
Chapter 24
Tristan levantou animado, mesmo após o grande pesadelo ocorrido em sua noite serena de sono.
Espreguiçou suas costas, pegando seu celular - que despertava altamente - mandando uma mensagem para o seu namorado.
Para My Babe: Bom dia, bebê. Dormiu bem? Te vejo na escola, xx.
Trocou de roupa e desceu as escadas calmamente, checando sua mãe dormindo em seu quarto. Então pegou uma fruta, sua mochila e saiu andando.
Um sorriso estava estampado em seu rosto, a bela noite havia sido ótima, ele não poderia amar Bradley mais do que já amava.
Seus braços e sua cabeça moviam-se animadamente conforme a música que tocava em seus fones de ouvidos e a expressão em seu rosto mostrava ao longe a felicidade tão conhecida.
Chegou na instituição de ensino dando pequenos saltinhos e abraçou James.
- Parece que a noite foi boa, hein? - Ele mostrou um sorriso malicioso, cutucando as costelas de seu amigo.
- Não no sentido em que você está pensando. - O loiro sorriu e sentou-se ao lado de Connor, o abraçando também. - Vocês viram o Brad?
- Passei em sua casa para chamá-lo, mas acho que ele estava dormindo ainda. Provavelmente vai se atrasar. - Connor deu de ombros. Soltando um sorriso e levantando-se para abraçar Luisa.
A animação de Tristan acabou sendo tomada por um pequeno desespero quando James, Connor e Luisa foram para suas respectivas salas de aulas e ele ainda estava sentado no mesmo banco esperando pelo seu namorado.
Então levantou seu corpo do local desconfortável e resolveu fazer uma caminhada pela escola, esperando dar o sinal e esperançosamente encontrar Bradley saindo de uma de suas aulas.
O dia ainda estava nublado e sua noite de sono havia sido conturbada, devido à grande tempestade que acontecia no local. Seus pesadelos não o deixaram nem por um segundo. Eram todos diferentes, várias tragédias... Mas no final, ele acabava perdendo Bradley.
Seu corpo estremeceu quando um raio cortou o céu, mandando flashs de luzes para todos os lados.
Respirou fundo e abraçou-se em seu suéter, indo em direção ao primeiro pavilhão de estudos.
O de olhos azuis parou ao lado da sala de física, uma das quais ele não tinha aula com Bradley, esperando o menino sair dali.
O sinal tocou e todos os alunos saíram correndo da sala, indo em direção à próxima aula e ele somente ficou esperando mais alguém sair.
- O senhor viu o Bradley? - Ele perguntou de mansinho para o velho professor guardando suas pastas.
Deu uma olhada pela sala, esperando que seu namorado estivesse ali, acabando de guardar seus materiais em sua bela mochila de flores.
- Ele não compareceu à aula, senhor Evans. Avise-o que ele perdeu trabalhos importantes.
Tristan assentiu com a cabeça, vendo o homem passar ao seu lado, andando na direção oposta à sua.
Respirou fundo, ajeitando sua mala em seus ambos ombros. Então caminhou até o grande laboratório de química, onde ele teria aula em seguida.
Lembrou-se de Bradley brincando sobre como segurar sua mochila com os dois ombros o deixava tão infantil e adorável. Deixou uma risada percorrer sua garganta e sem perceber sentiu um aperto indesejado no peito.
Caminhou mais um pouco, chegando na sala e indo em direção ao seu lugar, mais uma vez esperando encontrar com o menino de cachos ali.
Mas não havia ninguém sentado ao seu lado, não havia ninguém o ensinando química, ninguém respondendo animadamente as grandes questões do quadro negro.
Respirou fundo quando ouviu a professora começar a chamada de nomes.
- Bradley? - Silêncio. - Bradley Simpson.
- Não compareceu. - Tristan falou baixinho, vendo a mulher juntar suas sobrancelhas e assentir com a cabeça.
Sem preocupar-se com o professora, tirou o celular de seu bolso traseiro, abrindo as mensagens.
Para My Babe: Você ainda está dormindo?
Para My Babe: Sabe que perdeu alguns trabalhos, huh?
Para My Babe: Você resolve faltar nos dias de prova, amor...
Para My Babe: Tudo bem, eu estou preocupado.
Para My Babe: Me mande notícias, eu amo você.
Sentiu a presença da mulher ao seu lado e guardou o celular em seu bolso novamente, tentando soltar um sorriso fraco.
- Eu sei que você , provavelmente, está preocupado. - Ela falou pausadamente, como se ponderasse se devia continuar. - Mas eu não posso o deixar usar o celular, senhor Evans.
O menino assentiu com a cabeça, mostrando que já estava guardado.
Quando viu a mulher se afastar, abaixou sua cabeça contra a mesa, suspirando fundo.
- Esteja bem, por favor. - Ele sussurrou para si mesmo, apertando seu suéter ao seu corpo e deixando uma lágrima escapar.
Uma lágrima de desespero e preocupação, como se ele já soubesse o que vinha na frente.
Trovões faziam barulhos estridentes e ele podia ouvir os gritinhos afeminados e até mesmo alguns choros. Mas apenas deixou sua cabeça ali, suspirando e tentando não chorar ainda mais.
Apenas ficou ali... Mesmo depois de acabar a aula de química, mesmo depois de acabar todas as suas seguintes aulas.
Quando ouviu o sinal final respirou fundo, procurando forças em seu corpo para dirigir-se até a saída.
Passou pela grande árvore de sempre, a vendo sendo coberta de novas flores e frutos.
Seus dedos percorram o caminho até onde havia um coração com 'B + T' escrito centralmente.
Seu coração instantaneamente apertou-se como se pudesse ser arrancado sem esforços. Uma chuva gélida e doída passou a cair do céu, molhando seu corpo.
Deixou suas ambas mãos no tronco da árvore por um momento, antes de caminhar até sua casa.
A estrada já não era tão animada, nem mesmo a música tocando em seus ouvidos era animada.
O pressentimento em seu coração não falhava, ele apenas queria chegar em sua casa e ligar para Bradley.
Isso iria solucionar tudo, ouvir a voz de seu namorado. A voz manhosa e serena de sono, ouvir a voz fina e rouca. Isso sempre solucionava tudo.
Solucionava até mesmo as incontroláveis crises de pânico de Tristan. Quando ele trancava-se no quarto e socava qualquer coisa que aparecia em sua frente, quando ele abraçava seu travesseiro e permitia-se chorar audivelmente. Bastava Bradley falar uma mínima palavra para o mundo voltar para seu eixo certo.
Apenas um 'oi' fazia e faria tudo ter sentido novamente.
Entrou em sua casa, vendo sua mãe sentada no sofá.
- Tris... - Ela falou baixinho, levantando-se calmamente.
- Agora não, mãe. Preciso ligar pro Brad.
- Filho...
O menino de cabelos loiros não a escutou, correndo as escadas e jogando sua mochila em um canto de seu quarto.
Atirou seu corpo na pequena cama e tirou o celular de seu bolso, ligando a televisão enquanto discava o nome de seu namorado.
Colocou no auto-falante, prestando atenção na matéria urgente passando na tela instalada em seu quarto.
Os toques altos de seu celular continuavam passando, o sinal que ele não estava atendendo.
Deixe seu recado...
Desligou, preparando-se para ligar novamente quando algo na televisão chamou sua atenção.
Um carro, exatamente igual ao de Bradley, estava capotado na estrada principal da cidade dos meninos.
Engoliu em seco, sentindo um vazio imenso em seu peito sem ao menos saber o por quê. Então pegou o controle ao seu lado, aumentando o volume.
- Temos um nome, Roberta. O adolescente falecido na madrugada desta noite agora tem um nome. - O repórter com uma capa de chuva é um microfone falava ao lado do carro vermelho.
Tristan segurou a almofada ao seu lado com força, cravando suas unhas na mesma.
Sentindo seu mundo despedaçar-se e cair em cima de sua cabeça quando viu uma grande foto de seu namorado na tela.
- Bradley Will Simpson. - O repórter continuou. - Órfão e sem família. Ontem havia completado exatamente um ano que ele estava sozinho.
A reportagem continuou passando, mas Tristan já não prestava atenção, já não prestava atenção em nada. Somente no espelho espatifado em milhões de pedaços pelo seu quarto.
- Não! - Ele gritou, deixando seus joelhos serem jogados para o chão. - Ele não estava sozinho, porra!
Rapidamente sentiu Carolyn segurar seu corpo, abraçando-o com força e tentando dizer palavras de conforto.
- Não pode ser real! - Ele soluçava, jogado por cima de todos os cacos de vidro. - Me diga que isso é um sonho, mãe.
Ele virou-se para a mulher e ela estava com uma expressão de pena, uma expressão que o deixou ainda mais acabado.
- Me desculpa, filho.
- Não. - Ele sussurrou, largando toda a força de seu corpo, deitando-se no chão. - É mais um de meus pesadelos.
- Eu vou te deixar sozinho por alguns minutos, querido. Você precisa. - A mulher de cabelos loiros acariciou os braços de seu filho, levantando-se e saindo do quarto, fechando a porta.
Sozinho.
Tristan numa havia se sentido tão sozinho, tão incompleto e vazio.
Um grande caco de vidro foi parar em seu pulso, sendo apertado fundamente e com uma força inexplicável.
Aos poucos o sangue foi ao chão, uma poça de sangue.
Seus soluços eram baixos e os pedidos de ajuda era inaudíveis.
A única palavra que saía de seus lábios era 'não'. O menino continuava repetindo essa pequena palavra monossilábica.
Até seu corpo estar totalmente fraco, sem força e seu corpo tombar para o lado novamente.
- Isso é somente um pesadelo. - O menino de olhos azuis - que amava seu pequeno garoto de olhos cor de terra - falou, antes de desmaiar pelo chão.
N/A: O próximo é o epílogo, Oops! Desculpem, eu também sofri :(
All the fucking love, Shuli.
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