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PRINT NO FINAL DO CAPÍTULO
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Brunna tinha sua cabeça encostada no ombro de Ludmilla enquanto conversavam ouvindo a música que tocava no fundo, era um pouco alta já que hoje era a inauguração da pista de dança. Agora elas bebiam uma cerveja, não queriam ficar tão alcoolizadas.
- Quer dançar? - Ludmilla pergunta com a boca próxima do seu ouvido, recebendo um balançar de cabeça em resposta.
Parecendo ser contra sua vontade, Brunna tira as pernas de cima das de Ludmilla, se arrasta para fora do banco e arruma a roupa esperando a mulher se levantar também. Esboçando um sorriso divertido, Brunna segura sua mão e começa a puxar para o centro onde tinha vários casais por ali.
Colocando a mão de Ludmilla em sua cintura, Brunna morde os lábios ao ver que o batom de Ludmilla estava borrado mas ela não parecia se importar muito, tinha apenas passado um guardanapo para tirar o excesso mas dava para ver uma fina camada vermelha por ali.
Olhando em volta para tentar encontrar a mulher cujo tinha dado em cima de Ludmilla, a encontra do outro lado da pista olhando em volta. Quando seus olhos param sobre elas, a primeira coisa que Brunna faz e puxar Ludmilla para um beijo ciumento tirando uma risadinha de Ludmilla que tinha percebido.
- Você é a mulher mais linda desse bar. - sussurra aproximando seu rosto do pescoço de Brunna para deixar alguns beijos naquele local enquanto mexiam seus corpos no ritmo da música.
Sentindo seu ego massageado, Brunna sorri e empurra Ludmilla pelos ombros ficando de costas para ela, em questão de segundos Ludmilla estava passando seus braços firmes por sua cintura para colar seus corpos, sentindo Brunna estremecer com o contato de virilha da outra contra sua bunda.
Com Ludmilla, ela se sentia mais nova, mais sensual e mais disposta a fazer qualquer coisa, era como se ali ela não tivesse com um pé na meia idade, e sim, ainda tinha seus vinte e poucos anos.
Elas ficam ali entre brincadeiras, provocações e beijos até que Brunna começa a sentir Ludmilla animadinha contra si, a obrigando parar pois não queria passar vontade por não poder a tocar da maneira que queria. Voltando para a mesa, elas pedem mais uma bebida e ficam trocando beijos lentos, carícias e conversando, até olharem no relógio e perceberem que já eram quase duas da manhã.
Decidindo ir embora, Ludmilla aproveita para pagar tudo o que tinham consumido enquanto Brunna chamava um carro. Ela estava ansiosa para chegar no apartamento, mesmo estando tão alta quanto Ludmilla. Ao pegarem o carro, elas chegam no prédio poucos minutos depois, andam até o elevador e Brunna perde as forças das pernas assim que Ludmilla a empurra contra a parede metálica, aperta sua bunda e a beija com tamanha vontade que seria capaz de tirar o fôlego de qualquer pessoa. Prendendo a perna em sua cintura, Ludmilla morde seu lábio empurrando seu quadril contra o de Brunna, a enlouquecendo.
Assim que as portas do elevador se abrem, Brunna que estava completamente ofegante, empurra Ludmilla, segura sua mão e a arrasta pelo corredor até chegarem no seu apartamento. Procurando as chaves, ela abre a porta com lentidão, coloca a cabeça para dentro vendo que Rafaela estava dormindo para então puxar Ludmilla para dentro, trancar a porta e voltar a beijar com desejo deslizando as mãos pelo corpo da mulher.
Com cuidado, elas vão andando até o quarto de Brunna, assim que passam pela porta e a fecham, Ludmilla leva as duas mãos até a bunda da mulher dando um impulso para que ela envolva as pernas em seu quadril. Andando com urgência até a cama, Ludmilla a deita com cuidado ficando por cima, permitindo que Brunna sinta o quanto excitada ela estava.
Brunna estava adorando conhecer aquele lado da Ludmilla, normalmente ela era sempre tão doce, meiga e até mesmo inocente mas naquele momento parecia outra pessoa.
Elas continuam a se beijar por alguns minutos, explorando o corpo uma da outra até que Brunna tenta tirar sua blusa mas Ludmilla se afasta, balança a cabeça repetidas vezes e faz uma carinha triste deixando Brunna preocupada pensando que poderia ter feito algo que ela não gostasse.
- O que foi? - pergunta demonstrando preocupação - Fiz algo de errado?
- Eu não quero te tocar enquanto você está bêbada. - seu tom triste pega Brunna de surpresa - Queria fazer isso sóbria.
- Podemos parar por aqui. - sugere, mesmo que essa não fosse a sua vontade mas ela queria que Ludmilla estivesse confortável.
- Não vai ficar brava se pararmos? - pergunta. Estava se sentindo uma idiota mas não conseguia transar com alguém quando esse alguém estava com um mais de um copo de bebida alcoólica correndo por suas veias, ela estava se esforçando desde que entrou no apartamento percebendo que Brunna queria muito mas aquilo a deixaria com remorso, mesmo que Brunna não estivesse tão bêbada assim.
- Claro que não, se você não quer tudo bem. Podemos fazer isso outro dia. - sorri compreensiva deixando um beijo em sua boca - Pelo menos eu acabei com a minha vontade que era te beijar. - sussurra tentando deixar Ludmilla menos envergonhada vendo que suas bochechas estavam quase roxas.
- Desculpe novamente, Brunna. - pede sem jeito saindo do meio das pernas de Brunna e se deitando ao seu lado.
- Não se desculpe, está bem? - se aproximando deixando alguns beijos por seu ombro - Mas da próxima vez você vai ter que me fazer gozar no mínimo umas quatro vezes. - cochicha em brincadeira mas Ludmilla parece não perceber.
- Tudo bem. - sorri abertamente balançando a cabeça.
Mesmo com Brunna não parecendo estar irritada, Ludmilla queria chorar por parar naquela altura mas de uma forma ou outra ela não conseguiria, ou acabaria broxando por ficar se lembrando que Brunna estava bêbada ou passaria os próximos dois anos se remoendo em culpa.
Alguns minutos antes...
Rafaela estava na cozinha comendo o bolo recheado que sua mãe tinha comprado no dia anterior, eram quase três da manhã e elas ainda não tinham chegado, isso a fez ir se empanturrar com tudo o que tinha na geladeira. Até que resolve ir comer no quarto, ela segura o prato com uma mão e sua garrafinha de água com a outra, quando estava para sair da cozinha, ela ouve o barulho de chave e corre para apagar a luz da cozinha, se agacha atrás do balcão e fica em silêncio torcendo para que elas não viessem na cozinha.
Ao ouvir um barulho suspeito, parecido com de um gemido, coloca a cabeça para fora do balcão e arregala os olhos encontrando Ludmilla e sua mãe se beijando. Ela deixa sua boca escancarada, quase derruba o prato no chão passando a piscar algumas vezes para ter certeza que não era uma alucinação.
Sua mãe, o ser humano que ela acreditava ser o mais hétero do mundo estava beijando Ludmilla, a mulher cujo disse que não se sentia atraída por ela. Não que ela não tivesse notado a firma que elas se olhavam mas uma coisa era vez os olhares das duas, outra era ver elas se pegando no meio da sala de estar.
Ainda em choque, Rafaela senta no chão da cozinha e fica encarando os armários tentando absorver o que tinha visto. Ela não sabia se entrava em estado de choque, comemorava por saber que sua mãe não era homofóbica — a não ser que fosse uma homofobica que beija lésbicas nas horas vagas — ou surtava por sua mãe estar beijando a mulher mais bonita de São Paulo.
Ela fica ali por alguns segundos até que levanta correndo, pega sua comida e corre para seu quarto. Ela precisava surtar no twitter ou iria começar a gritar a qualquer momento, suas mãos estavam tremendo por tanta adrenalina que percorria suas veias.
Ver sua mãe beijando homens? Ok.
Ver sua mãe beijando uma mulher e essa mulher ser Ludmilla Oliveira? Seu surto e possível morte.
Pegando o celular que estava no carregador, a garota começa a digitar vários tweets despejando todo seu estado emocional ali, claro que sem citar o nome de Ludmilla ou da sua mãe. Sentindo-se eufórica, Rafaela continua a digitar errando a maioria das palavras e no fim, se encontrava deitada na cama animada para acordar no dia seguinte, queria ver se conseguia pegar algum sinal que tinha chances de Cecília se tornar sua irmã de verdade ou não, mas ela torcia por isso.
Na manhã seguinte, ela acorda com Ludmilla entrando no quarto com uma mamadeira em mãos e entrega a Cecília que já estava acordada. Coçando os olhos, Rafaela olha para a mais velha que conversava em um tom baixo com Cecília, soltando um bocejo, a adolescente senta na cama e fica encarando Ludmilla.
- Bom dia, Rafa. - Ludmilla sorri em sua direção vendo sua cara de sono - Dormiu bem? - pergunta indo em sua direção e beija sua testa.
- Aham... Como foi ontem? - finge não ter visto o que viu.
- Legal. - afirma com a cabeça tirando alguns fios do rosto da garota - Quer comer algo? Sua mãe está preparando o café da manhã.
- Acho que não, comi muito antes de dormir. - olha para o prato com bolo vazio sobre a mesinha da cabeceira.
- Escovou os dentes? - indaga com um tom brincalhão a fazendo revirar os olhos.
- Não, uma vez só não vai apodrecer meus dentes.
- Concordo, mas vai escovar. - Rafaela suspira se arrastando para fora da cama, encara Ludmilla com desconfiança, solta uma risadinha baixa e vai para fora do quarto.
Ludmilla volta até o berço de Cecília e tira a bebê dali, Cecília encosta a cabeça no ombro da mãe e fica segurando a mamadeira com uma única mão, as duas vão para fora e Cecília sorri deixando o leite vazar pelos cantos da sua boca ao ver Brunna.
- Bom dia, minha linda. - cumprimenta Cecília indo até ela, dando um beijo em sua mão gordinha - A Rafa já acordou? - pergunta olhando para Ludmilla que a observava.
- Sim, está no banheiro. - maneia com a cabeça sentindo Brunna pegar Cecília dos seus braços para a colocar na cadeira de alimentação
- Dormiu bem? - cochicha ficando bem próxima de Ludmilla que prende a respiração, iria demorar para se acostumar com Brunna ficando com o rosto tão próximo do seu.
- Como um anjo e você? - desce os olhos para os lábios da mulher que começavam a se contorcer até formar um sorriso de canto.
- Ótima. - apoia a mão na cintura da mais nova.
- Galera, estou morrendo de fome. - Rafaela invade a cozinha fazendo Brunna começar a assoprar o olho de Ludmilla - O que vocês estão fazendo? - junta as sobrancelhas encarando as duas mulheres, mesmo tendo consciência que tinha interrompido algo.
- Um cílio entrou no meu olho. - Ludmilla responde com prontidão coçando o olho e depois pisca com força.
- Saiu?
- Acho que sim. - Rafaela cruza os braços e fica encarando as duas até que ri alto.
- O que foi? - elas perguntam em sincronia desviando o olhar para a garota.
- A Cecília. - aponta para a bebê que fica confusa ao receber tantos olhares do nada.
- Mamãe. - Cecília fala soltando a mamadeira quase vazia sobre o apoio da cadeira de alimentação - Auau. - continua a falar arrancando uma risada de todas. Aquelas eram suas palavras favoritas.
As três se sentam na mesa começando a comer com calma, Ludmilla fica apenas no café, Brunna no chá de camomila com alguns biscoitos, Rafaela com seu copo de achocolatado e um pão com manteiga.
- Que horas vocês chegaram ontem? - Rafa pergunta intercalando o olhar entre sua mãe e sua possível nova madrasta pois não acreditava que sua mãe tinha coisas casuais.
- Acho que às duas, não é? - Brunna olha para Ludmilla que afirma a cabeça confirmando a fala da mulher.
- Entendi... Eu pedi aquele lanche caro que você falta me deserdar quando eu escolho. - avisa antes que Brunna olhasse a fatura do cartão e caísse dura no chão ao ver mais de quarenta reais gastos de uma vez no Burger King.
- Já que agora você está trabalhando para a Ludmilla, você me devolve o dinheiro. - Brunna sorri. Aos poucos a cara de Rafaela vai perdendo a animação, preferia gastar o dinheiro da sua mãe em vez do dela, assim como a maioria dos adolescentes.
- E as regalias acabaram. - dramatiza arrancando uma risada das mais velhas.
Enquanto Rafaela e Brunna conversavam, Ludmilla interagia com Cecília arrancando várias risadas gostosas da bebê, ela tinha o riso um tanto quanto frouxo, principalmente com sua mãe. Era só Ludmilla olhar para ela que já estava soltando uma risada alta ou um gritinho animado, Cecília era perdidamente apaixonada por Ludmilla.
Pelo resto do domingo, Ludmilla e Brunna tentam ficar o mais longe possível uma da outra já que a tensão entre as duas nunca esteve tão forte como estava naquele momento e temiam que Rafaela notasse, Ludmilla tinha medo de Rafaela ficar chateada e como Brunna não sabia da sexualidade da filha, temia pela sua relação caso descobrisse que ela também gostava de mulheres, especialmente Ludmilla.
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