How You Love Me - Capítulo 5
[But I know that... that I'm your man]
[and you are my girl]
[If I ever meet you... Ima give you the wolrd]
Capítulo 5 – "I Need A Girl" 'Trey Songz'?
Tá legal, mas e agora?! As coisas poderiam ficar ainda mais constrangedoras?
Talvez se arriscássemos mais um pouco e o beijo fosse mais... Molhado? Será que ele ia me dar um soco se eu tentasse dar uma de francês? Eu queria beijá-lo de língua? Aquela era provavelmente uma péssima hora pra tentar decidir sobre "querer ou não". Fizesse isso antes de pegar o garoto. Porque tão impulsivo Jimin?
Bom, não era ruim. Os lábios dele eram cheios e gelados. Da mesma forma que os meus provavelmente também estavam. Tudo parecia bem... Normal.
Aquela palavrinha mágica quase me faz querer rir durante aquele pseudo-beijo, mas também me dá certa confiança. Aquilo, afinal, não era nada demais. Então eu faço um ligeiro movimento, a fim de inclinar minha cabeça para o lado, numa tentativa de deixar tudo menos robótico e mais natural. Porém, de repente sinto um tranco no meu braço e logo em seguida um empurrão no meu peito.
Cambaleio para trás de olhos ainda fechados, crente de que ia definitivamente apanhar de Joong-ki. Tinha ido longe demais. O cara me odiou. É meu fim.
- QUE PORRA É ESSA PARK? NO MEIO DA RUA AINDA. FICOU LOUCO?!
Abro os olhos confuso ao ouvir a voz de Chung Beatriz toda estridente na minha direção.
- O que?! – pergunto com o cenho franzido.
Ela havia se colocado entre nós dois e esbravejava na minha direção com um olhar arregalado.
- Eu disse que era brincadeira. BRIN- CA-DEI-RA!
- Qual o problema? – volto a indagar, com a certeza de que meus lábios estavam num bico estranho e magoado.
- Todos! Não pode. Ele é o meu melhor amigo – aponta para Joong-ki atrás de si, mas logo vira o dedo na minha direção – E você... Você é... Você é meu... Não pode.
Chung parecia tão brava que suas bochechas estavam mais infladas do que o normal e vermelhas. Não coradas ou vermelhinhas, vermelhas MESMO. Ela respirava bufante, fazendo uma mecha solta do seu cabelo esvoaçar em frente ao seu rosto.
- Você mesma disse... – começo mais uma vez.
- Tá questionando sua sexualidade? Foi isso que eu fiz você fazer?
- Não to questionando nada. Só experimentando uma coisa nova. Tive curiosidade e resolvi explorar. Você mesma disse Yuna... Beatlix... – me corrijo rapidamente ao falar seu nome, sem ânimo para me desculpar pela pronuncia estranha.
Sem ânimo para nada. Extremamente chateado pela sua reação.
- Você é tão idiota que só poderia ser hétero mesmo – vocifera mais uma vez e suas palavras me magoam mais um pouco.
- Bia... O que deu em você? – Joong-ki segura o braço da dançarina, tentando fazê-la encará-lo. Ele parecia tão confuso quanto eu.
- Você me deixa também – ela se solta bruscamente do aperto dele e cruza os braços na minha frente.
- Por que você está tão brava comigo? – meu tom de voz condoído a faz recuar.
Sua expressão rude suaviza aos poucos. Sua postura relaxa. Seu suspiro longo regulariza sua respiração. Suas bochechas rubras ficam coradinhas.
- Eu não... – ajeita sua mecha boba atrás da sua orelha – Sei...
- É melhor a gente ir – Joong-ki coloca as mãos nos ombros de Beatriz – A gente conversa melhor depois Park... Jimin. Acho que já posso te chamar de Jimin.
Ele ri um pouco, fazendo a garota na minha frente bufar e encarar os próprios pés. Não consigo acompanha-lo, apenas aceno em sua direção e trocamos um olhar cúmplice.
- Outro dia a gente se fala Joong-ki – me despeço dele e dou as costas aos dois, voltando para casa de cabeça baixa.
(...)
Sai de casa no dia seguinte sem a menor das esperanças de ter um dia meramente agradável. Meu humor era dos piores, - se que é ainda existia algum em mim. - as probabilidades de exibir um dos meus sorrisos ou soltar uma das minhas gargalhadas marcantes estavam bem baixas.
Isso atrapalhou 90% do meu flerte com Lee Sori assim que cheguei à academia. Trocamos um "bom dia" e eu acabei tendo um 'brainfreeze'* enquanto tentava pensar na próxima coisa que deveria dizer. Não consegui nem perguntar o porquê dela ter parado de usar suas lentes de contato azuis, ou qual era o motivo do seu novo corte de cabelo e sua franja fofa. Quis enfatizar que ela estava ainda mais bonita, sexy e encantadora, mas ao invés disso pisquei do nada tentando forçar um "sorriso safadinho" ao questionar se algum dos meus alunos mirins já havia chegado. E tudo aquilo não fazia o menor sentido, eu estava meia hora adiantado para a minha aula.
Acabo deixando aquele assunto da recepcionista de lado, assim como estava fazendo com "o tal" assunto da noite anterior. Corro para arrumar minhas coisas no armário dos funcionários e arrastar Jungkook comigo para a sala de aula.
- O que foi Jimin-ssi? – ergo o olhar questionador para ele, fingindo não entender a pergunta – Você quase não está rindo das minhas piadas hoje. O que aconteceu?
Eu, meio que, beijei um cara ontem. Mas relaxa que só fiquei assim porque uma certa dançarina esquentadinha brigou comigo logo depois.
O que Jeon Jungkook pensaria se soubesse?
- Nada. Eu só... Não dormi direito essa noite – verdade e não seria difícil de perceber.
Me arrasto o mais energético que consigo pela sala de prática, minha expressão cansada ainda estampando meu rosto enquanto eu checava algumas anotações daquela turma, tendo os olhos observadores do estagiário em mim.
- Que aula você preparou hoje? Eu já vou arrumando a música – se levanta da cadeira posta ao fundo da sala e vai até o som.
- Puta que pariu! Me esqueci de preparar a aula – arregalo os olhos.
- É sério hyung? – ele ergue as sobrancelhas na minha direção – Você nunca fez isso antes, tá tudo bem mesmo?
- Tá... Eu preciso que você me... – ia pedindo sua ajuda, um tanto quanto desesperado, quando batidas na porta me interrompem.
A sala estava aberta, nós estávamos à espera das crianças, então tive apenas que virar meu rosto para vê-la parada na entrada.
- Park, eu posso falar com você? – Chung Beatriz pergunta com as mãos postas atrás do próprio corpo.
Não, não pode. Eu estou muito ocupado agora tentando preparar uma aula em dez minutos porque você me deixou acordado a noite inteira, me fazendo pensar em mil e uma razões pra você ter reagido da forma que reagiu. Não pode falar comigo porque a única conclusão que consegui chegar é que eu queria que você tivesse ciúmes de mim. Não fale comigo até que eu entenda de uma vez que você já tem um melhor amigo e não sou eu.
Mas ao invés de tudo isso eu falo:
- Tudo bem – e caminho até ela tentando não parecer ansioso. Me encosto na parede do corredor, bem do lado da porta, esperando que Chung comece a falar.
Ela não começa. Apenas se aproxima até ficar a um passinho de bebê longe de mim. Seus olhos não alcançam os meus, olham para frente, bem no meu peito, sua cabeça reta. Uma das suas mãos sai de trás das suas costas e brinca com a minha camisa jeans, balançando os botões abertos de um lado para o outro.
- Me desculpa – fala baixinho.
Meu sistema nervoso vira do avesso.
Meu coração troca de lugar com o meu estômago. Ambos uma confusão de cosquinhas e reviravoltas.
- Me desculpa Jimin-ah – diz mais uma vez, erguendo o queixo para o alto. Seu olhar tímido agora no meu rosto – Eu não queria ter te tratado daquele jeito ontem. Você me pegou de surpresa e... Eu não soube o que fazer – segura firme minha camisa entre os dedos – Eu geralmente nunca sei o que fazer com você.
- Por quê?
- Nunca conheci alguém como você antes.
- Isso é bom ou ruim? – apoio meu pé impaciente na parede atrás de mim.
- Até onde eu sei nada que envolve você é ruim – Chung dá de ombros.
Primeiro umedeço meus lábios. Depois mordo o lábio inferior. Daí eu troco meus pés na parede. Tudo numa tentativa inútil de esconder meu sorriso cheio de dentes.
Pela primeira vez eu soube que Chung Yuna... Beatriz, Bia, Bibi... Já sentiu o mesmo que eu.
- Você me desculpa? – ela insiste na pergunta, puxando minha camisa.
- Está desculpada – estico meu pé esquerdo, tocando sua perna, como se aquilo fosse um aperto de mãos selando um acordo de paz.
A dançarina ri e abaixa a cabeça, constatando, pelo meu gesto bobo, que eu já estava quase fluente na sua "língua". Só que nosso momento é interrompido quando ouço conversas animadas e pés apressados no corredor.
- Você fica pra ver minha aula? – faço um gesto com a cabeça, indicando as crianças chegando.
- Eu posso? – pergunta com um sorriso.
- Claro que sim. Vem – chamo e rapidamente colo os lábios na sua testa.
Conto três segundos da minha boca tocando sua pele, antes de me afastar e entrar novamente na sala. Inicialmente não tive coragem de olhar para trás para ver se ela estava me seguindo. Era pra ser um gesto despreocupado e natural entre nós dois. Um beijo simples na testa, tão bobo e normal quanto ela me chamando de "Jimin-ah". Mas não foi. Meus lábios pareciam formigar um pouquinho.
- Vocês tinham brigado então? – Jungkook pergunta com um sorriso ladino, alternando seu olhar entre eu e alguém atrás de mim – Que bom que se acertaram...
- Não tinha lá muito o que acertar.
- Sorria menos então, Jimin-ssi – dou risada e acerto seu peito com um tapa pesado que Jeon mal nota.
- O que importa é que os alunos estão chegando e não sei nem que música usar nessa aula – falo um pouco alto, sem o menor esforço de esconder das crianças que estavam ali, que seu professor foi um verdadeiro relapso.
- Professor Park, vamos fazer alguma brincadeira hoje! – Joong-suk ergue sua mão animado chamando minha atenção.
Algumas das de mais crianças concordam e outros alunos chegando se aproximam para me cumprimentar com um high five bonitinho. Eu troco um olhar sorridente com Beatriz sentada no chão, as pernas cruzadas como um índio.
- Qual brincadeira?
- Nós podemos dançar os três passos novos que aprendemos na aula passada, enquanto a Chung controla o som – Jeon sugere e aponta pra dançarina, chamando a atenção dos alunos pra garota afastada - Toda vez que ela parar a música a gente tem que parar também, quem continuar dançando perde.
Dou risada da sua sugestão e as crianças concordam com pulinhos animados. Peço um tempo para escolhermos a música, esperando mais alguns minutos para todos os alunos chegarem. Me reúno com Jungkook e Beatriz em volta do aparelho de som.
- Coloca boo'd up da Ella Mai – ele diz, já procurando pela faixa no notebook.*
- Não, não! – impeço apressado – Essa é muito sexy, não pode.
- Mas nem fala nada na letra... – o estagiário insiste.
- É Ella Mai, já é sexy por natureza. A batida, a voz, a intenção... Não dá.
Especialmente porque era uma das músicas na minha playlist do Santo Graal. Eu tinha fantasias boas com ela e a dançarina parada ao meu lado.
- Mamamoo. - Beatriz sugere - As crianças geralmente gostam de kpop. Egotistic é até legal.*
- Acho que da pra encaixar nos passos que treinamos – sorrio para ela, incentivando-a a escolher mais algumas canções parecidas.
A aula passou voando e se eu já achava aquela turma a mais divertida de ensinar antes, é porque eu nunca tinha dado uma aula em conjunto com Jeon e Beatriz. Nós dois acabamos competindo mais entre si, e Chung nos fazia errar muito, consequentemente todas as crianças riam da nossa cara. Mas o mais engraçado foi a hora deles irem embora e toda a cara de espanto da Bia quando algumas garotas foram abraça-la ao dar tchau.
Quando pensei que na sala de prática só restava nós três ouço meu nome baixinho:
- Professor Park... – In-na diz tímida e me estica mais um dos seus origamis, desta vez uma flor.
Antes que ela possa sair correndo como de costume, eu me apresso em me abaixar na sua frente e segurar sua mão bem pequena entre as minhas. A garotinha sorri ainda mais envergonhada.
- Obrigado – digo pegando a flor – Você gostou da aula de hoje? – ela afirma com a cabeça rapidamente – Sabia que você ganhou a brincadeira? – sorrio quando seus olhos se abrem em espanto – Você não errou nenhuma vez. Parabéns – balanço sua mão com delicadeza. In-na permanece em silêncio, mas abre um sorriso maior – Te vejo na próxima aula? – de novo afirma com um aceno – Legal, vou ficar esperando – ergo minha mão, pedindo um high five e ela imediatamente acerta minha palma com a sua dez vezes menor.
Ela sai correndo de novo, mas não antes de me dar um beijo de surpresa na bochecha, e aquilo me parece um dejá vù tremendo. In-na fugiu de mim assim como eu fugi da dançarina depois de um simples beijo na testa.
Dou risada me levantando e me deparo com os braços cruzados de Beatlix, Yuna, Bibi.
- O que foi? – ergo as sobrancelhas, girando a flor de papel entre os dedos.
- Você é muito fofo Jimin-ah.
Em que parte do corpo ficava meu coração agora?
(...)
Meu dia desesperançoso e desagradável acabou se tornando leve e divertido.
Fiz minhas pausas com Jeon e Bia, que apesar de parecer bem resistente na presença do mais novo, ainda conseguia rir e participar das nossas conversas. Eu tentava incluí-la a todo o momento. Eu queria que ela estivesse em todos os meus círculos. Ansiava que ela quisesse estar ali também.
Menos de quinze minutos para a aula da turma das sete – a turma real e oficial de Chung Yuna – Jeon Jungkook tinha desaparecido da face da terra. Poderia facilmente dar a aula sem ele, mas o estagiário estava com o meu pen drive que continha as músicas da classe avançada e eu não estava nem um pouco a fim de ficar no youtube ou spotify tendo que procurar faixa por faixa. Indo e vindo o tempo todo durante a aula.
Procuramos por toda a parte. Não estava na sala de descanso. Nem na copa, perto dos armários ou com Jung Hoseok. Muito menos com o chefão, que estava trancado sozinho no escritório resolvendo problemas de contabilidade. Quase perdendo as esperanças, com Bia literalmente nos meus calcanhares pisando na minha botina bege, vamos para o estoque de colchonetes e aparelhos de som quebrados. Uma salinha com praticamente utilidade zero. Pelo menos não para mim ou 98% daquela academia, mas para Jeon Jungkook e Lee Sori aquele parecia ser um lugar especial. Ao abrir a porta velha, quase escondida atrás de alguns armários com produtos de limpeza, eu e a dançarina fazemos um perfeito "Ow!" em alto e bom som.
Ver a recepcionista prensar o estagiário na parede em um beijo caloroso foi como descobrir que o Darth Vader é o pai do Luke Skywalker. O maior spoiler de todos os tempos, bem ali na nossa cara.
Quando nos ouvem os dois imediatamente se afastam. Lee passa os dedos na boca inchada. Já Jungkook arregala muito os olhos.
- Hyung!
Então, eu e Chung caímos na risada.
Nos escoramos um no outro. Meus olhos praticamente fechados de tanto rir. Eu estava gargalhando com vontade.
- Desculpa ai – peço erguendo uma mão na direção dos dois, bem no estilo "foi mal, falou ai, até depois".
Bia acena também, sem conseguir dizer nada porque estava muito ocupada tentando segurar seu riso. Nós dois vamos fechando a porta e deixando o casal "mais a vontade". Ou melhor: deixando o casal sem entender absolutamente qual era a graça. Mas era de fato muito engraçado. Eu realmente não tinha a menor sorte com nenhuma das minhas crush.
De repente muitas das atitudes de Lee Sori fazem completo sentido. Jungkook preferia olhos castanhos, e apesar de apreciar um estilo sexy, a franja fofa fazia muito mais o tipo dele. Ele era um garoto de sorte. Olho para Beatriz com um sorriso ainda nos lábios, mas a risada já cessada, sabendo que com ela nunca seria desse jeito mesmo se nós não jogássemos no mesmo time. E eu queria que as coisas fossem assim, eu "sonhava" com um relacionamento assim, certo?
- Não acredito que a gente fez papel de trouxa esse tempo todo! – ela ri mais um pouco.
Não poderia concordar mais. Eu preciso de uma garota não é Trey Songz?
Estava na hora de seguir em frente com alguém que quisesse seguir em frente comigo também.
***
Quem tá louca com TCC ai? Só eu? Então me desculpem se o capítulo não foi lá essas coisas. Mas pelo menos podemos constatar que de bobo o estagiário não tem nada. kkk A playlist de How You Love Me cresce cada vez mais. Me desculpem. E obrigada por ler ♥
Antes de me despedir. Queria que vocês dessem uma olhadinha nessa OS lindíssima da mclarah. É cheia de referências de filmes, BEM MEU TIPO DE HISTÓRIA, e eu amei muito essa narrativa. É incrível que nem a autora. Leiam, leiam, leiam *-*
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