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esse é o último que eu já tinha pronto :((
não sei quando volto com novos D:
não editado
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— Você anda rápido demais pra um grávido! – Jihyo suspirou a alguns metros de Jungkook, que andava em passos normais, mas a amiga era lenta demais na sua opinião.
— Eu mal tenho barriga, Jihyo – revirou os olhos, não se sentindo tão afetado em falar sobre aquilo naquele momento, mesmo que estivessem andando pelo bairro, na parte onde há vários tipos de comércios.
— Você anda com tantas roupas, que eu realmente não posso confirmar… – murmurou desagradada. Ela sabia o porquê de Jungkook estar quase no quarto mês de gravidez e mal ter um relevo, carregando gêmeos! Ela realmente sabia…
Já fazia quase duas semanas que o casal mal se falava, mas Jihyo estava cuidando de ambos, e frequentemente Taehyung aparecia na casa de Yongsun, pois ela é como uma mãe para os jovens, e sempre os acolhia; ficava sempre de portas abertas para os jovens. Jungkook havia ido poucas vezes lá, entretanto, nas vezes que apareceu fora bem acolhido e alimentado, como pouco se importava em fazer por si só, porque a própria mãe não se importava tanto.
E nas conversas que Jihyo teve com Taehyung, o amigo falou sobre como o psicológico poderia afetar fisicamente na gravidez, assim como o médico havia lhe dito. Esse fator também envolvia o fato de Jungkook não estar tendo uma gravidez saudável, ele sempre fora magro demais, e já tivera histórico de bulimia e anemia, entretanto, Jungkook melhorou muito depois do início do namoro com Taehyung, passando a comer regularmente com muito esforço e ajuda do namorado, e só tinha recaídas quando estava em crises ou em momentos estressantes, onde não comia direito por dias… E Jungkook não vinha comendo direito há um tempo.
Jihyo havia comentado com Taehyung na última vez que se viram que ele não estava comendo no intervalo da escola, e não sabia se ele comia algo em casa, pois normalmente quem o acompanhava era Taehyung, e então passou a convidá-lo para ir na casa de Solar, onde sabia que ele comeria. Porém, Jungkook se negava na maioria das vezes e a amiga não sabia muito bem o que fazer, não podia o obrigar a nada.
Aquilo pareceu enfraquecer mais um pouco Taehyung quando escutou tal coisa, que havia se esquecido daquele problema. Mas isso já estava presente um pouco antes de brigarem daquela forma; o Kim já vinha percebido a falta de alimentação do namorado há um tempo, e o incentivou a se alimentar corretamente, mas às vezes Jungkook negava, dizendo que não estava com fome, que estava cheio, que já estava ótimo, apenas tendo comendo algo leve pela manhã. Aquilo foi motivo de brigas, foi motivo de um Taehyung chorando de frustração, e um Jungkook trancado no banheiro por horas, chorando cansado daquilo que não queria para sua vida no momento
— Você comeu algo hoje? – Jihyo perguntou sem esperar uma resposta. — Que tal pararmos ali? Estou morrendo de fome…
Não era mentira, estava com fome, e a palidez de Jungkook a deixava agoniada. Saber da situação do amigo a deixava nervosa, e pararia em cada estabelecimento daquele bairro apenas para ver a cor viva voltar ao corpo de Jungkook, apenas para ver seu melhor amigo vivo. E se sentiu aliviada por Jungkook não ter negado passar na lancheira logo a frente, dando de ombros e a seguindo até o estabelecimento.
O lugar não era requintado ou algo parecido, era simples e aconchegante, um local de estilo tradicional do país, caseiro e confortável. O único barulho presente no local era do sino da entrada que se silenciou logo que Jungkook fechou a porta, e alguma coletânea de hits nativos de uma década atrás. Aquilo tirou um sorriso de Jihyo que fez uma breve dancinha ao que reconheceu uma das músicas, tirando uma gargalhada baixa de Jungkook.
— Boa tarde, posso ajuda-los? – Jihyo que fazia graça para Jungkook deu um pulo ao ouvir a voz atrás de si, logo se virando e engolindo em seco, enquanto Jungkook se encolhia de vergonha por estar acompanhando daquela criatura.
A mulher riu fracamente para os jovens, expondo um lindo sorriso que a deixava mais jovem do que aparentava ser, mesmo também estando aparente que era dona do local, sendo a única vestindo roupas diferentes dos dois únicos atendentes que tinha. Jihyo pareceu respondê-la, porém, Jungkook vagou o olhar pelo inteiror do estabelecimento, vendo que tudo ali não parecia muito antigo, ou apenas muito bem cuidado. Avistou também, uma pequena folha escrita a mão em letras bonitas: "vagas abertas para trabalho". Seus olhos brilharam, logo se voltando para a face de menos de trinta anos da mulher a sua frente, que sorriu distraída para si antes de voltar para o interior do local.
— Jun, vamos sentar ali enquanto ela busca o cardápio! Tem joguinhos no porta pratos de mesa… não é demais?! – a garota saltitou até a mesa, balançando os cabelos recentemente tingidos de vermelho enquanto arrastava o amigo pelo local.
Jungkook assentiu, sorrindo fraco assim que viu o grande sorriso da melhor amiga ao pegar um lápis que havia em cima da mesa e começar a jogar o clássico Jogo da Velha, logo lhe entregando o lápis para jogar também.
Talvez fosse nesses momentos que ele se sentia um estorvo. Não era idiota o suficiente para não ter percebido o quanto ela estava se esforçando além da conta esses dias apenas para o ver bem, e também sabia que estava de olho em Taehyung, mas Yongsun cuidava muito dele, poupando Jihyo do estresse que não era para ela, que já se preocupava demais com Jungkook. Ele se sentia mal e insensível pra um caralho, lhe doía perceber e receber tanto amor e esforço dela, e não conseguir dar retornos tão grandes, e lhe doía amar Jihyo e provavelmente não ter as forças que ela tem, caso os papéis fossem invertidos. Jungkook suspirava fundo toda vez que percebia a amiga sorrindo além da conta e tentando lhe arrancar num sorriso e falhar na maioria das vezes. Se sentia tão egoísta, incapaz e dependente, como se não não houvesse esforços da sua parte, quando tudo que queria era gargalhar com sua amiga das mesmas coisas idiotas que ela sorria. E estranhamente, sua angústia se tornava maior ao pensar que ela não seria forte assim para sempre; por ele, um dia ela iria desistir.
— Aqui está, queridos. Vou estar no balcão, quando escolherem é só chamar… – Jihyo agradeceu ao pegar os cardápios, logo entregando um para Jungkook.
Jungkook prometeu ler com atenção e escolher algo que ele tivesse curiosidade, porque Jihyo o obrigou, mas absolutamente nada no papel plastificado lhe fez brilhar os olhos.
— Eu definitivamente vou pegar esse bife acompanhado com essa coisa estranha… – o Jeon escutou a amiga murmurar. — Já escolheu, Kookie?
— Eu não estou com muita fome, mas… – Mas… ultimamente simplesmente não havia nada depois do "mas".
— Kookie… – Jihyo suspirou, mesmo que ela tenha tentando disfarçar que estava cansada e preocupada, Jungkook percebeu, se sentindo como vinha se sentindo durante aquelas duas semanas inteiras: um incômodo. — Eu e-entendo que… que você não tenha vontade de comer, mas… por favor? Eu preciso que você faça isso, Kookie.
— Eu não s-sinto que preciso disso, Jihyo… eu já comi o suficiente, eu não sinto fome – Os olhos fracos e o suspiro forte e sofrido que Jungkook soltou fez Jihyo querer chorar. Ela conseguia sentir o quanto ele estava perdido dentro de si mesmo, como se já estivesse sem os verdadeiros sentidos, se afundando… mais uma vez.
Jihyo se aproximou do melhor amigo, tomando o rosto tão descuidado em suas mãos, que por um tempo fora farto e corado, que mostrava sorrisos; secou as lágrimas que mal chegaram a sair, como se ele não as controlasse, não as percebesse, e beijou o rosto do amigo com tanto amor e carinho que Jungkook por um momento sentiu seu coração aquecer como não sentia há tempos. Jihyo lhe acolheu discretamente, olhou em seus olhos úmidos e sorriu, como se dissesse que estava tudo bem, que ela estaria ali por muito tempo.
— Você precisa além do que sente, tudo que se trata de coisas que nos farão bem. Você precisa de saúde, meu anjo. Preciso das suas bochechas rosas e fofas novamente, preciso ver a cor em você, Jungkook. Não só eu. Não é apenas eu que preciso de você saudável e forte, você sabe. – disse ao acariciar o rosto ainda lindo e delicado do amigo, olhando em seus olhos não tão expressivos, mas não podia ter medo de o relembrar da responsabilidade que carregava. — Não apenas eu e Tae.
Jihyo não estava se importando com os poucos olhares que recebiam, na lanchonete só havia mais algumas crianças comprando balas, os empregados do local e a dona atendendo as crianças. Jungkook não disse nada, apenas assentiu e aceitou o abraço caloroso da amiga.
— Vamos comer um super bife com um bagulho estranho! – comemorou então, dando uma última olhada no cardápio antes de espionar o amigo e o ver com um sorriso fraco no rosto para o escândalo que fizera.
A garota se encarregou novamente de fazer os pedidos, pedindo também de acompanhamento alguns petiscos antes do prato ficar pronto, pois iria encher Jungkook de comida e doces. Quando o prato finalmente chegou, a ruiva achou que Jungkook não iria comer mais depois de ter comido os petiscos, mas ele comeu o bife e os ovos empanados (bagulhos estranhos) com a vontade que pareceu ter sido despertada com o tempo, o que, deixou Jihyo satisfeita. Estavam quase terminando quando ela decidiu que seria um bom momento para falar o que tinha pra falar há um tempinho.
— Sabe… minha sogra trabalha no hospital, você sabe, e ela tem muitas amizades lá, Ggukie… e ela achou um psicólogo pra você. – comentou distraidamente, mexendo na comida em seu prato enquanto observava discretamente a reação de Jungkook, que não expressou nada, então ela continuou. — Ela queria dizer pessoalmente, mas você não vai ver ela nunca, né… Eu acho que seria bom você aceitar, Ggukie.
— Tudo bem.
— Mas você nem pensou sobre isso! Vai ser só uma consulta você pode ver se gost… – a ruiva parou no meio da frase que já havia planejado, segurando o próprio garfo no ar enquanto encarava Jungkook embasbacada, sem sombras de dúvida, estava embasbacada. — T-tudo… bem?!
— Sim. Não vai ser nada de mais, não é? Está tudo bem… – suspirou, dando de ombros. Só estava cansando, e fazia anos que tentavam escutar um simples "sim" da sua parte, apenas queriam que ele aceitasse se submeter a alguém lhe dando conselhos, e sinceramente, seria mais fácil ouvir conselhos do que viver o resto da vida se negando a algo idiota como aquilo, já que talvez um ou outro conselho pudesse lhe servir de algo.
E se tornou muito mais fácil quando um sorriso imenso se abriu nos lábios de Jihyo, um sorriso feliz. Feliz demais. Era como se aquela simplesmente resposta que Jungkook dera como se não fosse nada, fosse absolutamente a descoberta de todas as curas para Jihyo.
— Que bom! Eu to tão feliz, o Tae... Vou avisar a tia, daí… v-vemos um dia bom pra… – Jihyo tentou, mas seu nervosismo e emoção se mostrava em todas suas ações, mal conseguindo cordenar os movimentos das mãos enquanto procurava pelo celular na sua bolsa, e sua fala falhou no mesmo instante que sua visão se tornou turva quando as lágrimas se fizeram presente. Jihyo simplesmente ficou encarando sua bolsa e parou de procurar o celular, deixando então que um soluço saísse. — Ah, Kookie… me desculpe por isso.
A ruiva abriu um sorriso fraco para o amigo, envergonhada, mas logo limpando as lágrimas e suspirando fundo, voltando a procurar o celular, dessa vez mais calma.
Jungkook apenas mordeu o interior da boca, juntando os dedos e os apertando, segurando o choro que queria sair forte naquele momento. Não soube realmente o que aconteceu, entretanto, ver a amiga se desmanchar daquela forma, apenas por um "tudo bem", que ela tanto segurou, que ele tanto negligênciou como se não fosse nada, pareceu lhe mostrar o quanto tinha apoio, mesmo que não conseguisse ver. Mesmo que ser importante fosse tudo que ele quer, ainda sim lhe doía em uma parte, porque sua parte doente se sentia presa, se sentia cada vez mais doente em poder não partir do mundo sem partir corações antes. De alguma forma, ser importante as vezes só parecia um peso, que não o deixava finalmente deixar a vida. Só que Jungkook era dividido entre sua parte doente e sua parte que apenas queria que aquilo acabasse e ele pudesse ter uma vida saudável. Jungkook se sentia dividido entre ser importante e lutar, desistir e fugir de atenção, para que tudo se torne "fácil".
Ver Jihyo tão alegre mandando uma mensagem para Solar, de alguma forma o aqueceu, preencheu e reergueu sua vontade de continuar a ter vida naquele mundo tão caótico. Uma parte de si não se sentiu um incômodo para ninguém, viu tanto alívio e felicidade em alguém por uma simples ação sua, que… pareceu tão fácil continuar. Jungkook realmente queria chorar naquele momento. Era tão assustador não sentir que estava triste com aquilo, era assustador se sentir feliz e orgulhoso, aquilo nunca era comum, e quando acontecia, acabava rápido e de forma trágica.
Como era possível ter medo da alegria?
E quando seus olhos desatentos focaram nos olhos úmidos e cheio de brilho da sua melhor amiga, novamente sentiu aquele carinho que tão pouco sentia em seus dias atuais sem Taehyung. O sorriso involuntário no rosto de Jihyo mostrava seu contentamento e orgulho, e isso tirou um sorriso leve de Jungkook.
— Vou pedir uma fatia de torta! – Ela anunciou mais alegre do que quando chegou. Quando um outro atendente pareceu ali, Jungkook escolheu uma torta de limão e Jihyo uma de chocolate.
— Aqui tem vagas para emprego – O Jeon se lembrou do que queria dizer para a amiga, mordendo o interior da boca enquanto a olhava receoso, de braços cruzados em cima da mesa, batucando com os dedos na madeira. — Será que é para atendente? Tem poucos, mas não parece ter tanto movimento…
— Oh! Vagas… aqui? – franziu o cenho, olhando ao redor a procura de algum anúncio.
— Sim, têm um anúncio perto do caixa. – ergueu o queixo na direção, levando o olhar de Jihyo até o pequeno anúncio. — Gosto daqui…
Jihyo se animava com o rumo fácil que as coisas estavam seguindo, ela gostava de ser otimista, e talvez aquilo fosse o sinal de que as coisas pudessem começar, finalmente, a acontecer na vida do amigo. O fato dele aceitar um tratamento já era, não apenas um grande passo, mas sim um grande salto, e agora, achar uma vaga de emprego tão facilmente! Sabia que em comércios como esses era sempre fácil pegar o emprego quando o encontrava, então talvez Jungkook tivesse a sorte. Ela esperava que sim.
— Isso é ótimo, Kookie! – sorriu abertamente para Jungkook, que assentiu. Aquilo tudo era realmente ótimo…
As coisas estavam tomando um caminho realmente "bom", mas para Jungkook, novamente… aquilo o assustava. Diferente de Jihyo, o otimismo andava três passos atrás de Jungkook, não o acompanhava em nenhum momento da vida. Ele não estava se sentindo triste naquele momento, não estava pensando nos problemas que já possuía, mas não conseguia parar de pensar nos que poderiam vir. Sua gravidez naquele momento parecia não existir, e ele tentava a ignorar todo santo dia, e realmente funcionava as vezes, mas já estava com meses o suficiente para que aquilo não passar despercebido por si. Tinha consciência que estava quase iniciando quatro meses de gestação, e sua barriga não possuía um tamanho adequado para quem carregava gêmeos; não havia barriga suficiente para um grávido naquele tempo, não havia saúde alí.
Jungkook não conseguia se importar tanto com aquilo, pois lhe era um benefício no momento. Mas sabia que aquilo era um problema, constantemente se sentia fraco, constantemente a percepção de que não estava saudável e poderia arruinar de vez sua vida palpitava em sua cabeça. Jungkook odiava se olhar no espelho e notar seu corpo se transformando em algo habitável para aquilo que estava acabando com sua vida. Jungkook odiava lembrar que aquilo o separou de Taehyung, ele completamente odiava assimilar aquilo como a culpa de tudo dar errado na sua vida desde que fora descoberto. Ele realmente gostaria de poder ver um futuro com Taehyung e os bebês que carregava, mas ele não conseguia. Não se enxergava no próprio futuro.
A confusão mental lhe atingia sempre que percebia que estava trilhando os mesmos passos que sua mãe, ele percebia, e ele odiava. Uns de seus maiores medos era ceder para aquela gravidez e decidir criar aquelas crianças e ser tão desagradável quanto sua mãe. Que vida medíocre seus filhos teriam após ter uma gestação tão turbulenta e pais tão frágeis? Seu maior medo sempre seria o futuro, e sua maior barreira seria ele mesmo.
A fatia de torta finalmente havia chegado, e Jihyo fez uma pequena algazarra antes de prova-la e soltar uma exclamação exagerada de apreciação. Jungkook comeu sua torta com a vontade que não possuía há dias, se deliciando com o doce, o doce que lhe faltava na vida.
Bem, a torta estava realmente boa, mas Jungkook teve que repensar sobre isso assim que sentiu seu estômago revirar, e sentir a ânsia subir por sua garganta. Em questões de segundo estava no banheiro, com auxílio de uma placa que indicava o local, e em questões de milésimos colocava para fora tudo que havia acabado de ingerir, sentindo a bile retirando todo o doce sabor da torta de sua boca, e tomando com amargor até o humor que Jungkook havia restaurado naqueles últimos momentos.
Ele odiava ter que passar por aquilo, e parecia que não tinha fim. Suas ânsias realmente haviam parado, mas de acordo com Solar, gestação de gêmeos era literalmente tudo em dobro. Jungkook limpou a boca e secou o canto de seus olhos, sentando-se por um tempo no piso do pequeno banheiro. O que ele deveria fazer?
— Garoto? Hum.. sua amiga está receosa em entrar no banheiro masculino mesmo que eu tenha lhe permitido… Está tudo bem? Ela está apavorada – uma voz feminina soou na porta da cabine que estava, e ele pode reconhecer ser a voz da dona do local.
Jungkook corou e suspirou, estava fedendo a vômito e jogado no chão do banheiro, e não pretendia sair dali tão cedo, estava sem forças depois de por tudo que seu estômago havia ingerido nos últimos dois dias para fora. Sua boca estava amarga e isso lhe irritou, então ele logo tratou de se levantar e abrir a porta e sair.
— E-estou bem. Obrigado. – se curvou rapidamente, querendo enfiar a cara em um buraco ao olhar de relance a feição preocupada da mulher. Entretanto, se direcionou a torneira e lavou a boca e o rosto antes de se virar novamente para a mulher atrás de si. Recuou, além de intimidado, morrendo de vergonha.
— Você parece tão fraquinho, menino – suspirou fundo, compadecida. — Vamos, vou lhe fazer um chá e você vai comer algumas bolachinhas.
O Jeon piscou confuso, e sem muito o que fazer, assentiu e seguiu a mulher para fora do banheiro. Assim que passou pela porta, Jihyo correu ao seu encalço, perguntando se estava tudo bem e o tratando como vidro, mas Jungkook não poderia reclamar naquele momento, não poderia ser tão ingrato. A dona do local sumiu pela cozinha do estabelecimento, e os jovens acabaram por se sentar nos bancos altos em frente ao balcão, esperando a dona do estabelecimento, qual pediu para que esperassem ali.
— Jungkook… acho que seria bem vindo uma nova consulta com aquele médico – Jihyo disse, com os olhos na face de Jungkook, qual olhava para as próprias mãos sobre o balcão.
Talvez, fosse bem vindo, realmente. Mas, Jungkook às vezes gostaria apenas de não estar naquela realidade, pois os passos que deveria dar pareciam cada vez mais longo, parecia precisar de cada vez mais esforço. Agora, estava sozinho, por culpa própria. Taehyung não estava mais ao seu lado como deveria, e estava sendo mais difícil do que parecia ou deveria, como teria a força de vontade de continuar lutando se seu porto seguro não estava lá para lhe acudir? Como iria para uma consulta, sem Taehyung? Como deveria prosseguir com aquilo, sem ele? Taehyung era o motivo de suas decisões lúcidas, sua epifania.
— Aqui está, tome todo o chá, sim?
— Obrigado…? – Jungkook franziu o cenho confuso e sem jeito com aquela situação, ainda mais sem jeito ao que percebeu nem mesmo saber o nome da mulher para lhe agradecer devidamente.
— Somin, me chamo Jeon Somin. Você é o Jungkook, certo? – riu sem graça, já que sem intenção havia escutado o nome ser proferido pela garota, qual encarava a situação em silêncio, até agora.
— Woah! Vocês dois são Jeon, que coincidência! – os olhos de Jihyo saltaram assim que percebeu, mesmo que aquilo fosse comum.
— Oh, sério? – Somin também se surpreendeu, mesmo que Jungkook parecesse ser o único ali que não dera muita importância para aquilo. — Isso é comum aqui nessa região, acho que muitos Jeon vieram para cá, mas muitos não tem nenhum parentesco. Minha mulher também tem o mesmo sobrenome que eu, nem precisamos trocar nossos sobrenomes quando casamos.
Jungkook e Jihyo pareceram surpresos com aquela informação, não por elas não terem trocado de sobrenome, mas sim por serem casadas. Aquilo era surpreende, não era comum, e muito menos comum que ela falasse assim com tanta tranquilidade sem nenhum tipo de medo. Jungkook automaticamente passou a admirá-la, ela parecia uma mulher muito forte, e após aquilo, pareceu mais forte ainda, ela não tinha medo de ser quem é, de viver o que quer e com quem ama, aparentemente.
Eles não sabiam muito bem o que dizer depois disso, a mulher coçou a garganta e lhes lançou um sorriso fraco antes de se retirar para dentro da cozinha. Jungkook tratou de tomar o chá de uma vez, pensando se deveria perguntar sobre a vaga de serviço disponível, então, ao que voltou seu olhar para a amiga que também lhe encarava, suspirou fundo antes de qualquer coisa.
— Vou me oferecer para a vaga de serviço, talvez eu faça literalmente qualquer coisa pelo tempo que precisar desde que me pague o suficiente pra sair de perto da minha mãe…
— Pelo tempo que você puder, você quer dizer? – acrescentou, o olhando de sobrancelhas erguidas, mas ele apenas revirou os olhos e desviou o olhar. — Tudo vai dar certo, Jungkook.
Jungkook realmente não tinha certeza daquilo, mas teve uma pitada de esperança nos próximos minutos. Depois que pagaram o que comeram, de modo travado, mas eficaz, o Jeon perguntou pela vaga de trabalho no estabelecimento; era meio que um faz tudo, garçom, caixa, e deveria cuidar da limpeza. O salário era ótimo para quem trabalharia depois da escola até às seis da tarde, e se tornou melhor ainda quando Somin pareceu ficar contente que ele se candidatou para a vaga, na próxima semana ele já deveria aparecer ali depois da aula e seria devidamente instruído.
Não haveria ninguém que tirasse a confiança que Jihyo tinha em seu amigo, muito menos agora. Porque ela tinha certeza que tudo daria certo, a partir de agora.
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gente?? eu pensei que eu já tinha postado esse capítulo há MUITO tempo!!¡!!! mas acho que coloquei ele aqui e acabei deixando pra revisar outra hora e ia postar depois, mas acho que esqueci completamente D:
mil perdões, por isso, sério, demorei tanto que eu só vi isso agora que vim aqui postar outrokk
então, por isso, vai ser att dupla, vou postar o novo mesmo assim, mas amanhã, não sei se pela manhã ou tarde, mas vou postar um atrás do outro 💜
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