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Capítulo 19

Matteo

Dirijo até em casa enquanto penso na loucura que eu fiz.

Loucura?

Sorri.

Rebeca é uma garota bem instigante.  Além de linda, claro.  Aquela morena poderia ser muito mais se quisesse. Poderia ter muito mais de mim se fosse menos irritante.

"O objeto de desejo de um riquinho de merda que não aprendeu a ouvir um não." E como era. Foi por um milésimo de segundo que eu não me apresentei como o monstro que as vezes eu gostava de ser.

Um segundo.

― Como você faz isso comigo, Matteo? ― Mal saio do carro e já recebo uma bronca do meu irmão como se ele fosse o mais velho.

― Como é? ― Logo o repreendo. ― Não preciso de seus sermões, irmãozinho.

Ele inspira profundamente, reconhecendo a inversão de valores.

Eu era quem brigava.

― Preciso mandar Marco limpar alguma coisa? — por pouco.

― Não. A garota está viva, intocada, ao menos por mim, e trezentos euros mais rica. — Ele estranha minha resposta, mas não fala.

Entro em meu anexo com ele ao meu encalço, coloco os doces que comprei em cima do balcão, e vou tomar um banho. Estava me sentindo sujo com toda aquela lama em meu corpo.

Ainda estou mastigando tudo que aconteceu além de excitado com aquela morena de lábios grossos, cabelos cacheados, olhos verdes, grandes e expressivos.

Linda!

Chego a tocar em meu pau duro, mas me recuso a me masturbar, preferindo tomar um banho gelado, coisa que eu precisava. E quando saio do banheiro, me deparo ainda com meu irmão comendo seu décimo doce dada a quantidade de embalagens vazias.

― O que aconteceu, Matteo? Por que demorou tanto? — questiona-me enquanto me enxugo. — Qual foi a reação dela quando soube quem era você?

Sorri.

Aquela garota tem a incrível capacidade de me surpreender, me atrai como um imã e me irrita na mesma proporção.

― Primeiro, a porra do pneu furou antes de chegar à sua casa. — Ainda estava maldizendo meu dia por tamanho azar quando ela apareceu.

Achei que perderia a viagem para aquele buraco.

― Você trocou? ― Claro que ele perguntaria isso já que eu nunca o fiz.

Tenho homens até para isso.

― Ela trocou. — Minha segunda surpresa.

― Ela! Como assim?

― Então... eu estava ligando para vocês irem me buscar quando ela apareceu. Ela estava indo para o ponto de ônibus quando nos encontramos e se ofereceu. ― Ele nega sorrindo. ― E fez aquilo com tanta facilidade que eu me impressionei. Ela é realmente simples, prestativa e burra.

Ele franze o cenho estranhando os adjetivos, mas não me interrompe.

― Aí eu me ofereci a ir até sua casa me limpar assim como ela que estava suja. Meu objetivo era me apresentar a ela, dizer quem sou eu.

Não posso esquecer a forma como ela me olhava. Aquela garota não tinha qualquer trauma receio, nada. Ela deixou claro que me desejava assim que eu, de propósito, saí sem camisa daquele cubículo que ela chama de banheiro.

Na verdade, aquilo tudo estava mais para um depósito ajeitado. As coisas ali eram simples, muitas delas criadas com sucatas, reaproveitamento de algo jogado fora, que ela ou alguém criou. As prateleiras, as cortinas, a mesa pequena eram as únicas coisas que pareciam novas. Outras eram visíveis que deveria ser da amiga dela já que eram bem coloridas e extravagantes como o puff rosa no canto da sala.

E ela falou com tanto orgulho sobre aquilo tão ordinário.

― E qual foi a reação dela? — Meu irmão me tira das minhas lembranças

― Bem, comecei puxando assunto sobre sua demissão no puteiro. — Ele assente — E bocuda como é, novamente me xingou.

― Você bateu nela? ― Uma pergunta com bastante sentido já que meu irmão me conhece e eu nego. ― Não?!

Eu não gostei de ouvi-la falar que eu a usaria, que ela seria como um receptáculo (de onde ela tinha tirado aquela expressão?).

― Não. ― Vontade não me faltou de mostrar minha autoridade, meu poder. Quem sabe ela entendesse que eu poderia machuca-la e nada me atingiria, entretanto o desejo que eu tinha de castiga-la pela afronta era proporcional a vontade de fodê-la, tanto que eu quis beijá-la, calar aquela boquinha rápida. ― Mudei de tática.

Ele franze o cenho, estranhando.

― Mudou de tática! Como assim?

Sorri.

— Não gosto de nada dessa sua expressão diabólica. O que pretende fazer, Matteo?

― Resolvi que continuarei a ser um mero segurança ― meu irmão arregala os olhos ― e quando ela estiver embaixo de mim, gemendo, eu conto quem eu sou e que ela poderia ter transado comigo por uma boa grana, e não de graça.

Meu irmão para, olha para mim estarrecido enquanto eu termino de me vestir.

― E como pretende fazer isso?

― Transar? ― pergunto, ironizando.

― Não, idiota. Sair, passar por meu segurança, transar... ― ele faz uma careta. ― Não sei nem colocar a frase em ordem. E sua noiva? — E coloca mais um doce na boca. — E isso que você trouxe, que meu Deus, já comi quinze e não consigo definir qual o melhor — comenta de boca cheia.

― Vou continuar usando o carro de Marco, vestindo-me casualmente.

― Meu irmão, o que a família vai dizer quando te vir com um... Fiat ― menospreza e eu somente sorrio.

Realmente o carro é uma merda.

― Que eu, como colecionador de carros, peguei mais um. Simples assim.

Lucca nega, desacreditado.

― Fala sério, Matteo! Você gosta de carros antigos, raros ou carros com que tiveram sua fabricação limitada em poucas unidades, não um carro comum, seminovo como se chama.

Verdade, mas poucos entendem isso. Para a maioria, os carros são novos ou velhos.

Dou de ombros mostrando que pouco me importo.

― E você acha que ela não vai desconfiar? ― Nego porque sei que ela é uma burra.

― Como? Não vou sair com ela, não vou levá-la para lugares caros ― e faço uma careta de quem jamais pensou nessa possibilidade. ― Ela é uma pobre coitada, Lucca. Precisa ver onde mora. Até nosso quarto é maior que a casa dela toda.

— Você está se arriscando.

— Não. O lugar onde ela mora é péssimo, mas ainda é seguro. — Imagino que para ela deve ser a zona nobre do lugar que veio. Há níveis de pobreza. Para nós, o lugar é horrível. Para ela, nem tanto.

― E Graziella?

― Que tem ela?

― Lembra da ameaça que ela fez às mulheres que porventura saiam com você? ― Eu contei toda a minha conversa com Graziella, por isso ele me lembra.

― E? Se matar a garota, menos uma. A mim pouco me importa. ― Lucca nega. ― De qualquer forma, não vou me expor.

― Vai levá-la para a fazenda?

― Claro! Quando eu perceber que ela está pronta ― dada a resistência de fazê-la me beijar depois de eu usar de toda minha sedução, isso não será tão rápido. ― Não vou comer a garota naquele muquifo que ela chama de casa. Vou levá-la para meu matadouro.

Meu irmão me olha estarrecido mais uma vez.

― Não estou te reconhecendo, Matteo. Você não é assim.

― Não foi você mesmo que me chamou de jovem com espírito de velho. Estou tentando ser jovem – aventura, diversão e um pouco inconsequente ― rebato, mesmo achando estranho.

Eu realmente nunca fui assim.

― Isso não é ser jovem, é ser canalha, filho da puta.

― E o que nós somos, irmão?

Ele nega.

― Nós protegemos nosso estado, Matteo. A Sicília está sob a nossa proteção. — Era verdade. Éramos um  grupo de milicianos, protegendo nossos interesses, nossos moradores principalmente de facções rivais que ousavam adentrar em nosso lugar.

Mas Rebeca era outra coisa.

― Ela sequer é italiana, Lucca. Viva ou morta para nós, tanto faz. A questão é que ela é uma gata, gostosa e que me insultou. Eu só mudei a forma que ela vai me pagar tamanha afronta. Uma forma mais interessante.

Ele levanta as mãos em forma de rendição, pega mais um doce quando a porta de fora abre com minha mãe e Graziella ao seu lado.

Eu não merecia aquela visita uma hora daquela.

― Bom dia, meu filho ― mama me beija assim que me cumprimenta. ― Onde você estava essa manhã? Seu pai tampouco sabia.

― Testando mais um carro para minha coleção ― Lucca revira os olhos.

Mama aceita bem a resposta. Apesar de ser uma mãe presente, ela não entra tanto em detalhes.

― Bom dia, meu amor ― Graziella se aproxima e me beija os lábios simulando perfeitamente o papel de namorada apaixonada. ― Você estava testando aquele carro branco lá fora? — Assinto. — Pensei que fosse dos empregados.

E é, mas ela não precisa saber.

― Não. É minha mais nova aquisição. ― A cara dela chega a ser desprezo.

― Desde que não queira sair comigo nessa porcaria, tudo bem. ― Esse carro tem carona certa e ela vai adorar sair nele.

― Que delícia! ― Mama comenta assim que come um doce. ― Onde você comprou isso, filho? ―Ela oferece a Graziella que nega.

― Não como doces, tia.

― Não sabe o que está perdendo.

― Comprei de uma vendedora na rua ― comento e mama pega mais outro, fechando a caixa. Ela sabe que tem que se controlar principalmente a glicose.

― Mais um motivo para não comer. Não sabemos a procedência desses alimentos e vai que eu pegue uma infecção alimentar. — Sempre cuidadosa com a aparência o que as vezes chega a ser desagradável.

― O que aconteceu, Graziella? ― Mudo de assunto. ― O que traz sua presença aqui, tão cedo? ― Não que nove da manhã seja cedo, mas eu conheço minha noiva e sei que antes das dez ela não se levanta da cama. Até quando trabalhava e precisava chegar antes disso, ela dava um jeito de mudar o horário: "Eu não funciono antes das dez.".

― Na verdade, eu vim passar o dia com tia Francesca ― minha mãe abre um sorriso de gratidão. ― E também conversar com um arquiteto sobre nossa casa.

Nossa casa. A ideia de ter alguém reformando meu canto não me agrada.

― Lembrando que não quero alteração em meu escritório — relembro-a.

― Na verdade, filho, ela estava pensando em deixar tudo aqui do jeito que está e construir uma outra casa em nosso terreno, mais adiante.

Nossa casa é grande, mas não é como as mansões que estamos acostumados a ver. O terreno é que é enorme, todo monitorado. Moramos todos juntos como costume, mais para nossa segurança. Algo que acertamos há muito tempo.

— Isso levaria um bocado de tempo. Tem certeza de que quer esperar esse tempo até casarmos? — Não que eu tivesse pressa, mas ela deu a entender que sim, tinha pressa.

— Isso não deveria nos impedir. — Pouco me importo.

— Você é quem sabe, Graziella. Isso eu posso deixar com você. Quando a planta estiver pronta e aprovada, eu dou uma olhada. — Também não deixaria tudo nas suas costas. — Vamos, Lucca. Temos um trabalho a fazer.

Me despeço e saio de casa com Lucca para mais um dia de conversas e negociações.

O lugar era nosso, e nós prezávamos pela organização.

***

Uma semana havia se passado desde que a vi pela última vez. O fim de semana fora carregado de eventos familiares e eu, como futuro don, participei de todos.

Mas a mente sempre me traía ao me trazer a lembrança daquela morena gostosa.

Eu não tinha seu telefone, mas eu conhecia sua rotina, tanto que estava na porta de sua casa na hora que ela deveria sair.

Era dia que ela ia para a feira com suas guloseimas.

— Oi, morena — chamo-a assim que ela sai de casa.

— Matteo! — Ela sorri, o que a deixa ainda mais linda. — Mais doces?

Não é bem esse doce que eu quero, morena.

— Se eu disser que só vim por isso, estaria mentindo.

— E eu posso saber o que o traz aqui? — Seu rosto rubro mostra claramente o que quer ouvir.

— Além dos doces, queria ver você. — Jogo charme o que a deixa ainda mais constrangida.

Tão boba.

— Você não tem trabalho, Matteo? — Nunca gostei de algum estranho me chamar pelo nome, mas ela eu tolero.

— Disse ao meu chefe que iria buscar mais dos doces que ele adorou — claro que eu poderia comprar tudo, mas não o faço para ter uma chance de levá-la e conquistar sua confiança.

— Ele gostou?

— Muito, inclusive a mãe dele, mas para não mata-los de diabetes, vou levar menos dessa vez. Além disso,  vou pegar seu telefone para ligar da próxima vez e não a pegar de surpresa aqui na sua porta. — Ela assente, pegando um cartão provavelmente feito em uma gráfica de baixa qualidade e me entrega.

— Muito obrigada, Matteo. Muita gentileza sua. Não sabe o quanto sou grata. — Lucca tinha razão quando pagou seu salário. Aquilo era nada para nós enquanto para ela, era a certeza de ter suas contas pagas.

— Posso levá-la? — dessa vez ela aceitou mais facilmente minha carona.

Pobre vitima.

Ela entrou no carro e seu cheiro perfumou tudo. Não era forte - uma fragrância sutil de flores sem ser enjoativo.

Quando estávamos para entrar na avenida principal, ela pediu para encostar rápido.

E qual não foi minha surpresa ao vê-la descer com um pacote e entregar a algumas crianças que estavam saindo juntas para a escola.  Cada uma delas recebeu dois docinhos e de quebra, um beijo dela.

— Para a hora do intervalo, ouviram? — grita e os meninos saem correndo, assentindo.

Como alguém que tem tão pouco pode dar o que nem sobra?

— Você poderia vende-los, sabia? — Digo, assim que ela entra no carro.

— O euro recebido por cada doce não é maior que o sorriso de agradecimento dessas crianças, Matteo. Elas sempre me esperam ali na esquina, e algumas delas sequer comeram quando saíram de casa. — Ela sorri de gratidão. — É gratificante adoçar a vida de crianças que já  conhecem o quanto ela pode ser amarga.

Olho para ela e pela primeira vez me pego questionando sobre minhas atitudes.

"Ela tinha tanta gratidão, transbordava tanta alegria em simplesmente dormir no sofá duro e desconfortável que eu tinha em casa que me constrangia. Sabe aquela pessoa que faz você ver o copo meio cheio quando tudo está tão vazio? É ela."

Ela realmente merece tanto esforço para machucá-la, Matteo?

Bom domingo a todas.

Xêro






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