10 dias antes da colisão 

Bom, eu tinha alguns itens na lista que eram bem simples de resolver e de forma que esses os primeiros que realizamos. Começando por deixar flores em todos os túmulos do cemitério da cidade. 

Louis tinha confessado que achara aquele pedido docemente estranho. Mas era bem simples na minha cabeça: uma última vez, alguém deveria mostrar que sentia falta daqueles que já partiram! Logo iríamos estar todos juntos de qualquer forma.

E aquela ideia toda fora bastante agradável. À medida que deixávamos as flores nos túmulos, eu e Louis criávamos uma pequena história, imaginando como aquela pessoa teria vivido, qual seria o último desejo dela antes de partir. Saímos de lá quando tudo já estava escuro, mas fiquei feliz em saber que havia pelo menos uma florzinha em cada jazigo.

Outro pedido que eu considerava bobo era experimentar todos os sabores de cupcake da padaria. Geralmente comia o mesmo sabor sempre, de morango com ninho. Eu era uma criatura de hábitos e que dificilmente saia da minha zona de conforto. Mas bom tudo na vida tinha uma primeira vez - que ironicamente também seria a última - então três dias atrás eu acompanhado de Louis, comi todos os sete sabores que existam de cupcake na padaria. O que me rendeu uma bela de uma dor de barriga depois.

Porém o que Louis sequer imaginava era que na minha cabeça aquilo era um encontro.

Nem iria ficar sabendo se dependesse de mim!

O que importa é que agora eu me encontrava no carro da mãe de Louis indo com ele para Stonehenge. Eu desejava ver o pôr do sol lá. Por isso Louis dirigia com tranquilidade enquanto cantarolava alguma música indie que eu desconhecia.

Ele era gostoso demais dirigindo.

Chegamos próximos do local onde ficava o santuário. Algumas pessoas se encontravam no local. Aparentemente alguma seita estava propagando que alienígenas iriam resgatar os devotos que estavam ali presentes.

Eu não prestei atenção naquilo. Minha atenção se focava na forma como a luz do sol batia em cima daquelas pedras gigantescas e no calor da presença de Louis ao meu lado.

─ Você acha que os aliens vem nos salvar? Perguntei.

─ Não. Apesar de não achar que estamos sozinhos no universo, acredito que o mais inteligente da parte deles é deixar-nos sermos extintos, Tomlinson disse.

─Porque? Perguntei curioso.

─ A humanidade já fez muita desgraça não só com o planeta, mas também com os seres humanos. Pode parecer rude, mas não acho que merecemos piedade vinda de outros planetas.

Fiquei em silêncio por algum momento. Apesar das palavras duras, Louis tinha razão. A raça humana não merecia resgate. Ali em Stonehenge, vendo o sol se por enquanto cânticos esquisitos eram entoados, aceitei o ponto final que viria do espaço. Eu esperava que a partir de agora eu parasse de desperdiçar minhas lágrimas com isso.