Capítulo 29
Matteo
Em todos esses anos, eu nunca faltei um compromisso de prestação de contas e isso acontece toda segunda-feira. Papai nunca participa já que eu sou o responsável pelas finanças, e é nesse dia que eu me reúno com nossos principais compradores.
Só que hoje, não sei como, eu dormi.
Dormi na pior cama do mundo não só pelo tamanho mas pelo desconforto. Isso sem falar que fez calor, coisa que eu não suporto sentir quando me deito.
Entretanto...Eu dormi como uma pedra. E a explicação para isso só pode ser uma: eu precisava muito extravasar com sexo. E o sexo com Rebeca, mesmo que longe de ser com uma profissional, foi algo diferente. Eu me sentia como um adolescente cheio de desejo quase incontrolável, e ao mesmo tempo um homem preocupado em cuja satisfação está em dar a sua companheira uma experiência única.
Rebeca não é movida por dinheiro. Rebeca é movida por paixão pela vida. Ouvi-la dizer que não queria que eu pagasse nada por ela mostra o quanto aquela garota era determinada.
Ou burra.
Por isso eu comprei seus produtos, só que diferente da vez passada, não joguei fora. Eu comeria tudo se assim for necessário somente para lembrar do quanto ela é esforçada.
"Se nosso grupo tivesse mais pessoas com ocomprometimento dela, convicção, não teríamos tantos problemas de delação,subornos e coisas do tipo. Rebeca parece ser uma mulher frágil, e até acreditoque seja, mas que não volta atrás no que acredita." Meu irmão viu mais do que eu sem a ter conhecido pessoalmente, sem sequer ter conversado com ela.
Cheguei em casa com mais de uma hora em atraso. Papai já devia ter saído cedo para o escritório e meu irmão com ele. Mesmo morando com meus pais, minhas idas e vindas não chegam ao conhecimento deles. Eu e Lucca somos adultos e responsáveis suficientemente para não dar satisfação de nossas vidas para eles, salvo quando estamos sob a ordem do Don, que aí deixa de ser meu pai.
Abro meu closet buscando um dos meus ternos feito sob medida, e quando estou terminando de vestir a camisa, me deparo com meu irmão encostado à porta, de braços cruzados, encarando-me.
― Bom dia ― cumprimenta-me e eu respondo sem parar de me vestir. ― Onde estava, Matteo?
― Agora não. Tenho compromisso.
― Seus compromissos já foram embora ― paro diante daquela informação. ― Apesar de não ter os detalhes das contas a receber, eu recebi tudo inclusive os relatórios e fiquei de passar pra você assim que estivesse livre de seus compromissos.
Merda!
― Que compromissos? ― Só me faltava ser agora motivo de burburinhos por alguns.
Deixando claro que são coisas que eu não tolero e que mesmo assim surgem.
― Uma remessa de drogas que deveria ter chegado ao país, mas por razões que não eram da conta deles, você não conseguiu resolver antes do horário e por isso havia me enviado para recebê-los. ― Menos mau, mesmo que fosse inconcebível para mim.
Todos conhecem minha determinação em cumprir com minhas obrigações. ― Estava com a garota?
― Se já sabe a resposta, por que me pergunta? ― Não estava mesmo disposto para conversa.
― Porque estou tentando entender quando foi que eu te vi ir a um muquifo como aquele onde ela mora e chegar atrasado a um encontro depois de ter literalmente dormido lá ― ele me repreende. ― Olhe sua cara de sono, Matteo! E são quase nove da manhã.
Se não fosse meu irmão, o mandaria para o inferno.
― Não me venha com sermões, Lucca. Não estou nada disposto a te ouvir ― respondo de forma bem grosseira para que ele saiba que não estou para brincadeira.
― Que sermão, cara? ― Ele abre um sorriso sacana. ― Eu estou achando só interessante. ― Muda o tom e quando eu olho para ele, um sorriso sacana aparece em seu rosto.
Idiota.
― Então se desinteresse. ― Volto a me arrumar agora com mais calma enquanto ele continua a me encarar.
― O que você está fazendo, Matteo? ― Eu entendi bem sua pergunta, mas preferi ignorá-la.
― Arrumando-me para trabalhar se você ainda não percebeu. ― Ele ri.
― Com a garota, Matteo. ― Eu entendi a pergunta, o que ele não entendeu foi que minha resposta tinha implícita que eu não queria falar com ele. ― O que você está fazendo com a garota?
Sabe quando a tolerância se esvai?
― Sexo. ― Respondo ironicamente. ― Só que em vez de ser com várias e diferentes mulheres, estou comendo somente uma. ― Grosso e objetivo.
Eu e ele somos amigos mais do que irmãos, no entanto eu não estou confortável em conversar com qualquer pessoa que seja sobre essa relação.
Que relação, Matteo? É só sexo.
― Perfeito, irmão. E ela sabe quem é você e de seu compromisso com Graziella? ― Lembrar disso azeda meu dia.
"...é muito difícil para você viver isso?" lembro-me de suas palavras.
De suas palavras tão inocentes de quem somente deseja viver um sonho longe de sua realidade.
― Não sabe porque não quer saber. Até tentei falar com ela, contar a verdade, mas ela me calou. Disse que é melhor não saber nada. ― Ele solta um longo suspiro. ― Ela está mesmo fugindo de alguma organização ― concluo.
Ele assente.
―Ela está certa. ― Não concordo. Ela está sendo burra. ― Não saber nada sobre você é mais seguro para você que para ela. ― Eu até tinha pensado isso, mas eu não sou um qualquer. ― Ela seria torturada e assassinada do mesmo jeito, mas sem saber nada sobre você, não te expõe.
Pior que eu sei e isso me irrita assim como me aflige. Como pode ser tão burra a ponto de não querer qualquer ajuda?
― Ela não vai. Já estou ciente de que ela precisa de auxílio para sair dessa e vou fazer o que posso para protegê-la. ― Informo.
― E por quê? Qual o verdadeiro motivo para querer ajudá-la? ― Se eu disser que tampouco sei.
― Porque sim. Gosto do sexo com ela.
― Com uma garota que você desvirginou? ― Ele me encara de lado. ― Achei que as profissionais eram melhores para o seu gosto.
Evito responder.
― Você poderia curtir isso com sua futura esposa. Ela jura que não teve nada com ninguém durante esses anos todos, e essa inexperiência seria tão gratificante quanto com a outra.
― Qual o seu problema, Lucca? ― encaro-o de saco cheio. ― Que inferno! Por que acha que eu estaria interessado em Rebeca se não fosse por sexo somente?
Ele cruza os braços em um movimento relaxado, e abre um sorriso de lado.
― Porque acho que alguém está se apaixonando pela mais improvável das criaturas. ― Caí na gargalhada.
― Não seja idiota, Lucca. É só sexo. Daqui a pouco eu a esqueço. ― Ele concorda somente com um meneio na cabeça e eu abro minha gaveta de gravatas para escolher uma.
― Me avisa quando esquecê-la ― o encaro sem entender aonde ele quer chegar com esse comentário. ― Quem sabe eu vá atrás dela pra saber o que ela tem de tão especial.
Aquilo me irritou a ponto de eu puxá-lo pelo colarinho.
― Não ouse chegar perto dela, Lucca ― ali estava uma ameaça velada. ― Não é porque você é meu irmão que eu vou tolerar esse tipo de comportamento.
Ele sequer se mexeu, reagiu. Somente abriu um sorriso enorme e levantou as mãos em rendição.
― Nunca pegaria uma mulher sua, mano. ― Sim, ela era minha. ― Nunca te trairia a ponto de tomar sua garota mesmo que ela me desse muito mole. ― Minha garota! ― Só espero que você esteja ciente que nesse momento, você está com duas ao mesmo tempo. Mais cedo do que imagina, terá que escolher com qual delas você quer ficar.
Solto-o.
― Isso é fácil, idiota. E eu já disse: Rebeca é só um passatempo. ― Ele move a cabeça assentindo. ― Mas isso não quer dizer que você pode ir atrás dela. E meus pais? ― Mudo de assunto depois de tanta irritação.
― Papai foi cedo para o escritório como sempre. Como eu sabia que você estava curtindo seu passatempo, preferi esperar por você e te cobrir como o fiz. Já mamãe sequer perguntou por você. O filhinho dela preferido não faz besteiras. ― Reviro os olhos exageradamente e ele ri sabendo bem que mamãe não tem filho preferido, e se tem, não sou eu.
Termino de me ajeitar dessa vez sozinho pensando na conversa que acabamos de ter. Não quero pensar que estou interessado nela mesmo sabendo que sim, eu estou, digamos, fissurado naquela morena de olhos claros.
Rebeca é de uma certa forma especial. Seu riso, seu jeito moleque, sua inocência que contrapõe com seu jeito explosivo.
Afasto a memória dela e ao sair do closet, o encontro já separando a maior parte dos doces para ele.
― Juro que eu gosto de saber desses seus encontros furtivos. Essa mulher é uma doceira incrível. ― Ele pega uma sacola e coloca alguns dentro sem sequer me pedir. ― Vou trabalhar. Mais tarde nos falamos.
Eu não reclamo com sua atitude debochada. Assim como eu sorrio ao perceber que sou o único que sabe que ela não é somente uma doceira incrível.
***
― O que você acha dessa cor, amor? ― Graziella me pergunta sobre os detalhes da cortina que ela quer mudar em todo o meu aposento.
Antes, ela queria construir uma outra casa em nosso terreno, contudo mudou de ideia e agora quer morar aqui desde que algumas coisas sejam reformadas como retirar uma parede e aumentar o closet que ela acha muito pequeno dada a quantidade de roupas e sapatos que tem e que ainda irá comprar; isso sem falar em uma escada interna para o primeiro piso e lá, fazer uma sala reservada para receber as amigas sem precisar passar pelo salão principal; além de arrumar um escritório para ela como se trabalhasse.
― Rosa? ― Questiono-a como se realmente ela precisasse de minha opinião sobre mudar a cor da cortina do nosso futuro quarto para uma cor rosa?! Amarelo-claro? ― Não!
A design de interiores já está aqui há mais de duas horas e ainda discutem cor da cortina e modelo para as janelas. Isso depois de passar a manhã com a arquiteta e ela alterar toda a estrutura interna sem chocar com o padrão da casa.
Haja paciência e a minha está se esgotando.
Além da futilidade, a voz de Graziella consegue ativar um lado do meu cérebro que me deixa numa irritação atípica, chegando a dar dor de cabeça. Meu irmão mesmo não consegue ficar muito tempo onde ela está e sempre que ela aparece, a cumprimenta e depois inventa qualquer desculpa e desaparece.
Ela me deixa sozinho de novo em meu escritório e eu só penso no stress que será minha vida somente com um casamento.
Definitivamente, não nasci para casar.
Imerso em contas, não vi quando Graziella entrou mais uma das dezenas de vezes, e somente quando se encostou na minha mesa e me entregou uma taça de vinho que eu notei sua presença.
― Obrigado ― digo, ao receber e tomar um gole de uma de nossas melhores safras.
― Adoro esse vinho ― ela diz, degustando. ― Lembro da minha infância na fazenda.
Reconheço que há verdade nesse comentário, tanto que fecho os olhos e desfruto de mais um gole tentando descobrir se é o aroma da mescla de frutas ou o sabor do carvalho que nos remete a infância.
― Pensei que não gostasse tanto da fazenda ― comento, voltando meus olhos para meu trabalho.
Eu queria morar lá na fazenda, ao menos até termos filhos, ou enquanto papai está adiante de tudo.
― Hoje mais não ― Graziella responde. ― Sabe que sou alguém cosmopolita, com prazer de viver em cidades grandes.
Eu sei, a questão é:
― Vai se adequar a viver aqui na Sicília? ― Lembro-a que somos uma ilha e por mais que nos desenvolvamos, sempre teremos um limite físico e esse não é tão grande.
― Eu realmente preferiria morar em Roma por todas as razões que sequer vale a pena enumerá-las aqui, como também sei que essa possibilidade é impossível. ― Ainda bem que sabe. ― Por isso eu quero te pedir uma coisa. ― Mais uma entre tantas.
― Peça.
― Meu presente de casamento. ― Sorri.
― Achei que a Ferrari sob encomenda fosse suficiente. ― Sim, eu encomendei uma nova para ela mesmo que ela prefira sair com motoristas em carros do tipo SUV.
― Matteo, nós dois sabemos que papai me daria meu carro independentemente de você me dar ou não. Além disso, meu carro não é a metade do valor da maioria dos seus carros lá do galpão. ― Minha coleção de carros não entra em qualquer discussão.
― Nunca coloque meus carros em suas negociações, Graziella. Eles são comprados com muito esforço e não só no preço. Eu trabalho duro para me dar ao luxo de tê-los.
Ela revira os olhos mostrando claramente seu desprezo. Não importa. São poucos os que entendem o prazer.
Rebeca entende.
― Não estou questionando seus gostos, Matteo. Acho um desperdício de dinheiro, mas o dinheiro é seu. Claro que depois de casarmos, o dinheiro será nosso...
― E? O que quer dizer com isso? ― Não gosto dessas indiretas, dessa ideia de que nosso casamento a coloca em par de igualdade em tudo que tenho.
Pior ainda é imaginar que ela pode querer se meter em minhas finanças. Ou ela não percebeu que nosso contrato de casamento é com separação total de bens para ela não ter o mínimo de direito sobre tudo que é meu.
― Eu só acho que...
― Olha bem, Graziella. ― Corto-a logo. ― Eu trabalho muito e por isso, ganho muito. Você será minha esposa e com certeza ganhará uma mesada muito acima de tudo que você já ganhou, mas não tente mandar naquilo que está fora de sua alçada.
Ela solta um suspiro.
― Não estou dizendo que quero mandar. Eu só vim te pedir algo, mas não deixo de me constranger com isso.
― Com o pedir? ― Não entendi.
― Com o querer comprar algo para mim e ter que pedir sua autorização. ― Encosto-me à cadeira um pouco mais relaxado.
― Nunca pedi para me informar qualquer coisa que você queira comprar para seu consumo, desde que não me afete, você pode comprar o que quiser. ― Ela termina o vinho que ainda está na taça e olha para mim. ― E além de tudo, você tem o dinheiro do seu pai, e pelo que eu sei, ele não mede esforços para satisfazer seus caprichos.
Tudo bem que minha família tem muito, mas muito mais dinheiro que a família de Graziella. Eu mesmo tenho muito mais que tio Andrea se contar meus bens. Mas isso é fruto de investimentos, não só das coisas ilegais que vivemos.
― Eu quero comprar um apartamento em Nova York ― Coço minha cabeça sem entender esse desejo. ― Você sabe que eu gosto de viajar no mínimo três vezes por ano para fazer compras. ― Assinto já que eu pretendo que ela viaje muito mais por todo o ano. ― Além disso, nosso avião é usado por todos os parentes envolvidos na organização. ― Mais ou menos. Somente os que estão no topo. ― Eu quero um avião para mim, para usar quando eu precisar.
"Acontece que essa gata borralheira aqui vive em tempos modernos onde a mulher não aceita determinados benefícios de mão beijada." Será que essa mulher moderna pensaria assim caso estivesse comprometida com um homem com o meu nível social?
É claro, Matteo.
― Você não ganhou dinheiro suficiente do tempo que trabalhava? E não ganhou um apartamento do seu pai justamente em Nova York quando ainda desfilava.
Ela faz uma cara de desdém.
― Acontece que não é uma cobertura na região do Central Park e como sua mulher, eu exijo ter algo a altura do seu nível.
Adoro essas exigências tanto que sorri e me levantei para me aproximar dela, e olhar em seus olhos.
― Fico lisonjeado com a altura do meu nível mesmo que eu prefira ignorar essa sua comparação, essa sua exigência, mas quero deixar alguns aspectos que você precisa levar em consideração: primeiro, a maior parte das nossas riquezas vem da ilegalidade o que não justifica gastos tão altos de uma vez e em tão pouco tempo. Segundo, não consigo ver a necessidade de ter mais outro apartamento quando sua família já tem um, nós já temos outros, ambos são excelentes e em lugares nobres.
― Por isso eu comecei essa conversa falando de seus carros. Se você consegue... ― a silencio colocando um dedo em seus lábios.
― Meus carros não estão em negociação. Nunca! Agora, se me der licença, eu preciso trabalhar e para isso, é imprescindível eu ficar sozinho sem ninguém me interrompendo.
A guio até a porta quando ela se vira para falar mais alguma coisa.
― A propósito ― ela pega meu ombro e começa a acariciá-lo. ― Sua mãe me chamou para um brunch no domingo pela manhã. Como geralmente nós passamos o domingo juntos, achei melhor perguntar o que você acha?
O que eu acho? Acho que você deveria passar o domingo do outro lado do planeta, bem longe de mim.
― Acho perfeito. É importante você participar desses eventos ― ela confirma e ao tentar me dar um beijo mesmo que breve em meus lábios, eu me afasto de forma involuntária.
Sim, foi involuntário.
― Você já passou de todos os limites hoje, Graziella. ― Digo quase como uma justificativa, não como pedido de desculpas.
Ela entende e me deixa sozinho, e eu só penso no quanto eu fui um grande idiota quando dei minha palavra por esse casamento.
***
A quinta-feira chegou. Marco já tinha recuperado meu carro e consertado. Se a tola queria viver um conto de fadas de pobre, vou proporcionar a ela essa ilusão até porque a minha vida anda um bocado estressante e vivendo uma vida que não é a minha, quem sabe ela me seja mais agradável.
E é.
Além disso, mandei Marco comprar uma pizza e trazê-la já que a fujona não quer aparecer diante de tantas pessoas, assim como eu.
Tudo perfeito.
Cheguei à sua casa e com um sorriso enorme nos lábios ela me recebe.
Não havia nada combinado. Não havia qualquer exigências. Quinta-feira era nosso dia.
― Boa noite, gata borralheira ― brinco com ela que hoje está usando um vestido simples, curto, claro e jovial, contrastando com sua pele morena.
Ela era linda daquele jeito.
― Boa noite, príncipe encantado ― e se curva como se eu fosse alguém da realeza, permitindo a minha entrada.
Não posso deixar de sorrir com seu jeito moleca de fazer as coisas.
Ali, naquele muquifo como Lucca falou, era o nosso mundinho. Um lugar onde eu não era o herdeiro de uma grande fortuna, empresário rico e filho do Don da máfia que dominava aquela estado e vários outros lugares. Eu não era o homem que matava fácil sem sentir qualquer remorso. Eu não era sequer temido pela minha presença.
Ponho a pizza e a garrafa de vinho de uma das melhores safras que tivemos na vinícola em cima da mesa e a puxo pela cintura.
― Deixe-me dizer uma coisa, morena: eu estou mais para o lobo mau ― ela faz uma cara de quem adorou ouvir isso ―, o bruxo que quer matar a mocinha das histórias.
Ela me abraça e sussurra:
― São dos vilões que nós mais gostamos ― e com isso, a empurro na cama, tirando a camisa, louco para estar dentro dela mais uma vez.
― Você é uma mocinha muito travessa e safada... ― a encaro lembrando-me de suas ressalvas. ― Safada pode?
Ela cai na gargalhada.
― Safada pode, delícia. E eu quero sem bem comida por esse lobo mau ― e me puxa, colando seus lábios aos meus.
O que eu não imaginava ainda era que ela era quem me devorava.
Ela devorava meu coração.
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