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My Romantic Bucket List - Capítulo 3

Chapter 3 – Puppy Love Magic Potion

Uma vez eu li na internet que ter um propósito na vida é saber aonde se quer chegar. Acho que é a mesma coisa que ter um objetivo, só que escrito de uma maneira mais bonita e interessante. "Ter um propósito na vida é saber aonde se quer chegar – e sobretudo, dispor da energia necessária para enfrentar a trajetória, que certamente não será fácil". Menos inspiracional do que "ter um sonho". O problema é que nos últimos tempos minha motivação para sair da cama todas as manhãs era um certo príncipe encantado. Entre faculdade e mais nada pra fazer eu ficava sem muitas opções para perseguir meu propósito na vida. Muito tempo de sobra entre um projeto de arquitetura e outro, o que significa que eu provavelmente estava fazendo isso errado. Meus dias poderiam ser divididos em torno das vezes em que meu crush me dava atenção e todo o resto. Pela primeira vez em algum tempo eu estava começando a achar que era um pouco velha demais para isso.

Tudo culpa do...

- Tem certeza? Você não acha que a vida é uma vacuidade sem fim? – pergunto ao celular grudado na minha orelha.

- Vacuidade? Andou anotando mais algumas palavras? – Hoseok ri do outro lado da linha.

- Claro que sim, do seu livro de suspense. Eu não lembro o título, mas achei a palavra interessante. Estava só esperando o momento certo pra usá-la.

- E você acha que esse foi o momento certo? – ri mais um pouco.

- Não vem ao caso – faço uma careta, encarando o teto do meu quarto – responda a pergunta.

- O que era mesmo? Vacuidade sem fim?

- Isso! Você não acha que a vida é um vazio sem fim?

- Não, eu acredito que o vazio está apenas dentro de quem não sabe aproveitar o tempo que lhe foi dado aqui. Tipo, nesse mundo.

- Sei – franzo o cenho refletindo suas palavras. Naturalmente meu dedo se enrola em uma mexa do meu próprio cabelo – Então a minha vida é uma vacuidade sem fim. Você acha que minha vida não tem sentido?

- Princesa, que papo é esse? Você está me assustando um pouco com essas perguntas.

- Não, não! Fica calmo cavalo de fogo. Eu só estava pensando nas nossas conversas de ultimamente e, sei lá... estou com medo que esteja desperdiçando meus dias, sabe? Tipo, tá bom que eu faço uma faculdade e que eu gosto de um cara, mas minha vida não precisa ser só isso né?

- Com certeza sua vida não deve ser só isso Sara.

- Mas eu não sei o que fazer. Deveria ser um hooby?

- É um começo. Você poderia praticar algum esporte, visitar mais meus treinos de dança, arrumar um animal de estimação chamar de perebas e fingir que você estuda em hogwarts – interrompo sua linha de pensamentos com uma risada alta – pode participar de várias atividades extracurriculares, escrever um livro ou até fazer trabalho voluntário. As possibilidades são infinitas.

- E isso daria um sentido pra minha vida? Que nem um propósito? – pergunto ainda sorrindo.

- Não sei, talvez eu ainda esteja aprendendo qual é o meu propósito também. Acho que não somos uma daquelas pessoas que sabem pra que nasceram desde sempre. Talvez só saibamos quando tudo estiver bem na nossa frente.

- Então a gente nasceu pra errar até aprender.

- Ah, isso é praticamente uma regra da humanidade. Não conta – bufa no meu ouvido através do telefone e ouço um barulho alto. Provavelmente ele havia acabado de se jogar na cama.

- Acho que esse é mais um daqueles momentos que eu tenho que sentir o que quero fazer pra só depois fazer não é mesmo?

- É princesa. Só você pode descobrir a resposta.

- Poxa, é tão mais fácil quando você pode me mostrar o que fazer e me ajudar a decidir – mais uma vez seu risinho chega ao meu ouvido. Gostoso de escutar – Como você consegue? Parece tão decidido.

- Deve ser minha paixão...

- Eu não tenho paixão??!! – me sento apressada na cama. Eu achava que era a pessoa mais apaixonada da face da terra. Ele até me repreendia por isso.

- Não é isso sua boba exagerada. É uma paixão diferente, por aquilo que você desesperadamente quer aprender e quer fazer bem.

- Achei que já fizesse isso com arquitetura. Eu amo aqueles projetos, casas, estruturas, histórias... – ouço algumas batidas na porta e me levanto da cama. Ainda com o telefone na orelha caminho até lá – você sabe o quanto eu amo estar dentro da sala de aula ou andando pelas ruas prestando atenção em prédios antigos e novos.

Abro a porta do meu dormitório, completamente alheia e despreocupada com o meu mundo naquele segundo. Perdida e entretida na minha conversa de horas com meu cavalo de fogo. Porém, assim que o vejo parado com um sorriso lindo bem na minha frente, sou puxada para àquela realidade de contos de fadas. Só ouço uma voz distante ainda falando:

- Sei de tudo isso e talvez essa seja a resposta, mas se fosse você realmente estaria se perguntando se está aproveitando ou desperdiçando seu tempo? – fica em silêncio por alguns segundos, esperando minha resposta – E eu também não acho que você deve ter uma paixão só na sua vida também, não é uma regra...

- Entendi! Ei, Jung eu acabo de receber uma visita agora. Dessas que te ocupam completamente, sabe?

- Ah - ele comenta desapontado – tudo bem, já sei do que se trata.

- Posso te ligar mais tarde? – pergunto sorrindo.

Eu e Kim Taehyung trocamos olhares cúmplices. Ele com suas sobrancelhas expressivas praticamente dançando e me fazendo rir.

- Não se preocupa Sara...

- Por favor me espere, eu te ligo – ele me responde com "uhum". Depois de mandar um beijo e tendo certeza que tudo estava bem, nos despedimos e desligamos.

Taehyung me mostra algumas pastas com uns papeis debaixo do seu braço. Percebo que está com a mochila pendurada em um dos ombros. Na mão livre tinha um pen drive.

- Sabe que não sou nada sem você, não é? Não tenho ideia do que fazer – me lança um olhar suplicante e lindo.

Como se isso fosse realmente necessário. Abro a porta com um sorriso e imediatamente ele entra, começando a arrumar seus materiais sobre a minha mesa de estudos. Já estávamos tão acostumados com aquilo que o Kim tinha completa liberdade de ligar meu notebook e colocar seu pen drive com os dados e arquivos necessários.

- É meu trabalho de final de semestre e vale o mesmo que nota de prova. Se eu não passar nisso é capaz de reprovar em todas as matérias e vou precisar pagar a mais pra fazer tudo de novo – diz apressado, pegando os papeis de dentro da pasta que carregava – E você não sabe do pior, é um trabalho de mínimo trinta páginas.

- Já percebi que você está surtando um pouquinho né?

- Um pouquinho – repete irônico.

Ele se senta na cadeira extra que tinha ali e me olha com expectativa, esperando que eu me sente ao seu lado. Rio baixinho antes de me acomodar no lugar vazio, pegando os papéis da sua mão.

- Qual o problema dessa vez? Você tem mais cálculos pela frente?

- Mais ou menos. Na verdade tem uns cálculos bem doidos ai no meio que eu tenho que incorporar e não faço a mínima ideia de como.

Balanço a cabeça em afirmativa, dizendo em silêncio que havia entendido o que ele queria explicar, agora só faltava descobrir que trabalho era aquele. Demoro alguns mínimos analisando suas folhas impressas e cheias de orientações sobre o que fazer e quais necessidades e exigências o trabalho deveria atender. Parecia tudo um pouco complexo e cheio de detalhes, mas a ideia inicial me soou bem simples.

- Pelo o que eu entendi você vai ter que fazer uma simulação gráfica do crescimento de plantas de milho.

- É, mas com esse monte de regras. Tenho que teorizar e calcular todo o processo. Sem contar esses gráficos ai que tem que incluir e eu não tenho ideia de como montar. Achei que você usasse algum tipo de programa parecido para montar suas plantas de arquitetura. Ou pelo menos você sabe por onde começar. Estou perdido.

- Você não andou prestando atenção nas aulas? – lhe lanço um olhar repreensor.

- Andei, inclusive tirei várias fotos nessas últimas aulas do semestre.

- Quantas vezes vou ter que te incentivar a largar esse curso? – coloco as folhas sobre a mesa.

- Eu sei, mas minha família...

- Você não pode continuar desperdiçando seu tempo assim TaeTae. Você tem tanta paixão por essas coisas relacionadas á arte. Vê arte até durante suas aulas mais detestáveis – comprimo os lábios quando ele suspira alto. Completamente tocada por seu esforço inútil e fracassado – Tenho certeza que sua família vai te apoiar e vai entender. Você não tem o menor futuro fazendo essa faculdade.

- Também sinto que estou desperdiçando meus melhores anos. Quanto mais ouço as palavras "engenharia" e "cálculo", mais tenho certeza que não tenho a menor vontade de saber como cultivar plantas de milho – aponta para o computador, se referindo ao seu trabalho com desdém.

- Por favor, fale com seus pais o mais rápido possível. Tenha uma conversa franca com eles, sem nenhuma pretensão e vê no que dá.

- Tudo bem. Prometo que vou tentar fazer isso durante as férias – sorri em minha direção – Mas por enquanto ainda preciso terminar esse semestre e não quero deixar a faculdade com as piores notas.

- Vamos lá. Esse trabalho parece que vai demorar bastante, então prepare seu bumbum para aguentar umas boas horas nessa cadeira.

Sua risada contagiante me envolve. Ao meu lado ele se alonga, fingindo que vai começar algum tipo de maratona. Ambos nos inclinamos sobre a minha mesa e começamos a organizar cada partezinha daquele quebra cabeça que chamavam de trabalho para o final do semestre.

(...)

Daquela vez eu não poderia afirmar que sua nota final deveria ser creditada a mim. Surpreendentemente Taehyung conseguiu dar continuidade ao trabalho inteiro praticamente sozinho. Eu me sentia como uma professora tutora particular, só guiava seus passos e lembrava-o do que deveria incluir ou não, dando algumas orientações e dicas. Com esse espírito demoramos bem menos tempo do que eu esperava para terminar tudo. O que com certeza só serviu para me deixar ainda mais suspirante no mundo das fadas e faz de conta. Meu príncipe encantado era incrível e mal sabia disso. Se sabia ele era muito bom em ser o mais nobre e humilde ser humano do vale dessa história.

- Hey, olha só como você tem potencial quando se esforça – sorrio rolando as páginas do trabalho no notebook – ficou muito bom Tae.

- Estou exausto! – levanta da cadeira apenas para se jogar no meu colchão.

Sem me dar conta minha animação cresce em 300%, só com a possibilidade de ter finalmente mais um daqueles momentos que paramos de dividir. Tinha um cheirinho no ar das nossas conversas super longas e carinhosas encarando o teto. Isso significava que eu iria passar um bom tempo acariciando seu cabelo e ouvindo sua voz tão perto. Oh céus, Jane Austen!

- Não está tão tarde quanto pensei. Você quer ir dormir? – pergunto insinuante, torcendo para que minha sugestão fosse negada.

- Não, quero só ficar aqui com você agora – responde com o rosto enfiado entre meus travesseiros. Tae estava jogado desajeitadamente de barriga para baixo – deita aqui.

Conto alguns segundos mentalmente, na expectativa de não parecer tão desesperada quanto meu coração batendo naquele momento e só depois de chegar até o dez é que eu levanto do lugar e me acomodo deitada ao seu lado. Ao contrario dele, estava virada para cima. Tudo que eu via era seu cabelo meio loiro/meio castanho, lisinho e fino. Sua camisa branca de mangas cumpridas, sua calça preta e larga. Seu estilo completamente único, solto e elegante. Esparramado ali ele era um garoto normal prestes a se tornar um homem. Quando usava suas roupas mais refinadas era meu príncipe. Mas quando ele aparecia de terno também poderia ser confundido com o James Bond, afinal dessa lista ele cumpria todos os requisitos. Sofisticado, charmoso e perigoso.

- Obrigado por mais essa ajuda bae – vira o rosto em minha direção – e me desculpa por sempre me aproveitar tanto da sua generosidade comigo.

- Sabe que não precisa se preocupar. Já te disse que sempre vou estar aqui – sorrio sem mostrar os dentes.

- Preciso sim, sou um péssimo amigo. Nunca consigo fazer o bastante pra dar em troca tudo o que você me dá – se abraça com meu travesseiro e apoia o queixo no mesmo – não mostro o quanto eu me importo. Você sabe que eu me importo, certo?

- Agora eu sei – me encolho levemente sob seu olhar.

- Ta vendo? Péssimo amigo – balanço minha cabeça negando – Me fala como estão as coisas com você. Com a sua faculdade, amigos, talvez eu possa ajudar de algum jeito.

- Com a faculdade ainda falta colocar alguns trabalhos em dia, mas eu sempre deixo pra última hora. Sabe como é, pura preguiça. Ainda assim eu já sei tudo que tenho que fazer e tenho me saído bem nas provas. E quando se trata de amigos ai que você não precisa se preocupar mesmo, o cavalo de fogo nunca me deixa sozinha – solto um risinho bobo.

- Hmm, cavalo de fogo... – brinca me acompanhando – vocês dois...?

- Não! Não Tae, ele é só o melhor amigo de todos.

- Assim fico com ciúmes. Esse posto era pra ser meu.

Poxa Jane Austen, vou ter que apelar pro Shakespeare ou pro Nicholas Sparks? Se ele continuar falando em ser meu melhor amigo não há conto de fadas que sobreviva.

- Bom, então acho que você vai ter que ficar com ciúmes – ergo as sobrancelhas, mais insinuativa impossível.

- Fofa como sempre – abre um sorriso de dentes e aperta minha bochecha – você é diferente de todas as outras sabia?

Meu coração da uma volta maluca dentro do peito. Não era um giro, um pulo ou um rodopio, era simplesmente inexplicável. Kim Taehyung me achava diferente de todas as outras. Adicione a essa narrativa corações voadores. ♥_♥

- Única. Nunca conheci qualquer pessoa como você Sara.

Correção, ele me achava única!! Era a hora de falar tudo o que eu sentia.

- Tae...

- Além de prestativa você nunca faz as coisas esperando ter o mesmo em troca – continua falando sem perceber meu sussurro bobo chamando seu nome - E é uma garota que não precisa de muito pra se destacar. De todas dessa universidade você foi a única que não chegou se jogando em cima de mim.

Dessa vez eu rio em meio a uma careta. Era um adjetivo estranho a se adicionar.

- Bae, você é incrível...

Meu Deus. John Green, era agora! Meu "felizes para sempre" ia começar finalmente. Esfrego as palmas das minhas mãos uma na outra, percebendo o quão suadas estavam. Um detalhe muito importante para contar aos meus netos um dia.

- Sabe o que eu mais gosto em você? – nego rapidamente – Você nunca diz "não".

Meu sorriso esperançoso se desfaz na hora.

- Está sempre a disposição, pronta pra ajudar. Sempre com um sorriso no rosto. Não importa quanto tempo passe, se eu fico fora ou ocupado com outras coisas. Mesmo quando acabo me esquecendo das coisas você nunca se zanga, sempre me recebe de braços abertos e me perdoa na hora.

Conforme ele falava eu sentia meu cérebro drenando meus sentimentos felizes como se meu próprio sangue estivesse sendo sugado para fora do meu corpo. O pior é que para ele aquelas palavras eram os maiores elogios da face da terra. Kim Taehyung tinha uma gratidão irrefutável refletida nos olhos, uma ternura linda no timbre da voz. Como se falasse do seu amor... pelo seu cachorrinho de estimação.

Obviamente estava me sentindo péssima, pior do que aquilo não poderia ficar. Até que...

- É uma pena que não tenha muita química entre a gente. Tenho certeza que seriamos um casal bem legal se tivesse alguma atração aqui – alheio a minha cara de enterro ele continua – Eu nunca iria querer ficar com você, dar só uns beijos e pronto. Acho que você merece mais do que isso bae.

RIP meus sentimentos.

Com um monologo perfeito de filme de terror meu príncipe encantado abre uma cova, joga meus sentimentos dentro e enterra para sempre. Voltar a vida agora não seria possível só com um beijo de amor verdadeiro, eu ia ser a noiva do Chuck ao invés da princesa. Se ele tentasse usar uma maçã envenenada não teria sido tão eficiente.

Minha respiração entrecortada quase denuncia minha vontade enorme de chorar. Aquilo era muito mais do que apenas uma rejeição do cara que eu esperava que fosse o amor da minha vida. Ia além de todas as minhas ilusões desfeitas. Superava todos os meus sonhos interrompidos e tempo desperdiçado. Suas palavras deixavam mais do que um coração partido por um sentimento não correspondido.

- Hm, Tae. Eu... eu acho melhor você ir agora – me levanto da cama. Minha cabeça baixa. Completamente envergonhada – está ficando tarde.

- Nós já ficamos acordados e conversando muito mais tempo que isso – ri enquanto tenta me puxar de volta.

- Eu sei, é que eu estou com dor de cabeça – me desvencilho e vou até a mesa. Começo a juntar seu material rapidamente – acho que foi muito tempo em frente ao computador, concentrada, sei lá. Acho que preciso tomar um remédio e dormir.

- Não quer que eu fique pra cuidar de você? Posso cantar suas músicas preferidas da Adele – sugere ainda simpático.

Dou um sorrisinho rápido em sua direção para logo em seguida esconder meu rosto com o cabelo.

- Melhor deixar pra outro dia. Essa é uma daquelas enxaquecas horríveis sabe?

- Está tudo bem mesmo Sara? Eu fiz alguma coisa errada? – Taehyung pergunta desconfiado.

Ele se aproxima e começa a me ajudar com sua pilha de papeis e sua pasta, organizando tudo e dessa vez colocando dentro de sua mochila. Durante o processo mais parecia que Kim prestava atenção em mim do que em qualquer outra coisa.

- Claro que não. Não pense bobagens, é só uma enxaqueca mesmo – dou um sorriso amarelo e me afasto até a porta do quarto.

- Ta bom, só... me liga se precisar de alguma coisa e... sei lá, se quiser conversar e matar o tempo – se oferece com o semblante mais sério, me analisando ao se aproximar novamente – Tem certeza...?

- Tenho, certeza absoluta. Não se preocupa – interrompo-o.

Ficamos parados frente a frente. Naquela vez, diferente de todas as outras desde que nos conhecemos, me esforço para manter seu olhar conectado ao meu. Eu não queria olhá-lo e ao ser obrigada a isso minhas bochechas e meu pescoço queimam. A vergonha me engolindo como um monstro devorava sua presa. Após muito insistir com seu olhar mudo, Kim Taehyung se inclina e da um beijo demorado na minha bochecha.

- Boa noite bae. Fique bem e não deixe de me ligar se precisar de qualquer coisa – pede suavemente.

Eu apenas concordo com um aceno. Assim que ele passa o batente eu bato a porta e procuro por apoio. Não espero que ele suma de vista pelo corredor, muito menos lamento sua partida. Cubro meu rosto com as mãos e choro. Desolada e humilhada sem que Kim ao menos soubesse o motivo.

Por alguns minutos incontáveis deixo que as lágrimas grossas tentem filtrar minhas tristezas, como se fosse alguma dose de analgésico muito forte e como se aquilo servisse como uma forma de tratamento. Porém, não adiantava tentar me apoiar na minha própria porta. Quando uma princesa tem suas ilusões despedaçadas ela se volta para o seu fiel escudeiro. Nos filmes da Disney eles geralmente são algum animal de estimação fofo que te entende melhor do que os humanos. Linguado da pequena sereia, grilo mágico da Mulan, Angus da Mérida. Na minha história tudo que eu tinha que fazer era atravessar os dormitórios, subir dois lances de escada, ir até a última porta a esquerda e bater três vezes.

Era a cura que eu precisava e foi a cura que eu busquei.

Com o choro sob controle, mas com os olhos ainda vermelhos espero-o abrir a porta. Mesmo surpreso ao me ver e percebendo imediatamente meu estado provavelmente deplorável, Jung não hesita em dispensar seus amigos que estavam jogando vídeo game, pedindo que se reunissem em um dos dormitórios vizinhos. Um a um seus quatro amigos se despedem de mim, uma vez sozinhos Hoseok segura minha mão e entrelaça nossos dedos, esperando pacientemente que eu comece:

- Eu sou um cachorrinho de estimação – minha lágrima volta a cair – eu me comportei como um cachorrinho de estimação. Ao invés de tomar a poção "felizes para sempre" eu tomei a poção do"cachorrinho de estimação".

O cavalo de fogo me abraça forte, tão forte quanto eu queria e precisava, seu queixo apoiado no meu ombro. Seu conforto e calor do sol tão presentes, me faz desejar que ele expulse aquela humilhação do meu peito. Então ele diz no meu ouvido:

- Eu entendo exatamente o que é isso.


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