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Tinham se passado um mês desde o nascimento dos trigêmeos. Tudo parecia começar a se ajeitar e ficar mais calmo, os bebês passavam a ficar mais calmos, Cecília fazendo menos birra e Rafaela arrumando as últimas coisas para a viagem que faria no próximo mês. Entretanto, o fato de Cecília ainda estar distante dos irmãos preocupava Brunna e Ludmilla, ela nunca queria ficar muito perto, se ficava, permanecia em silêncio.
Brunna ainda estava se recuperando da cirurgia, mesmo que ainda sentisse algumas dores, não dizia nada para ninguém, assim como fazia quando tirou os pontos com catorze dias. Ela não gostava de ficar reclamando de dor, sentia que isso faria as pessoas a olhar com pena e somente possibilidade disso acontecer já a deixava incomodada.
Eram oito da noite, os trigêmeos tinham tomado banho e mamado a pouco tempo e já estavam dormindo, Brunna era a única no quarto velando o sono dos bebês como sempre fazia desde o nascimento deles. Ela se inclina para dentro do berço para ter certeza que Benjamin estava respirando e faz o mesmo com os outros dois, sorriu tranquila e apagou a luz do abajur para poder sair do quarto, caminhar até o quarto de Cecília e ouvir Ludmilla cantarolando a mesma música de sempre.
Com um sorriso apaixonado, Brunna aproxima das suas garotas, toca a lombar de Ludmilla e deposita um beijo nos cabelos de Cecília que já estava adormecida no ombro da mulher. Elas trocam um olhar doce antes de Ludmilla colocar Cecília na cama, desejarem boa noite em um sussurro e saírem do quarto, caminhando em silêncio até o de Rafaela. Dando uma batida leve na porta, a adolescente abre com um enorme sorriso.
- Viemos desejar boa noite. - Ludmilla diz com um sorriso cansado e Rafa sorri ainda mais dando espaço para que elas entrem.
- Filha, o que já conversamos sobre o Aristóteles em cima da sua cama? - Brunna levanta a sobrancelha olhando para o gato esparramado no centro da cama.
- Ah mãe, o Aristóteles vai ficar aqui quando eu for viajar, quero ficar com o meu gatinho os segundos que ainda tenho aqui. - dramatiza indo para a cama e se deitando debaixo da coberta.
- Tudo bem, dessa vez passa. - brinca sentando ao seu lado da cama, acaricia o gato que solta um miado baixo e volta a dormir.
Elas conversam por vários minutos entre si e no fim, Ludmilla e Brunna deixam um beijo na testa de Rafaela e um carinho na cabeça de Aristóteles, com direito a Brunna usando uma voz fofa que usava com os bebês. Claro isso deixou Ludmilla e Rafaela desacreditadas do que tinham acabado de presenciar.
- Sabia que você gostava do Aristóteles e essa pose era só uma máscara. - Ludmilla brinca entrelaçando seus dedos ao saírem do quarto de Rafaela.
- Eu nunca disse que não gostava dele. - se defende com um sorriso divertido, aproximando seus lábios e puxar Ludmilla para a escada.
Antes de ir para o quarto, Rafaela tinha feito um jantar com um clima romântico para suas mães. Desde que os bebês nasceram, ela notou que as duas não tinham muito tempo para o casamento delas pois se não estavam cuidando dos bebês, estavam procurando algo para comer e decidiu ajudá-las um pouco.
- Então gato pulguento era um apelido carinhoso? - Ludmilla questiona levando a mão de Brunna até seus lábios para deixar um beijo ali.
- Exatamente. - afirma com a cabeça esboçando um sorriso divertido.
- Que cheiro bom... - murmura ao entrar na cozinha e encontrar a mesa posta com dois lugares, um suco natural de laranja e uma travessa com lasanha.
- Nossa menina é bem prendada, vai se dar bem quando morar sozinha. - Brunna diz com um sorriso orgulhoso, sentando-se a mesa.
- Pelo menos não vai se entupir de miojo.
- Tem razão. - com os olhos presos em seu rosto, Brunna afirma com a cabeça enquanto Ludmilla se sentava a mesa.
Colocando um pedaço da lasanha em seus pratos, Brunna enche os copos com o suco, ficando surpreendida quando Ludmilla troca de cadeira, sentando ao seu lado.
- Quero ficar perto de você, minha linda esposa. - diz ela, com um sorriso doce se inclinando para capturar seus lábios.
- Sinto falta de ficar assim com você. - lamenta acariciando sua bochecha.
- Eu também. - suspira - Mas andamos um pouco ocupadas, não é? - brinca recebendo um sorriso em resposta.
- Pelo menos eles dormem bem. - maneia com a cabeça - E estão ficando lindinhos, já não andam parecendo mais bebê reborn.
- Bebê reborn... Isso me lembra que a Rafa fez um vídeo para o instagram com aquele áudio do "essa é a rotina do meu bebê reborn". - faz careta arrancando uma risada da outra.
- Foi engraçado, eu confesso. - segura os talheres e começa a comer, sem tirar os olhos de Ludmilla - Eles estão ficando com o seu olhar.
- Já eu acho que estão ficando com o seu. - rebate levando um pouco da lasanha até a boca - Eles se parecem com você, só que com os olhinhos claros.
- Discordo. - nega com a cabeça - Para mim, eles são sua cópia. Assim como a Cecília, se parecem muito com ela quando tinham a idade deles. - comenta se lembrando das fotos que Ludmilla a mostrou.
- Nisso eu concordo, mas podem mudar, ainda são bem novos.
- Veremos quando tiverem seis meses. - mexe as sobrancelhas como se a desafiasse para saber quem estava certa.
Quando o assunto muda para outras coisas sobre o que estavam acontecendo em suas vidas, elas terminam de jantar, finalizando com alguns beijos calmos para poderem tirar a mesa, guardar a comida que tinha sobrado e colocar os pratos na lava louça. Já no quarto, elas decidem tomar um banho para dormirem relaxadas e vão para o banheiro em sincronia.
No banho, Ludmilla lança diversos elogios para Brunna como andava fazendo nas últimas semanas para deixar a auto estima da mulher alta. A de olhos claros faz uma massagem deliciosa nos ombros de Brunna e recebe vários beijos em troca, ficando apenas por isso já que Brunna ainda estava se recuperando da cirurgia e sua libido estar baixa como nunca. Ela agradecia que Ludmilla entendia e nunca tentava algo além de alguns beijo, ao menos pelos próximos meses.
Já no closet vestidas com seus respectivos pijamas, Brunna passava alguns cremes por seu corpo e Ludmilla penteava os longos cabelos, pensando seriamente em diminuir um pouco o cumprimento para ao menos até a metade das costas. Após prender o cabelo em um coque, ela se encosta na penteadeira e olha para Brunna com o olhar carregado de amor, conseguindo ver algumas bolsas escuras em baixo dos olhos castanhos, assim como ela tinha nos seus.
- Vou ver se os pequenos estão bem, já volto. - avisa andando até a mulher, deixa um beijo em sua cabeça e caminha para fora, saindo do quarto e passando no de Cecília.
Seus olhos ficam arregalados ao não encontrar Cecília na cama, apenas o edredom bagunçado e seus chinelos ali. Olhando em volta para tentar a encontrar, a porta entreaberta do quarto dos trigêmeos a chama atenção. Andando até lá com cuidado para não fazer barulho, ela empurra a porta e anda até os berços se surpreendendo com o que encontra.
Cecília estava dentro do berço de Benjamin e com a mão apoiada na barriga do bebê. A menina estava encolhida no lado direto para caber ali, já que Benjamin estava no centro do berço.
Ludmilla fica parada no lugar com os olhos brilhando, isso significava que Cecília começava a se afeiçoar aos irmãos. Sem conseguir conter o sorriso do rosto, Ludmilla sai apressadamente do quarto e vai atrás de Brunna, a encontrando sentada na cama.
- Amor, vem ver um negócio. - a chama com a mão, percebendo seu olhar curioso pela sua expressão carregada de animação.
Em silêncio, Brunna se levanta e segue a esposa, entrando no quarto dos trigêmeos e também ficando surpreendida com o que via. Desviando sua atenção para Ludmilla, Brunna leva as mãos até a boca e contém um barulho de comemoração, levantando os braços e puxando Ludmilla para um abraço.
- Finalmente. - sussurra com a boca perto do ouvido da mais nova.
- Conseguimos, amor. - responde no mesmo tom, apertando Brunna em seus braços.
Se afastando o suficiente para poderem olhar para o berço de Ben, elas soltam um barulhinho baixo de felicidade, encaixando seus lábios em um selinho demorado. Ambas sabiam que com Cecília se aproximando dos trigêmeos, seus estresses diários diminuíram consideravelmente pois poderiam puxar Cecília para a interação com os bebês, em vez dela começar a fazer birra e chorar.
- Isso é tão lindo, onde está o seu celular? Quero tirar uma foto. O meu está carregando. - Ludmilla murmura explicando e se soltando de Brunna.
- Ele está em cima da cama, pegue lá. - a mais nova balança a cabeça e sai do quarto, retornando segundos depois com o aparelho em mãos. Assim que Brunna desbloqueia, Ludmilla começa a bater algumas fotos.
- Vou colocar essa foto no Instagram, tudo bem para você? - Ludmilla questiona animada, entregando o celular para a dona.
- Claro que pode, não tem problemas. - sorri negando com a cabeça.
Elas ficam em silêncio se encarando até que voltam a olhar os bebês. Ludmilla passa a língua sobre os lábios ao se lembrar que Cecília não poderia ficar ali, ela se mexia muito quando dormia e poderia acabar machucando Benjamin.
- Dengo, vou levar a Cecília para o quarto dela. - avisa baixo, se aproximando do berço e abaixando a grade de proteção - Você levanta? - aponta para a grade e Brunna afirma com a cabeça.
Ludmilla pega Cecília nos braços com cuidado, beija sua testa e sorri para Brunna, ela sai do quarto entrando no de Cecília, se ajoelha com cuidado e a deita na cama, puxando o edredom até seus ombros.
- Boa noite, minha pequena. - se inclina mais uma vez para beijar sua testa.
Eufórica com o que tinha presenciado, Ludmilla sai do quarto e encontra Brunna fechando a porta do quarto dos bebês, andando ao seu encontro, ela puxa o ar para seus pulmões esboçando um enorme sorriso.
- Nossa menina está oficialmente criando laços com os irmãos. - Brunna pousa as mãos sobre os ombros da esposa.
- Isso me deixa tão feliz, pensei que ela não os aceitaria. - seu tom demonstrava o quanto aliviada ela estava.
- Compartilho desse mesmo sentimento. - balança a cabeça brincando com alguns fios que estavam soltos do coque - Vamos dormir? Amanhã precisamos acordar cedo. - olha de soslaio em direção aos quarto delas.
- Vamos, estou exausta. - solta uma risada baixa e começa a andar até o quarto com Brunna envolvida por seus braços.
No quarto, não demora muito tempo até que estejam caídas na cama, com seus corpo entrelaçados se entregando a um sono pesado. Naquele dia, elas dormem tão bem que acordam completamente eufóricas no dia seguinte, iniciando a rotina corrida e regrada.
A uma semana quando Mia e Jorge perceberam que o casal já tinha pego o jeito com os trigêmeos de madrugada, eles se permitiram ir para o apartamento que tinham comprado e só iam para a casa da filha perto das sete, para as ajudar ao decorrer do dia.
[...]
Brunna estava com seus pais sentados no chão da sala aproveitando as poucas horas que os trigêmeos ficavam acordados para interagir com eles, os mais velhos conversavam, cantavam músicas infantis e balançavam brinquedos coloridos na frente dos bebês. No quintal, Ludmilla estava sentada em um colchonete meditando com alguns incensos e velas a sua volta.
Brunna e Ludmilla tinham criado esse hábito, cada dia uma tinha ao menos duas horas para cuidar de si mesma, todos os dias, para não acabar surtando enquanto Jorge e Mia estavam ali. Enquanto Ludmilla tinha começado a meditar, Brunna cuidava das plantas que tinham no fundo do quintal, elas revezavam, cada dia uma ia fazer seus hobbies que as deixavam mais calmas e dispostas.
Quando começaram a dar um tempo para cada uma respirar, todos tinham notado o quanto mais calmas e pacientes elas tinham ficado, Brunna tinha diminuído seus ataques de raiva e passou a ter mais paciência, Rafaela dizia que ela virou um monge budista. Já Ludmilla, também ficava bem mais calma e paciente com tudo, principalmente com Cecília, além de sua vontade de entrar em um cômodo pequeno e chorar de exaustão havia sumido.
Ludmilla estava com as pernas cruzadas no estilo índio, sua coluna estava ereta e seus olhos fechados, com seus cabelos presos em um rabo de cavalo alto. Ela usava apenas um sutiã esportivo com uma calça legging, uma combinação perfeita para meditar. Sua atenção estava completamente voltada para seu interior enquanto a música calma chegava aos seus ouvidos, ela sentia a brisa fresca batendo a ajudando relaxar ainda mais.
- Eles estão dormindo bem? - Mia questiona massageando o corpo frágil de Dominc que estava apenas com uma fralda, deitado sobre o sofá.
- Sim, quando acordam quase não choram. - Brunna balança a cabeça enquanto fazia alguns exercícios com as perninhas de Anthony para amenizar as cólicas que o bebê tinha começado a sentir nos últimos dias.
- Sabe o que eu já percebi? - Jorge, que estava em pé com Benjamin no colo cantando e dançando com o bebê, diz.
- O que?
- O Thony é mais calmo, ele não chora tão alto quanto o Dominic, esse já é bem mais agitado. O Ben já é quase que uma mistura dos dois, tem hora que é agitado e outra hora calmo. - fala sua observação - Não sei se é muito cedo para notar isso, mas foi o que eu percebi.
- Eu também notei isso. - Brunna balança a cabeça soltando uma risada fraca, focando seus olhos no rosto de Thony.
- Só falta o Dominic ser idêntico a Rafaela quando era nova. - ouvindo a fala de sua mãe, Brunna começa a tossir e arregala os olhos.
- Misericórdia, não roga praga. - nega com a cabeça rapidamente sendo bombardeada de flashback da infância de Rafaela, com direito a menina jogando tinta na televisão, sofá, paredes, cortando todas suas roupas com tesoura escolar e subindo em cima do guarda roupa.
- Que horror, Brunna. Não fale assim da sua filha. - Mia fica séria vendo a expressão assustada no rosto de Brunna.
- Mãe, eu já não tenho idade para ter uma Rafaela 2.0. - aperta os lábios - Quando eu tinha dezoito anos, até podia ter mas agora, com quase trinta e seis anos, já não tenho.
- Tenho que concordar com a Brunna, a Rafaela era uma pestinha quando pequena. - Jorge concorda com a filha recebendo um olhar soltando faíscas de Mia - Lembro quando ela foi passar um fim de semana lá em casa e derrubou a geladeira, não sei como ela fez isso mas fico assustado até hoje pois ela tinha somente seis anos. - se recorda lembrando do quanto se assustou ao ouvir um barulho alto e quando chegou na cozinha, Rafaela estava com aquele sorriso culpado e a geladeira caída no chão.
- Pois eu não acho que ela foi tão arteira assim.
- É porquê você dava tudo o que ela queria. - Brunna revira os olhos - Tive a péssima escolha de criar uma criança mimada e quando negava algo para ela, Rafaela simplesmente ficava brava e fazia pirraça. Sorte que consegui a corrigir antes de entrar na adolescência.
Mia fica em silêncio pois não poderia discordar daquilo, Rafaela tinha sido uma criança muito mimada, mas ainda sim, não gostava que falassem mal da sua neta, mesmo que quem estivesse falando fosse quem a criou e a fez se tornar uma garota incrível, Rafaela sempre seria sua primeira neta e a protegeria de tudo.
Brunna sorri vendo que Anthony tinha dormido e o pega nos braços para o deixar na cadeira de descanso, ajeita a chupeta em sua boca e olha para os mais velhos que cuidavam dos outros bebês que também estavam quase dormindo. Avisando que iria atrás da sua mulher, Brunna se retira da sala e vai até a área externa, encontrando Ludmilla no gramado meditando.
Brunna cruza os braços esboçando um sorriso, achava tão lindo quando Ludmilla estava meditando, sua postura era de dar inveja assim como sua atenção. Andando ao encontro da mais nova, Brunna tenta fazer silêncio até que senta em uma rede que Rafaela tinha posto ali.
- Minhas horas já acabaram? - Ludmilla questiona com os olhos fechados.
- Sim, amor. Porém pode continuar, meus pais estão com o Ben e o Dom, o Thony já está dormindo.
Ludmilla abre os olhos assoprando a vela para a apagar, pausa a música que saía do seu celular e olha para Brunna, com os olhos brilhando de calmaria como sempre ficavam após um tempo meditando.
- Quer que eu prepare algo para você comer? - Brunna nega com a cabeça e suspira, se deitando na rede - Tudo bem?
- Faço trinta e sete daqui dois meses, acho que terei uma crise de meia idade. - fala com humor.
- E eu faço vinte e sete em quatro meses. - sorri de lado ficando de pé para se juntar a esposa na rede.
- Falando nisso, nós podemos fazer uma festinha ou churrasco no seu aniversário. - sugere enquanto Ludmilla se ajeitava em seus braços - Nos últimos dois ele passou batido, você não quis um bolo ou festa.
- Eu não gosto do meu aniversário, amor. - explica sem jeito - Minha avó morreu dois dias antes dele.
- Oh meu Deus, por quê você não me contou isso? - abre a boca surpresa vendo os lábios se ficarem apertados.
- Não queria que você ficasse com pena, porém se quiser, podemos fazer um churrasco. Acho que a Ângela não gostaria que eu ficasse odiando o meu aniversário por isso. - enruga o nariz, sentindo o carinho de Brunna em seu ombro.
- Apenas se você sentir confortável com isso.
- Não sei, acho que já estou preparada para voltar a comemorar essa data. - maneia com a cabeça se calando ao receber um beijo de Brunna.
- Eu sinto muito pela a sua avó. Se você não se sentir confortável, pode me falar, tudo bem? Nunca, em circunstância alguma, eu faria algo que não te deixasse a vontade.
- Eu sei, denguinho. - sorri - Posso te dar uma resposta até semana que vem?
- Temos quatro meses, pode demorar o tempo que precisar. - roça seus narizes.
- Obrigada... Agora eu acho que quero ir lá para dentro para ficar com os meus bebês dorminhocos e tirar um pouco de leite. - resmunga a última parte ao sentir seu sutiã molhado, não tinha os amamentado hoje, isso ocasionou seus seios sobrecarregados com leite.
- Vamos lá, minha vaquinha leiteira. - a aperta arrancando uma risada gostosa de Ludmilla, nunca conseguia ficar seria com aquele apelido.
[...]
No começo da tarde quando Rafaela chegou do estágio, foi tomar um banho e ficar com seus irmãos mais novos, conversando e brincando quando estavam acordados ou até ajudando suas mães ao amamentar, utilizando uma mamadeira pequena. Às quatro, Ludmilla saiu para ir comprar mais algumas fraldas e pegar Cecília na escola.
Assim que ela entra na farmácia, pega alguns pacotes da fralda com o tamanho que os trigêmeos usavam e passa no caixa. Ao colocar tudo no porta malas, ela entra no carro e parte em direção a escola onde Cecília estudava. Estacionando o carro nas vagas que tinha por ali, Ludmilla sai do carro com seu celular em mãos e caminha até a entrada da escola, esperando que os portões sejam abertos.
Enquanto mexia nas redes sociais para passar o tempo, ela solta uma risada nasal ao ver a reação de Rafaela no twitter pela conta que Brunna tinha criado para as duas. Olhando em volta para ver se encontrava as outras mães que normalmente tinha ali e conversava com elas, seus olhos param sobre uma mulher com fisionomia familiar. Sentindo seu coração parar de bater e o peito doer, suas mãos ficam geladas e as pernas gelatinosas assim que a mulher vira o rosto em uma posição que a permitia a ver.
Ludmilla sente uma vontade imensa de vomitar ao ver aquela mulher ali. Ela estava acompanhada de um homem, eles conversavam e riam divertidamente. Assim que o portão se abre, Ludmilla força suas pernas a se mexerem para pegar Cecília e sair dali o mais rápido possível, sentindo sua cabeça rodar e a deixar desorientada.
Andando em passos apressados até a sala de Cecília, ela entra no local e se abaixa para receber pequena com um abraço. Acenando para a professora e assinando um papel de retirada do aluno, ela pega Cecília nos braços, joga sua mochila sobre os ombros e faz com que seu rostinho infantil se afunde em seu pescoço. Sentindo a adrenalina correndo em suas veias, Ludmilla quase corre para fora da creche, esquivando de crianças e seus pais.
- Ludmilla, quanto tempo. - ao passar pela saída da escola, aquela voz, aquela maldita voz, chega aos seus ouvidos como lâminas.
Ludmilla paralisa e segura o vômito que queria sair por sua garganta, engolindo seco, ela se vira e encara Luana, sua ex namorada que tinha um sorriso prepotente nos lábios.
Por instinto, Ludmilla aperta Cecília em seus braços e prende a respiração, não permitindo que a bebê olhe em direção a mulher, mesmo que ela estivesse tentando se virar para a olhar.
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