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Capítulo 43

Rebeca

— Eu estou morrendo, doutor? — Azarada como sou, não seria surpresa se ele me dissesse que tenho um tumor no cérebro.

Ele nega mas a cara mostra que minha situação não era nada boa.

— Vamos conversar com calma, senhorita. — Se tem algo que irrita uma mulher é pedir calma depois de jogar uma bomba. — Preciso te fazer umas perguntas antes de qualquer coisa.

Aí meu Deus. Tô morrendo.

Não exagera, Rebeca. Vaso ruim não quebra facilmente.

Eu achei umas anormalidades em seus exames de sangue — Sento-me aflita mesmo que o médico esteja tentando me passar tranquilidade. — Me responda uma pergunta: você teve alguma relação sexual sem se proteger? — Puta que pariu! AIDS, sífilis, gonorreia. Qual dessas merdas eu peguei?

Assinto, já pensando no pior.

Ele franze o cenho.

— Sua menstruação, por um acaso, está atrasada?

Por um minuto eu penso naquela pergunta antes de olhar para o calendário na porta da geladeira.

Nãooooooooo!  Puta que pariu! Não.

Sífilis e gonorreia tem cura.

Pense, Rebeca. Não entre em desespero.

— Doutor, deve haver um erro. — Falo depois de repassar tudo que eu vivi com Matteo. — Realmente eu... você sabe... não me cuidei uma vez mas eu lembro de tomar a pílula do dia seguinte. O farmacêutico me garantiu que era eficaz, ainda mais quando se toma logo...,você sabe..., após a relação. Foram duas com doze horas de diferença — eu acho. — E quando eu terminei as duas pílulas, eu emendei logo com um contraceptivo normal. Ele me falou de possível alteração na menstruação.

Ele assente e nega.

— Olha bem, Rebeca, eu não sei se você sabe mas há um percentual de falha. Só a abstinência sexual é cem por cento segura, mesmo tendo uma possibilidade baixa de falha. — Eu me levantei da cadeira e comecei a caminhar mostrando meu nervosismo. — Há muito que você toma o remédio?

Minha cabeça coça, meu corpo começa a tremer.

Grávida?! Estou grávida do Matteo!

— Não. Eu comecei a tomar o anticoncepcional pouco antes de sair do hospital. — Eu tive cuidado até de tomar lá.

— Pera aí! Você tomou a pílula do dia seguinte quando ficou doente? — Seu tom de voz deixou bem entendido que eu fiz alguma merda. — Rebeca, você vomitou o medicamento! Isso sem falar na diarréia que teve. Não há medicamento que seja absorvido quando se vomita.

Vomitei! Não! Eu não pensei, eu não percebi.

— E depois, com a quantidade de antibiótico que você tomou, muitos remédios perdem a eficácia. Por que não me disse que tinha tomado algum medicamento quando eu te perguntei? Ou que estava tomando?

Por quê? Eu não sei.

— Por que o senhor não teve a decência de me perguntar algo longe de Lucca? — Meu constrangimento com aquele armário me impediu de até falar. — Como eu poderia falar algo da minha intimidade com um homem que eu sequer conhecia?

O médico sorri diante da minha exaltação.

— Minha querida, você acha que eu expulsaria do quarto doutor Lucca Mancini? Você sabe quem são eles?

Mais um frouxo de merda. E agora eu estou na merda.

— Não, Rebeca. Eu jamais iria de contra as ordens deles. E eu só estou aqui porque eles fizeram questão de que eu te atendesse quando eu sequer faço atendimento a domicílio.

Ouço a voz da minha respiração tentando encontrar uma saída. Meu olhar de pânico pede ajuda.

— Você tem certeza que estou grávida? — Ele assente. — Não está equivocado?

— Não, Rebeca. Eu só pedi o exame de gravidez porque havia uma alteração em seus hormônios. Para não pensar em um problema mais sério, eu pedi o de gravidez.

Mais sério? O que poderia ser mais sério?

Sífilis, gonorreia, AIDS, hepatite c. Tanta coisa é pior.

O que eu faço agora, doutor? — Eu não consigo pensar em nada.

— Rebeca,  você tem ideia do que acontece quando uma mulher que não seja a esposa ou a prometida engravida de algum deles? — olho para o médico sem entender aonde ele quer chegar. — Matteo Mancini já tem uma mulher prometida a ele que a família escolheu.

Uma prometida! E ele falou que não tinha ninguém.

Quem tem prometida hoje, Rebeca?
Matteo.

— E mesmo que só seja uma promessa de união, tem ideia que você não tem a menor chance com ele? — Isso eu sei. — Você não é ninguém, no sentido do mundo que eles vivem, não te menosprezando. Você só foi um passatempo que ele curtiu, curte, mas sem futuro. — Aquilo era doloroso de ouvir. — Se alguém da família sabe que há um bastardo vindo, você e seu filho serão sentenciados a morte. Nada nem ninguém poderá fazer nada para ajudar vocês.

Eu queria dizer que ele era um monstro babaca, frio e imbecil, nem parecia um médico que faz promessas de salvar pessoas.

Contudo, eu sabia que ele estava era sendo bem honesto.

— E o que o senhor sugere? — Lágrimas começavam a descer. Tudo que eu mais temia no mundo aconteceu.

Ele inspira profundamente antes de jogar a ideia que me deixaria aterrorizada.

— Tire-o, Rebeca, e quem sabe você tenha uma chance de viver. — Eu não sabia o que responder. — Eu sinto muito, mas é sua única chance.

Toco em minha barriga pensando que ali dentro tem uma vida que não pediu pra vir. Seus pais, dois irresponsáveis, o colocaram ali e somente ele que pagará pelo erro dos outros.

— Eu trouxe um medicamento que você pode tomar. — Ele abre uma pasta tirando uma caixa de comprimidos.

— E quando ele souber? O senhor vai contar para ele, não vai? — O médico inspira profundamente e nega.

— Eu deveria. Doutor Matteo exigiu que eu entregasse a ele um relatório de sua saúde e acaso tivesse qualquer problema, que eu avisasse e a tratasse. Mas me colocarei no direito de esconder isso como relação de paciente e médico mesmo arriscando minha vida. — Ele faz um bico. — Eu não vou negar que me surpreendi com o cuidado dos irmãos com a senhorita, principalmente o doutor Matteo que não é lá alguém conhecido pela paciência e expressões de afeto. Mas um filho não é algo que ele gostará de ter. Se quiser, a senhorita pode sonda-lo.

— Não! — A ideia de falar com Matteo me angustia. — Eu e ele não estamos mais nos encontrando.

— Então, mais um motivo para interromper essa gestação.

Encosto-me a parede e me arrasto até o chão. Meu peito encolhe ante a única possibilidade.

— Só um porém, Rebeca. Se acaso você decidir levar adiante essa gestação, precisarei informá-lo de sua condição.

Eu entendia. Eu só não conseguia saber se ele estava me ajudando ou me destruindo de uma vez.

— Vou deixar aqui na mesa o remédio, a receita de como tomá-lo e meu cartão para qualquer emergência. Não hesite em me ligar quando o fizer para me deixar ciente de sua escolha e principalmente, se sentir alguma coisa.

Assinto arrasada.

Vovô, o senhor deve estar se contorcendo no túmulo com tudo isso. O que eu faço?

Preciso fazer isso hoje? — Eu precisava pensar, eu precisava ter coragem.

— Não, mas quanto mais rápido você se livrar disso, melhor.

Disso? Meu filho não é uma coisa descartável.

Ele se agacha diante de mim, acaricia meu cabelo obrigando-me a olhar para ele.

— Se esse bebê não fosse filho de um Mancini, eu jamais te recomendaria um aborto, Rebeca. Mas você não tem a menor chance com ele.

— Eu sei — respondo num sussurro.

— Se acalme, pense e tome. Me ligue a qualquer hora do dia ou da noite. — Assinto. — E para a segurança de nós dois, esse assunto se encerra aqui.

Ele acaricia meu ombro e deixa-me angustiada sem saber o que fazer.

Penso, penso muito. Foi então que eu me lembrei de que eu tinha alguém especial a quem recorrer.

— Cat, preciso de você, amiga — foi o recado que eu deixei para ela diante do meu desespero.

***

— O que eu faço, minha amiga?

Cat veio ainda aquela tarde após ouvir meu chamado. Sentada, ela ouviu tudo que o médico me disse sem falar qualquer coisa.

— O que você quer? Essa é a primeira pergunta que você tem que se fazer.

Nego. Se eu soubesse o que fazer, não pediria conselho.

— Eu não sei. — Toco em minha barriga. — Eu só não posso matar meu filho. — Mesmo sendo somente uma bolinha minúscula que pulsa.

— Então você ao menos sabe o que não quer — Meneio a cabeça. — Eu não posso desmentir sobre o que o médico falou a respeito de um filho bastardo na família.

— Sem falar no quanto Matteo foi canalha. Ele jamais aceitaria meu filho — completo e ela confirma.

— Mas... — Cat abre um sorriso dando a entender que tem uma solução para algo que parece sem saída — ele não é Deus. Você tem ainda alguns meses antes dessa barriga aparecer.

— Ela vai aparecer! — Lembro-a porque burrice é esconder uma gravidez.

— Vai. E durante esse tempo, você vai preparar o terreno, fazer tudo que tem que ser feito, principalmente receber e guardar todo dinheiro que o irmão tem te dado.

— Sinto que isso é um cala boca, um prêmio de consolação. — Argumento.

— Que seja — Cat não se constrange com nada que envolva grana. — Pegue tudo que ele te der, e se oferecer mais, você aceita.

Penso em argumentar, mas ela me cala.

— Você vai fingir que está sofrendo cada dia mais — eu realmente estou sentindo muita falta dele — até que vai confessar que precisa sair daqui. Quando essa barriga aparecer, nós sumiremos.

— Nós?

Era a primeira vez que ela pegava minhas mãos e segurava de uma forma firme.

— Nós — seu tom mudou para um timbre mais grave. Até seus trejeitos tinham sumido. — Eu ainda sou Mattia, um homem. — Era a primeira vez que ele se revelava como um.  Lágrimas rolavam sem parar de minha face. — Há vários interiores lindos, pequenos e pitorescos onde você pode ganhar nosso filho — nego. — Eu terei um prazer indescritível de registrar esses bebê como meu, Rebeca, e ninguém vai acusar de ser um bastardo. Ele terá uma mãe e um pai que o amará muito.

Eu comecei a chorar compulsivamente, negando.

— Não acha que eu serei um bom pai? — Ele não podia estar falando sério.

— Não posso fazer isso com você? E sua vida? Seu relacionamento?

Ele sorriu da forma mais doce e sedutora que eu nunca tinha visto.

— Isso a gente pensa depois. A pergunta é: você me aceita como pai desse bebê? — Eu a abracei chorando copiosamente. — Prometo ser um pai...

— Sim, sim, sim — aquilo era tão lindo que eu não tinha palavras para descrever. — Você é maravilhosa, mas acha que eu conseguiria me esconder?

— Claro, meu amor, até porque faremos tudo que pudermos e o que não pudermos para tirar o máximo de dinheiro desses mafiosos de uma figa, e não daremos a menor satisfação. — Ela ri voltando a ser a espalhafatosa que eu conhecia. — Além disso,  a gente tem tempo pra bolar um bom plano para sumir. Quem sabe está na hora de pensar em voltar para o Brasil? Não foi ele quem perguntou se você queria?

Porra! Eu não tinha pensado nisso.

— Só preciso de tempo para ajeitar minha vida para me mandar contigo, e você de segurança. Quando sairmos daqui, estaremos por conta própria, ou seja, quanto menos tempo sem eles, mais arriscado pra vocês.

Isso era uma grande loucura, mas era o que eu tinha aquele momento.

— E o médico?  — Ela abre um sorriso de lado.

— Comecemos a interpretar, bela. Daqui a cinco dias você vai ligar para ele chorando. — Será que eu conseguiria? — Diga que tomou o remédio e que está sentindo uma cólica absurda, mas preste atenção, sem exagero para ele não vir te acudir, nem seca demais para ele achar que você não o fez. A questão é passar muita raiva para ele não aparecer nem mandar ninguém pelos próximos meses, antes de você desaparecer.

— Não sei se consigo?

— Consegue, amor. Você é mulher, está salvando seu filho e com muita raiva no coração. São três coisas que a tornam uma máquina de destruição em massa. — Pisca o olho. — Além disso, você tem a mim e eu sou uma grande atriz.

Eu ri e chorei ao mesmo tempo. Eu não sabia se aquilo daria certo, mas eu precisava tentar, por amor àquela coisinha que crescia dentro de mim.

***

Uma semana se passou desde que eu soube da gravidez. Conforme orientação de Cat, eu liguei para o médico fingindo estar cheia de dor e raiva por ter eliminado meu filho. Um bolo pequeno de sangue foi despejado dentro do vaso sanitário como uma merda qualquer.

O amaldiçoei por tamanha crueldade. Me condenei ao inferno por tê-lo escutado. E após dizer que mais nunca queria vê-lo, ouvi-lo, desliguei o telefone na cara com Cat batendo palmas como se eu tivesse interpretado perfeitamente um grande papel.

E eu descobri que sabia interpretar tanto quanto sabia mentir e fugir. Eu estava virando uma cobra peçonhenta de alta periculosidade.

E isso me deixava bem.

Lucca não apareceu, mas mandou dinheiro. E na cara dura pedi um pouco mais para comprar um armário que custou um terço do que eu supostamente paguei.

E também precisei comprar um celular decente e caro (de segunda mão e no contrabando)... E um conjunto de panelas de vidro (que se quebraram nos primeiros dias)...  E pagar o conserto do aquecedor (que sequer quebrou)

Era pouco para alguém como ele, mas nunca se vai com muita sede ao pote (conselho do meu avô). Para alguém que não queria receber nada, que queria ser independente e nunca precisar de homem, a mudança radical chamaria a atenção de Matteo, tudo que eu não precisava. E toda quantia que eu recebia, inclusive trabalhando muito mais, eu guardava dentro de uma caixa no armário novo com fundo falso.

Era uma tarde comum que eu recebi uma visita pra lá de estranha. Eu tinha acabado de chegar de uma entrega quando alguém bateu em minha porta.

— Boa tarde — a mulher poderia ser desagradável, mas era linda. — Você deve ser Rebeca, a brasileira?

Confirmo sem entender a presença daquele tipo de gente em meu bairro.

— Boa tarde, senhora. — Ela abriu um sorriso mostrando uma dentição perfeita e branca dessas de propaganda de pasta de dente. — Em que posso ajudá-la?

— Posso entrar? — Ela pergunta e eu abro a porta olhando o interior da minha casa se estava tudo em ordem.

— Claro.

— Desculpa eu aparecer assim. A propósito, me chamo Graziella.

— Sim, eu sei quem a senhora é. Lembro-me de tê-la conhecida em um brunch que Alberto foi o responsável. — A gralha da voz insuportável.

— Sim, isso mesmo. Agora eu me lembrei de onde eu te conheci. — Ela fica olhando tudo ao redor.

— Em que posso ajudá-la? — pergunto mais uma vez.

Ela para em frente a uma bandeja de madeira que eu coloco todos os papeis, contas e tudo que eu acho interessante e de forma nada discreta,  olha.

— Olá! — Coloquei a mão sobre os papeis impedindo-a de ver aquilo que não era da conta dela. Ali era a minha casa.

— Desculpa minha indiscrição, querida. Mamãe já me falou diversas vezes que isso é feio.

— Minha mãe dizia "a curiosidade matou o gato" quando eu dava uma de enxerida. — Cruzo os braços esperando que ela me diga o que veio fazer aqui. — Posso ajudá-la em alguma coisa?

— Sim, claro, por isso eu vim aqui. — Não sei como posso ser útil para essa nojentinha.— Vou  me casar próximo mês, dia vinte e dois para ser exata

— Parabéns — digo seca e fria.

— Meu noivo é um homem muito ocupado, que vive viajando — eu não entendia aquele monólogo. — Recentemente ele foi ao Brasil e voltou elogiando uns doces que comeu lá.

— Sim?!

— Eu soube por Alberto que você, além de brasileira, é uma doceira de mão cheia.

Não gostava dela, por isso sequer argumentei que houve exagero.

Levanto meu preço.

— Gosto da ideia de ter uma mesa de doces finos e brasileiros em meu casamento para surpreende-lo. — Ela abre um sorriso de educação, porque estava na cara que tudo não passava de fingimento. — Por favor — e dá as mãos em atitude de pedinte.

Apesar de estar longe de minha barriga aparecer, ainda mais perdendo peso como eu estava com o tanto de enjôo, a ideia não me agradava. Eu não gostava daquela mulher. Em contrapartida, eu precisava juntar o máximo de grana, e ultimamente, eu estava pedindo a Deus pra não precisar sair para trabalhar nas ruas.

— Claro. — Paciência.

Feche esse contrato o mais rápido possível para ela sumir. E coloque um valor mais alto por suporta-la.

E conforme minha consciência aconselhou, anotei tudo que ela pediu, quantidade, como eles deveriam ir acondicionados da forma mais profissional possível. Não parecia nada anormal, a não ser a curiosidade dela em ver o que tinha dentro da bandeja de papel, e pagar com tanto tempo de antecedência o valor quase integral da encomenda.

Um valor com quinze por cento de aumento de custo.

Ela se despediu educadamente e entrou no carro onde o motorista a esperava. E assim que ela partiu, minha curiosidade só me questionava.

Que merda ela tanto tentava ver? E o papel em cima de todos os outros era somente a receita do remédio que o médico me passou.

Grande merda!

Ups!!!!!

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