𖤍𖡼↷ 𝐅𝐎𝐔𝐑
Enquanto escutava o sermão de Maki para Yuta pelo que parecia a milionésima vez, apenas troquei um olhar com ele, tentando me decidir se levaria tão a sério assim as coisas que Maki estava falando naquele momento. Quero dizer, Yuta realmente ainda precisa aprender umas coisas em relação a luta e inclusive ao mundo Jujutsu, mas isso não significa que ele não tenha melhorado bastante durante esse tempo que se passou. E acho que ela percebeu a troca de olhares entre Yuta e eu, pois isso apenas serviu para intensificar a irritação que Maki estava sentindo naquele momento, fazendo ela cruzar os braços e arquear a sobrancelha para nós dois.
-Tem algo que vocês gostariam de compartilhar com o resto de nós, Alexys e Yuta? - ela disse com sarcasmo, claramente indignada. Provavelmente estava muito mais irritada consigo mesma por ainda não ter conseguido desvendar minhas conversas silenciosas com Yuta do que de fato irritada comigo e com ele. Mas era meio inevitável; Yuta me entendia sem eu nem mesmo ter que tentar expressar algo, apenas pelo meu olhar ele já sabia exatamente o que eu estava pensando, e eu achava isso o máximo. No final das contas, aquelas semanas todas que passamos juntos tinha feito uma espécie de conexão estranha e bizarra surgir entre o Okkotsu e eu. E eu me importava com ele mais do que gostaria de admitir.
De forma alguma, continue. Gesticulei para Maki abrindo um sorrisinho que apenas serviu para deixar ela ainda mais irritada comigo. Era engraçado ver esse lado de Maki às vezes, mas apenas quando eu sabia que não era exatamente uma irritação que ela estava sentindo. Pela cara de Panda naquele momento, ele também achava graça com o como Maki ficava estressada assim com coisas que pareciam sem importância alguma. Só pelo olhar dela, tive certeza que ela queria me esganar.
-Você é terrível, Lexy. - Yuta murmurou um pouco incrédulo comigo quando saímos um pouco de perto dos outros e eu apenas deu de ombros para ele. Abri um sorrisinho para Yuta, esticando a mão para cutucar o ombro dele, o que o fez suspirar. Claro que Yuta não entendia o como eu conseguia ser assim, mas não era como se ele também não se divertisse um pouco. -Parece que você tem um desejo suicida, já que vive provocando a Maki.
Ela só tá sentindo que estamos tentando passar ela para trás, não tem porque você ficar tão desesperado com isso, Yuta. Escrevi no meu celular antes de o passar na direção dele, que apenas fez uma careta já que Yuta claramente tinha medo de Maki. Bom, eu não podia o julgar, não quando ela era o motivo de ele estar sempre cheio de hematomas depois dos treinos que tinhamos diariamente. Eu apenas queria saber quando Gojo iria parar de nos enrolar tanto assim e só, sabe, nos jogar na toca dos lobos para acabarmos com algumas maldições. Talvez eu estivesse começando a ficar mais ansiosa do que deveria com toda a pressão que estava sentindo vir da minha família, mesmo tentando ignorar isso a toda custa.
-A gente vai treinar mais tarde? - Yuta disse num sussurro, como se fosse um segredo que ninguém mais pudesse saber, mesmo que eu tivesse a vaga sensação que todos já soubessem que escapavamos de noite para ficarmos treinando juntos sem ter mais ninguém por perto. Eu apenas sorri para Yuta, pois minha resposta sempre seria a mesma.
Era engraçado a forma como tinha entrado na escola jujutsu sem nenhuma pretensão de formar laços ali dentro, pois eu via aquela como uma oportunidade de concluir meus objetivos, de provar para toda minha família de merda que eu podia sim ser forte o suficiente mesmo sem usar minha voz. Que eu podia usar toda a minha energia amaldiçoada da forma que eu queria, não da forma que eles queriam. Mas, no fim das contas, ganhei muito mais do que a comprovação de que eu era suficiente, descobri também que existiam pessoas com as quais valia a pena passar meu tempo. Apesar de tudo e mesmo que eu nunca vá admitir isso, eu era meio que grata a Gojo por ter me feito entrar nessa escola e me colocado nessa turma.
Yuta estava com um sorriso no rosto. Era meio raro o ver desse jeito, e eu nem mesmo tinha imaginado que veria algo do tipo quando nos conhecemos, já que ele passou e ainda passa por coisas demais. Mas assim como as coisas tinham mudado para mim nesse tempo que passei com eles, também tinham mudado para Yuta, e isso ia muito além do fato que agora ele não parecia um completo fracassado que nem mesmo sabia o como lutar.
Vamos treinar porque um dia, um de nós precisa ser bom o suficiente pra derrotar a Maki, né? Escrevi e Yuta deu uma risada baixinha quando leu minha mensagem. Apesar de sabermos que nunca conseguiríamos ser pareo o suficiente para combater e ganhar Maki, a gente podia sonhar, certo?
Estávamos passando pelo jardim quando vi Inumaki tranquilamente cuidando das flores. Por um segundo, apenas admirei aquela cena que era tão bonita e pacifica e que de uma forma engraçada me fazia sentir mais em paz. Era como se ele estivesse completamente alheio naquele momento sobre o como o mundo lá fora era um verdadeiro lixo, apesar de eu saber que Inumaki tinha plena consciência do mundo merda em que nós vivíamos.
De uma forma pura, Inumaki era uma boa pessoa. Ele era gentil e carinhoso, algo que era realmente muito difícil de encontrar.
-Ele me intimida um pouco. - Yuta murmurou ao perceber para onde eu estava olhando, fazendo eu me virar e franzir o cenho para ele. Yuta apenas fez uma careta. Bom, eu não podia exatamente o julgar já que eu também tinha tido esse sentimento antes de me aproximar mais de Inumaki e ver que na verdade ele era mais parecido comigo do que eu gostaria de admitir.
Como se sentindo que estávamos falando dele, Toge se virou na nossa direção, seus olhos fixando em nós. Tanto Yuta quanto eu fizemos uma careta, claramente envergonhados por termos sido pegos no flagra. Não dava para dizer o que Inumaki estava pensando, pois era realmente difícil ler ele.
-Te vejo mais tarde, Lexy.- Yuta disse e, antes mesmo que eu pudesse dizer alguma coisa ou pedir para ele esperar, Yuta tinha simplesmente desaparecido como o maldito desgraçado que ele era. Um péssimo amigo, era o que Yuta era, tive certeza disso quando vi Inumaki se aproximar de mim, fazendo eu ter vontade de me jogar em um arbusto e me esconder.
-Konbu.- ele disse ao se aproximar de mim, fazendo eu esquecer como se respondia um comprimento com a língua de sinais. Me atrapalhei um pouco na hora de gesticular uma resposta, tudo isso porque Yuta era um idiota e tinha me largado sozinha em uma situação constrangedora dessas. E porque eu estava sentindo que Inumaki estava quase rindo da minha cara por eu estar morrendo por dentro naquele momento?
Você tava cuidando das florzinhas amarelas? era uma pergunta idiota mas eu a fiz mesmo assim. Inumaki não me respondeu, apenas deu as costas e começou a caminhar para longe, o que me fez torcer o nariz. Mas ele se virou, como se esperando que eu o seguisse, o que eu logo fiz, tropeçando nos meus próprios pés no processo.
Ele estava, de fato, regando as flores com calma e com cuidado. Um trabalho que eu não teria me dado. Eu apenas o fitei por um instante, vendo Inumaki esticar a mão e puxar uma das flores amarelas que estavam ali.
Quando ele a estendeu na minha direção, pensei que uma parte de mim fosse parar de funcionar no processo. Até mesmo esqueci o como me mexer, sentindo minhas bochechas pegarem fogo quando estendi a mão para pegar a flor. As pessoas não eram gentis comigo; nunca. Não estava exatamente acostumada com isso.
Obrigada.
Toge apenas deu de ombros, como se não fosse nada demais, e então voltou ao que estava fazendo. Eu apenas me afastei, um pouco mais perdida do que estava antes. Mas eu não tinha tempo para me preocupar com aquele tipo de coisa. Porque eu tinha só um objetivo ali e era provar para minha família que eu seria muito melhor que todos eles juntos. E os faria se arrependerem por tudo o que me tinham feito passar.
Boa noite gente bonita!
Tudo bem com vocês?
Espero que sim!
Capítulo mais curto que o normal pois demorei muito pra atualizar e estava sem criatividade. Peço descupas por essa demora toda! Prometo que tentarei postar com mais frequência
Espero que estejam gostando e vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana
Data: 18/08/22
Repostado em: 13/03/24
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