Capítulo 4
Jimin percorria o corredor da faculdade um tanto desconfiado. Durante a semana não viu o Kim, mas sempre que ouvia menção de seu nome ou tinha a impressão de estar sendo observado — mera loucura da sua mente traiçoeira —, ele se via vasculhando o ambiente, temendo vê-lo próximo de si.
Depois do que houve, sabia que o outro atacaria com todas as suas armas, e ainda o rebaixaria a um mero átomo por jogar em sua cara as reações involuntárias de seu corpo com alguns toques.
Senhor, não permita que eu o encontre.
Entretanto, Jimin não tinha realmente com o que se preocupar, Taehyung tirou uma semana de licença da faculdade. Ninguém sabia ao certo o motivo, mas o Park não tinha ciência desde afastamento.
Mais um fim de semana chegou e Jimin resolveu não sair de casa. Ficou com seu colega e curtiu uma reunião com os amigos dele. Bom, curtir não seria a palavra certa. Ele se obrigou a ficar recluso do que correr o risco de sair e encontrar com o outro.
Os amigos de Adam não eram "interessantes", segundo Jimin. Pois, eles tinham gostos muito diferentes do seu, tanto para esportes, filmes ou jogos. Não que Jimin praticasse algum esporte, só gostava de assistir. Ou jogasse constantemente, ele preferia passar mais tempo fora de casa do que em frente a tv jogando. Enfim, sua noite não foi das melhores. Ainda assim, nada poderia ser mais fortuito do que sair e se arriscar sem necessidade.
Acostumado a sempre sair com alguém nos finais de semana, Jimin se sentia carente de alguma atenção física. Pensou em mandar mensagem para Johan, mas fez cara de nojo no momento que abriu o chat de conversa. Não, ele não ia se humilhar atrás daquele "pedaço de merda". Preferia se masturbar do que se rebaixar a dividir a cama com Johan outra vez.
No quarto escuro, em sua cama, usando apenas uma cueca, Jimin acariciou seu pau semi-ereto. Só porque não se envolveria outra vez com Johan, não significava que não poderia se masturbar pensando no pau duro dele lhe penetrando. O filho da puta tinha um pau gostoso, Jimin tinha que assumir.
Jimin ficou completamente duro lembrando das vezes em que transaram. Ele era quente, sim, e sabia como deixá-lo cheio de tesão.
— Gostoso do caralho! — Jimin empurrou a coberta para longe e expôs sua ereção, subindo e descendo a mão pela própria extensão.
Aquelas mãos grandes descendo por seu corpo, os ombros largos e braços firmes lhe agarrando com fome e ganância. Oh, sim, ele estava muito excitado agora. A língua em sua boca, explorando cada cantinho sem pudor algum. Que beijo gostoso ele tinha!
— ...Você me deixa louco! — relembrou.
— Você também me deixa louco! — murmurou, ainda movimentado a mão.
— ...Você deveria ser apenas a minha putinha.
— Me trate como a sua puta e me fode bem gostoso, Taehyung!
Jimin sentou na cama com um pulo. Que porra estava pensando ao falar aquele nome? Sua fantasia não era mais acerca de Johan, se assustou ao constatar. Estava se lembrando dos momentos ardentes que dividiu com o Kim no carro dele.
Jimin esfregou o rosto com as mãos, praguejando em silêncio. Não podia acreditar que seu corpo e mente lembrava com tantos detalhes do ocorrido. Ainda assim, fez questão de expulsar aquele maldito de seus devaneios.
Se arrastou pela cama e alcançou a última gaveta de sua mesinha de cabeceira, tirando de lá um dildo que não usava há algum tempo. Desde que se enturmou com a galera da faculdade, e entendeu que muitos deles gostavam de "diversificar" em segredo, ele não precisou mais usá-lo, já que estava sempre acompanhado em suas noites de carência.
Pegou junto, um tubinho de lubrificante e espalhou um pouco na mão, deslizando pelo comprimento do dildo.
— Vamos lá, amigo, você tem que ser suficiente por hoje. — murmurou sozinho.
Ajoelhado na cama, Jimin posicionou o apetrecho entre suas pernas. Passou os dedos molhados em torno de sua entrada e introduziu-lhe um dedo, sentindo a leve contração. Entre os tornozelos, encaixou o dildo e baixou a bunda, sentindo o objeto gelado tocar-lhe a região. Com a mão no próprio pau, seu corpo estremeceu ao sentir a viscosidade do lubrificante frio em sua ereção quente. Voltou a se masturbar e foi sentando bem devagar, sendo invadido lentamente. Jimin fechou os olhos e, com a mão livre, se apoiou na cabeceira da cama, começando a se mover. A sensação de ter o apetrecho lhe alargando não era a mesma de um pau de verdade, mas era o que ele tinha no momento, então prosseguiu.
Começou a se mover mais rápido, a mão em seu pau no mesmo ritmo, mas ele precisava de mais do que isso para se satisfazer. Voltou a pensar em Johan e seu corpo reagiu positivamente às lembranças das fodas que eles faziam.
— Ahh, isso é bom...muito bom.
— É isso que você deseja, não é? Meu pau te fodendo como uma cadela no cio. Admita!
— Sim, isso é tudo o que eu quero... — gemeu, acelerando o ritmo no dildo.
— Então implore para eu te foder!
— Ahh, por favor... — sua mão estava mais rápida e seu pau mais duro.
— Implore!
— Me fode como uma cadela, Taehyung!
Jimin não conseguia se livrar das lembranças do outro lhe tocando e acendendo tão rápido seu desejo. Era um cretino, um maldito homofóbico arrogante e desprezível, mas soube como deixá-lo ansioso por mais alguns toques. Soube aflorar e intensificar cada sensação de seu corpo. E Jimin o odiava ainda mais por isso.
— Adoro quando você implora.
— Desgraçado...
— Pode dizer o que quiser, mas é a pica desse desgraçado que você quer te comendo como a puta que você é. — Jimin gemeu. — Olha só como você geme pra mim. — Jimin sentiu o arrepio pelo corpo, era como se o Kim estivesse mesmo ali, sussurrando em seu ouvido. — E isso, é porque eu sou apenas uma fantasia sua...imagina quando esse seu cu guloso me sentir todinho dentro de você? — Jimin gemeu outra vez quando sentou fervorosamente no dildo, sentindo-o lhe tocar bem fundo.
— Isso é bom...
— Pode até ser bom, mas será incrível quando for o meu pau te fodendo e enchendo esse seu rabo de porra.
— Merda! — sua mão moveu-se mais rápido.
— Agora goze, porque isso é o máximo que você terá de mim hoje. — suprimiu um gemido. — Goze!
Jimin levantou a cabeça, mordeu o lábio inferior e sentiu o prazer máximo lhe alcançar. Soltou violentamente o ar pela boca e gozou livremente sobre o travesseiro.
— Porra! — xingou alto. Não acreditava que tinha gozado tanto pensando no Kim.
Jimin se encolheu na cama, em posição fetal, estava desolado que não foi capaz de manter Taehyung longe de si em uma simples masturbação.
Ele sabia que pensar no que houve não o levaria a lugar algum. Ele não teria nada daquilo outra vez, e sequer poderia imaginar tal situação. Mas por que seu corpo insistia em reagir daquela forma ao pensar nele? Por que as lembranças o atormentaram tanto? Por que o desejava tão perto, se tudo o que os moviam era o ódio e a intolerância? Não entendia e não tinha resposta alguma para essas perguntas.
De cabeça baixa e debruçado sobre a mesa, Jimin bocejou pela milésima vez naquela manhã. Apesar da satisfação sexual com a masturbação, ele não conseguiu pregar os olhos por mais de 30 minutos na última noite. Procurava, ansioso, por algumas respostas para suas perguntas. No final das contas, ele resolveu ignorar tudo e tentar dormir. Falhou. Ainda assim, chegou a conclusão que, tudo não passava de um choque emocional. Pois, como sua relação com Taehyung sempre foi conturbada, os eventos daquela manhã foram surpreendentes demais para sua mente processar que não se tratava de um rapaz que lhe tinha algum interesse real ou algum desejo genuíno, e sim um com ódio mordaz.
Entretanto, outras perguntas como: por que ele fez aquilo? O que planeja fazer quando se encontrarem de novo? Como sabia exatamente onde lhe tocar de maneira certeira e deixá-lo tão entregue?, deixaram Jimin mais desconfiado.
O fim da aula chegou. Jimin recolheu suas coisas e saiu da sala. Um rapaz vinha correndo, desviando das pessoas no corredor, uma cena bastante comum, mas Jimin ficou completamente tenso quando o rapaz gritou "Kim", erguendo a mão com um livro, ou era um caderno, Jimin não fez questão alguma de identificar o objeto, já que entrou as pressas na primeira sala que encontrou aberta.
Lentamente, Jimin olhou de esguelha pelo corredor e viu que o Kim, a quem o rapaz se referia, não era o seu Kim. Aliviado, ele soltou o ar bem devagar. Quando se virou, um rapaz alto o estava olhando com as sobrancelhas arqueadas.
— Você está bem?
— Estou sim. — coçou aleatoriamente o braço esquerdo. — Só achei que... — se deu conta que não precisava se explicar. — Nada não. Tchau. — saiu rápido, antes que o outro pudesse dizer mais alguma coisa.
Era noite, Jimin não tinha nada interessante para fazer. Não queria ficar em casa e não estava nem um pouco afim de ficar vendo Adam jogar. Sendo assim, resolveu sair um pouco. O que ele não esperava, era acabar na porta de Johan.
— Foda-se, já estou aqui mesmo, não custa nada trocar algumas palavras com ele.
Jimin bateu na porta e demorou para ser atendido. Bateu outra vez e ouviu a voz de Johan gritar.
— Mais que porra... — calou-se assim que viu quem lhe "incomodava" — Jimin?
O Park o observou de cima a baixo. Parcialmente enrolado em uma toalha e com o corpo molhado, Jimin entendeu o motivo da demora para ele atender a porta. Um motivo bem diferente do que suas ideias loucas estavam imaginando. Não, não tinha nada a ver com Johan estar comendo loucamente alguém em sua cama.
— Ocupado? — encostou no batente da porta, muito relaxado.
— Claro que não. Estou sempre livre pra você.
Jimin gostava muito de ouvir aquilo. O fazia sentir-se no comando, controlando alguma coisa — ou alguém. O que muito lhe agradava.
— Vai sair?
— Vou encontrar com meus primos em uma cafeteria. Em breve será aniversário da minha avó, acho que você se lembra que te contei. — Jimin assentiu. — Mas eu posso me atrasar um pouco, caso você queira conversar.
— Perfeito!
Jimin entrou e fechou a porta, tirando de Johan a toalha que usava.
No caminho de volta para casa, Jimin estava irritado. Na verdade, ele estava puto. E o motivo era ele mesmo.
Havia jurado que nunca mais procuraria Johan, e se manteria convicto de não fosse sua própria mente traiçoeira. E agora, as coisas pareciam ainda piores.
O contato físico com Johan estava maravilhoso, ardente e intenso. Do jeito que Jimin costumava gostar.
As mãos dele por todos o lugares de seu corpo, os lábios em sua boca, e às vezes em seu pescoço, beijando, chupando ou mordendo. Exatamente o contato que o Park tanto gostava em seus momentos a sós. Mas tudo foi por água abaixo em milésimos de segundos.
As sacanagens que Jimin tanto gostava de ouvir, as baixarias e xingamentos, mesmo na voz de Johan, não foram suficientes para afastar Taehyung de suas fantasias. Todo e qualquer prazer, era aplacado pela lembrança do outro.
Jimin imaginou que tendo um contato real, o Kim desapareceria completamente de sua cabeça. Estava errado.
Johan penetrou em Jimin fundo e rápido, bateu em sua bunda e o segurou firmemente pelos ombros, para fode-lo do jeito que gostava. Mas isso não foi suficiente para mantê-lo dentro daquele quarto. Antes mesmo que Johan sentisse o ápice chegando, Jimin pediu que ele parasse, vestiu suas roupas e saiu sem dar qualquer explicação.
Inferno!
Maldito seja o Taehyung, por não deixá-lo em paz.
Desde então, Jimin teve certeza que, tudo isso só se resolveria, depois que o encontrasse, que batesse de frente com ele, como costumava ser. Assim, suas ideias voltariam para o lugar certo, e ele poderia seguir sua vida como antes, mantendo-o longe de suas fantasias, e, principalmente, de seu corpo.
Mas será que daria mesmo certo?
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