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Chapter 6 - May, 5th

Depois do que pareceu uma eternidade, Jungkook soltou o ar dos pulmões. Ele pegou uma cadeira do lado da sua e a aproximou de mim para que eu sentasse. Imediatamente o fiz, porque minhas pernas estavam tremendo.

— Aconteceu alguma coisa? Bom, você não respondeu as minhas mensagens e…

— É por isso que eu estou aqui, Jungkook. — O interrompi suavemente, encarando o chão para evitar olhar seu rosto. — Eu… Me desculpe por não ter respondido suas mensagens. Foi ignorância da minha parte.

Sua expressão confusa aos poucos se transformou. Aparentou estar incrédulo.

Ou... machucado.

— Você estava me ignorando? — Seu tom de voz foi repleto de uma dor contida, melancólica. O ar faltou e eu senti os meus olhos se encherem d'água simplesmente por vê-lo daquele jeito.

Droga, não.

— Não. Quer dizer... sim, mas não, eu… — Apressei-me em responder, errando a ordem das palavras do mesmo jeito que meu coração errava as batidas naquele momento. Ainda que seu olhar penetrante estivesse sobre mim, sabia que precisava ser firme para não fazê-lo pensar o errado. Ou o certo. — Eu… eu sabia que você tinha enviado mensagens pra mim, apenas não as abri.

— Bom, isso é o que se faz quando se quer ignorar alguém. — Constatou, sorrindo minimamente, sem graça alguma.

Por que quando ele falava daquele jeito tudo parecia pior?

— Eu sei, mas… — Ofeguei. Minha mente trabalhava de uma maneira estranha, organizando as frases desordenadamente, me impossibilitando de fazê-lo compreender-me. — Eu…

Nada saía. Nada.

Eu era tão idiota. Tão inútil.

Automaticamente, ousei cruzar nossos olhares, percebendo, quando o fiz, que nenhum dos meus planos de falar com ele e pedir desculpas fluiria.

Cobri a boca com as mãos, abaixando a cabeça e, pouco depois, o primeiro soluço escapou juntamente com uma sequência de lágrimas exaustas.

Droga, nada saía. Eu não conseguia me expressar para ele.

Por quê?

— Ayumi? — O timbre baixo entoou-se aos meus ouvidos milésimos de segundos antes de seus braços me envolverem. — Ayumi, por favor, não chore. — Pediu.

Eu não conseguia.

— Está tudo bem, eu estou aqui, eu estou aqui. — Mais uma vez, eu pude sentir seus dedos passearem pelos meus fios e seu peito me acolher de uma maneira tão única que eu poderia passar o resto da minha vida pequena ali.

Por quê?

— Você não está sozinha, Ayumi-chan. — Sussurrou. — Eu estou aqui.

Não, não, não.

Afastei-me de seu corpo, subitamente sentindo falta do calor humano tão confortável que me envolvia.

— Jungkook, por favor, não! — Minha voz aumentou algumas oitavas, porém ignorei. — Pare de se importar tanto comigo. Me deixe sozinha, você não deveria estar aqui, não deveria! — Ao chegar no final dessa oração, eu praticamente murmurava. Minha garganta ardia e era difícil continuar. — Você não deveria estar aqui, fique… fique longe de mim.

Eu pretendia dizer aquilo com convicção, entretanto, falhei.

Eu pretendia sair dali e nunca mais vê-lo, mas também falhei. Eu sabia que falharia.

Puxei-o novamente para perto, encostando minha cabeça em seu ombro.

Fique longe de mim, Jungkook, por favor. — Eu murmurei.

Jamais tinha me encontrado em um momento de tamanha vulnerabilidade como aquele e isso de certo modo me assustou. Eu não entendia o turbilhão de sentimentos que se desencadeavam dentro de mim, jogando toda a minha razão para longe como se não fosse nada e me impedindo de pensar. Me senti como uma criança idiota e infantil mais uma vez, indefesa.

Por quê?

— Me desculpa, me desculpa mesmo. Por isso, por tudo. — Continuei, com um fio de voz. — Eu só estou cansada, Jungkook. Tão cansada. — Finalmente confessei. Mordi o lábio, apertando os olhos cheios de lágrimas. — Eu sinto muito, me desculpa, por favor.

Eu quero dormir e não acordar mais, Jungkook. Eu quero tentar a ideia religiosa e ver se existe vida após a morte para encontrar com minha mãe mais uma vez. Eu quero respirar e não sentir essa dor queimando meu peito como todos os dias eu sinto. Eu quero encontrar alguma paz, Jungkook, por favor.

— Ayumi… — Ele murmurou. Não pareceu me chamar, do contrário, foi como se quisesse apenas soltar o meu nome por entre os dentes.

Gostei de ouvi-lo.

— Me desculpa. — Pedi mais uma vez. — Eu só preciso de um tempo, mas fica aqui comigo.

Eu sabia que era complicado, há vinte segundos atrás eu pedia a ele que ficasse longe de mim, e agora praticamente implorava por sua presença. Tão indistinguível quanto meu estado de espírito.

— Eu não vou a lugar algum, Ayu-chan.

Aquelas palavras me aqueceram tanto quanto seu corpo novamente colado ao meu. A respiração fina dele batendo contra meu pescoço me trouxe arrepios e uma sensação ávida de compaixão que eu não saboreava há tempos.

E então eu percebi que, mesmo contra os meus princípios, eu o abraçaria por mais de sete segundos. E diferentemente do que acreditava, não me sentiria constrangida por causa disso.

Eu o abraçaria por mil segundos, se possível fosse. Bem mais, admito. E, mesmo que não devesse, eu não queria que ele ficasse longe de mim. Jungkook era uma das últimas pessoas que eu julgava se importar comigo e a presença dele era tão reconfortante quanto entrar em um lugar quentinho depois de pegar uma nevasca.

Por quê?

— Jungkook — o chamei, baixo —, por que você é tão bom comigo? O que eu fiz pra te merecer, huh?

Internamente, me odiava por estar me expondo tanto assim. Expondo o que eu tanto lutei para esconder de tudo e de todos. Mas que mal poderia fazer?

— Você se acalma se eu responder? — Questionou, a voz aveludada e arrastada agraciando o cômodo. Movimentei a cabeça em um sim, ainda deitada em seu ombro. Ele respirou fundo e pareceu ponderar as palavras. — Eu sou bom com você porque isso me faz bem. Acho que já disse isso a você. Te ver bem me deixa bem, não sei explicar direito o porquê. — Engoli em seco, torcendo para que ele não pudesse escutar os sons altos do meu coração ridiculamente acelerado. Sua risada pelo nariz ressoou pelo cômodo. — A pergunta certa deveria ser: o que eu fiz pra te merecer, Ayumi.

Mordi os lábios e me afastei, mas dessa vez sem pressa. Continuei olhando para o chão, envergonhada, e enxuguei meu rosto com as mãos.

— Escuta, não quero que você tenha medo de conversar comigo quando precisar. — Agora, ele estava ajoelhado na minha frente, as mãos pousadas sobre minhas coxas. Me arrisquei a levantar o olhar. Suas orbes escuras estavam mais hipnotizantes e sérias do que das outras vezes. Não consegui desviar, nem se quisesse.  — Eu quero que você confie em mim, Ayumi, e eu estou disposto a encarar os seus desafios e complicações para chegar a isso. Só por favor, não me impeça, eu… — Ele se calou. A língua passeou por entre seus lábios avermelhados antes que continuasse. — Eu preciso que você não me impeça, entende?

Mordisquei a pele interior de minha boca, hesitante.

— Por que você precisa disso? O que você quer, Jeon?

Finalmente, ele pareceu não ter resposta para minhas perguntas. Abaixou a cabeça, talvez refletindo sobre as questões.

Então, ele semicerrou os olhos na direção do meu braço. Senti o sangue parar de correr pelas minhas veias quando ele tocou na palma da minha mão, erguendo a manga do moletom e analisando a pele nua.

— Você não colocou o gelo em seu braço, Ayumi-chan?

Sem discrição alguma, soltei o ar que prendia em meus pulmões, aliviada, e olhei para o meu braço, levemente arroxeado no local em que ele havia me segurado há uns dias atrás.

— E-eu esqueci. — Sorri forçado, ainda afetada pelo excesso de adrenalina rondando meu corpo.

— Tudo bem. — Ele se ergueu. — Espere aqui, eu vou lá embaixo pegar alguma coisa pra melhorar isso.

Assenti positivamente e ele se afastou, saindo do quarto. Coloquei a mão sobre meus cabelos, puxando-os levemente para trás e respirei fundo. Fechei os olhos e procurei me acalmar, esquecendo-me de nossa conversa anterior e focando na quase falta de sorte que tive.

Estiquei meu braço direito, ignorando a ardência da região e puxei o moletom até meu pulso — mesmo que ele já estivesse lá porque era o máximo que ele poderia cobrir —, recostando-me na cadeira e esperando por Jungkook. Ele não demorou muito, trazendo um pano com gelo e uma bisnaga nas mãos.

— Tudo bem... — Ele falou mais para si mesmo, parando na minha frente e olhando para as duas coisas. Colocou a bisnaga sobre a mesinha e novamente se ajoelhou próximo aos meus pés. — Se doer, avisa.

— Okay. — Murmurei.

Com uma delicadeza exagerada, ele pressionou o pano sedoso em cima da região por alguns segundos. Sua expressão focada me lembrou de quando ele cozinhou para mim, me fazendo sorrir pequeno pela nostalgia e inusitadas borboletas preencherem meu estômago.

— Olha… — Jungkook pigarreou. — Eu não estava chateado por você não ter me respondido durante todo o dia. Eu estava preocupado. — Suspirou, retirando o pano por um tempo e colocando-o de novo. — Depois que eu saí da sua casa, eu só conseguia pensar no quanto você precisava de ajuda e de alguém. E eu me amaldiçoei por não ter tido coragem para fazer aquilo antes. — Agora, era ele quem parecia querer evitar meu olhar. — Você precisava de ajuda, e eu fui um covarde.

— Você não foi um covarde, Jungkook. — O interrompi. — Você não pode adivinhar a dor alheia, não se culpe por isso.

Ele piscou, sério, dando um sorriso ladino e fraco.

— O pior é que eu sabia, Ayumi. Quem em sã consciência não saberia o quanto você estava mal, huh? — Podia perceber que ele mordia a pele do seu lábio inferior, nervoso. — Tinha comentado com minha mãe que deveria ir te visitar ou, sei lá, te enviar uma mensagem, mas eu não tive coragem.

— Por quê? — Indaguei, curiosa.

— Eu não sei. — Confessou. — Até o Jimin me disse pra ir te ver, mas eu não quis. Eu fiquei com medo.

— Jungkook…

— Fiquei com medo de você me ignorar ou tacar o sapato na minha cara enquanto gritava que queria ficar sozinha. — Ele riu pelo nariz, me interrompendo. — Mas depois que te encontrei naquele dia na frente da confeitaria e no outro perto da estação de trem, eu soube que você não iria me machucar... porque você estava machucada o suficiente.

Engoli a saliva, subitamente atingida por sua afirmação. Não adiantava negar.

Ele expirou o ar com força, retirando o pano de meu braço e colocando-o sobre a mesa. Tomou a bisnaga nas mãos e desenroscou a tampinha, despejando um creme esverdeado e de odor forte sobre minha pele, o que eu presumi ser gel de massagem.

— Me desculpe por ter demorado tanto. — Ele começou a fazer movimentos circulares pelo hematoma, prestativo e cuidadoso.

Juntando o pouco de coragem que tinha, ergui o braço e toquei no topo de sua cabeça, deslizando minha mão pela lateral até tocar em sua bochecha. Jungkook me encarou, parecendo assustado com aquilo.

Okay, eu também estava assustada com aquilo.

— Eu já disse que está tudo bem, Jungkook. — Disse, sorrindo ladino e lançando uma piscadela em sua direção. Uma falha tentativa de me mostrar calma. — Você está aqui agora, não está?

Pude ver seu pomo de Adão subir e descer, nervoso. Travei o maxilar, passando a língua pelos lábios e tirando minha mão de seu rosto, sem graça. Depois de uns segundos me observando sem falar nada, Jungkook sorriu daquela maneira única e convencida dele, arqueando uma das sobrancelhas em minha direção.

— É só isso o que tem a me dizer? — Questionou. — Não tem nem um “você é o melhor cuidador que eu já conheci”?

Ri baixo, balançando a cabeça com sua tentativa de amenizar o clima, agradecida. Encolhi os ombros, também arqueando uma das sobrancelhas.

— Não sei, já que você está cuidando do machucado que você mesmo provocou.

Ele abriu a boca e levou a mão livre ao coração, fechando os olhos e dramatizando com um gemido inaudível.

— Ouch, você não sabe nem brincar, Ayumi. — Voltou a atenção ao meu braço, colocando um pouco mais de gel sobre o local.

Ri mais uma vez e fiquei em silêncio enquanto ele terminava sua massagem, admirando a sua disposição em me ajudar a cuidar daquele pequeno problema. Quando ele finalmente acabou, se levantou e jogou a bisnaga em uma das gavetas, avisando que ia descer para jogar fora o gelo derretido do pano.

Assim que ele se foi, me levantei e caminhei até a sua mesa de estudos, observando cada pedacinho daquele espaço. Jungkook devia estar estudando alguma coisa relacionada com Matemática porque ali havia um caderno cheio de fórmulas — que eu nem ousei prestar mais atenção — e alguns lápis. Livros diversos preenchiam a parte lateral da madeira próxima da parede, assim como um quadro emoldurado que continha uma foto.

Olhei para a porta, vendo se realmente estava sozinha, e tomei a moldura nas mãos, analisando a imagem. Jungkook estava com os braços sobre o ombro de Jimin, enquanto ambos sorriam para a câmera. Atrás deles estavam mais cinco garotos que eu não conhecia, todos sorridentes, parecendo confortáveis uns com os outros e tirando brincadeiras.

— Eles são bonitos, não é? — Um voz feminina me despertou e eu quase deixei o porta retratos cair.

Virei o rosto para quem quer que tivesse falado, encontrando uma garotinha de cabelos castanhos estranhamente semelhantes aos de Jungkook, me olhando com os olhinhos curiosos.

— O que faz aqui? — Perguntou, se aproximando. — Onii-san¹ sabe que você está mexendo nas coisas dele? — Apesar das perguntas inconvenientes, ela tinha a voz doce e delicada, com seu tom baixo soando pelo cômodo como se estivesse falando de um segredo.

— E-eu… Sim, ele sabe. — Semicerrei os olhos na direção dela. Onii-san? Aquela era a irmãzinha do Jungkook?

Arregalei os olhos com a lembrança, deixando o porta retratos sobre a mesa e focando a minha total atenção na pequena criatura na minha frente.

— Ah, então está tudo bem. — Ela sorriu, saltitando até a cadeira de Jungkook, escalando-a e se ajoelhando, apontando para a foto. — Esses meninos são bonitos, né? — Sua voz tinha uma admiração contida. — São meus irmãos, onii-san sempre me diz isso.

Olhei novamente para a foto, permitindo que minha boca desenhasse um sorriso admirado e bobo pelo relacionamento tão íntimo que Jungkook tinha com seus amigos.

— É, eles são realmente muito bonitos. — Finalmente respondi à pergunta da garotinha e pude ver seu rosto se iluminar de orgulho.

Toquei na moldura, sustentando meu olhar por tempo demais ali, perdida em meus próprios pensamentos.

— Oh! — De repente, a pequena colocou as mãos na boca e rapidamente as tirou, apoiando-as na mesa. Ela olhou para mim de uma maneira fofa, abaixando mais o tom baixo de sua voz. — Você é um anjo, onee-chan²?

Franzi o cenho, rindo minimamente.

— Por que você acha que eu sou um anjo?

— Seus braços, olha só. — Ela apontou para o meu braço direito, de onde se podia ver alguns dos meus cortes por conta da manga do moletom ter sido um pouco levantada enquanto eu me movimentava. — Onee-chan, não precisa mentir pra mim, o onii-san me disse uma vez que quem tem esses riscos aí no pulso são anjos!

A alegria da garota em saber que eu era um “anjo” me fez sorrir, ignorando o fato de que ela não deveria ter visto aquilo. Reajustei o moletom, inclinando-me sobre ela para conversar baixinho. Tinha medo que Jungkook pudesse escutar.

— Hyeri, não é? — Perguntei.

— Aham, Jeon Hyeri. — Ela prontamente respondeu, me olhando com os olhinhos cheios de expectativa.

— Então, Hyeri, por que você diz que essas marcas fazem de mim um anjo?

— Uma vez eu vi uma imagem no celular da okaa-san³ dizendo isso e perguntei pro onii-san se era verdade. Ele disse que sim, e que eram os tipos de anjos mais lindos e puros que existiam. — Seu sorriso se alargou e ela inesperadamente tocou meu rosto com as duas mãos. — Ele também me disse que vocês querem voltar pra casa logo, que é no céu, por isso têm essas marcas. — Ela franziu o cenho, fazendo um biquinho em seguida, como se fosse me dar uma bronca. — Você não pode ir embora, por favor, o onii-san gosta muito de você.

Engoli a saliva acumulada em minha boca, sentindo meu peito se apertar.

— Escuta, Hyeri. — Eu toquei no rosto dela da mesma maneira que ela envolvia o meu. — Se isso que você descreveu é um anjo, então eu sou um sim. — Admiti. Ela sorriu de novo.

— Eu sabia!

— Só não conte pro Jungkook, tá bom?

— Por quê? — Seus ombros caíram. — Ele disse pra eu avisar se conhecesse um anjo, e eu prometi. Prometi de mindinho! — Ela sussurrou mais baixo ainda, dando seriedade à promessa.

— Eu quero contar pra ele pessoalmente... Vou fazer uma surpresa, entendeu?

Ela rapidamente assentiu com a cabeça.

— Se for assim, tá tudo bem. Eu vou ficar caladinha até você contar pra ele, tá bom? Me avisa quando contar pra eu poder me gabar dizendo que descobri primeiro.

— Tá. — Ri, e então Jungkook entrou no quarto.

Ele parou de andar assim que viu nós duas. Seu lábio tremeu como se não soubesse o que falar, e logo alargou-se em um meio sorriso. Só aí me lembrei que ainda estávamos ambas tocando o rosto uma da outra. Essa cena deveria ser no mínimo cômica.

— O que vocês estão fazendo?

— Eu tô falando com a Hyeri, ela cresceu tanto! — Apertei as bochechinhas gordas dela e escutei sua risada gostosa ecoar pelo quarto.

— A onee-chan estava vendo sua foto com os meus irmãos, onii-san. — Ela me dedurou, apontando para a foto. Apertei mais forte as bochechas dela e me afastei, vendo-a passar a mão no rosto e rir com uma expressão de dor.

— Ah… — Ele olhou para a foto e em seguida para mim. O sorriso de canto não saiu de sua boca. — Eles também são filhos de sócios nossos. Alguns são ex-sócios, mas mesmo assim ainda nos falamos. Conheci eles algum tempo depois de conhecer Jimin, somos todos uma grande família. — Explicou, se aproximando de nós e passando as mãos no cabelo de Hyeri. — Você não deveria estar estudando, mocinha?

— Sim, e eu estou, onii-san. — Ela o olhou. — Eu ia lá na cozinha pegar alguma coisa pra comer e vi essa moça aqui no quarto. É aquela garota que você falou para mim, não é? A Ayami... Ayuri...

As bochechas de Jungkook ficaram vermelhas e ele abaixou o olhar, envergonhado. Pigarreou uma vez, engolindo em seco.

— Ayumi. — Jungkook a corrigiu, rindo apesar do nervosismo aparente. — É, é ela mesma.

Hyeri me encarou e sorriu mais uma vez, achando graça da mudança brusca no comportamento de seu irmão.

— Ela parece ser muito legal. Enfim, eu vou deixar vocês aqui e vou voltar a estudar. Você está bem, onii-san? — Ela perguntou a Jungkook, tocando sua bochecha com delicadeza e analisando sua expressão à procura de qualquer indício de que aquela vermelhidão rápida era algo para se preocupar.

Quase fiz um barulho estranho com a boca ao ver uma cena tão fofa como aquela diante dos meus olhos, ainda mais quando Jungkook sorriu, aproximando seus lábios da testa branca da garota e depositando um beijo ali.

Esse garoto queria mesmo acabar comigo.

— Eu estou sim, imouto⁴. — Ele murmurou. — Vai estudar, pequena, pra você ficar livre mais tarde. — Seus braços ergueram a garota e depositaram ela no chão. Em seguida, ela assentiu com a cabeça, saindo do quarto logo depois com uma euforia típica de criança.

Ficamos algum tempo olhando para a porta, até que Jungkook balançou a cabeça e pôs as mãos nos bolsos, fitando-me.

— A chuva piorou. Ouvi que ela não vai passar tão cedo e é provável que tenha uma nevasca mais tarde. Como você chegou aqui?

— O Jimin me trouxe. Nos encontramos por acaso perto de casa e eu pedi que ele me trouxesse. Eu precisava falar com você. — Sentenciei, vendo ele assentir com um movimento sutil.

Passei a língua entre os lábios para molhá-los e Jungkook suspirou alto, coçando a nuca, sem jeito.

— Você tem algum problema em dormir aqui? Nós temos um quarto de hóspedes e eu posso pedir pra minha mãe ver se tem algo pra você vestir. Quer dizer, se o clima lá fora não melhorar até a noite.

Engoli em seco.

— Ahn… c-claro que não, não tenho problema nenhum. — Se eu pudesse, chutaria a mim mesma por ter gaguejado em um momento tão crucial como aquele. — Que horas são?

Jungkook rapidamente olhou para seu relógio de pulso.

— Quase seis da tarde.

Mordi os lábios, concordando e apontando com a boca para os livros dispostos na mesa.

— Você não vai voltar a estudar, então, o que exatamente nós podemos fazer pra passar o tempo?

Jungkook semicerrou os olhos na minha direção, sorrindo em seguida. Mais uma vez, fui atacada por borboletas em meu estômago só por vê-lo com os graciosos dentes à mostra.

No entanto, eu não me culparia por aquilo, porque o sorriso de Jungkook era tão lindo que, se eu fosse uma desenhista aprazível, com certeza passaria horas da minha vida desenhando-o.

Era uma obra de arte, assim como o dono.

— Murakami-san, que provavelmente foi a pessoa que pediu a você para me tirar do meio dos livros — ele ponderou, me causando uma risada —, vai fazer um bolo e pediu a minha ajuda.

— Vamos cozinhar?

— Sim. — Ele se aproximou de mim, colocando as mãos no bolso e desviando sutil e brevemente o olhar para o chão. — Eu já cozinhei pra você uma vez, está na hora de retribuir o mimo. E eu realmente queria passar um tempo me divertindo ao seu lado.

Tossi, me engasgando com minha própria saliva e disfarçando o embaraço com uma pigarreada suave. Jungkook passou a língua pelos lábios quando percebeu, segurando o riso.

— Tudo bem. — Anunciei, pigarreando mais uma vez. — Eu não sou muito boa em fazer isso, mas posso tentar.

— Murakami-san e eu estaremos por perto pra te ajudar, não precisa ficar nervosa. — Ele deu de ombros, tocando em minha costa e me guiando para fora do quarto. — Eu posso te ensinar alguns segredos para fazer uma sobremesa boa, o que acha?

Eu acho que você é um anjo.

— Tudo bem, você me convenceu. Mas se eu estragar alguma coisa, não diga que eu não avisei. — O alertei.

— Está tudo bem. — Riu, abaixando a cabeça. — Eu disse que não vou reclamar por mimar você, Ayu-chan.

-•-

¹ onii-san: irmão mais velho
² onee-chan: irmã mais velha (também pode ser utilizado com pessoas que não são da família, como um apelido carinhoso, e com os quais se tem uma relação muito íntima)
³ okaa-san: mãe
⁴ imouto: irmã mais nova

Utilidade pública:
Braço direito: mutilação; Braço esquerdo: hematoma.

Bom, é isto. Desculpem a demora, a minha vida tá um pouco corrida e tá complicado arranjar tempo pra escrever. Prometo de mindinho que vou tentar me organizar pra postar tudo certinho, me perdoem </3

Fiquem bem, saudáveis, e não desistam mesmo que tudo caia sobre vocês, porque vocês são fortes e capazes de enfrentar qualquer coisa que vier, confiem em mim <3

Xoxo,
~Ally

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