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Bem mais calma do que a vinte minutos atrás, Madelaine toma um remédio para enxaqueca sentindo sua cabeça pulsar pela fúria que tinha sentido a momentos atrás. Tendo certeza que se encontrava em boas condições para conversar com a mulher que estava dentro de sua casa, Madelaine sai do quarto indo até a sala encontrando Vanessa brincando com a bebê que estava apoiada no sofá flexionando os joelhos enquanto a mãe cantava uma música infantil e baixo.
- Preciso lhe fazer algumas perguntas. - a voz de Madelaine ecoa pela sala atraindo a atenção de Vanessa e de Cecília que olha para a mulher voltando a ganhar uma expressão de assustada.
Sem saber ao certo o que dizer, Vanessa senta no sofá e acaricia a cabeça da filha que agarrava sua perna. Madelaine tinha a assustado pela forma que havia falado quando a viu.
- Quantos anos você tem? - Madelaine pergunta parando a uma distância considerável e com os braços cruzados.
- Vinte e quatro. - responde de prontidão.
- Seu nome completo. - não se importava se aquilo iria parecer um interrogatório porquê de certa forma era um.
- Vanessa Morgan Mziray. - Madelaine a encara por alguns segundos até que afirma com a cabeça.
- De onde você é?
- De Caldas Novas, interior de Goiás. - se mexe demonstrando seu desconforto.
- Já teve alguma passagem pela polícia?
- Não, nunca me envolvi com nada do tipo.
- Sua filha tem quantos meses?
- Oito, está quase para completar nove. - e pela primeira vez, Vanessa vê Madelaine esboçar um sorriso em sua direção no momento que seus olhos caem sobre Cecília que a olhava com curiosidade.
- Por que iria precisar ir para um abrigo?
- Eu tinha uma loja de roupas, estava indo bem mas quando aquela pandemia chegou, a quarentena e por não poder abrir, minhas vendas caíram até que não pude continuar com a loja. As roupas que sobraram eu abaixei o preço para tentar conseguir um pouco mais de dinheiro tentando manter mas acabei indo a falência. - pausa se abaixando para pegar Cecília no colo - Cecília era recém nascido, então não pude sair atrás de um trabalho porquê não tinha com quem deixá-la e não queria me arriscar a acabar contaminada, por isso eu me cadastrei para receber o auxílio emergencial, o que nos ajudou bastante já que pude arcar com o aluguel junto com as minhas economias mas quando tudo acabou, não tinha de onde tirar dinheiro para o aluguel, não encontrava um trabalho por ser mãe solo e as contas foram se acumulando até que fui despejada e sua filha me encontrou. - seus olhos ficam marejados mas ela pisca diversas vezes tentando esconder.
- Você não tinha ninguém para quem recorrer? O pai dela ou algum familiar?
Vanessa fica tensa e hesitante sobre comentar sobre isso. Ela sentia que estava entre a cruz e a espada, só um passo em falso e ela seria jogada na rua então optou por não dizer que não existia um pai, e sim, uma progenitora que não quis Cecília.
- A pessoa que me ajudou a trazer Cecília ao mundo não a quis. - fala com amargura - E todos os meus familiares ficaram em Goiás mas não posso entrar em contato com eles por questões pessoais. - suas bochechas coram e Madelaine afirma com a cabeça.
- Eu sinto muito. - Madelaine fala com empatia.
- Tudo bem.
- Vou ligar para o meu ex para pedir que ele traga o berço e que confirme a sua história, se estiver tudo certo, poderá ficar o tempo que for necessário. - Vanessa afirma com a cabeça tendo sua consciência limpa por saber que tudo o que havia saido de sua boca era verdade - Rafaela. - se vira para o corredor chamando sua filha que sai correndo do quarto temendo o que sua mãe falaria - Você vai dormir no sofá pelos próximos dias. - avisa.
- Eu pensei que iria dormir na sua cama...
- Não, enquanto Vanessa estiver dormindo na sua cama, você vai dormir no sofá e se eu encontrar a televisão ligada depois da meia noite você vai ficar de castigo. - Rafaela afirma com a cabeça sem se importar com aquilo pois sabia que sua mãe ainda estava irritada mas depois voltaria atrás - E Vanessa , você tem tudo o que precisa para a sua filha? - volta a atenção para Vanessa que ouvia tudo em silêncio.
- Estão faltando algumas coisas mas não precisa se pre...
- Faça uma lista e entregue a Rafaela pois amanhã ela vai passar no supermercado antes de vim para casa e comprar o que precisar. - essa é a última coisa que ela diz antes de sair da sala para voltar ao seu quarto.
- Relaxa, normalmente ela não é assim. - Rafaela fala com um tom risonho vendo a cara de assustada da mulher - Ela é um amor de pessoa, eu juro. - Vanessa solta uma risada baixa vendo Rafaela se jogar no sofá - Mas tem um porém, sempre que volta de uma viagem ela volta o cão. - arregala os olhos.
Ainda se sentindo tensa pelo olhar castanho a analisando com tamanha atenção a minutos atrás, Vanessa apenas engole seco olhando para sua filha.
- Posso fazer a mamadeira dela? - pergunta com timidez subindo o olhar para Rafaela que limpava o óculos na blusa que usava.
- Claro, quer que eu fique com ela enquanto você prepara? - arruma sua postura no sofá vendo Vanessa a olhar com hesitação. Parecia ser uma mãe superprotetora com a menina.
- Tudo bem. - afirma com a cabeça decidindo confiar em Rafaela para ficar com Cecília por alguns minutos.
Ao entregar a bebê para a adolescente, Vanessa se levanta para ir até a cozinha onde tinha deixado a fórmula que Cecília tomava assim como a mamadeira por já ter preparado mais cedo. No meio do processo, Vanessa pode ouvir a risada gostosa da bebê vindo da sala e não consegue conter um sorriso abobalhado por sentir seu peito aquecer como sempre acontecia ao ouvir aquele som. Como o processo de preparar a mamadeira era um pouco demorado por causa que necessitava de ferver a água, Vanessa não evita de dar algumas espiadas na sala para ver como as duas estavam. Quando finalmente a mamadeira fica pronta, ela retorna a sala e encontra Cecília deitada no colo de Rafaela brincando com um chocalho.
- Aqui. - Rafaela murmura entregando a bebê para Vanessa que já sentava no mesmo lugar de antes.
- Obrigada. - fala sorridente para sua filha que já abria a boca para receber a mamadeira.
- Eu conversei com o seu pai e ele vai trazer o berço e mais alguns brinquedos amanhã... Nem sei o porquê ele guarda tanta coisa de quando você era bebê mas pelo menos vai servir para alguma coisa. - Madelaine fala passando pela sala usando a mesma roupa de antes.
- O pai diz que quando ele tiver outro filho com a Estefani não vai precisar gastar tanto se reutilizar o que já tem. - Rafaela explica tocando o pé gordinho de Cecília que mantinha os olhos fixos no rosto de Vanessa enquanto mamava.
Em resposta aquilo, Madelaine apenas revira os olhos. Ela tinha uma ótima relação com seu ex marido mas odiava como ele muquirana, essa tinha sido uma das razões pelas quais eles se divorciaram a cinco anos atrás.
Enchendo um copo com água, Madelaine se debruça sobre a bancada podendo finalmente analisar a aparência de Vanessa. Ela tinha os cabelos da cor castanha, eram longos e ondulados, seu rosto tinha a linha do maxilar marcado e um piercing no nariz, os olhos tinham uma coloração linda que combinava bastante com as sobrancelhas grossas e o seu tom de pele. Ela não teve tempo de reparar nessas coisas enquanto surtava com sua filha.
- Rafaela, eu não acredito que você só comeu miojo a semana inteira! - ao ouvir o tom de Madelaine, Rafaela salta do sofá e coça a nuca sem jeito - Seu pai só tinha duas funções, te levar e buscar da escola e controlar o que você comia mas ainda sim não foi capaz de fazer nenhuma das duas. - suspira irritada sentindo que a qualquer momento desmaiaria de tanto estresse.
Vanessa encara Madelaine que negava com a cabeça e apertava os olhos, a mulher solta o copo sobre a pia e abre a geladeira parecendo procurar algo para comer mas nada encontra contribuindo ainda mais para o seu nervosismo.
- Peçam alguma coisa para comer, eu vou tomar banho ou acabo matando um. - resmunga passando pela sala e indo direto para o banheiro.
- É sempre assim? - Vanessa sussurra para Rafaela.
- Minha mãe chegar de viagem xingando Deus e o mundo, principalmente meu pai? Sim. - afirma com a cabeça - Mas amanhã ela acorda mais calma, é só o estresse da viagem.
- Se quiser que eu durma no sofá para você poder ficar com a sua cama, eu durmo. - se oferece lembrando do que Madelaine tinha dito mais cedo.
- Relaxa Vanessa, eu adoro dormir aqui, posso comer coisas de madrugada sem minha mãe acordar. - confidência tirando uma pequena risada de Vanessa que volta a olhar para a pequena em seus braços.
Rafaela pede três lanches em uma hamburgueria que sua mãe amava enquanto ela estava no chuveiro lavando o cabelo tentando não se lembrar que tinha uma estranha no seu sofá. Os lanches chegam quase que em sincronia com Madelaine saindo do chuveiro vestindo um roupão e uma toalha na cabeça voltando para dentro do próprio quarto.
Rafaela desceu para pegar os lanches deixando Vanessa sozinha na sala brincando com Cecília que já começava a dar indícios que dormiria em breve. Ela só desvia os olhos da pequena quando Madelaine cruza a sala para chegar até a cozinha, mais uma vez. Dessa vez ela usava um pijama simples e tinha seus cabelos molhados mas ainda apresentava a expressão irritada.
- Dois x-tudos e um x-bacon chegando! - Rafaela diz em um tom animado entrando no apartamento segurando duas sacolas em uma mão e um refrigerante na outra.
Sem vontade alguma de colocar a mesa por sentir seu corpo exausto, Madelaine pega três copos e vai até a sala entregando um para Vanessa, outro para Rafaela e sentando na outra beirada do sofá deixando que a adolescente se sente no chão. Tudo em um completo silêncio, Rafaela entrega os dois x-tudos para as mais velhas e fica com o seu x-bacon no chão.
Poucos minutos depois Vanessa estava se levantando do sofá com Cecília adormecida nos braços e ia em direção ao quarto de Rafaela para deixar a bebê dormir sem ser incomodada. Após montar uma pequena barreira com os travesseiros da cama, ela checa se a fralda estava seca e deixa um beijo na testa da menina para poder voltar para sala.
Rafaela tenta puxar assunto com sua mãe e Vanessa, mas desiste vendo que Madelaine ainda parecia zangada com toda aquela situação e não queria deixar Vanessa desconfortável. Algumas horas depois, Madelaine avisa que iria dormir dando Vanessa a coragem necessária para também se retirar por estar morrendo de sono. Rafaela é a única que resta ali, ela pega a garrafa de refrigerante que quase no fim, se deita no sofá e começa a beber o resto com calma.
Quando estava quase cochilando, ela acorda com Madelaine apagando as luzes, desligando a televisão e parando na frente da menina a chamando para ir dormir consigo. Rafaela levanta meio grogue e é guiada até o quarto pela mãe, não se lembra como acabou deitada na cama mas apenas sentiu Madelaine a abraçando de forma protetora e deixando um beijo em seus cabelos desejando boa noite.
[°°°]
Às seis da manhã do dia seguinte, Madelaine acorda e vai direto para o banheiro lavar o rosto no meio do caminho se depara com Vanessa acariciando a cabeça de Cecília que tomava uma grande mamadeira de leite, ela parecia falar alguma coisa para a bebê mas era em um tom tão baixo que ela mal podia ouvir. Por uns segundos, Madelaine se sente mal pela forma que tinha tratado a mulher no dia anterior e cria uma nota mental de pedir desculpas quando tivesse certeza que ela não apresentava nenhum perigo a sua filha.
Como de sua natureza, Madelaine toma um banho rápido, coloca os ternos que sempre usava para trabalhar para finalmente acordar Rafaela tirando a coberta e o travesseiro da menina a ouvindo reclamar mas aquela era a única forma de a fazer levantar rápido.
- Mãe!
- Mãe nada, levanta porquê já são seis e meia, seu pai já deve estar prestes a chegar. - da um tapinha no braço da menina que se senta na cama com a expressão mais desgostosa possível.
Ainda esperando sua alma voltar para o corpo, Rafaela sai do quarto de Madelaine entrando no seu, deseja bom dia para Vanessa e pega sua roupa, entra no banheiro e sai dez minutos depois, vestindo o uniforme com um penteado nos cabelos.
- Vanessa, você não vai tomar café? - Rafaela pergunta sentindo o cheiro gostoso do café da manhã que sua mãe sempre fazia.
- Sim, só estou fazendo a Cecília dormir novamente. - esboça um sorriso cansado acariciando a barriga da menina que quase adormecia novamente.
Rafaela afirma com a cabeça indo em direção a sala, boceja e calça seus tênis que tinham ficado na sala, ela arruma a mochila e deixa separada em um canto.
- Bom dia, mãe. - fala sonolenta beijando a bochecha de Madelaine. - Seja gentil com a Vanessa hoje, por favor. - pede indo até a mesa onde tinha uma caixa de leite, achocolatado, pão e manteiga.
- Vou tentar. - lança uma piscadela para a filha demonstrando que tinha acordado de bom humor - Rafa, me desculpa pela forma que eu falei ontem. - começa a se desculpar. Sua filha era uma garota tão incrível e não achava justo falar com ela daquela maneira, independente da situação - Só fiquei com medo de que ela pudesse te machucar. - confessa vendo Rafaela sorrir.
- Tudo bem, mãe. Eu sei que às vezes eu mereço os seus surtos. - responde bem humorada fazendo Madelaine rir pela sua petulância.
- Primeiro, não chame o que eu tive de surto. Segundo, da próxima vez que você fizer uma coisa dessas você vai morar com o seu pai e a esposa dele.
- Bom dia, mulheres lindas. - Lucas, pai de Rafaela entra no apartamento usando as próprias chaves que tinha para caso de emergência.
Madelaine para na mesma hora o que estava fazendo, olha para seu ex e anda em sua direção com tamanho rapidez que Rafaela acaba se perguntando se era filha do flash.
- Você fez o que eu pedi? - pergunta em um tom baixo.
- Ver a ficha dela? Fiz. - afirma com a cabeça.
- E...?
- Nem a sua ficha é tão limpa quanto a dela. - deu de ombros - E tudo o que ela disse bate com os registros, ela tinha uma loja que ficou aberta por quase dois anos e fechou a mais ou menos oito meses, além de uma ordem de restrição contra os pais.
- Os pais? - pergunta chocada. Lucas apenas afirma com a cabeça - Obrigada por fazer alguma coisa certa. - força um sorriso ao se lembrar que ele tinha pisado na bola com Rafaela naquela semana.
- Ei, eu cuidei bem da nossa filha essa semana.
- Deixando ela se entupir de miojo e deixando ela andar de baixo de um sol quente sendo tão branca como você, sem ao menos um protetor solar?
- Foi uma única vez. - se defende.
- O que te deu para não responder uma mensagem da Rafaela pedindo para você ir a buscar e sumir por horas?
- Não foi bem assim, eu avisei que não poderia ir e estava em uma operação, não tive culpa, você sabe que eu sempre desligo meu celular...
- Não comecem logo cedo. - Rafaela fala de boca cheia se metendo entre os dois para abraçar seu pai e desejar um bom dia - Vamos?
- Já? Você nem comeu. - Madelaine dá alguns passos para trás encarando sua filha.
- Peguei um pão com manteiga e bebi um copo de leite. - levanta o pão que estava com algumas mordidas - Quero chegar cedo para fofocar com as minhas amigas. - sorri pegando a mochila.
- Fofoqueira igual sua mãe. - Lucas murmura fazendo Madelaine revirar os olhos.
- Bom dia. - Vanessa aparece na sala de forma tímida atraindo o olhar dos três.
- Bom dia, Vanessa. - Rafaela deseja mais uma vez andando até a mulher para beijar sua bochecha - Você fez a lista que minha mãe pediu? - pergunta.
- Sim. - ela afirma com a cabeça estendendo um pequeno papel para a garota.
- Depois da aula eu trago. - sorri andando até seu pai que era duas vezes o seu tamanho e tinha uma expressão seria - Vamos pai, não quero me atrasar.
- Qualquer coisa me da um toque que peço para os meninos virem com uma viatura. - Lucas sussurra no ouvido de Madelaine enquanto a abraçava se despedindo.
- Tudo bem, toma cuidado dirigindo porquê é a minha filha que você está levando. - avisa saindo do abraço vendo o policial revirar os olhos esboçando um sorriso antes de sair.
Quando a porta se fecha, ela aperta os lábios e olha para Vanessa que parecia intimidada por estar sozinha com ela.
- Vamos comer. - fala de forma automática andando até a cozinha, sendo seguida pela a mulher que tinha as bochechas coradas. Elas se sentam na mesa e ficam em silêncio em quanto se servem - Vanessa, desculpe pela forma que agi ontem. Eu estava acostumada com a Rafa trazendo gatos, cachorros e até mesmo ratos mas parece que ela resolveu subir de nível e trazer pessoas, isso me pegou de surpresa. - se explica atraindo os olhos castanhos tão temerosos para seu rosto - Ainda mais alguém que nem conhecemos. Apenas a idéia dela ter se colocado em perigo me deixa irritada, ela é o meu bem mais precioso.
- Uh, eu entendo Senhora, não precisa se explicar.
- Não precisa me chamar de Senhora, nem sou tão velha assim. - esboça um pequeno sorriso vendo Vanessa assentir com a cabeça - Eu nem tive tempo de dizer, sua filha é linda. - elogia.
- Obrigada... - sorri de canto dando uma mordida no pão - Obrigada por nos deixar ficar. - continua.
- Só não faça eu me arrepender de ter confiado em você. - pede em um tom sério fazendo Vanessa afirmar com a cabeça diversas vezes - Bom, eu vou ir trabalhar e não tenho hora certa para voltar mas é bem provável que o Lucas traga o que eu pedi quando ele trouxer a Rafa. E por favor, não deixe ela comer miojo, se ela tentar fale que foi uma ordem minha.
- Pode deixar.
Madelaine olha no relógio que tinha no pulso, suspira e fica de pé sem ao menor terminar o pão que comia. Ela estava atrasada, precisava estar em uma reunião para começar o planejamento de uma festa de casamento.
- Tem leite nos armários, biscoitos nas gavetas e você encontra o resto procurando por ai. Pode comer o que você sentir vontade. Se acontecer alguma coisa pode bater na vizinha do lado, ela é uma senhorinha doce que vai te ajudar. - fala apressada andando para fora da cozinha sentindo os olhos de Vanessa a acompanhando.
Vanessa fica de olhos arregalados devido a movimentação naquela casa em plena seis e meia da manhã. Talvez fosse porquê ela tinha se acostumado em ser apenas Cecília e ela que havia se esquecido como era uma manhã em uma casa com mais de duas pessoas.
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