— Baby, sorria, por favor, só mais um pouquinho — ele pediu, e em meio a tantos flashes e paparazzis, eu não contestei, apenas sorri, concordando com ele.

Um giro pro lado, um sorriso pro outro, um ajeito de postura, um beliscão da parte de Derek. "Você tem que estar perfeito, lembre-se disso", ele dizia-me, e eu apenas contava todos os segundos para aquela palhaçada acabar.

Derek vivia apenas para as mídias, e eu, para ele e por ele, tendo sempre em vista as necessidades dele. Aquilo era realmente amor? Ou depois de tanto tempo junto a ele, nem isso eu sabia mais distinguir?

Show and tell

Com sutileza, abandonamos o palco, e outra vez no dia, mais hematomas roxos estavam surgindo por meu corpo, me deixando mal e para baixo. De onde eles vinham? Era uma resposta decorada na minha cabeça, mas inventada pelos meus lábios.

Show and tell

Nós fomos embora do evento, e cada vez que uma palavra saía da boca de Derek, mais silencioso eu ficava, encolhido no meu próprio mundo. Afinal, porque eu ainda estava presente na vida dele? Eu devia algo para aquele homem tão cruel e sem caráter?

Show and tell

Novamente, estávamos parados em frente ao seu prédio, e novamente, ninguém notou o meu estado ou o quanto eu pedia ajuda, apenas continuavam suas vidas nada perfeitas e patéticas. Era macabro de ver como realmente ninguém mais se importava com o seu redor.

Show and tell

Para terminar a noite, nos deitamos, e o ciclo aterrorizante se refez, deixando-me em frangalhos contra o cetim e levando minha alma um pouco mais para dentro do poço sem fim.

Show and tell 

Acordei no outro dia, o líquido vermelho tão conhecido por meus olhos e nariz abaixo de mim, lembrando-me do quão burro fui ao cair nas juras de amor de alguém tão oco e sem emoção quanto Derek. 

No final, não havia amor, e era apenas um show de "mostre e conte", onde o beneficiado era ele e apenas ele.

Show and tell