Epílogo
Era difícil prender o choro ainda mais quando a despedida era inevitável.
A mãe e as irmãs de Louis não paravam de abraçá-lo e beijá-lo. Eu queria estar fazendo isso também. Mas entendia que os Tomlinson precisavam daquele momento.
Ao contrário da expectativas de muito o mundo não acabou. A Rússia havia conseguido de alguma forma criar projéteis que ao serem lançados no espaço quebraram o meteoro Hudson em pedaços menores. Ao invés do impacto que destruiria todo planeta o que ocorrera foi uma grande chuva de pequenos pedaços do meteoro que adentraram a atmosfera terrestre.
As imagens que passavam na tv e circulavam na internet era bonitas. Porém a minha primeira preocupação quando tudo isso passou tinha sido explicar para minha mãe porque eu e Louis estávamos seminus no meu quarto se não éramos namorados.
Bem, na época não éramos. Mas agora somos. Era só três meses mas eu já era apaixonado por Louis a muito mais tempo que isso. O que me fazia chorar todas as vezes que lembrava que ele iria para Manchester fazer faculdade enquanto eu ficaria em Doncaster para terminar o ensino médio.
─ Nem uma lágrima por eu estar indo embora? Louis perguntou se aproximando.
─ Não sei se você merece, respondi.
Eu estava encostado de costas na parede da plataforma de trem. Colocando seus braços ao redor da minha cintura me puxando para si, Louis apenas disse antes de me beijar:
─ Você está muito malcriado Styles.
A forma como ele fazia um carinho sutil nas minhas costas enquanto me beijava era uma das pequenas coisas que me faziam ser ainda mais apaixonado por ele.
Louis havia realmente me levado a Limited 2 Art Gallery e após de cerca de duas horas onde não paramos de conversar um minuto finalizamos o dia com um piquenique no Cusworth Hall. Juntamos a ideia dos primeiros encontros dos dois e fizemos de uma vez só.
O pedido de namoro veio depois de uma tarde onde eu havia chorado de desespero pensando que não ia passar de ano. Foi o primeiro momento bom que eu estava tendo depois de surtar por causa da escola.
Conhecer sua família foi algo surpreendente. Eu não sabia que ele tinha tantas irmãs. Mas todos os Tomlinson eram adoráveis. Acho que era uma característica genética.
Quando nos separamos do beijo ambos estávamos ofegantes.
─ Você só pode estar querendo me fazer passar vergonha, falei escondendo meu rosto no seu pescoço.
─ Beijar meu namorado é crime agora? Louis perguntou.
─ Não... Mas se mudar para outra cidade deveria ser, falei brincando.
Não era exatamente uma brincadeira. Mas também não era só brincadeira.
─ Eu também não quero ficar longe de você, Tomlinson falou suspirando.
─ Manchester é longe... Você vai estar cercado de pessoas novas, interessantes, da sua idade... falei fechando os olhos.
Eu estava inseguro com a ida de Louis para a universidade. Muito. Mas não queria ser o motivo dele parar a sua vida, de deixar seguir seus sonhos. Eu achava lindo o fato dele querer ser professor. Pelos momentos em que ele havia me ajudado no final do período letivo eu sabia que ele seria bem sucedido nessa profissão.
─ Sabe quantas horas Manchester fica de Doncaster? Ele perguntou.
Neguei com a cabeça. Então Louis continuou.
─ São 113,4 km. Isso dá aproximadamente uma hora e dezesseis minutos de trem. Sabe a distância entre o coração e o cérebro? ele continuou perguntando.
Em que momentos isso se tornou um jogo de conhecimentos gerais?
Neguei novamente.
─ Quinze centímetros. Agora eu te pergunto novamente: se quinze centímetros não podem impedir a minha cabeça de pensar em você nem meu coração de te amar, porque você acha que alguns quilômetros vão mudar isso?
E agora era oficial, eu estava chorando na plataforma de trem agarrado a Louis.
─ Hey babe, não precisa ficar assim... ele falava secando as minhas lágrimas. ─ Daqui a quinze dias eu volto, continuou falando de forma carinhosa.
─ O que? Acho que estava tão emocionado que havia escutado errado.
─ Daqui a quinze dias eu volto para Doncaster. Não gosto de ficar longe da minha família, e agora namorando com você eu só tenho mais motivos para voltar para casa, Louis falou enquanto sorria.
─ E você pretendia falar isso quando seu merdinha? falei enquanto dava um tapa no seu braço.
─ Eu queria fazer uma surpresa, mas não aguentei te ver chorando.
Eu queria ficar bravo com ele mas não conseguia. Era bom demais saber que eu o veria novamente em pouco tempo. Talvez as chances estivessem ao favor do nosso relacionamento.
A última chamada para o embarque soou na estação. Era o momento do que eu sabia agora que era um até logo e não um adeus.
─ Não esquece que eu te amo, falei enquanto abraçava Louis com força.
─ Eu te amo e vou voltar para você, não se preocupe, Tomlinson disse antes de selar os lábios novamente nos meus.
De forma rápida, ele beijou o rosto da sua mãe novamente e embarcou no trem. Enquanto a máquina tomava distância da plataforma, meu coração doia um pouco. Mas ao mesmo tempo eu tinha esperança, afinal se sobrevivemos ao fim do mundo, sobreviveríamos a alguns quilômetros de distância.
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