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NIXIE BLACK
16 de outubro de 1999

Enquanto caminho de volta para minha comunal olho as cartas, uma a uma, endereçadas a mim. Tenho uma de meu tio Amos, outra do meu tio Sirius e do Remus, uma do meu pai, da minha mãe e de Cedric.

Nós não costumamos trocar muitas cartas, sempre conversando apenas uma vez por mês diferentemente da maioria das famílias que se falam semanalmente. Como Ced e eu somos quem está mais longe, somos os únicos que tem que se virar para responder a todos. Tio Sirius, uma vez, disse que foi meu pai quem começou esse sistema para que não enjoássemos uns dos outros mais fácil e eu dei risada tendo que concordar que isso parecia muito uma coisa que Regulus Black faria.

Estava tão distraída decidindo qual eu leria primeiro baseada na sua grossura que não vi por onde andava e meu ombro acabou se chocando com o de outra pessoa e eu quase derrubei todas minhas cartas no chão.

— Ah, me desculpe!— arregalei os olhos e me voltei para o garoto com quem havia me trombado, me deparando com o lindo e imponente Blaise Zabini, meu artilheiro reserva e de quebra o garoto por quem eu tenho uma queda imensa. Imediatamente fiquei tensa quando seus olhos escuros e opacos focaram em meu rosto e ele abaixou o livro pequeno que segurava.

Se fosse qualquer outra pessoa, depois do pedido de desculpas eu já teria me retirado, mas é a porra do Zabini. O único amigo de Draco Malfoy que não age como um completo troglodita e honra por completo a postura de um verdadeiro sonserino. De pele negra, lábios carnudos e cabelos crespos curtos, ele é um dos garotos mais sexys de Hogwarts para mim, vestindo sempre roupas pretas de grife, não tem como um garoto desses não me deixar embasbacada por sua postura. Ele levanta a sobrancelha para mim, talvez curioso pela baba que está escorrendo no canto dos meus lábios e eu sinto meu rosto queimar intensamente. Normalmente é difícil para eu ficar corada, mas ele conseguiu me deixar vermelha como um tomate me olhando só por dez segundos.

— D-desculpa, e-eu não te vi.— e eu gaguejo feito uma idiota, porque claro que eu tenho que fazer papel de boba na frente de quem eu mais gostaria de pegar na minha vida. Ele seria um lindo troféu na minha estante de conquistas.

— Tudo bem, senhorita Black. Eu também não a vi, me desculpe se a machuquei.— ele fala, tremendamente condescendente e formal.

— Não— eu abro um sorriso torto, sem jeito— eu estou bem.— desajeitada, passo a mão nos cabelos para me arrumar diante desta beldade, e meu coração até erra as batidas quando ele me mede de cima a baixo — por mais que não tenha malícia no movimento, ou qualquer demonstração de emoção.

— Que bom.— ele assente, sinto que a conversa já acabou, porém olho para o seu livro e uma lâmpada se acende em minha cabeça.

— Não sabia que o senhor lia romancistas trouxas, senhor Zabini.— comento, dando um passo na sua direção só para ter certeza que não estou confundindo o livro. Blaise franze a testa e me encara com um pouco de curiosidade. É difícil ter um bruxo de puro sangue como nós que se interesse por qualquer coisa produzida por um trouxa.

— Você lê Jane Austen?— ele pergunta, mais interessado em mim do que segundos atrás.

Sorrio de canto e me recomponho, eu intimido os rapazes, não o contrário. Agora que temos o assunto, basta eu saber coordená-lo.

— Orgulho e Preconceito é o livro predileto de minha mãe— conto. Convenhamos, ela se identifica até demais com Elizabeth Bennett— mas eu admito que prefiro Emilly Brontë.— cerro os olhos com um sorrisinho malicioso nos lábios.

— A escrita dela é intensa, muito dramática— ele admite, umedecendo aqueles lábios lindos desenhados por um artista tremendamente talentoso— também gosto muito do Morro dos Ventos Uivantes, e, uau... pobre Heathcliff. Assombrado até a morte pela mulher que nunca teve.— ele sorri de canto e eu me excito mais do que deveria pela forma que ele fala. É inevitável, ele é puro charme.

— Isso não é verdade.— digo, abraçando as cartas contra o peito— Catherine sempre o pertenceu.

— Acho que você entendeu o que eu quis dizer, senhorita Black.— ele me olha de forma sensual que pode até não ser proposital e me fez tremer até o âmago— De qualquer forma... eu tenho que ir para um lugar agora.— ele apontou para o corredor pelo qual eu vinha.

— Ah, sim, claro, eu também!— eu sorrio me abanando com as cartas.— Mas sabe, bem que seria interessante nos encontrarmos uma hora dessas para falarmos sobre os livros. Eu sinto falta de amigos que gostam de ler, as vezes.— sugiro o que me vem em mente, qualquer chance de chamá-lo para sair vai ser agarrada com unhas e dentes. O rapaz assente, concordando.

— Seria uma boa ideia, eu também estou precisando de algumas indicações novas, talvez você possa me ajudar.— meu amigo, eu faço qualquer coisa que você me pedir, eu penso com muita perversidade, mas é claro que não demonstro nada além de um interesse educado— Até mais, capitã.— diz o Zabini em um tom muitíssimo agradável, e volta a caminhar, seguindo seu rumo.

— Até mais, senhor Zabini.— murmurei mordendo o lábio e admirando aqueles ombros largos que ele tem. Ele não olha para trás momento algum e, antes de me libertar como uma adolescente esbaforida, olhei para os lados para ter certeza que ninguém estava me olhando. Soquei o ar em comemoração e me contive rapidamente, indo correr mais rápido ainda para as masmorras. Ah, não, isso eu vou ter que contar para minha mãe.

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— Nixie, Nixie...— eu sinto um braço vindo por cima do meu ombro, no entanto nem me alerto já que reconheço a voz de Gina facilmente.— Como você está, minha musa da inspiração, minha melhor amiga de todos os tempos?

Ok, vejo que temos problemas aqui.

— Oh, eu sou sua melhor amiga agora? Eu jurava que quem ocupava este cargo era Adhara.— comento irônica, nós caminhamos lado a lado para o Grande Salão para podermos jantar. Estou de braços dados com Jacob, nós dois conversávamos até agora sobre o trabalho em dupla que faremos para a aula de Poções. Nada demais.

— Aquela perdedora?— a ruiva solta uma risada nasalada e descarta a ideia com um aceno— Jamais! É só você na minha vida, meu bem.— ela responde fazendo beicinho para mim e eu levanto a sobrancelha, questionadora.

— Diga-me o que quer de uma vez, Weasley fêmea.— balanço a cabeça e reviro os olhos segurando o sorriso. Gina pisca inocentemente.

— Acha que eu viria falar contigo só por interesse, minha rainha?

— Puxando meu saco dessa forma, tenho lá minhas dúvidas.

— E, convenhamos, chamá-la de rainha já é exagero, senhorita Weasley. Todos nós sabemos que Nixie jamais teria a postura de uma.— Johnson comenta ao meu lado e eu cravo as unhas no seu braço em repreensão.

— O que precisa, Weasley?— repito para que a conversa seja mais objetiva e termine logo para que eu vá para a minha mesa mais rápido. Hoje pretendo me sentar do lado de Blaise para bancar a garota legal, completamente culta e interessante que deve ser o tipo dele. Eu quero aquele garoto eu vou ter ele leve o tempo que precisar!

— Nada demais, sabe... só queria saber se nesse final de semana você pode me ajudar com uma coisa...— Gina enrola e enrola.

— Que seria?

— Ah, eu preciso de uma ajuda para me livrar do tédio, Nixie! Por que a gente não faz uma pequena resenha esse sábado? Só entre amigos, pode ser no dormitório dos rapazes. Lá na nossa torre já que a masmorra de vocês é fria demais.— ela franze a testa. Gina nunca pisou no meu dormitório, ela odeia as masmorras com todas as forças e morre de medo do Barão Sangrento.

— Você quer dar uma festinha logo na semana que nossos treinos começaram, senhorita Weasley?— Jacob pergunta, tão desconfiado quanto eu.

— Eu sei, eu sei, os finais de semana são ainda mais importantes para treinar pois temos mais tempo, mas eu queria curtir um pouco. Sei que em breve você vai ser domada por um instinto mercenário que vai tentar nos matar durante os jogos e seria legal termos um momento bom antes disso, não acha?— Gina me encara com expectativa. Me sinto acuada, inclinada a recuar.

Mas... irá demorar até termos uma oportunidade de fazer uma festa de verdade para aproveitar nossa juventude. É meu último ano, eu meio que prometi para mim mesma antes de pisar no castelo que não perderia nenhuma chance de me divertir.

Mesmo cheia de desconfiança, eu não consigo, nem vejo porquê dizer "não" para esse rostinho sardento.

— Ok, talvez você esteja certa.— balanço a cabeça. Gina se iluminou, saltitou me abraçando de lado.— Mas será nosso último sábado como amigas, depois disso seremos rivais mortais.— a alerto e ela se afasta imediatamente fazendo uma careta séria e prestando continência para mim. As portas do Grande Salão estão escancaradas e quando as atravessamos, o mesmo está consideravelmente cheio.

— Sim, senhora! Diggory, senhora!— ela diz e eu dou risada. Gina finalmente olha para Jacob e faz uma careta boba— Você também está mais do que convidado, senhor Johnson.— ela cantarola e se afasta saltitando.

— Ela está tramando alguma coisa.— Jacob observa o óbvio.

— Ah, pode ter certeza que sim.— sorrio o puxando para a mesa da Sonserina, avistando de longe a cabeleira loira de Draco e o meu querido Blaise sentado logo ao seu lado— É só manter os olhos abertos, tenho certeza que não é nada demais.

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Nota da autora:

Gente, desculpa, mas eu sou terrivelmente cadela do Blaise Zabini e tive que passar um pouco disso para Nixie pq mds, que homem! Me apaixonando cada vez mais por ele por causa da fanfic da isis_grindelwald e olha que ele nem é o foco principal. Eu amo essa autora, ela sim escreve personagens sonserinos de verdade.