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Capítulo 18

Rebeca

Eu tinha voltado à minha rotina de vida: preparar doces à noite para vendê-los no dia seguinte em frente a escolas, feiras livres, praças públicas além de lanchonetes que sempre compravam para diversificar seus produtos.

Hoje era mais um dia como qualquer outro. Preparei na noite anterior trufas recheadas com morangos, mirtilo, cerejas, arrumei em uma bandeja elegante para chamar a atenção, vedei bem vedado já que tinha chovido à noite e ainda chuviscava e saí.

Acontece que nem em um milhão de anos eu imaginaria rever àquele homem bonito que eu conheci na boate. Irritado, ele parecia prestes a arrancar o couro de quem passasse por ele, principalmente quando viu o pneu do carro arreado.

Ele estava com tanta raiva que nem me viu aproximar.

― Matteo! ― chamo-o e cheguei a ter medo dele quando ele se virou para mim.

Deus, ele estava transtornado por causa de um pneu?

― Oi, Rebeca ― cumprimenta-me, e mesmo que estivesse com raiva, ele amenizou o semblante.

E ele continuava tão lindo quanto eu o vi na primeira vez.

― Quer ajuda? ― ofereci-me sabendo que trocar pneu é algo simples. Ainda pensei em tirar alguma brincadeira, contudo me contive. Ele estava com uma raiva que exalava por todos os poros.

― E o que você sugere? ― Não o conhecia suficiente para saber se era ironia ou ainda movido pela raiva. ― Vá dizer que uma garota como você sabe trocar um pneu?

Esse homem tem um mal humor dos diabos.

Nesse instante, um caminhão passou rente à pista, caiu no mesmo buraco que ele o que esguichou água principalmente nele que estava atrás do carro.

― Filho de uma puta ― xinga com razão.

Naquele instante eu desejei ir embora.

― Se fizermos juntos, poupará tempo, menos banho de lama e você voltará aos seus afazeres o mais rápido. ― Sua descrença ao me olhar chegava a incomodar. Claro que eu poderia sair dali e ignorá-lo, mas eu sou um tanto idiota.

Caminhei a passos firmes ignorando-o, abri a porta do carona, guardei minhas coisas no banco para não sujar, tirei a chave da ignição e abri o porta-malas. Matteo, parado, me olhava ainda descrente.

― Vai ficar admirando ou vai me ajudar? ― Usei de ironia o que quebrou um pouco o clima pesado, principalmente quando ele abriu um sorriso.

― Acho que vou ficar admirando ― e cruza os braços, observando-me.

― Você acha mesmo que eu não sei trocar o pneu de um carro? ― Eu aprendi a dirigir aos treze, não antes de aprender o básico. Vovô, como dono de uma oficina, nunca me deixaria dirigir se eu não soubesse o mínimo – e aquilo era. ― Ok, senhor Matteo. Olhe a aprenda.

Ele solta uma risada ruidosa de descrença.

Se soubesse o quanto fica ainda mais bonito quando tira a carranca, riria mais.

Ajeitei meu cabelo que já estava preso em um coque para não voar sobre meu rosto, tirei o estepe do porta-malas, a chave de roda, o macaco, no entanto, quando subi na chave para folgar a droga do parafuso do pneu furado, ele soltou uma gargalhada.

A porcaria estava muito apertada.

― Eu ia mandar o guincho vir buscar o carro, sabia? ― Reviro os olhos ignorando esse comentário quando ele me afastou e colocou o pé sobre a chave, folgando facilmente.

― Obrigada, senhor. Muita gentileza da sua parte ajudar-me ― mais irônica ainda.

― Eu não pedi. Você que se ofereceu e honestamente, estou gostando de ver que você não é só uma...

― Uma o quê? ― Rodei a chave levantando o carro perfeitamente até uma altura que fosse possível retirar o pneu furado. ― Sou uma mulher do caralho.

Ele soltou uma gargalhada que chamou a atenção de alguns pedestres.

― E linda ― elogia-me, se aproximando e tirando o pneu, colocando o estepe no lugar.

Dali, apesar de eu ter feito quase tudo, ele me ajudou o que acabou sendo mais rápido.

― Bom. Trabalho concluído com sucesso ― digo, abrindo o carro para pegar minhas coisas.

Olho para minhas mãos e vejo que não tenho a menor condição de sair daquele jeito para vender nada, ainda mais comida. Minhas unhas estavam horríveis.

― Bem, a gente se vê.

― Para onde pensa que vai? ― questiona-me e eu vejo que Matteo estava em um estado muito pior que o meu.

― Vou pra casa. Preciso me limpar antes de sair assim.

― Eu te levo. É o mínimo que eu posso fazer por você ― Eu não sei se queria um desconhecido me levando em casa, se bem que ele não era tão desconhecido assim. ― Mora aqui perto?

"Ele está sendo gentil, Rebeca" minha consciência briga com meu receio.

― Não precisa, Matteo. Obrigada.

― Eu insisto. Até porque eu preciso, se não for muito incômodo, um banheiro ― e mostra as mãos, a camisa suja de lama, os tênis imundo.

Ele abre a porta do carro do lado do carona. ― Por favor.

Adoro homens gentis.

― Você não precisa trabalhar? ― Se eu já tinha perdido meu ônibus que passou há dez minutos, fazendo-me perder o turno da manhã na escola, o que dirá ele.

― Ah, sim. Muito. Mas o trabalho pode esperar. ― Eu queria ter um trabalho assim. Ah se queria. ― E aí, morena. Para onde? — pergunta ao entrar no carro.

Morena?! Adorei.

Guio até a rua da minha casa e sem o menor constrangimento, aponto para meu cantinho. Minha casa era a primeira daquela vila simples. Era uma quitinete, mas era minha.

Ele me acompanhou até a porta. Mesmo receosa, permiti sua entrada. A maioria dos moradores dali era solteiro, sem filhos, que passavam ou a noite toda trabalhando, por isso a paz, ou saíam cedo. Por isso era tudo tão quieto.

Cat gostou dali por isso. Não havia reclamação quando levava seus clientes, nem vizinho intrometido. Claro que em feriados festivos, aquilo virava uma feira.

Italiano fala mais alto que brasileiro.

― Você pode usar o banheiro que fica ali ― aponto para a única porta sanfonada de PVC do meu canto. ― Se quiser trocar a camisa, eu tenho algumas aqui que acho que pode dar em você.

Matteo era mais alto e forte, mas Cat adorava usar uns camisões em casa.

Lavo minhas mãos na pia da cozinha, tentando tirar a sujeira das unhas com a escova antes de sair para buscar algo para emprestar para Matteo, e ao abrir uma das gavetas de coisas que ainda sobrou dela, percebo que todas são de estampa chamativas, tigresas, oncinhas ou cores berrantes.

― Não precisa ― tomei um susto quando ele falou praticamente atrás de mim e mais ainda quando o vi sem camisa.

O que era aquilo?! Braços fortes, peito marcado, barriga com gominhos.

"Vai ficar secando mesmo o homem, Rebeca? Olha na merda que você se meteu por causa de um gostosão."

― Não espera que eu use algo assim, espera? — Eu ainda estava um pouco hipnotizada com o delícia. — Rebeca!

Ele percebeu que eu o secava. Merda!

― Acho que combinaria esse tom com seus olhos ― eu precisava disfarçar minha insensatez mostrando uma blusa listrada de cetim na cor roxa, a preferida de Cat.

Sentia meu rosto queimar ao vê-lo me olhar com tanta intensidade.

― Sua amiga tem gostos bem duvidosos — Até que tem senso de humor.

Nego, guardando a camisa, escondendo o constrangimento que é ter um homem assim em minha casa, mesmo que meu coração estivesse a mil por hora.

Levanto-me e vou até a cozinha querendo sair de perto dele, sabendo que a cozinha estava a três passos de onde eu estava.

― Café? ― ofereço, vendo que ele olha tudo em volta.

― Sim, por favor. ― Coloco o café na cafeteira e volto a observá-lo.

Que corpo!

― Algum problema? ― Já estava ficando sem graça com a forma como ele observava tudo minuciosamente. Minha casa era muito pequena para ele ficar olhando tudo daquele jeito.

― Não. ― Encara-me. ― Só nunca entrei em uma casa tão pequena.

O que ele queria dizer com aquilo?

― É minha! ― minha arrogância sobrepujou seu desprezo. ― E amo cada coisinha aqui comprada com muito sacrifício e dedicação ― e cruzo os braços imitando-o.

― Não! Não estou menosprezando suas coisas, Rebeca, só surpreso. ― Ele se aproxima da pequena mesa e novamente, sem ser convidado, pega um dos meus doces e o prova, apreciando. ― Morena, você cozinha divinamente, troca pneu de carro, dança maravilhosamente mesmo que as músicas não sejam lá muito agradáveis de se ouvir. Quem é você, Rebeca, além de ser uma mulher do caralho? — Pergunta usando minhas palavras.

Será que eu deveria levar aquilo como um elogio?

― Ninguém, Matteo. — Não menti. Eu escolhi aquilo. — Sou só alguém que quer levar uma vida com dignidade, vivendo de acordo com minhas condições.

Ele não fala, não responde, nada. Seu silêncio era avaliador.

― Sou somente uma brasileira tentando ganhar a vida em outro país como muitos estrangeiros ― completo. ― Minha vida era muito difícil, até que sonhei com algo melhor aqui.

Ele olha tudo em volta meio que desacreditado com minha resposta.

Sim, Matteo, se não fosse um Michele me perseguindo, aqui seria um sonho.

― Devo supor então que não tem vontade de voltar para o Brasil? ― Meu país, minha língua, minha casa. Quem não tem vontade de ser feliz e ter tudo em seu país?

― Às vezes sim, às vezes não. Depende do meu humor no dia.

― E hoje? ― Achei sua pergunta um pouco capciosa, olhando-me de forma quente.

― Ainda não tive tempo de analisar. O dia só começou.

Ele abre um sorriso de lado, achando que somente a presença dele fosse suficiente para meu dia ser tão lindo quanto ele.

― Como gosta do seu café?

― Puro e sem açúcar.

Preparo como ele pediu que, por coincidência, era igual ao meu.

― Voltei lá na boate ― fala. ― Soube que perdeu seu emprego.

Eu deveria ficar feliz já que ele voltou e me procurou como eu tinha desejado, mas imagino as coisas horríveis que deve ter ouvido falar de mim

― Não acredite em tudo que ouviu, Matteo. — imagino que contaram que fui demitida por usar drogas assim como Cat soube.

― E o que você acha que eu ouvi? ― Eu não entendia tantos questionamentos e tampouco queria saber.

― Deixa pra lá isso. ― Não quero entrar em detalhes da minha vida com um estranho.

Ele abre um sorriso de lado, saboreando outra trufa.

― Soube que você negou o convite para sair com um cliente muito exigente. — diz como se aquilo fosse nada.

Como ele sabia?

― Matteo, não quero falar sobre isso.

― Então não nega? ― tomo um gole de café procurando as palavras.

― Não, não nego.

― Por que fez isso?

― Por quê? Sério?! Querer que um homem me respeite é errado?

― Falta de respeito! Sabia que você trabalhava em um prostíbulo? — Era um bom argumento.

― Sim, eu sabia, por isso eu me mantinha afastada, escondida. Quando Martinelli veio me perguntar, eu pensei nisso: "Porra, Rebeca, olha onde você está?". Mas aí veio a insistência, a ameaça. — será que é tão difícil entender? — Eu fui ameaçada, Matteo! Eu tive meus desejos, minhas vontades, minha resposta ignorada para não irritar o cliente maravilhoso e perigoso. ― O vejo calado, encarando-me. ― Eu era somente um objeto. O objeto de desejo de um riquinho de merda que não aprendeu a ouvir um não.

Ele se aproxima de mim e coloca o dedo sobre meus lábios silenciando-me.

Raiva? Surpresa? Aviso?

― Cuidado com o que fala, Rebeca. Você não sabe de quem está falando. ― E aquilo não era somente um conselho.

― Viu! Viu como todos vocês são iguais? Xingar um cara que te humilha é perigoso, mas ele te reduzir a nada, a um depósito de esperma como se você fosse somente um receptáculo para o deleite dele, pode? ― Nega mostrando-se chocado. ― Não? Claro que não, afinal, ele estava oferecendo um bom dinheiro.

Ele acariciou meu rosto levemente até chegar ao meu queixo e obrigar-me a olhar para ele em seus olhos.

― Imagino que ele não te via somente como um... receptáculo. ― E faz uma careta.

― Ah, não! ― ri. ― Ele sequer apareceu, Matteo. ― Baixo o tom. ― A proposta incluía me enfeitar toda, me arrumar de acordo com as vontades dele e esperar o motorista dele que iria me bus... ― Parei.

Havia algo de estranho naquilo.

― Matteo, por que está me perguntando isso?

Parecia que ele queria me dizer algo.

― Matteo? ― Seus olhos azuis me consumiam. ― Foi seu chefe?

Ele franze o cenho, como quem analisa a pergunta.

― Meu chefe?! — e para como se não estivesse entendendo — Lucca? ― Ele nega de forma que chega a ser impossível que ele estivesse mentindo. ― Não! Ele jamais faria isso. ― A pausa foi maior para.  ― Meu chefe não faria isso. — responde já sem muita firmeza. — Nunca.

Nossos olhares se prenderam um no outro

― E você saberia se fosse ele? ― Sussurrei, estranhando toda aquela conversa e o rebuliço dentro de mim.

Seu sorriso foi breve.

― Sim, Rebeca. Eu saberia.

Nenhuma palavra.

Tão próximos.

Um toque leve em meu rosto.

Eu estava presa.

Matteo continuava se mostrando alguém intimidante, mas agora havia um clima diferente.

― Seus olhos são lindos ― por fim, quebra o silêncio. ― Toda linda.

E ele se aproximou... se aproximou cada vez mais.

Ele queria me beijar? Era isso.

Minha respiração acelera...
Mais próximo.
Meu coração deveria estar batendo tão forte que era possível ouvi-lo.
"Você prometeu não se envolver com ninguém, Rebeca."

Fuja!

Acho melhor você ir embora. — Corto o clima virando-me de costas. — Eu preciso trabalhar assim como você.

Fecho os olhos lembrando-me do desejo que eu senti por Michele. Começou assim.

Meu peito encolhe com a ideia de não poder ter alguém. Cat é a única e mesmo assim agradeço estarmos separadas.

— Rebeca!

— Por favor, Matteo.

Eu achei que poderia viver um sonho... Eu vivia um pesadelo e caí em um pior.

— Quanto você cobra pelos doces?

— Não precisa pagar, Matteo. — Eu lá ia cobrar seu consumo.

— Quero levar tudo — aquilo me fez virar de frente para ele.

— Como?

— Meu chefe adora doces. Ele e a mãe dele. Vou levar tudo.

Eu tinha cerca de 150 trufas. Como alguém comeria tantos assim?

— Quanto? — Ele abre a carteira e tira um monte de notas altas e eu não entendo como um segurança poderia ter tanto dinheiro assim. — Paga?

Seguro o maço de dinheiro em minhas mãos e vejo que tinha a mais, mas não consigo dizer nada.

— Ele vai me pagar por isso.

— Aqui tem a mais.

— Pode ficar. — Eu cheguei a me emocionar com o fato de ter vendido tudo e rapidamente.

— Matteo...

— Só me entregue, morena, e tire o dia pra você. Meu chefe é um homem muito rico.

E eu fiz o que ele mandou, guardando todos os doces em uma caixa.

— Tem certeza de que vai ser ressarcido? — Ele abre um sorriso lindo assentindo. — Obrigada.

E mesmo constrangida, dei um beijo em seu rosto.

Ele me deu um lindo dia.

— Matteo — o chamo quando o levo até o portão — Hoje é um daqueles dias que eu desejo ficar aqui, nesse país maravilhoso.

Ele somente pisca o olho, entra no carro e vai embora.

E só então eu respiro

O que será que esse infeliz está aprontando? Teve a oportunidade de se apresentar e se calou...

Putz.

Xêro

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