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𖤍𖡼↷ 𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐔𝐄

Quando mais nova, eu amava correr. Não porque fazia parte do treinamento diário obrigatório que meus pais me faziam ter até que a exaustão me consumisse por completo, mas sim porque adorava a sensação de liberdade que me preenchia toda vez que o vento suave batia contra meu rosto. Eu me divertia com aquilo, mesmo que tivesse correndo porque eles me mandaram o fazer. Gostava do como tudo parecia desaparecer naqueles instantes enquanto eu colocava meu corpo para se movimentar, gostava do como parecia que nada mais importava, e, principalmente, eu gostava da sensação de ser uma pessoa normal enquanto estava correndo.

Crianças normais gostavam de brincar que estavam sendo perseguidas por algum monstro, e por isso estavam correndo. Elas corriam, gritavam e depois davam risada, porque elas não eram capazes de enxergar os verdadeiros monstros que andavam sempre a espreita. Mas eu conseguia, conseguia ver cada um deles, e não tinha a permissão para fugir. Muito pelo contrário, eu deveria os enfrentar. Por isso correr para mim sempre teve um significado diferente. Não era exatamente fugir dos meus problemas, mas uma forma de bater de frente com todos eles, de correr em busca do que eu queria para mim mesma.

A primeira vez que vi uma maldição, eu gritei e chorei. Me lembro como se fosse ontem, da forma como pedi desesperadamente para que meu pai tirasse o monstro de baixo da minha cama que estava falando comigo e me impedindo de conseguir dormir. Me lembro como se fosse ontem da forma como meu pai foi até meu quarto analisar a situação e entregou na minha mão, uma criança de cinco anos, uma adaga gigante cheia de energia amaldiçoada, e mandou que eu acabasse com aquela maldição. Me lembro também do como eu tremi, chorei, e deixei a adaga cair no piso de madeira, mais propícia a fazer xixi no meu pijama do que capaz de enfiar a ponta daquela lâmina na pele gosmenta dequela maldição.

Também me lembro do como meu pai me fez assistir enquanto ele exorcisava a maldição, do como o gincho de dor daquele monstro gosmento e nojento me fez estremecer e ter pesadelos pelos meses que se seguiram. Na manhã seguinte, meu pai me fez começar a treinar. A lutar, a correr, a tentar manusear armas, e não existia espaço para dizer "não". Eu não tinha escolhas, afinal. Era aquilo, ou ele não ia mais tirar os monstros que surgissem perto de mim. Era aquilo ou eu não teria mais absolutamente nada.

Quando minha irmã mais nova, Allie, começou a ver maldições também, levei aquele treinamento a sério, pois eu tinha um único objetivo: proteger minha irmã e não fazer com que ela sofresse tudo o que eu estava sofrendo. Afinal, não era essa a função dos irmãos mais velhos? Proteger seus irmãozinhos? Eu facilmente teria dado minha vida por Allie, e teria dado tudo de mim para que ela nunca tivesse que enxergar maldições. Que não tivesse que fazer parte desse mundo de merda que eu era forçada a fazer.

Os treinamentos de Allie sempre foram mais leves, mais idiotas. Ela não tinha tanta energia amaldiçoada quanto eu e também não sabia direito como a controlar. Mas meus pais nunca se importaram com isso, nunca ligaram de verdade para o fato de Allie não ter a menor vontade de fazer parte do mundo dos feiticeiros. Porque o foco deles sempre esteve em mim, algo que só fui entender o motivo quando fiz treze anos. E o pior dia da minha vida foi aquele que me trouxe as respostas para todas as minhas dúvidas, para o porquê de meus pais me fazerem chegar ao extremo com treinamentos e uso de técnicas amaldiçoadas que nem mesmo eles dominavam direito.

Eu ainda me lembro muito bem. Bem até demais, cada maldito detalhe do dia que eu queria com todas as minhas forças apagar. Eu até mesmo tentei, tentei esquecer e superar, como também procurei em cada canto do mundo alguém que pudesse apagar minhas memórias, mas isso era impossível. Ninguém sabia uma cura para as lembranças ruins. E ninguém poderia curar meu coração partido, despedaçado por algo que nem mesmo deveria ser minha culpa, mas eu sentia como se fosse.

Allie nunca teve muita vontade de fazer parte do nosso mundo. Ou pelo menos era isso que eu achava. Ela podia até mesmo não se importar com energia amaldiçoada, mas ela se importava com nossa família, nossa família que nunca mereceu o amor dela e muito menos o meu. Que nunca verdadeiramente se importou com nós duas. E ainda assim, Allie amava nossos pais. Os amava tanto que não conseguia entender o porque de eles apenas darem atenção para mim e fingirem que ela não existia na maior parte do tempo. O porque tudo parecia ser sobre Alexys Kobayashi e nunca sobre Allie Kobayashi.

Eu me arrependo de ter brigado com Allie. Por tudo o que é mais sagrado, não há um dia sequer que eu não me arrependa daquele dia, daquela briga imbecil, do como fiquei nervosa e estressada. Me arrependo tanto, tanto, que às vezes não consigo sequer respirar tamanha é a culpa que toma conta do meu coração. Se eu ao menos soubesse o que estava fazendo, o que estava falando, ou o como minhas palavras poderiam ter um peso negativo... Eu jamais teria feito aquilo. Jamais. Eu era jovem, estúpida e estava irritada com Allie por me acusar. Eu odiava minha vida e odiava o como nossos pais me controlavam, então não era nada justo que Allie viesse com aquela história de que eu era a filha favorita. Que piada! Se existia uma favorita, deveria ser ela, já que eles nunca pegavam pesado com Allie. Hoje em dia eu sei o que ela sente, sei que na verdade ela só queria um pouco mais de atenção. E eu tirei qualquer oportunidade de Allie conquistar isso um dia.

Meu pai todos os dias me fazia repetir uma sequência de palavras que eu sabia serem poderosas, pois conseguia sentir o peso delas na voz dele. Mas quando eu as dizia, nada acontecia, o que deixava meu pai frustrado pelo restante do dia. Eu não sabia exatamente o que ele esperava que acontecesse caso eu as dissesse, mas sabia que deveria ser algo que mostraria o quão forte eu era, certo?

Eu não imaginei que aquilo pudesse machucar alguém. Nem mesmo achei que fosse funcionar quando eu, cheia de raiva da minha irmã mais nova, acabei fazendo o ritual de invocação sem querer, chamando uma maldição de grau um. Eu nem mesmo sabia o como tinha feito aquilo, nem mesmo sabia que eu podia fazer aquilo! Porque ninguém mais na família Kobayashi conseguia, meus pais muito menos. Mais tarde descobri que um ou dois dos meus familiares eram capazes de fazer o mesmo, mas com maldições tão fracas que serviam apenas como uma distração para o oponente. Ninguém jamais tinha invocado uma maldição de grau um. Muito menos aos treze anos de idade.

Allie e eu gritamos de puro horror quando aquele monstro rasteijou e atacou. Eu mandei ela correr, disposta a ser a distração e morrer por Allie. E ela correu, correu para bem longe. Eu estava pronta para morrer, não me importava com isso desde que minha irmãzinha pudesse ficar bem.

A maldição nem mesmo olhou para mim. Nem mesmo se importou comigo, mesmo quando atirei uma adaga contra suas costas. Era como se ela não me enxergasse. A maldição passou reto por mim, indo diretamente atrás de Allie.

Eu ainda sonho com os gritos de Allie, com meus próprios gritos desesperados implorando para que parasse. Mas nada funcionou.

A mancha de sangue foi algo que nem mesmo os mais poderosos produtos de limpeza conseguiram tirar das paredes da sala da minha casa. Nem mesmo três anos depois haviam apagado os traços daquela noite, manchados naquela casa que meus pais se recusavam a deixar. Meu inferno particular.

Minha irmã morreu porque eu não soube controlar minha técnica amaldiçoada. Ela morreu por minha causa, por causa da minha voz e de algo que eu tinha dito. Era tudo minha culpa, e nada no mundo a traria de volta. Allie teria se tornado uma feiticeira incrível e uma mulher maravilhosa, mas por conta da minha raiva, eu tinha tirado tudo isso dela. Tinha tirado a chance da minha irmã de viver.

E por conta disso, após aquele dia, após descobrir e entender o que eu era capaz, eu nunca mais falei.

Boa noite meu povo! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Repostando essa fanfic porque amo ela de paixão

Primeiro capítulo com um leve toque de cloro, só pra vocês conhecerem a Alexys :')

Prometo tentar atualizar rápido e vejo vocês no próximo capítulo <3
~Ana

Data: 08/05/22
Repostada em: 09/10/23

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