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Boa leitura!
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Jungkook se encontrava em lágrimas enquanto esfregava as unhas curtas na pequena bolinha que se formara pela picada da formiga estranha que o pegou. Não sabia exatamente o motivo de estar chorando, só sabia que havia ficado triste com o fato do animal o ter picado. Seu humor estava uma bela merda esta semana, vez ou outra se encontrava chorando por coisas idiotas, ou por um olhar estranho que Taehyung o dava quando agia estranho, e isso o chateava. Não soube quando se tornou tão sensível, mas já havia descoberto de quem era a culpa, dos benditos bebês que cresciam em sua barriga.
— Olha só que droga, está cada vez maior. – fungou tristemente enquanto encarava a bolinha vermelha em seu braço desnudo.
Estava falando sozinho, ao mesmo tempo que andava até a casa de Namjoon, que não era de todo tão perto, mas o suficiente para ele andar vinte minutos sozinho com seus pensamentos. Taehyung estaria lá, e isso foi seu convite para encontrar o amigo também, caso contrário, ficaria o resto do dia em seu quarto jogando em seu celular, que para constar, havia achado na rua, pois se não fosse isso não teria um celular.
Nos últimos dez minutos restantes, Jungkook conseguiu acalmar seu choro sem sentido e se obrigou a parar de coçar a bolinha antes que virasse uma ferida, e quando chegou a frente da porta da casa laranja de Namjoon, tocou a campainha. Escutou a voz abafada do amigo e logo tratou por um sorriso no rosto para que não houvesse suspeitas de que ele estava chorando feito um garotinho por causa da picada de uma formiga. Idiota demais.
— Ei Kook! – saudou o moreno, logo franzindo o cenho. – Oh, tem algo errado.
— Não tem não, Namjoon. – se surpreendeu por não estar gaguejando, mas mesmo assim, revirou os olhos para não perder o costume.
— Não, tem sim. – analisou o amigo, que já estava perdendo a paciência. — Você não está com suas habituais roupas pretas.
— Idiota, deixa eu entrar! – se irritou pela constatação idiota de Namjoon, o empurrando pelo ombro e entrando dentro da casa decorada como se fosse um jardim. De fato, se encontrava com uma blusa branca e um macacão claro, calçando um All Star verde.
A mãe de Namjoon ama flores, por isso da casa parecer um jardim. Falando na mesma, ela estava na cozinha cantarolando, e Taehyung estava sentado a frente do balcão com um sorriso idiota encarando o prato de biscoitos que soltavam uma leve fumaça por estarem quentinhos. Jungkook não só sentiu sua barriga roncar, assim como escutou a mesma fazer um barulho estrondoso o que fez ele ser notado no início da cozinha.
— Jungkook, meu bem! – o semblante brilhoso e animado de Kim Yongsun parecia dez vezes mais animado ao ver um Jungkook corado no início da sua cozinha, a mais baixa andou até o garoto com um sorriso de invejar nos lábios, se esticando – e mesmo assim não sendo o suficiente, tendo Jungkook que se abaixar para ela depositar um beijo caloroso no rosto do jovem. — Está não bonito… mas ficaria ainda mais com essas bochechinhas mais
gordinhas ainda! Venha comer querido, venha.
Jungkook não teve escolhas a não ser ir até a mesa, sentando-se do lado de Taehyung, que pegou sua mão imediatamente, as depositando sobre a própria perna. Namjoon chegou logo em seguida, com alguns limões em mãos, mas sendo desastrado como de costume, acabou deixando que algumas frutas caíssem no chão.
— Vamos lá Namjoon, eu acredito que você possa chegar na mesa com pelo menos um limão na mão, é sério, cara. – Taehyung provocou, recebendo sua resposta em forma redonda e verde direto em seu rosto, mas com um ótimo reflexo, pegou a fruta antes que atingisse seu rosto. — Eu estava te apoiando!
— Obviamente. – resmungou o filho gigante de Yongsun. Sinceramente, o casal nem sabia da onde vinha toda a altura de Namjoon, sua mãe tem uma estatura baixa e seu pai uma altura razoavelmente normal, já o garoto tem a altura de belos um metro e oitenta e um.
— Jihyo esteve aqui esses tempos, sabe? Estava tão animada, dizendo que seria tia, mas vocês sabem se a pequena tem irmãos? Ela é amiga de vocês, devem saber já que Namjoon não me fala nada. – Yongsun comentou, oferecendo os biscoitos aos jovens a sua frente antes de se virar de costas para o mesmo para preparar a limonada.
Jungkook levou a palma e direção às têmporas, a descendo lentamente por seu rosto de modo dramático antes de bufar. Taehyung suspirou alto, tendo a atenção de um Namjoon de braços cruzados e um sorriso no rosto, como se dissesse "se virem com essa, otários".
— Eu vou matar ela e você não vai me impedir! – Taehyung sussurrou prestes a sair voando com asas de ódio.
— O que disseram meninos? Ela tem uma irmã? – se virou para os garotos que assentiram rapidamente, pálidos. — Suspeitei.
— Que bom… – Jungkook deixou escapar num tom alto, arregalando os olhos assim que notou o que disse, logo metendo um biscoito na boca de modo desesperado.
— Mas como eu nunca a vi? Por que você nunca me apresentou sua cunhada, Namjoon?
— A-ah, minha cunhada… – coçou a nuca nervosamente, e talvez sua maior vontade nesse momento fosse de esfolar a cara dos dois paspalhos na sua cozinha que comiam como se aquilo fosse acabar com todos os problemas existentes. E também a culpa era de Jihyo que não sabia fechar a boca.
— Vocês estão tão estranhos… digo, quietos. – comentou a mais velha, se virando com uma feição curiosa em direção aos meninos, ao mesmo tempo que largava a jarra cheia de suco em cima da mesa.
Nesse momento, Jungkook sentiu vontade de despejar tudo que estava acontecendo no último mês para a mãe de Namjoon, talvez sua segunda melhor amiga depois de Jihyo. Mas sentia que não deveria, ou que não era a hora, quer dizer, haveria hora para aquilo? Não sabia ao certo, então apenas ficou em silêncio, comendo mais alguns biscoitos e os comendo, estava realmente bom, eram seus preferidos.
— Não é nada tia Solar, é a semana de provas. – Taehyung contornou, fazendo a mais velha finalmente assentir e encerar o assunto.
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— Vocês só podem estar de brincadeira! – Namjoon grunhiu assim que fechou a porta e encarou os dois amigos a sua frente. — Jihyo e irmã?! A não ser que a irmã dela seja o Jungkook e eu não sabia!
— Olha só, você queria que a gente dissesse o que? – Jungkook perguntou, impaciente com a birra do amigo.
— Quem sabe a verdade?! Minha mãe não ia dar sermão ou coisa do tipo, ela só iria ajudar, vocês sabem que sim. – suspirou, massageando as têmporas levemente.
— Não é tão fácil quanto parece Namjoon, e quanto menos gente souber, melhor. – Taehyung interferiu antes que Jungkook explodisse, visto que o mesmo sempre fora estouradinho.
— E vocês acham que vão conseguir esconder isso por quanto tempo?
Foi o pico do estresse para Jungkook. Ele já não aguentava mais escutar aquilo, pois só piorava sua situação e não ajudava em absolutamente nada, nada mesmo. Ele queria gritar o mais alto possível até que toda aquela angústia e apreensão sumisse de si, e Taehyung não podia estar diferente, entretanto, apenas um suspiro pesado saiu de si.
Um fungar alto escapou de Jungkook e ele fungou mais duas vezes, praticamente no mesmo segundo, em meio a um engasgo de soluços. Simplesmente estava chorando como um bebê, as lágrimas descendo a disparada enquanto seu coração batia rápido também, tudo estava rápido, seus pensamentos corriam em sua mente, o deixando mais atordoado ainda. Estava em uma combustão de sentimentos, e não sabia se so estava chorando por estar cansado, ou por seus hormônios estarem doidos, ou até mesmo uma mistura de ambos.
— Ei, Kook… eu não… eu não queria ter dito isto – Namjoon tentou se aproximar, mas com o rosto vermelho e banhado em lágrimas Jungkook negou, se afastando do amigo e indo até Taehyung, se pondo atrás do mesmo enquanto chorava baixo.
É engraçado o quanto a relação de ambos mudara um pouco, Taehyung sempre fora o que aparentava ser mais sensível, sempre disposto a todos e nunca escondendo os sentimentos, sendo sempre o racional da relação, enquanto Jungkook sempre fora estouradinho e até mesmo sem paciência, sempre protegendo Taehyung, escondia os sentimentos sempre que possível, mesmo sendo tão sensível quanto aparentava, e fazendo jus disso justamente nas últimas semanas. O que mudou fora o fato de Taehyung estar mais protetor, e Jungkook muito mais sensível e cansado do que o normal, se tornando uma confusão para o namorado.
— Joonie, se importa de deixar a gente sozinhos um pouco? – Taehyung pediu calmamente.
— Tudo bem, caras. Só… desculpem, eu não quis dizer aquilo. – se desculpou quando já estava na porta, fechando com um suspiro quando Taehyung assentiu.
Tae se virou para o namorado, levando o indicador até o queixo do mesmo e o erguendo até que ele o olhasse, o rostinho de pele alva estava corado, as bochechas e a ponta do nariz. Taehyung puxou a manga da flanela que vestia, enxugando as lágrimas do rosto do namorado e beijando ambas bochechas. Jungkook coçou a garganta, logo limpando o nariz com a própria mão e voltando a olhar para baixo.
— Você está sensível, Kook. Isso é engraçadinho. – comentou, não querendo caçoar, mas sim fazendo uma observação.
Incrivelmente, isso fez Jungkook voltar a chorar, mas não sem antes revirar os olhos e bufar irritado pelo próprio ato, aquilo estava o irritando, sinceramente.
— Ei, Kookie… não chora. – Taehyung soltou um riso confuso, abraçando o namorado que demorou a retribuir, mas quando o fez parecia não querer soltar mais.
— Eu tô um lixo, e essa merda recém tá começando... – manhou nos braços de Taehyung, recebendo um carinho em troca.
— Garotos, querem ver um fil… oh, desculpem crianças eu deveria ter batido antes… – Yongsun praguejou baixinho. — Kook? Você está chorando? Oh, bebe, está tudo bem? – não conseguiu conter a preocupação com o mais novo, mesmo que estivesse interrompendo um momento bonitinho e íntimo entre o casal, seu lado materno gritava mais alto.
— Está tudo bem, Solar. – Jungkook a tranquilizou com um sorriso, que provavelmente deve ter se parecido mais com uma careta.
— Não minta pra mim, menino. Vamo digam, digam. – insistiu, empurrando a porta atrás de si e indicando com o dedo para que os meninos se sentassem na cama do filho.
— Eu acho melhor você se sentar também.
Iniciaram o assunto assim que a mais velha se sentou na cadeira a frente da escrivaninha do filho, ela estava paciente e atenta a todas as palavras dos meninos, ora Taehyung falando, ora Jungkook. Taehyung gaguejou diversas vezes, o que estava deixando Jungkook mais nervoso ainda, mas não tinha muito o que fazer, já haviam iniciado a conversa e teriam de terminar. E, ao contrário do que os meninos pensaram, ela não pareceu assustada, irritada ou algo parecido, o olhar dela expressa o mais puro carinho e compreensão, óbvio, os garotos foram irresponsáveis, mas agora estavam arcando com as consequências como deveriam, e ela não poderia os julgar, deveria dar apoio, e seria o que faria.
Jongsun sabe muito bem a relação dos garotos com a própria família, não, eles nunca haviam falado abertamente sobre, mas era visível a má relação que tinham, principalmente Jungkook e a mãe. A mãe de Jungkook nunca ligara para saber que horas o filho voltaria da casa do amigo, e nunca falara direito consigo. Mas ela não se importa, está disposta a ser o apoio dos jovens mesmo eles não pedindo, não poderia deixar dois adolescentes na mão dessa forma, tão frágeis.
— Você não quer nos dar um sermão? Você não falou nada até agora, eu tô me cagando de medo, tia. – Taehyung disse, com um sorriso medroso, mas ainda sim que tirou um riso dos outros dois no cômodo.
— Claro que não! Eu quero que saibam que isso não é uma desgraça na vida de vocês como parece, o filho de vocês não é nada de ruim, e sim tudo de bom. Porém, o ruim foi a hora que ele veio, mas não deixe que esse mero problema faça vocês pensarem que a vida é ruim, sim? Tem muito pela frente ainda, meninos. – Solar disse com um sorriso delicado, acariciando o rosto de Jungkook antes de continuar. — Isso é apenas uma tempestade, e vai passar, e vocês devem ser fortes, e não pensem que estão sozinho, tem seus amigos… eu, e um ao outro!
— Não é só um, não. – Jungkook murmurou.
— E isso importa? Vai mudar alguma coisa? – perguntou seriamente, atuando perfeitamente com o tom de preocupação.
— Não, mas…
— Mais nada, querido. Isso não vai importar no final, a única diferença é que terão preocupação em dobro e amor em dobro para dar.
— Não exatamente, a gente não ia ficar com os bebês. – Jungkook disse baixo, encarando Jongsun.
A mesma se calou, parecendo finalmente ficar surpresa com algo ali, era a decisão dos garotos, ela não podia intervir, podia? Se sentiu triste de repente, como as crianças se sentiriam quando maior? A desculpa que seus progenitores eram menores de idade e confusos com a vida seria o suficiente para sanar a angústia no peito dos futuros seres ainda no ventre de Jungkook? Era claro que não! Ela ainda tinha tempo para fazer os garotos mudarem de idéia, mas não sabia se seria o suficiente.
Mas sabia que qualquer escolha precipitada iria afetar a vida daqueles bebês mais do que os dois adolescentes imaginam.
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esses capítulos já foram postados antes, mas logo irei atualizar com os novoosss
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