๑ 8 ๑
Boa leitura!
.
Após algumas perguntas consideras íntimas e um pedido de desculpa do médico dizendo que eram perguntas necessárias, Jungkook e Taehyung estavam da cabeça aos pés vermelhos e envergonhados. Não tinha o que fazer, aquelas perguntas ajudariam o médico a saber de que tempo estava a gestação de Jungkook.
— Certo, garoto. Vou providenciar um exame de sangue para sabermos com exatidão se está mesmo gestante, entretanto, os sintomas iniciais que sentiu e sentirá por mais alguns dias - dependendo do tempo que está, alegam uma gravidez. Faremos mais exames para saber se você está saudável, se há algo a ser cuidado e mais coisas do gênero. – o médico anunciou, olhando atentamente para os dois adolescentes receosos a sua frente, que o encaravam como se estivessem com medo. — Alguma pergunta?
— Não t-tem como saber o resultado mais cedo? – Jungkook se pronunciou de modo afobado, logo se ajeitando em sua cadeira com um rubor nas bochechas. — Quer dizer… não sabemos quando poderemos voltar…
— Nossos pais não sabem disso ainda, e espero que não saibam tão cedo. – complementou Taehyung.
— Bom… vocês acham mesmo que vão conseguir esconder isso por muito tempo? O exame é apenas por segurança e demora duas horas a ficar pronto, entretanto, eu poderia fazer uma ultrassom em você Jeon, mas como vocês não souberam responder quando tiveram relação, fica difícil de saber de modo certo de quanto tempo você está, e não tenho certeza se já da para ver o feto. – explicou o mais velho, com o cenho franzido e as mãos juntas sobre a mesa, o que fez Jungkook suspirar alto.
— Olha doutor, não tem como tentar, não? – Taehyung se irritou levemente, se aproximando da mesa do médico e botando as mãos sobre a mesa também, o que fez o mais velho erguer a sombrancelha surpreso pela atitude do garoto. — A situação é um pouco complicada para nós, se não a mais complicada que já vivemos, e não temos tempo de esperar ou coisa parecida. Nossos pais não sabem que estamos aqui e já deveríamos estar em casa sendo bons filhos que não estão esperando um bebê em pleno ensino médio com as cabeças tão fodidas quanto o possível! O senhor pode ajudar, ou não?!
Jungkook olhava para Taehyung com os olhos esbugalhados mais que o normal, o médico se encontrava com uma expressão serena, agora deitado sobre sua cadeira grande de escritório. Na verdade, ele estava mais que disposto a ajudar os jovens, só queria saber se estavam mesmo interessados, se estavam dispostos para aquela vida incerta na barriga de um adolescente quieto e estranho. E assim que assentiu com um sorriso pequeno nos lábios a feição impaciente de Taehyung se tornou confusa, e logo o mais velho se levantou, fazendo os menores se levantar juntamente, sempre com medo de estarem fazendo algo errado e incerto.
— Claro que posso, garoto. – concordou com um sorriso meio orgulhoso do jovem, dando batidinhas no ombro alheio, logo se direcionando a Jungkook. — Jungkook, certo?
— Sim. – saiu baixo, enquanto acompanhava o médico para perto das máquinas estranhas.
— Certo, vamos tentar um ultrassom, sua bexiga está cheia? – indagou o médico enquanto configurava o aparelho, indicando com a cabeça para o adolescente se posicionar na cama pouco confortável ao lado da aparelhagem. Jungkook assentiu, confuso mas assentiu. — É necessário a bexiga cheia para que possamos ter uma visão melhor de onde o bebê está alojado, entenderam?
Assentiram. Jungkook já se encontrava deitado na cama dura, Taehyung sentando num banquinho um pouco distante a cama, mas que mostrava o monitor do aparelho que seria usado em Jungkook.
— Vocês parem entender pouco disso, então vou explicar tudo, não se preocupem. – assegurou o mais velho com um sorriso tranquilizador. — Este aparelho é um transdutor, que com o auxílio do gel eu vou passar na sua barriga, para que possamos tentar ver o bebê e saber de que tempo você está.
— E por quê você não fez antes? – desta vez quem indagou fora Jungkook.
— A ultrassonografia é mais cara, e é algo diferente da consulta normal de hoje, mas eu não vou cobrar vocês, faremos o pré-natal todo sem a necessidade de um pagamento tão absurdo quanto os de hoje em dia. Por isso eu pensei no exame, seria melhor pra vocês, porém, sinto que vale a pena me esforçar para ajudar vocês. – o sorriso sincero não saiu dos lábios do médico o que fez o casal de adolescentes se sentirem sem graça, mas o que podiam fazer? Eles realmente não teriam condições de pagar um acompanhamento.
— Obrigado, doutor.
— Chanyeol, Park Chanyeol. – se apresentou, apontando para o bordado em seu jaleco. — Não se sintam tão acanhados, prometo cuidar bem de vocês três. Mas, agora, vamos começar!
Após isso, Chanyeol pediu para Jungkook relaxar, dando uma última verificada nos aparelhos. Pediu para que Jungkook erguesse a blusa e com um pedido de licença abaixou um pouco mais o cós da calça que vestia para poder chegar no fim do ventre do jovem. Esqueceu-se de avisar sobre a temperatura do gel, o que fez Jungkook pular com o contato do líquido gélido em seu abdômen, o que tirou uma risadinha de Taehyung e um pedido de desculpas do médico. Guiou o transdutor até o baixo ventre de Jungkook, fazendo uma espécie de massagem no local, Jungkook não iria mentir, aquilo estava o torturando por estar com a bexiga cheia, mas não é como se pudesse pestanejar.
— Oh… – o médico murmurou enquanto encarava o monitor com concentração.
— Está ai?! – a pergunta soou necessitada, enquanto apertava a mão de Jungkook com firmeza. Não podia estar mais nervoso.
— Não exatamente, ele está se escondendo bem… Oh! Ah, céus! – o tom de exclamação fez Jungkook vibrar de medo onde estava, teria algo de errado?! O aperto em sua mão se tornou mais forte, proporcionando uma dor ao Jungkook, mas ele não se importou muito com isso, está preocupado demais com o que o médico diria.
— Doutor Chanyeol tem algo errado? Nos fale por favor! – Jungkook pediu já atordoado com a atmosfera nervosa plantada entre eles.
— Não! Esta tudo certo, maravilhosamente certo. Estão na mesma placenta…
— O que? O que está na placenta, isso não é normal?! – Jungkook não podia estar mais confuso e fora de si, já se encontrava com a cabeça fora do acento, encarando o médico impaciente.
Taehyung por outro lado, comia suas unhas como se o dia dependesse daquilo, não estava entendo muito o que estava sendo falado assim como Jungkook, e muito menos estava entendo o que se passava no pequeno monitor ligado acima dos aparelhos. Só queria que tudo ficasse bem.
— Bom meninos… Jungkook está em torno da sexta semana pelo que vemos aqui. – demarcou com traços vermelhos o embrião.
— Esse é o tamanho dele? Não está muito grande, não? – indagou Taehyung, confuso.
— Não garoto, são dois embriões. Na mesma placenta, serão gêmeos idênticos. Pensei que não seria possível ver, não há nenhuma elevação no ventre de Jungkook para as óbvias e poucas semanas dele, mas para gêmeos, poderia estar pelo menos com um pequeno relevo. Isso significa a barriga irá se desenvolver rapidamente daqui para frente, se o psicólogico do garoto estiver bom e de acordo com a gravidez. Há casos que pais e mães que não querem uma gravidez, o psicólogico age tão forte que as vezes a barriga nem chega a crescer. – o mais alto informou, num breve aviso. — Estão de acordo com essa gravidez? É necessário que Jungkook esteja saudável no decorrer, que ambos estejam, caso contrário um acompanhamento psicólogico seria muito bem aceito, sabe, vocês são jovens demais pra isso, seria importante. – o tom mudou drasticamente para algo preocupado e conselheiro, e agora ele já não mantinha mais o transdutor em mãos, e sim um guardanapo que oferecera a Jungkook mas o mesmo estava assustado demais para ver o que o médico o oferecia.
O diálogo do médico pareceu não ser escutado pelos jovens, estavam estáticos, Jungkook já podia sentir as lágrimas queimando em seus olhos, e o aperto da mão de Taehyung na sua já era inexistente, estavam atônitos. Gêmeos? Não podia se tornar mais grave?! Tiveram a pouca sorte de descobrir com antecedência, mas ao mesmo tempo queriam não ter descoberto aquilo, não podia ser verdade, deveria ser um engano do médico.
— O que?! – saiu baixo e fraco, os lábios rosados de Jungkook entreabertos em puro pavor.
— Vocês precisam de acompanhamento-
— Não porra! O que você disse antes, é verdade? Você tem certeza? Tem certeza absoluta que não está vendo errado?! Doutor por favor veja novamente! – Jungkook se exaltou, elevando a voz gradativamente pelo nervosismo aparente, estava tremendo.
— Tenho certeza do que vi, Jungkook. Sei que pode ser um choque a se lidar, mas terão de se acostumar com o fato, são dois bebês crescendo dentro de si, são pequeneninos. – afirmou, esticando mais uma vez o guardanapo ao menino.
Os adolescentes se mantinham em silêncio agora, perdidos em seus pensamentos. Jungkook tendo atenção em suas ações enquanto limpava seu abdômen e arrumava sua roupa, Taehyung não conteve um alto suspiro, esfregando a mão nas têmporas de modo preocupado. O que fariam em relação a isto? As coisas podiam ser mais fáceis.
— Dêem atenção sobre o que eu disse sobre o acompanhamento psicológico, vai ser muito importante, meninos. Para estarem preparados. – o médico relembrou.
— Nós… nós pensamos em achar uma família interessada, quer dizer, uma família de classe alta que pudesse cuidar e educar decentemente. – Jungkook tomou iniciativa de dizer ainda perdido em seus atos e pensamentos, sentando-se na cama dura com pernas de lótus, encarando o médico.
O médico soube de cara o quão perdido estavam os jovens, mas depois de escutar isso, teve mais certeza ainda. Era uma decisão um tanto precipitada a se tomar logo no início da gestação, quando os sentimentos ainda estão adormecidos, talvez previsse o arrependimento dos pais de primeira viagem se dessem seus bebês, mas não era nada menos e nada mais que apenas um médico para intervir nas decisões dos meninos.
— Bem, vocês acham que dinheiro é educação e carinho? – indagou o médico, encarnado seriamente os menores.
— É algo que não temos condições de dar, doutor. – Jungkook praticamente murmurou, relutando para não se estressar com a opinião alheia.
— Vocês são mais capazes do que imaginam, rapazes, apenas não vêem. Mas não vou interferir na vida de vocês, sabem o que fazem, não? Já são grandes o suficiente, já possuem uma família. – não mediu esforços em citar que haviam uma família com tão pouca idade, queria por os jovens a pensar e racionar com moral.
— Não temos nada! Não temos absolutamente nada além de problemas que estão nos afogando cada vez mais, não temos uma família e nem estamos formando uma! Esse não era nosso propósito, doutor. – Jungkook novamente se pronunciou, irritado com o mais velho, por estar dizendo as coisas com tanta convicção.
— Jungkook… – Taehyung murmurou num pedido discreto para que o namorado se acalmasse, já se sentia sobrecarregado com tudo aquilo.
— Eu quero ir embora, já podemos ir? – se levantou, a feição fechada enquanto arrumava as roupas escuras, já se levantando da cama ao lado dos aparelhos.
O médico assentiu, com as habituais expressões serenas que em poucas horas já se tornaram irritantes a Jungkook. Queria explodir tudo e todos, queria pelo menos uma vez na vida não se sentir um fodido e poder classificar como estava se sentindo pelo menos uma vez, mas seus sentimentos estavam sempre embaralhados e confusos, o que lhe dava uma tremenda dor de cabeça. Consequentemente, sua única vontade era de se afundar em sua cama e nunca mais sair de lá até que todos seus problemas fossem sanados. Taehyung apenas se encontrava perdido, lhe restava um pouco de sanidade ainda, estava tentando assimilar todas as informações recentes sem que tivesse uma crise ou algo parecido, era muita confusão para si, pesava de um modo absurdo, com que fizesse o jovem se sentir extremamente cansado como se tivesse corrido em uma maratona, sem menos o ter feito.
— Podem sim, só vou aprontar o pedido dos exames e você pode fazer hoje mesmo e buscar na próxima semana. E ah! Aqui está uma foto da ultrassom, peguem. – Chanyeol esticou a foto para os meninos, que pareciam receosos em pegar a foto, entretanto, o primeiro a pegar fora Taehyung, olhando atentamente para a foto, tendo um pouco se dificuldade de localizar o feto na imagem escura.
O médico os guiou para a mesa, apontando para os meninos se sentarem enquanto ele aprontava o pedido dos exames de Jungkook. Taehyung abaixou a cabeça, brincando com seus dedos, enquanto Jungkook se encontrava inquieto ao seu lado, parecendo prestes a explodir. Deu uma última encarada na foto acima de suas pernas antes de a dobrar e guardar no bolso.
Os próximos minutos foram silenciosos, nenhuma palavra trocada entre o casal, além das indicações do médico, que por incrível que pareça, Jungkook escutou e estava meramente disposto a segui-las, mas não estava prometendo nada a ninguém. Depois de tudo concluído o médico dispensou os jovens, com um desejo de boa sorte e para que seguissem os conselhos que dissera. Ambos do lado de fora da sala, pareciam aéreos, agora de mãos dadas apenas para se assegurarem que ainda estavam um do lado do outro apesar de tudo.
— Ei! Deu tudo certo? – Jihyo indagou alegre, mas logo seu sorriso se desfez ao ver a cara perdida dos amigos. — Está tudo bem?
— Não, Jihyo. Está tudo péssimo, esse com certeza foi o pior dia da minha vida, foi o dia que decretou que eu sou um completo fodido, e seu sorriso animador como se essa situação fosse ótima não está ajudando em nada, está me deixando mais confuso e irritado do que eu já estou. – Jungkook soltou num tom mediano, encarando a amiga diretamente. Com certeza em seu tom não havia ironia, mas eles só queria camuflar o quão perdido estava, o misto de sentimentos estranhos que sentiu quando estava naquela sala era assustador, ambos não podiam classificar o que sentiam, era vago.
— Jungkook, eu realmente não entendo o que vocês estão sentindo, mas eu estou apoiando vocês e seria ótimo se você aceitasse de bom grado e não despejasse sua frustração em cima de mim. Agora tira essa careta do rosto e me diga como foi lá. – pediu impaciente, dando leves cutucadas no peito do amigo.
O restante do tempo fora calmo, Taehyung contou para a amiga como fora, e mostrou a foto da ultrassom enquanto Jungkook realizava uma série de exames, demoraria um pouco e por esse fato a amiga não pôde ficar por muito mais tempo, se despedindo de Taehyung dizendo que tudo iria correr bem e mandando um beijo para Jungkook. Os minutos pareceram passar correndo, pois logo já era de tarde e Jungkook vinha do fim do corredor com com a habitual feição fechada, o que fez Taehyung se levantar para esperar o namorado para irem embora.
(>)
Estavam na casa de Taehyung, como o habitual, passaram reto pelos mais velhos na sala e subiram para o quarto. Taehyung não dera tempo a seus pais para que perguntassem onde o filho esteve, e assim que chegaram no quarto, Jungkook fechou a porta e abraçou Taehyung com força, como se dependesse daquilo.
— Eu sinto falta da sua boca… as vezes paremos um casal de velhos que só anda de mãos dadas. – Jungkook comentou, se deixando rir do próprio comentário. Não era um riso sincero, parecia rir do próprio infortúnio.
— Estamos estressados, é normal que esquecemos de nós mesmos. Mas está tudo bem, não está? – acariciou a nuca de Jeon, subindo para a cabeleira negra e fazendo um carinho sútil.
— Não, Tae. Eu odeio sentir sua falta, e é o que eu mais venho sentindo, eu preciso de você. – murmurou, intensificando o aperto em volta da cintura de Taehyung, que deu alguns passos para trás, até que estivessem na cama.
Jungkook não tardou em se ajeitar sobre o corpo esguio do namorado, deitando sobre o peito que subia e descia de forma calma. Taehyung acariciava sua cintura de baixo do moletom que vestia pelo frio que fazia nas ruas, era um toque singelo e acolhedor. Entretanto, Jungkook se ergueu, sentando um pouco acima do membro do outro, e inclinou-se para depositar um beijo casto nos lábios finos e Taehyung, levando a mão até o rosto de pele bronzeada e mantendo o rosto parado para si, enquanto os lábios de ambos trabalhavam juntos, envolvendo apenas os lábios famintos até então. Taehyung levou a mão até o quadril de Jungkook, apertando levemente a pele alva de baixo da roupa, o que arrancou um suspiro do mais novo, que quebrou o beijo, mantendo os lábios encostados ao mesmo tempo que as respirações se encontravam descompassada.
O beijo voltou a acontecer, dessa vez envolvendo toda paixão possível enquanto as línguas se encontraram, causando um tremor bom em ambos, que pareceram mais necessitados ainda entre o ósculo.
Estavam ali, juntos, dissipando todo o medo e nervosismo acumulado em semanas turbulentas, o contanto íntimo parecendo acalmar a alma fraca e medrosa dos jovens, os mostrando que estavam juntos, apesar de tudo. Os toques e os suspiros, os murmúrios ofegantes de Taehyung enquanto recebia beijos molhados em seu pescoço, o aperto libidinoso na cintura alheia e os baixos gemidos satisfeitos com os toques tão precisos que ambos se davam com paixão e volúpia, como se aquilo fosse impor um momento de paz entre eles, mesmo que momentâneo, estavam juntos.
— Kook-ah. – chamou para que o mais novo abrisse os olhos perante a troca de posições, agora Taehyung por cima, se aproximando do rosto do namorado e beijando cada milímetro do rosto, por último o nariz e os lábios finos e ainda sim volumosos.
— Huh? – sussurrou, necessitado de mais atenção e beijos, fechando os olhos brevemente quando sentiu um beijo delicado em seu queixo.
— Você confia em mim? – a questão saiu baixa, agora olhando no fundo dos olhos do namorado.
— Mais que tudo.
— Tudo vai ficar bem, amor. Tudo.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro