Só que porra nenhuma!─ Gritei.─ Asuka, Rindou não é mesmo que era. Antes, ele era só um merda mas agora ele é o merda que faz parte de uma gangue perigosa para um caralho! Se ele descobrir da Violeta, ele pode meter a porra de uma bala na sua testa e pagar por isso nunca na porra da vida dele! Asuka, você não pode voltar, sua imbecil da porra!
─ Aya, eu...
Naquele momento, a ligação foi interrompida por outra ligação. Hakkai... Nervosa, eu nem me dei conta que ignorei Asuka ao atender a ligação do imbecil.
─ O que foi?─ Perguntei, claramente ainda um pouco nervosa, principalmente quando uma figura passou pela janela tão rápido que mal pude notá-la.
─ Onde você está? Estou no hospital!
Franzi meu cenho, confusa.
─ O que? Por que?
─ É o Takemichi, parece que nessa noite, ele...
Certo, estava acontecendo coisas demais para que possa raciocinar sem surtar para caralho. Hoje, parece que o mundo tirou tempo para foder com tudo e me ver lidar com isso da forma mais imbecil que já existiu. Escondida nas escadas que levavam ao necrotério, eu só queria ficar em silêncio, na verdade estava fugindo de Hakkai e seus amigos que claramente estavam confusos e terrivelmente preocupados com o Takemichi que levou tiros, acabando por entrar em um coma induzido após cair de um prédio ao lado de Manjiro Sano.
Sendo sincera, não estou entendendo porra nenhuma e nem sei se quero entender. Só sei que vou passar o resto da minha vida ali, ou pelo menos o resto do dia até receber alguma atualização do estado do Manjiro. Que caralho, dez anos e agora parece que meu passado estava retornando novamente, pronto para me engolir mais uma vez. Pelo menos, espero que dessa vez não tenha porra de uma puta de merda querendo me matar.
Suspirei, afundando as mãos em meus cabelos, os puxando com um pouco de força. Soltei um resmungo, lançando um olhar irritadiço pra minhas mãos. Nem ao menos notei que alguém se sentava ao meu lado até sentir um forte perfume masculino. Franzi o cenho e olhei para o lado.
Ele estava diferente, mas ainda assim, me parecia o mesmo. Abri um sorriso para ele, apesar de saber que não deveria. Nem um pouco. Mas ele era como eu. Éramos iguais, mesmo que tivéssemos seguido caminhos diferentes.
─ Faz muito tempo, não é, Kaku?
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro