𝑷𝑹𝑶𝑳𝑶𝑮𝑶
Deixei um rastro de sangue em cada ilha
Enquanto troquei amigos como objetos que eu podia usar. Machuquei mais vidas do que posso contar nos dedos, mas tudo isso foi para me trazer de volta a você.
"Mate-o."
"Você deve matá-lo."
"Arranque o olho dele"
As palavras não faziam sentido. Elas estavam impregnadas com a urgência de uma ordem, mas Elowen não conseguia compreender o motivo. Não conseguia entender o que estava acontecendo, o que ela estava fazendo. Seus olhos estavam embaçados, a visão turva pelas lágrimas que escorriam incontroláveis, como se o próprio peso do mundo estivesse colapsando sobre ela.
Suas mãos estavam ensopadas de sangue. O sangue dele.
Ela olhou para as palmas das mãos, tentando entender o que havia feito, mas só encontrou o vermelho profundo, uma cor que parecia engolir tudo ao seu redor. Sua respiração estava pesada e descompassada, enquanto soluçava, os ombros tremendo com o peso de sua própria dor.
O corpo à sua frente estava imóvel, e ela não conseguia indetificar quem era, mas seu coração doía por ele profundamente.
O silêncio parecia pesado, quase palpável, o som do seu choro preenchendo o espaço vazio em torno dela. O cabelo branco de Elowen caía sobre o rosto, tapando sua visão, mas ela não se importava. Só queria esconder-se do que havia feito, do que não podia controlar.
Ela se curvou sobre o corpo, sua testa tocando o chão frio, e as palavras saíram de sua boca como um grito de agonia, uma expressão de dor que parecia partir sua alma em pedaços.
— Meu dragão se foi... — sussurrou, a voz falhando no final, quebrando-se de tanto sofrimento. O som era um lamento profundo, a verdadeira essência da tristeza, como se ela estivesse enterrando a parte de si mesma que havia sido perdida para sempre.
Elowen acordou de repente, um sobressalto que a fez puxar o ar com força. Seus olhos estavam abertos, mas sua mente ainda flutuava no limbo entre o sono e a realidade. Ela sentia o coração bater forte no peito, como se tivesse corrido por uma longa distância, mas o que a incomodava mais era a sensação estranha, como se algo estivesse faltando.
Sentou-se na cama com dificuldade, o corpo tenso, como se alguma pressão invisível estivesse a empurrando para baixo. Seus olhos se moviam lentamente pela escuridão do quarto, mas nada parecia se encaixar. Não havia ruídos, não havia nada além do vazio que a cercava.
Quando ela levantou a mão direita para o rosto, a surpresa foi quase um choque. A palma estava molhada. Ela a aproximou mais, sem entender, e então percebeu as lágrimas em seu rosto. A pele ainda estava quente e úmida de tanto chorar, mas, por mais que tentasse focar, não sabia por que estava ali. Não sabia por que as lágrimas estavam escorrendo, nem quem as havia causado.
— Porque... estou chorando? — Ela sussurrou, sua voz trêmula, quase inaudível.
As palavras soaram fracas em sua própria boca, como se ela estivesse tentando conversar consigo mesma em um espelho embaçado. Não conseguia se lembrar de nada. A sensação de perda, de vazio, de algo profundamente errado, a consumia. Ela fungou baixinho, passando a mão sobre os olhos e sentindo o calor das lágrimas secando.
De onde elas vinham?
Ela se inclinou para frente, seus dedos tocando a cama fria, como se a matéria sólida ao seu redor pudesse ajudar a entender a confusão interna. Mas nada fazia sentido.
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