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𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟐

Três anos atrás – O Primeiro Dia de Ensino Médio

Fiquei parada em frente ao espelho, encarando meu reflexo mais uma vez, como se esperasse que ele me dissesse algo que eu não sabia. Meus olhos castanhos, normalmente sem graça, pareciam agora mais intensos, como se refletissem toda a ansiedade que eu tentava ignorar. Meu pulso estava acelerado, e eu podia sentir cada batida contra a pele fina do meu pulso, uma lembrança constante de que hoje seria um dia importante. Meu primeiro dia de aula no ensino médio. Um suspiro escapou dos meus lábios. Eu deveria estar empolgada, mas a sensação de desconforto e nervosismo tomava conta de mim.

Foi então que a risada de Mi-hi ecoou pelo corredor, interrompendo minha introspecção.

— Tem certeza de que está nervoso porque é o primeiro dia de aula no ensino médio, ou será que tem algo a ver com a Seo Ye-ji voltando de Miami depois de três meses? — ela perguntou, com um tom provocador, como se estivesse prestes a desenterrar alguma verdade escondida.

Eu não precisava de mais nada para me sentir corada. Mi-hi e eu éramos amigos desde sempre, praticamente irmãos, mas, às vezes, ela parecia ter uma capacidade incrível de me fazer ficar nervoso sem nem tentar. E esse momento não era diferente.

Fiz uma careta e dei uma resposta rápida, tentando soar mais calmo do que realmente estava.

— Ye-ji é só uma amiga, e não tem nada acontecendo entre nós — retruquei, tentando esconder o desconforto na minha voz.

Mi-hi soltou uma risada alta, e seus olhos brilharam de diversão.

— Por que não? — ela insistiu. — Você e a Ye-ji seriam ótimos juntos.

Eu revirei os olhos, não conseguindo esconder um sorriso frustrado.

— Você está falando sério ao tentar me arrumar um encontro com sua irmã? — perguntei, sem saber se ela estava brincando ou se realmente achava que algo poderia acontecer entre nós. Mi-hi apenas deu de ombros, um sorriso envergonhado se formando em seu rosto.

Ye-ji, a irmã mais velha de Mi-hi, era alguém que eu conhecia desde que nos mudamos para a casa ao lado deles, há dez anos. Desde então, nossas famílias se tornaram inseparáveis, e, apesar de toda a nossa amizade, eu nunca soubera como lidar com o fato de que a minha amizade com Ye-ji era, de alguma forma, mais complexa do que eu queria admitir.

Nós dois começamos a descer as escadas para a cozinha, e o cheiro do café da manhã tomou conta do ar. A visão da minha mãe, de pé ao lado da mesa, com aquele sorriso acolhedor, sempre me fazia sentir que, no fundo, tudo estava bem.

— Oi, mãe! — disse, dando-lhe um beijo rápido na bochecha, sentindo o calor do seu afeto.

— Bom dia, meus amores — ela respondeu, com aquele sorriso que sempre tinha o poder de acalmar qualquer tempestade. — Vamos, tomem café da manhã.

Mas algo estava diferente hoje. Algo me incomodava.

— Onde está o papai? — Perguntei, sem querer soar desconfiado, mas notando a ausência dele na casa.

Minha mãe hesitou por um segundo, e sua expressão, que até então tinha sido calorosa e tranquila, vacilou. Algo parecia estar errado.

— Ele foi trabalhar cedo — ela respondeu, mas sua voz estava tensa, uma pequena falha que não passou despercebida.

Eu olhei para ela, tentando entender o que estava acontecendo. Será que houve alguma briga? Mas não me atrevi a perguntar na frente de Mi-hi, que já estava devorando seu cereal com a cabeça baixa, claramente ignorando o que se passava ao nosso redor.

Eu não sabia, na época, o quanto essa tensão em casa marcaria o início de uma mudança que eu não podia prever. Eu sempre achara que tinha uma vida boa — uma casa confortável, pais amorosos, amigos incríveis e, até aquele momento, tudo estava indo bem na escola. Mas, olhando para minha mãe, com seus olhos que pareciam esconder mais do que estavam dispostos a revelar, eu senti um pressentimento, uma sensação estranha de que nada disso seria como eu imaginava. Em algumas semanas, tudo mudaria. E, se eu soubesse disso, teria sido mais grato, teria aproveitado aqueles momentos mais simples de felicidade, sem saber o que viria pela frente.

O som dos pneus do carro chiando no asfalto pareceu se misturar à algazarra do estacionamento lotado da escola. O lugar fervilhava de alunos, como sempre, cada um envolvido em sua própria pequena bolha de conversa, risadas ou pura ansiedade do primeiro dia. Quando saímos do carro, o cheiro de terra molhada – provavelmente do jardim recém-regado perto da entrada – trouxe de volta uma enxurrada de memórias.

Eu sorri sem nem perceber. Por mais que eu adorasse as férias, havia algo confortante em estar de volta. Era como se o caos da rotina escolar fosse, de algum jeito, um pedaço essencial da nossa vida.

— Onde estão os caras, afinal? — Mi-hi perguntou de repente, franzindo o cenho. — Será que eles saíram cedo pro treino de futebol?

Ela parecia genuinamente aborrecida com a ideia, seu lábio inferior formando um bico indignado.

— Ye-jun estava brigando de novo esta manhã — acrescentou, cruzando os braços com um suspiro teatral. Era algo que ela fazia frequentemente, como se as frustrações do irmão meio mais velho fossem parte do enredo principal da vida dela.

— Ye-jun está em casa? — perguntei, incapaz de esconder minha surpresa. Ye-jun era o meio-irmão de Mi-hi e Ye-ji. A mãe delas tinha se casado com o pai dele anos atrás, formando aquela dinâmica familiar que ainda me parecia um pouco confusa. Ele era mais velho, estava na faculdade em outro estado, e, por conta disso, raramente aparecia. Minha interação com ele era limitada a um cumprimento ocasional em feriados. Ele era sempre educado, mas, por algum motivo misterioso, Ye-ji o tratava como se ele fosse o vilão de uma novela dramática.

Foi então que uma voz familiar cortou meus pensamentos.

— Sung-min!

Meu coração disparou, como se tivesse recebido um choque elétrico. Aquela voz... Eu poderia reconhecê-la em qualquer lugar.

— Ye-ji! — gritei, a empolgação transbordando em cada sílaba.

Antes que eu percebesse, fui puxado para um abraço caloroso. A sensação de seus braços ao meu redor, o cheiro inconfundível de seu shampoo – algo floral e fresco – me fizeram relaxar instantaneamente. Era como se o tempo tivesse parado por um momento.
Eu tinha sentido tanta falta dela.

Quando Ye-ji finalmente me soltou, ela se virou para cumprimentar Mi-hi e os outros. Isso me deu a chance de realmente olhar para ela. E foi aí que eu notei.

Meus olhos se arregalaram.

— Uau... — deixei escapar, incapaz de evitar.

Ela parecia diferente. Mais alta, talvez uns seis centímetros desde a última vez que nos vimos. Seu cabelo caía em ondas soltas sobre os ombros, e havia algo no jeito como ela sorria – confiante e um pouco irônica, como se soubesse exatamente o impacto que causava.

— Estou sexy, né? — Ye-ji brincou, arqueando uma sobrancelha, o sorriso travesso ainda no rosto.

Revirei os olhos, tentando ignorar o calor que subiu ao meu rosto.

Não havia como negar: Ye-ji era linda. Ela sempre foi, mas agora... agora ela parecia estar plenamente consciente disso.

Meus olhos se demoraram nas feições delicadas de Ye-ji, como se quisessem absorver cada detalhe. Seus olhos castanhos, com aquele tom único de mel, brilhavam suavemente sob o sol da manhã. Não era nenhuma surpresa que os garotos da cidade fossem loucos por ela. Havia algo magnético em sua presença, como se ela fosse um raio de sol em um dia nublado.

Enquanto eu estava perdido em meus pensamentos, Hye, o melhor amigo de Ye-ji, apareceu ao nosso lado com seu jeito descontraído. Seu sorriso era o mesmo de sempre, caloroso e genuíno, e era bom vê-lo depois de tanto tempo.

— Como você está, Sung-min? — Hye perguntou, sua voz suave e familiar.

— Estou bem, e você? — respondi, com um sorriso que tentava expressar minha alegria ao vê-lo novamente.

Foi então que meus olhos captaram algo que me deixou surpreso. Hye estava usando aparelhos auditivos. Não era comum vê-lo com eles, já que ele sempre evitava usá-los. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele pareceu perceber minha reação e deu de ombros, como se estivesse lendo meus pensamentos.

— Mamãe me obrigou — explicou, com um meio sorriso que escondia uma leve resignação.

Hye nunca deixou sua perda auditiva definir quem ele era. Ele tinha perdido boa parte da audição ainda muito jovem, mas encontrou formas de se conectar com as pessoas. Com determinação e um pouco de ajuda, aprendeu sozinho a ler lábios e sempre parecia tão à vontade nas conversas quanto qualquer um de nós.

Ye-ji segurou minha mão, puxando-me de volta ao momento presente.

— E então, como é finalmente estar no ensino médio? — ela perguntou, erguendo uma sobrancelha com um toque de zombaria.

Soltei uma risada, meio nervosa. — Sinceramente, ainda não sei. Parece um sonho estranho.

Enquanto caminhávamos em direção à entrada principal da escola, a energia no ar era quase palpável, cheia de sussurros e novidades.

— Você ouviu? O filho do governador vai estudar aqui este ano — Mi-hi, sempre cheia de informações, anunciou animada.

— Sim — acrescentou Hye. — Dizem que ele foi educado em casa a vida toda, mas agora vai terminar o ensino médio aqui.

— Primeira vez dele em uma escola? Deve ser assustador. Precisamos fazer com que ele se sinta à vontade — sugeriu Ye-ji, com aquele olhar gentil que só ela tinha.

— Olhem, é ele! — Mi-hi interrompeu, seus olhos arregalados de excitação.

Segui seu olhar e, a poucos metros de distância, vi o garoto de quem todos estavam falando. Ele era... impressionante. Alta, com pernas longas e cabelos negros que pareciam capturar cada raio de luz. Ele estava conversando com dois garotos, mas havia algo nele que fazia o mundo ao redor parecer distante, desfocado.

Meu coração deu um salto inesperado. Ele era, sem dúvida, o garoto mais bonito que eu já tinha visto.

— Ele não parece nem um pouco tímido ou estranho para mim — comentou Hye, assobiando baixinho.

— Quem se sentiria estranho sendo tão lindo assim? — pensei comigo mesmo, incapaz de desviar o olhar.

Enquanto passávamos por ele, reuni coragem para inclinar ligeiramente a cabeça e oferecer um sorriso amigável. Queria, de alguma forma, capturar sua atenção, mas parecia que seus olhos estavam fixos em algo... ou em alguém.

Atualmente

Eu saí de casa sem tomar café da manhã. Nem passei pela cozinha. Não queria esbarrar no meu pai. Desde o que aconteceu há dois dias, não tínhamos trocado sequer um bom-dia. Ele tinha me jogado a bomba sobre sua noiva e agido como se fosse um detalhe qualquer da vida. Entrei na cafeteria do campus, sentindo o peso do dia que ainda nem tinha começado. Meu primeiro dia de faculdade não podia ser com o estômago vazio — era o mínimo de dignidade que eu conseguia manter. Mesmo assim, cada passo parecia mais pesado, como se estivesse andando em areia movediça. Ele tinha me matriculado semanas atrás, como se isso resolvesse tudo.

Senti a dor familiar apertar meu peito.

Mãe, eu sinto tanto a sua falta.
Eu me sinto tão sozinho.
Gostaria que você ainda estivesse aqui.

Fechei os olhos por um instante, tentando engolir o nó na garganta. Não era o lugar certo para desmoronar. Não agora. Quando abri os olhos, a mulher atrás do balcão estava me estendendo meu café gelado e um pedaço de bolo. Consegui forçar um "obrigado" antes de sair.

Segurando o copo e o pratinho, segui em direção à saída da cafeteria, mas minha mente ainda estava longe, atolada em pensamentos que não me deixavam em paz. Foi nesse momento que aconteceu.

Eu não estava olhando para onde ia, distraído demais, e o próximo segundo foi um borrão. Esbarrei em alguém, e o café escorreu, encharcando a blusa da pessoa.

— Merda! — soltei, instintivamente, me apressando para me desculpar. — Eu sinto muito — comecei, mas as palavras morreram antes de saírem completamente da minha boca.

Porque era ela.

Ye-ji.

Nossos olhares se cruzaram, e foi como se o mundo tivesse parado. De repente, eu esqueci como se respirava. A última vez que a vi foi há dois dias. E, naquele momento, eu tinha feito a única coisa que sabia fazer: fugir. Nem sequer tive tempo de processar, muito menos de olhar para ela direito.

Agora, não tinha como escapar.

Ela estava diferente. Mas, ao mesmo tempo, ainda era a mesma Ye-ji.

As feições delicadas ainda estavam lá, mas seus olhos... Aqueles olhos castanhos, que antes tinham o brilho caloroso de mel, agora estavam opacos, quase vazios. Ela tinha cortado o cabelo. Estava mais curto, enquadrando seu rosto de um jeito que parecia gritar que algo havia mudado.

— Sung-min? — ela finalmente falou, com um suspiro que parecia pesar séculos.

Minha boca ficou seca. Como se, de repente, toda a umidade do meu corpo tivesse evaporado.

Ela ainda estava ali, de pé, bem na minha frente, e eu me senti preso a algum tipo de transe estranho.

Dei um passo para trás, quebrando a bolha que nos envolvia, e endireitei a postura.

Mantive meu rosto o mais neutro possível, mesmo quando meu coração deu um salto dentro do peito, como se quisesse escapar.

Simplesmente perfeito.

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