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Chapter 12 - May, 8th

"Eu sei que antes de você eu já estava pronto
Mas você me dá um propósito e me faz prosseguir
Eu tenho gritado seu nome por este universo
(Agora eu não preciso de espaço)
Eu tenho o "você-niverso" e pronto"

Jungkook tocou a campainha de minha casa um pouco depois das sete, adentrando o aposento com uma sacola que continha as coisas para o gatinho e uma pequena malinha que ele retirou dos ombros e colocou sobre a mesa de centro.

Fui até a cozinha e me sentei nas cadeiras do lado de dentro da ilha,  enquanto Jungkook rapidamente tratou de alimentar o felino e, em seguida, começou a criar diversas ponderações acerca do nome dele.

— Que tal "JK"? Talvez "deus da beleza" seja bom também, já que é a mesma coisa que meu nome.

Segurei a risada.

E ele estava errado em ser convencido daquele jeito? Não mesmo!

— Por que você quer colocar o nome do gatinho como o seu?

— Ué, não está na cara? — Ele me olhou como se fosse óbvio, mas eu neguei com a cabeça e franzi o cenho em resposta. — Eu quero colocar o nome dele como o meu porque ele vai morar aqui com você. Aí quando você se sentir sozinha, o pequeno Jung Kookie vai estar aqui pra te ajudar e te dar muito amor. — Ele fez uma voz fofa quando entoou seu possível novo apelido felino.

Continuei encarando-o, esperando que ele risse e deixasse claro que aquilo era uma brincadeira. Entretanto, ele permaneceu alheio à minha incredulidade, caminhando na minha direção e parando próximo a ilha, afrouxando a gravata social preta que pendia de seu pescoço. Desenhei um sorriso contido — e extremamente apaixonado — na direção dele, envergonhada.

Passei a língua pelos lábios, observando sua vestimenta social — que eu particularmente amava. Jungkook como algum tipo de CEO era a coisa mais maravilhosa que os meus olhos algum dia poderiam ver.

— Jungkook-san, você fica parecendo aqueles meninos chiques de histórias clichês quando se veste de terno. — Pensei em voz alta, vendo-o esboçar um sorriso enquanto depositava o item no balcão.

— Meninos chiques de histórias clichês, Ayumi-chan?

— Sim… tipo o cara bonitão que joga no time de futebol da turma, sabe, que todas as garotas querem pegar e tals… — Especifiquei, fazendo uma careta em seguida. — Mas às vezes esses caras são bem chatos, então eu fico feliz que você não seja como eles. — Sorri abertamente, tentando parecer fofa, e me levantei para ir até a sala e me sentar.

— Mas qual parte que eu não sou como eles? A parte do bonitão? — Ele se aproximou de mim, arqueando uma das sobrancelhas ao parar em pé ao meu lado.

— Claro que não, Jungkook. — Revirei os olhos, vendo-o rir baixo.

— Então quer dizer que você me acha bonitão estilo menino arrasador de corações, huh? — Ele me cutucou. Decidi ser sincera.

— Claro que sim, Jungkook. Você é um menino arrasador de corações. — Soltei o óbvio, erguendo o queixo para vê-lo. — Porque você é lindo. Simplesmente a maior e melhor obra de arte que esse mundo já teve a chance de admirar.

Engoli em seco e desviei o olhar do seu, tomando o controle nas mãos e ligando a televisão em uma tentativa de disfarçar o nervosismo. Jungkook ignorou minhas ações e tocou em meu queixo, levantando-o mais uma vez e obrigando-me a ver seu sorriso ladino típico e seus olhos brilhantes me fitando.

— Você é lindo pra caramba, Jungkook. — Assegurei novamente, totalmente incapaz de não expressar o quanto eu o achava espetacularmente esplêndido. — E eu sei que você sabe disso porque todo mundo já deve ter te dito isso, não? — Indaguei-o.

Ele confirmou com a cabeça.

— Todo mundo menos você. — Sussurrou.

Senti meu coração parar por alguns milésimos de segundo ao tomar ciência daquilo. Eu realmente nunca tinha feito isso?

— E-Eu nunca disse que você é lindo?! — Soei ofendida, vendo-o assentir positivamente. — Não é possível. — Demorei um tempo para continuar. Ele ficou calado, encolhendo os ombros para os fatos. — Droga, eu sou acostumada a te elogiar por pensamentos, Jungkook, me perdoa.

Escutei sua risada e travei o maxilar, sinceramente afetada pelo meu deslize.

— Tá tudo bem, Botan. Eu só não sabia que era tão bom escutar você me elogiando até escutar você me elogiar. — Ele riu mais uma vez, logo suavizando sua feição e acariciando meu queixo com o polegar. Bem devagar, com seus olhos ligeiramente semicerrados fixos nos meus.

Aqueles olhos pareciam ser possuidores de uma galáxia inteira. E eu queria muito me perder neles.

— Eu posso perguntar uma coisa pra você, Ayumi? — Questionou.

Assenti com um murmúrio, sentindo uma pequena taquicardia ao ver seu rosto se aproximar do meu. Ele desviou seu olhar até meus lábios e, inconscientemente, passei a língua pelos mesmos.

— Você escutou o que eu disse pra você ontem?

Crispei os lábios, ponderando.

— O quê, exatamente? Escutei você falando que estava terminando um trabalho e que sua irmã não parava de perguntar sobre mim… — Passei a língua pelos lábios novamente. — Depois só lembro da sua respiração e que eu dormi igual um anjinho por causa dela. Era isso?

Percebi sua piscada se tornar um pouco mais rápida e um sorriso amarelo surgir em sua boca.

— Aham… foi. Pensava que você tinha dormido antes disso. — Ele suspirou, soltando meu queixo e passando uma das mãos no cabelo.

— Tem certeza? — Indaguei-o, curiosa por sua mudança repentina de comportamento.

— Sim. — Ele sorriu mais uma vez, pegando sua mala ao meu lado no sofá. — Você pode escolher algum filme pra assistirmos, eu vou tomar um banho, okay?

Concordei, ensinando-o onde ficava o banheiro e segurando em sua mão quando ele ameaçou se afastar para subir as escadas.

— Tem certeza que está tudo bem, Jungkook? — Perguntei mais uma vez para me certificar de que estava ficando paranóica por achar que ele estava escondendo algo de mim.

— Está… eu só tô um pouco cansado, Botan. Nada que um banho não resolva. — Ele sorriu, dessa vez parecendo sincero e exausto.

Assenti em compreensão, erguendo-me apenas para juntar nossos lábios brevemente e então deixá-lo ir tomar seu banho em paz.

Revirei a biblioteca da Netflix procurando por algo interessante para assistir, entretanto desisti depois de alguns minutos. Nada soava suficientemente legal e, então, eu cogitei outras maneiras de aproveitar a noite ao lado de Jungkook.

Expirei o ar em meus pulmões, jogando o controle ao meu lado no sofá e subindo as escadas até o meu quarto, onde eu o havia guiado para tomar seu banho. Me sentei na cama e esperei até que o chuveiro fosse fechado e Jungkook saísse do cômodo, com uma camisa branca cobrindo o tórax e uma calça de cor oposta. Ele parou de enxugar o cabelo quando percebeu que eu estava observando-o e me lançou um meio sorriso.

— Já escolheu o filme?

— Não consegui achar nada legal.

— Então podemos procurar juntos. Talvez duas cabeças pensem melhor que uma. — Ele sorriu novamente.

Assenti.

— Tudo bem. Mas, talvez a gente possa encontrar outros planos além de sentar no sofá e assistir TV.

Ele fez um biquinho confuso.

— O que você tem em mente?

Sorri, chamando-o para perto.

— Vem aqui. Me deixa te ajudar com isso.

Ele não questionou, apenas se aproximou um pouco mais. Me levantei e tomei as duas extremidades do pano em seu ombro com as mãos, começando a secar seus fios e vendo-o sorrir com o ato, tocando minha cintura para nos aproximar e tentar facilitar o que eu fazia.

Assim que julguei por finalizado o meu trabalho por ali, segurei, com as mãos que antes enxugavam seus cabelos, o seu rosto. Encarei-o por uns certos segundos suficientes para que delineasse seu maxilar, lábios e olhos com minhas íris.

— Eu sei que normalmente o papel de ser a pessoa que ajuda a outra é seu, mas… — Dei uma pausa, deslizando meus dedos até sua nuca. — Me deixa fazer esse papel só hoje, huh?

Ele arqueou uma sobrancelha.

— Como assim?

— Me deixa fazer uma massagem em você? Você precisar relaxar um pouquinho, seu trabalho deve cansar. — Justifiquei. Sorri pequeno, sentindo seus lábios tocarem minha testa carinhosamente.

— É sério que você prefere fazer isso do que assistir TV, Ayumi? — Ele questionou, rindo fraco.

— Aham. Eu quero cuidar um pouco de você, não pode? — Afastei-o pelos ombros para olhar em seus olhos novamente.

— Pode, sim. — Curvei os lábios em um sorriso e beijei sua bochecha rapidamente.

— Ok, então. Senta ali. — Ordenei. Jungkook riu pelo modo minimamente grosseiro que eu entoei as palavras, mas fez o que pedi.

Fui até as gavetas da minha escrivaninha e peguei alguns óleos para massagem. Torci a boca, ponderando sobre quais deles seriam ideais para usar em Jungkook.

— Óleo de Camomila. — Disse, tomando a embalagem nas mãos e me dirigindo até a cama. Sentei-me atrás de Jungkook, colocando o objeto ao meu lado e segurando a barra de sua camisa para tirá-la. — Muito bom para tratar problemas musculares e minimizar os sintomas de ansiedade e insônia. — Expliquei, tendo a visão de suas costas nuas a poucos centímetros de mim. — O que acha?

Jungkook riu, dando de ombros.

— Parece muito bom.

Derramei o óleo em minha palma, vendo seus músculos tensionarem-se levemente quando espalhei o líquido em sua pele.

— Agora você pode deitar. — Ri baixo por sua resposta aos meus toques, ajudando-o a ficar confortável e ajeitando-me em cima de seu corpo, com os joelhos ao lado de seu quadril. — E... Jungkook? — Sussurrei, aproximando meus lábios de seu ouvido. Ele soltou um grunhido em resposta, enquanto eu iniciava os movimentos em seu pescoço. — Relaxa, anjo, por favor.

Ele riu fraco antes de assentir e, após isso, eu deslizei as palmas da minha mão até a metade de suas costas, iniciando a massagem propriamente dita. Fiquei feliz quando percebi o corpo de Jungkook ficar menos tenso e seus olhos se fecharem. Tudo bem que ali não era nenhum lugar profissional e eu não era nenhum guru da massagem, mas saber que aquele pouquinho que eu estava fazendo era suficiente para deixá-lo relaxado, meu coração já se aquecia dentro do peito.

Eu massageei toda a extensão de suas costas, do pescoço até a base de sua coluna, de seus ombros até o antebraço.

E, por Deus, nunca achei que o simples fato de uma pele ter óleo de massagem espalhado por sua superfície era o suficiente para deixá-la… bom, mais atraente do que o normal. Ou talvez eu tenha achado em algum momento da minha vida e não esteja me recordando agora.

Depois de quinze minutos eu finalizei a massagem, me levantei e fiquei de pé ao lado da cama. Tive que chamar Jungkook algumas vezes até perceber que ele tinha adormecido.

— Jungkookie? — Chamei-o, segurando a risada entre os dentes. Ele abriu os olhos lentamente, e então, lançou um de seus lindos sorrisos em minha direção. — Gostou da massagem?

Ele riu um pouco sem graça e apoiou-se em seus braços, sentando-se na cama e coçando os olhos.

— Foi muito bom. — Ele disse. — Você é muito boa nisso. Pode fazer massagem em mim mais vezes que eu não vou reclamar.

Ri, balançando a cabeça e sentindo minhas bochechas esquentarem alguns graus.

— Quem sabe, se você for um bom garoto. — Torci a boca, fazendo graça.

— Eu sempre sou um bom garoto, Ayumi-chan. — Ele soou ofendido.

Cruzei os braços em sua direção, evitando olhar para seu corpo que ainda estava descoberto de qualquer pano.

Oh, céus.

Fingi abrir a boca para negar, mas sabia que, de fato, Jungkook sempre era um bom garoto.

— Ok. — Dei-me por vencida. — Quando você quiser outra massagem, é só pedir.

Ele sorriu, me puxando pela mão e selando brevemente nossos lábios.

— Você não quer voltar a dormir? — Questionei-o.

— Acha mesmo que eu vou gastar a nossa noite juntos dormindo?

— Ué, eu chamei você aqui pra dormir comigo, não foi? — Provoquei, me levantando e caminhando até a escrivaninha.

— Mas nós podemos fazer muitas coisas hoje além de dormir juntos. Isso a gente faz mais tarde, botan.

Concordei com a cabeça e abri a gaveta, jogando o óleo lá dentro e sentindo meus batimentos cardíacos acelerarem quando notei algo branco meio escondido no canto do paralelepípedo.

Engoli em seco, puxando o papel e tendo certeza do que era quando li as palavras do lado de fora.

— Ayumi-chan? — Pisquei algumas vezes antes de jogar o papel novamente dentro da gaveta e fechá-la com um pouco de força, me virando para Jungkook. — Você escutou o que eu disse?

Engoli mais uma vez a saliva e procurei me recompor.

— Ahn… não, me desculpe. Pode repetir?

Ele me observou por um tempo antes de finalmente falar.

— Você já jantou?

Fiz que não com a cabeça, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Vou fazer alguma coisa pra gente comer, tudo bem?

— Eu posso te ajudar. — Ofereci, sorrindo em uma tentativa de não deixá-lo pensar que eu estava mal.

— Tem certeza? — Ele perguntou, com as sobrancelhas arqueadas e aquele olhar típico que parecia me obrigar a contar todos os meus medos a ele.

Mas ele não merecia sabê-los.

— T-tenho. — Tossi, me maldizendo mentalmente. Droga, eu disse que não iria esconder mais nada dele. — Você pode ir ajeitando algumas coisas lá embaixo. Eu só vou no banheiro rapidinho.

Ele assentiu, se levantando e colocando a camisa em seu corpo. Então, ele passou por mim, parando ao meu lado e beijando suavemente minha testa antes de dizer:

— Espero por você lá embaixo. — E sair do quarto, deixando um rastro suave de camomila no ar.

Apoiada de costas para a escrivaninha, apertei minhas mãos na madeira e fechei os olhos.

O meu suicídio. Seria em menos de dois dias.

"Se… seria"?

O quê? O que eu…?

Então, meu olhar que antes estava focado em nada específico no chão próximo aos meus pés, foi direcionado ao borrão branco que movimentou-se em meu campo de visão. Pisquei e foquei no pequeno felino que se encontrava ali, cheirando meu pé com as patinhas arqueadas, com medo.

Agachei-me para pegá-lo e sentei no chão, colocando-o em minhas pernas e acariciando seu pescoço, escutando seu ronronar alto preencher o ambiente.

Sorri fraco, sentindo meu peito se apertar e a primeira lágrima, que eu tanto lutava para segurar, cair no assoalho.

— Vai ficar tudo bem, não é, koneko¹? — Funguei, passando a costa da mão direita em minha bochecha. — Eu sei que vai. Jungkook é uma boa pessoa, você vai gostar muito dele. — Então, como se me compreendesse, o bichano lambeu meus dedos, esfregando sua cabeça no local em seguida.

— Ayumi-chan — Jungkook começou a falar, entrando pelo corredor —, o que você acha de… — E parou suas palavras no momento em que me viu no chão, acariciando o gatinho.

Ele ficou de pé por um tempo, provavelmente até perceber que eu estava chorando, e então se abaixou para erguer minha face com o polegar em meu queixo.

— Ayu-chan…

— Eu estou bem, Jungkook, eu só… estou pensando no futuro. — Tentei explicar, sentindo minha garganta falhar e meu coração pesar mais algumas toneladas.

E se eu não desistisse de tudo? Teria que arcar com muitas responsabilidades. Estudo, trabalho, dinheiro, contas…

Fixei minhas íris nas de Jungkook, mordendo os lábios para segurar o choro iminente.

E eu teria Jungkook.

— E por que pensar no futuro te deixa tão assustada ao ponto de chorar, botan? — Seu tom baixo era aveludado e me fazia querer chorar mais ainda.

— Eu tenho medo, Jungkook. Eu não sei o que fazer daqui pra frente. Eu… eu já cometi tantos erros, eu… me sinto tão perdida. — A minha garganta doía tanto que era difícil soltar aquelas sentenças.

Ele se sentou no chão também, puxando minha cabeça para seu ombro, envolvendo meu tronco com um braço e com o outro, iniciou um carinho em meus fios.

— O que você fez no passado, ficou no passado, Botan. O que muda seu futuro é o seu presente, as suas atitudes agora. Não importa quantos erros você cometeu no passado, se tomar a atitude certa agora — ele pausou a fala, me afastando para olhar em meus olhos — as coisas podem ser diferentes. Não estou falando que o que você fez no passado não vai te afetar no futuro, porque, afinal, o seu passado algum dia foi o seu presente, não?

Fechei os meus olhos, encostando minha cabeça em seu ombro e abraçando seu tronco novamente.

— O que eu quero dizer é que nunca é tarde para fazer diferente, Ayumi. Nunca é tarde para mudar o caminho que seguimos e tentarmos modificar nosso amanhã.

E foi somente aí que percebi que Jungkook estava segurando meu braço.

O meu braço direito.

Foi somente aí que percebi que ele havia puxado um pouco a manga da minha camisa e, agora, tinha seu polegar pousando em cima de uma das minhas cicatrizes.

Gelei, pensei em afastá-lo e tentar de alguma maneira dizer que aquilo não era o que ele pensava, no entanto, não fiz nada.

— Nunca é tarde demais para fazer diferente, Ayumi-chan. — Ele sussurrou em meu ouvido, passando suavemente seu dedo em minha cicatriz. — Você não é os seus demônios, você é o que se permite ser. É normal termos dias chuvosos, mas você não pode deixar que esses dias chuvosos te afetem dessa maneira. — Eu apertei meus dedos em suas costas, incapaz de segurar os soluços. — Não se machuque por causa dos dias ruins, Botan. Eles sempre passam e, depois, um belo arco-íris espera por você.

Eu queria poder dizer qualquer coisa, entretanto, o peso em minha garganta ainda era sufocante, e por isso apenas continuei abraçada a ele, permitindo que as lágrimas acumuladas do meu dia chuvoso fossem liberadas. Sua mão levantou um pouco mais a manga da minha camisa, e então continuou a acariciar minhas cicatrizes suavemente.

— Como você sabia? — Foi o que consegui falar depois de um tempo.

— Era óbvio, botan. Sinto muito por não ter ajudado você o suficiente para que não chegasse a esse ponto. — Sua voz era carregada de dor e senti meu coração pesar ainda mais.

Me afastei dele, tomando seu rosto entre minhas mãos e forçando as minhas cordas vocais a emitirem qualquer som.

— Você, Jungkook, foi a melhor coisa que aconteceu a mim durante meus 19 anos de existência. — Confessei. Talvez minha voz tivesse um quê de desespero, mas não importava.  — Você pode não ter sido rápido o suficiente para evitar que eu me machucasse, mas… — Senti meus lábios tremerem. Eu realmente queria falar aquilo? — você… você, Jungkook… — Repeti, com a respiração falhada. — É o motivo pelo qual eu ainda vou viver.

Ele me encarou com o semblante confuso. Claro, Jungkook era esperto, entretanto, não tinha como saber sobre o que eu havia escrito há alguns dias atrás.

— Você me ensinou a enxergar o melhor de mim. A ver beleza na vida. E mesmo que eu tenha cometido todos os erros do mundo no passado e ainda não consiga fazer tudo que você diz pra fazer, eu…

Engoli em seco, vendo as orbes de Jungkook brilharem. Ele queria chorar?

— Eu quero muito fazer o certo agora e ficar do seu lado pelo tempo que os céus permitirem.

Eu estava cansada de mentiras.

— Porque eu te amo, Jungkook, e eu só estou aqui hoje graças a você. — Fechei meus olhos e encostei minha testa na dele. — E eu amo tanto você, Jungkook, que estou começando a aprender a me amar também.

-•-

¹ gatinho em japonês.

Eu pensei, pensei, pensei e pensei. Esse capítulo ia ter 1001 histórias diferentes para serem contadas, mas, então, eu decidi que vocês mereciam uma surpresinha de Natal (bem atrasado) da titia aqui.

A paradeiro da Ayumi ia, sim, só ser desvendado no dia 10, no entanto, por falta de capacidade (por minha parte) e muito senso, eu percebi que vocês mereciam ver uma interação Ayukook menos sobrecarregada, mais leve, mais amorzinho e cheia de lições de moral.

Essa história sofreu muitas modificações no decorrer das postagens, e eu vou explicar todas elas (ou tentar) no capítulo de curiosidades que vou lançar quando acabar a fanfic. Só esse capítulo aqui me deu mais dor de cabeça do que a fanfic inteira kkkkkkkk

Me perdoem por não ter feito a atualização dupla de dezembro, amem esse capítulo aqui quentinho que mandei para vocês.

Repito: nunca é tarde para se ter as atitudes certas. Nunca é tarde para mudar seus caminhos e procurar uma vida diferente.

Amo vocês demaissss. Tenham um bom dia, vocês são incríveis!

Xoxo,
~Ally

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