◉●-44-●◉
Print no final do capítulo.
_______________________
Como da outra vez naquela casa, Madelaine estava sentada em uma cadeira confortável comendo uma fruta, com uma tigela apoiada em sua enorme barriga. Seus olhos estavam presos em Vanessa que usava apenas um sutiã esportivo e um short curto, seus cabelos estavam presos em um coque firme e uma fina camada de suor escorria por suas costas.
- Mais para o lado. - Madelaine orienta e Vanessa choraminga voltando a empurrar o sofá, ele era bem pesado - Um pouco para trás.
- Amor, nós já mudamos isso de lugar quase quatro vezes.
- Se você não fizer, eu mesma farei. - ameaça e Vanessa revira os olhos sabendo que teria que continuar até encontrar um local que Madelaine gostasse ou correria risco da mulher grávida começar a empurrar os móveis.
Dando instruções a Vanessa , Madelaine permaneceu calma terminando suas jabuticabas até que o sofá ficasse onde ela queria a permitindo abandonar aquela cadeira e se jogar no sofá, esticando os pés.
- Agora a estante. - aponta para o pedaço de madeira que estava no centro da sala, tirando um choramingo de Vanessa que não reclama, apenas acata suas ordens.
Madelaine não podia negar que estava adorando a visão que tinha de Vanessa completamente suada e os músculos dos seus braços se tensionado sempre que a mulher fazia força, sua expressão seria apenas era a cereja do bolo para deixar Madelaine babando.
Elas tinham se mudado no dia anterior, a equipe que Madelaine tinha contratado havia montado todos os móveis e guardado a maioria das coisas mas onde eles deixaram os móveis não tinha agradado Madelaine , o que resultou em Vanessa empurrando de um lado para o outro a uma hora. Michele tinha ido para a grande São Paulo ajudar Madelaine com a mudança após o casal anunciar a gravidez e que estavam se mudando, a mais velha iria ficar ali até um pouco depois dos bebês nascerem pois queria ajudar sua filha.
Michele e Timothy ficaram em choque quando elas contaram que Madelaine estava grávida de trigemelar por uma chamada de vídeo. Eles tinham ficado extremamente confusos pois sua filha sempre dizia que nunca mais teria filhos, porém após um rápida e simples explicação sobre a condição de Vanessa , eles entenderam e começaram a se alegrar pela família estar crescendo.
Quando seus pais anunciaram que iriam para a cidade as ajudar, Madelaine ofereceu seu apartamento para que eles ficassem até que o mesmo fosse vendido e os mais velhos aceitaram de bom agrado pois lá teria tudo o que era necessário, uma cama de casal, um fogão e uma geladeira pois eles passariam a maior parte do tempo nas casa nova de Madelaine . Na segunda, apenas Michele tinha ido para a cidade e se instalou no apartamento pois Jorge não poderia deixar o sítio sem ninguém, precisava tomar conta dos animais e continuar fazendo queijo para vender. Timothy decidiu que ele iria para lá apenas quando Madelaine começasse a sentir alguma coisa que indicasse que os bebês estavam vindo mas ainda sim, iria manter contato para saber de tudo.
Michele havia ajudado na mudança ficando com Madelaine na casa, recebendo os caminhões da mudança e o da loja que havia ido entregar os móveis que Madelaine e Vanessa tinham comprado dias antes para que fossem entregues. Os berços ainda estavam desmontados, elas iriam montar no período da tarde porém o guarda-roupa já estava pronto. A mãe de Madelaine tinha ficado até a madrugada ajudando Vanessa e Rafaela a arrumarem algumas coisas que a equipe não tinha arrumado como as roupas, enquanto Cecília e Madelaine dormiam na enorme cama de casal.
Michele foi embora perto das duas da manhã, Vanessa tinha levado a sogra dizendo que mais tarde a buscaria pois não queria a mulher andando em carro de aplicativo ou a pé. Ainda oito da manhã, a mulher ainda estava dormindo e não havia ligado para a nora.
- Pronto? - ofegante, Vanessa questiona colocando as mãos na cintura.
- Sim. - sorri orgulhosa colocando a tigela no braço do sofá, fica de pé e vai até a mulher, passando os braços em volta do seu pescoço sentindo o quanto quente e suada ela estava - Obrigada, dengo. - aproxima seus rostos, colando seus lábios.
Vanessa passa a retribuir seu beijo, apertando sua cintura com cuidado não podendo colar seus corpos já que a barriga de Madelaine a impedia. Sorrindo contra seus lábios, Vanessa amava como suas bocas se encaixavam.
- Que pouca vergonha. - a voz de Rafaela as faz quebrar o contato de suas bocas mas não se afastarem.
- Ca vegonha. - Cecília repete vindo ao lado da irmã, completamente suada e com as bochechas vermelhas. Ela estava estreando o playground que Madelaine tinha comprado.
- Estou tendo a minha recompensa após tanto esforço, com licença. - Vanessa se defende, abraçando Madelaine e arrancando uma risada da mulher, sem se importar da esposa estar completamente suada.
- Licença. - Cecília repete, estendendo os braços pedindo colo. De uns dias para cá, Cecília tinha se tornado um papagaio, repetia tudo o que diziam.
- Vem cá, minha fedidinha. - Vanessa se solta de Madelaine e pega Cecília, beijando sua bochecha - Vocês já pararam de brincar?
- A Vanessa dois está com fome.
- Quer tomar leite? - pergunta pousando seus olhos claros sobre sua filha que a cada dia ficava mais parecida com ela.
Indo com Cecília para a cozinha, Vanessa deixa Madelaine e Rafaela sozinhas. A mulher grávida volta para o sofá e encara sua filha notando que ela parecia querer lhe dizer ou pedir algo.
- Você quer me dizer algo? - questiona deixando Rafaela ainda mais inquieta.
- Eu queria pedir algo, na verdade. - responde com um tom hesitante.
- Peça, sou toda ouvidos. - sorri puxando a tigela para sua barriga, mais uma vez.
- Se eu quisesse fazer um intercâmbio de onze meses para os Estados Unidos, você deixaria? - pergunta vendo Madelaine parar de levar as frutas até sua boca, pensa por um instante e balança a cabeça.
- Se caso seu pai me ajudasse a pagar tudo, é claro que sim, meu amor. - balança a cabeça tentando controlar a vontade imensa de chorar que a atinge - É muito caro?
- Um pouco mas o pai disse que poderia cobrir até dois terços da viagem, você só teria que me ajudar com a documentação e algumas outras coisas. - fala animada, nem notando os olhos de Madelaine começarem a ficarem cheios de lágrimas, ela só percebe quando um soluço contido sai dos lábios da mais velha - Mãe, o que foi? - pergunta preocupada.
Madelaine se livra da tigela, leva as mãos até o rosto e cai em um choro forte antes de puxar Rafaela para um abraço, chorando contra seu pescoço.
- Você não quer que eu vá? - pergunta preocupada, retribuindo ao abraço da mulher que começavam a tremer devido a intensidade do choro.
- Minha bebê está crescendo, já está planejando sair de casa. - murmura entre um choro frenético, apertando sua filha com mais força.
- Ei, seria só por onze meses. - tenta a acalmar enquanto acariciava suas costas.
- A uns anos atrás você me pedia permissão para comprar um brinquedo agora está pedindo um intercâmbio. - continua a falar afastando seu rosto para olhar o de Rafaela, segurar o mesmo com as mãos e o acariciar.
- Se você quiser, eu não vou...
- Não, nada disso. - nega com a cabeça, enxugando as próprias lágrimas vendo as sobrancelhas tensionada da filha - Eu quero que você vá! Vai ser maravilhoso para você. - sorri sem se importar das lágrimas que insistiam em escorrer por sua bochecha, já havia desistido de tentar as controlar a várias semanas.
- Sério? - pergunta eufórica, abrindo um enorme sorriso.
- Quando eu não te apoiei em algo que você queria? - questiona chorosa. Rafaela solta um gritinho animado e volta a abraçar sua mãe que explode em um choro.
- Pessoal, o que aconteceu? - Vanessa questiona preocupada entrando na sala, quando tinha saído Madelaine estava sorridente e agora estava aos prantos.
- Amor, a minha bebê quer fazer um intercâmbio. - Madelaine fala fazendo um bico chorão tentando controlar as lágrimas mas era praticamente impossível.
- Ah meu Deus! - Vanessa diz animada se aproximando de Rafaela para a abraçar também, deixando a garota no meio das duas mulheres - Meus parabéns, filha.
Enquanto Madelaine se derramava em lágrimas, Vanessa estava eufórica abraçando a adolescente. A única que estava fora daquele abraço era Cecília que apenas encarava as três segurando sua mamadeira, ela tinha o cenho franzido tentando entender o que estaca acontecendo, no fim, ela apenas se aproxima para se enfiar ali no meio, balbuciando diversas coisas arrancando uma risada das três.
Após vários minutos com Madelaine chorando, ela finalmente consegue parar com Vanessa e Rafaela a consolando para que elas pudessem conversar melhor sobre os onze meses que a garota passaria fora. Não foi uma tarefa fácil já que sempre que Rafaela falava quantos meses eram, Madelaine voltava a chorar com a mesma intensidade de antes. Quando Rafaela explica que iria apenas no próximo ano depois de terminar o ensino médio, Madelaine fica um pouco mais calma porém continua a chorar. Por fim, Vanessa conversa com a adolescente para descobrir o que Madelaine teria que fazer pois ela mesma faria, o passaporte e o visto poderia ser algo estressante para a mulher então, não se incomodava de fazer isso.
Assim que seu celular começa a tocar, Vanessa percebe que era sua sogra ligando. Anunciando que iria buscar a mulher, ela se despede da sua família e vai vestir uma camisa pois sabia que continuaria a suar novamente quando voltasse. Ao dirigir para fora do condomínio, indo até o apartamento que Michele estava ficando.
Estacionamento na frente, Vanessa encontra a mulher se aproximando do carro com várias sacolas. Saindo do carro para a ajudar, Michele abre um enorme sorriso assim que vê sua nora.
- Bom dia, dona Michele. Como dormiu? - questiona abrindo o porta malas e pegando as sacolas da mulher.
- Bem e você? - responde bem humorada.
- Bem. - sorri abertamente - Eu só não abraço a senhora pois estou suada, a Madelaine estava me fazendo empurrar o sofá e a estante. - explica arrancando uma risada da mais velha.
- Agora é você que sofre, Vanessa . - fala com pena da mulher, sabia o quanto Madelaine poderia ser indecisa com os locais em que os móveis ficariam. Quando ela havia comprado o apartamento, ficou quase cinco horas mudando todos os móveis de lugar até encontrar um ângulo que a agradava.
Elas entram no carro conversando sobre o quarto dos bebês e como fariam quando eles nascessem. Vanessa explica que tiraria uma espécie de licença maternidade que lembrava um pouco a licença paternidade, ela ficaria somente trinta dias afastada por esse benefício mas iria adiantar suas ferias podendo ficar dois meses em casa com a esposa. Deixando Michele mais tranquila, elas finalmente chegam na nova casa sendo recebida por Cecília correndo até o portão assim que é aberto, dando pulinhos e dando espaço para o carro entrar na garagem.
Feito isso, Cecília solta gritinhos enquanto falava "vovó" e corria até Michele para pular em seus braços deixando a mulher derretida pela bebê, tirando alguns fios da franja do seus olhos dizendo que estava na hora de cortar. Enchendo Cecília de beijos, Michele parte para Rafaela fazendo o mesmo com a adolescente, e por fim, Madelaine .
Michele passa a mimar a filha perguntando se queria comer alguma coisa ou precisava de massagens nos pés para poder ir ajudar Rafaela e Vanessa para terminar de arrumar algumas coisas da casa. Não iria demorar muito pois com três pessoas era mais rápido, tanto que quando chega a hora do almoço, estava tudo ajeitado e Vanessa de banho tomado, fazendo o almoço com a ajuda de Madelaine após a mulher reclamar que não estavam deixando ela fazer nada.
Como Cecília já não estava mais usando a cadeira de alimentação, ela também estava sentada a mesa com um assento que a deixava mais alta. Logo depois do almoço, Rafaela lava todos os pratos e Michele insiste em ficar de olho em Cecília para que elas fossem montar os berços, o que deixou o casal animado.
- Certo, por onde eu começo? - Vanessa pergunta segurando a furadeira e olhando o manual de instruções.
- Quer ajuda? - Madelaine oferece, sentada em um puff e acariciando a barriga de cinco meses que aparentava já estar com oito.
- Eu consigo, só tenho que ver por onde começa. - diz ela, abobalhada com a ideia de montar os três berços.
Os berços não eram difíceis de serem montados, só tinha que encontrar as partes certas. E assim foi, em vinte minutos o primeiro berço já estava de pé com o colchão dentro. Vanessa sorri orgulhosa empurrando aquele berço branco para o canto e abre a nova caixa.
Os três berços eram idênticos, ambos brancos sem detalhes de novas cores. O diferencial deles seria as letras que Madelaine tinha comprado com a inicial do nome de cada um e seria colocada na parte de fora do berço, as letras eram pretas com detalhes dourados, na cor que seria o enxoval dos bebês.
Quase duas horas depois, Vanessa passa a mão pela testa tirando um pouco do suor que tinha se instalado ali, mesmo com o ar condicionado ligado. Colocando todas as caixas dentro de uma enorme sacola, Vanessa as deixa de canto e finalmente estica o tapete quadrado no dentro do quarto, colocando os berços ali em cima.
- Pronto! - fala animada se virando para Madelaine que olhava tudo apaixonadamente.
- Amor, pegue as letras. - pede ficando de pé da maneira que conseguia.
Vanessa coloca as mãos na cintura tentando se lembrar de onde estavam, anda até o pequeno guarda-roupa e abre as gavetas vazias até encontrar as três letras. As entregando para Madelaine , a mulher tira elas do plástico e caminha até o primeiro berço colocando a letra A, depois no segundo onde a letra B é colocada, por fim é a vez do terceiro berço com a letra D.
- Só falta o enxoval agora. - Madelaine ouve a voz de Vanessa próxima do seu ouvido, segundos depois já sentia o corpo quente colado no seu e os braços firmes a rodeando.
- E as roupinhas. - sorri levando uma mão até a nuca de Vanessa onde acaricia - Nessa, desculpe estar te deixando fazer tudo sozinha, eu fico muito exausta fácil.
- Ei, nada disso. - deposita um beijo carinhoso no ombro de Madelaine - Você não pode fazer muito esforço, tem que descansar e eu amo fazer isso, fico imaginando quando os pequenos pacotinhos já estarem ai dentro. - aponta para os berços vendo Madelaine sorrir.
- Te vendo tão bobona e ansiosa para a hora que eles estejam conosco, nem parece a mesma mulher que havia dito que não queria mais filhos. - brinca.
- Não tem como não ficar com você tendo esse barrigão, é a coisa mais linda do mundo. - elogia apertando Madelaine contra si, tomando cuidado com sua barriga ouvindo sua risada doce - Agora só faltará alguns bebês para chegar no R.
- O que? Nem pensar! Está doida? - arregala os olhos e dessa vez é Vanessa quem ri.
- Estou brincando. - cochicha - Eu farei uma vasectomia no próximo mês, já marquei com um urologista.
- Sério? - se vira para a esposa, recebendo um balançar de cabeça - Você não me contou que estava pensando em fazer.
- Desculpe, queria fazer uma surpresa. - se explica com um sorriso doce - Eu farei em uma sexta a tarde para poder ir trabalhar na segunda.
- Você não está fazendo isso só por mim, não é?
- Não, estou fazendo por mim, por você e por nós. E também, decidi fazer quando fui acordada com uma fraldada na cara por uma Cecília furiosa querendo a mamadeira dela. - seu tom risonho faz Madelaine se lembrar da maneira inconformada que Vanessa tinha contado o que Cecília havia aprontado.
- Já que você está comentando isso, eu estava pensando em fazer uma laqueadura logo após eles nascerem.
- Verdade?
- Sim, eu sempre quis fazer mas tinha que ter dois filhos. - revira os olhos.
- Lei idiota. - Vanessa resmunga acariciando a lombar de Madelaine - Mas agora você terá cinco.
- Isso que eu digo de uma volta por cima. - brinca capturando os lábios de Vanessa , iniciando um beijo calmo.
- Buh! - Cecília entra no quarto gritando. O casal se separa de olhos arregalados e encara Cecília, vendo que a bebê estava pelada e se acabava de rir por as duas terem se assustado.
- Que susto! - Madelaine exclama e a bebê ri ainda mais alto.
- Cecília! - Rafaela para na porta do quarto encarando a bebê que arregala os olhinhos e corre para atrás das pernas de Vanessa .
- Que mania de odiar roupas, menina. - Vanessa finge lhe dar uma bronca e a pega no colo - Por que a lady peladona está sem roupa? - questiona.
- Ela quis fazer xixi e quando sentou na privada, tirou todas as roupas e saiu correndo. - a adolescente relata, de olhos arregalados.
- Que coisa feia, Cecília.
- Decupa mamãe. - fala fazendo um biquinho esboçando um sorriso logo em seguida.
- Vamos tomar banho?
- Não!
- Além de Lady peladona quer virar a Lady fedida? - pergunta. Em segundos, a risada de Madelaine e Rafaela ecoam o quarto.
- Não. - nega com a cabeça.
- Então vamos tomar banho. - mexe as sobrancelhas como se fosse óbvio.
- Não! - esperneia tentando descer do colo de Vanessa que segura a risada.
- Se você não tomar banho, a e-girl vai te pegar. - Rafaela fala e Cecília arregala os olhos - A e-girl vindo lá. - aponta para do quarto.
Em segundos, Cecília chorava alto se agarrando a Vanessa . Algumas crianças tinham medo da cuca, outros do homem do saco ou do Gustavo Lima, mas Cecília era diferente, ela tinha medo da palavra e-girl.
- Rafaela! - as mais velhas repreendem a garota que segurava a risada.
Quando Vanessa sai do quarto com Cecília aos prantos com medo da e-girl, Rafaela solta a risada que segurava mas fica tensa ao perceber o olhar sério de Madelaine sobre seu rosto.
- Não é para falar de e-girl! A Cecília tem medo dessa palavra. - começa a bronca, usando a barriga de apoio para suas mãos.
- Mas mãe...
- Mas nada, você mesma diz que criança tem que ter paz se não cresce doida. - Rafaela deixa uma risada escapar por Madelaine citar o que ela sempre dizia quando Madelaine e Vanessa ficavam irritadas devido os hormônios, mas leva a mão até a boca ao perceber Madelaine ainda mais brava.
- Tudo bem, me desculpe. Não vou citar mas esse nome. - balança a cabeça se dando por vencida, andando até Madelaine para beijar sua bochecha e olhar para o quarto, o elogiando.
___________________________
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro